Caso esteja em uma viagem pelo Irã, Yazd definitivamente precisar estar no roteiro. Situada entre o norte do Deserto de Cavir e o sul do Deserto de Lute, Yazd impressiona não somente por sua incrível estrutura de construção, mas por ter resistido tanto ao avanço tecnológico humano quanto aos eventos naturais de desgaste do meio ambiente.
A cidade velha, além de ser uma das mais antigas do mundo, é um verdadeiro labirinto. Os bairros residenciais parecem literalmente com o deserto, já que todas as construções possuem altos muros e são feitas de tijolos de barro seco e adobe, uma mistura de barro cru, areia, estrume e fibras vegetais, além, é claro, dos “badgirs”, as chamadas de torres de ventos – um elemento arquitetônico persa bem tradicional, feito para criar ventilação natural nos edifícios.
Porém, Yazd guarda um verdadeiro tesouro, a Mesquita de Jameh, considerada a mais antiga do Irã. Construído no século XII, durante a dinastia Al-e Bouyeh, o local de culto é uma mistura arquitetônica da persa com a islâmica.
A mesquita consegue se destacar bem entre o labirinto de ruas e becos de Yazd, devido a sua altura e belíssimos azulejos azuis que cercam sua cobertura. Observe o minucioso trabalho nos mosaicos e fotografe bastante, deixe a visita para o final da tarde, quando poderá observar o pôr do sol no melhor lugar da cidade.
Na região entorno da Mesquita existem diversas casas de doces, uma das especialidades locais. Ainda existem diversos bazares que também contam com impressionantes detalhes de criação, além de ser o melhor destino para fazer compras.
Antes do período islâmico começar, a Pérsia tinha como religião o zoroastrismo, que consiste na ideia do uma constante dualidade entre duas forças, representando a luta entre o bem e o mal. O Santuário de Chak Chak foi um dos principais centros de peregrinação do zoroastrismo.
O templo foi construído em cima de falésias, a partir de barro, e é pavimentado com mármore. As paredes são escurecidas por causa do fogo e, segundo as crenças, essa chama é eterna e nunca se apaga. Ainda há as deslumbrantes portas de bronze que retratam o profeta Zaratustra, quem fundou o zoroastrismo.
Alexandre, o Grande, passou por diversos lugares ao redor do mundo, e Yazd aparentemente foi um deles. A “Prisão de Alexandre” levanta muitos debates ao redor do nome, já que alguns acreditam que construído a mando de Alexandre, como uma prisão para os persas e outros acreditam que nada tem a ver com o monarca.
No entanto, o edifício é uma linda construção, também feita de barro cru, decorada com trabalhos de gesso e aquarelas em dourado e azul. Embora a finalidade original do edifício não tenha sido descoberta, hoje o local vive como um Museu Etnográfico que conta com um modelo detalhado da antiga cidade de Yazd e uma coleção de artefatos arqueológicos que foram encontrados por essa região.
O que mais chama atenção, no entanto, são os artesãos que mostram suas habilidades nos teares de madeira e fazem panelas de barro para mostrar a cultura que tornou a cidade famosa em toda a Pérsia.
Texto por Carolina Berlato
Imagem Destacada via iStock por silverjohn