As redes virtuais privadas (também conhecidas por VPN) são ferramentas indispensáveis para quem gosta de viajar. Não apenas elas garantem maior segurança à navegação do usuário onde quer que ele esteja, como também conseguem tornar o acesso à internet mais livre mesmo em regiões dotadas de regimes opressivos.
Para quem não conhece o recurso, uma VPN é um programa digital que criptografa o seu tráfego de navegação e, com isso, consegue burlar mecanismos de censura que, em geral, bloqueiam o acesso a sites e serviços específicos.
Ao viajar a certos países, muitas pessoas enfrentam problemas com essas restrições, vendo-se impedidas de usar redes sociais populares, como Facebook, Instagram e Twitter, ou mesmo aplicativos de trocas de mensagens, como o WhatsApp. Por isso, o uso de uma VPN é um grande aliado para viajantes de países como a China, Irã ou Arábia Saudita.
Mas atenção: nem todos os provedores de redes virtuais privadas são de qualidade e, por isso, antes mesmo de sair de casa é recomendável que se faça uma boa pesquisa sobre qual serviço contratar. Uma boa sugestão é avaliar aqueles que oferecem VPN com teste grátis, pois assim é possível experimentar seu produto sem nenhum compromisso adicional.
5 países com restrições à internet
1 – China
Provavelmente o caso mais famoso de censura à internet, a China controla o que é acessível ou não de seu território pelo chamado “Grande Firewall”, uma referência à coleção de políticas e medidas tecnológicas do país que agem como uma verdadeira muralha no bloqueio de conteúdos virtuais.
Como consequência das restrições, impera na China um universo online bastante peculiar, no qual aplicativos e sites nacionais substituem seus equivalentes bloqueados. Um exemplo claro disso é dado pelo WeChat, um “WhatsApp chinês” que ocupa o cargo de mensageiro mais popular do país.
Aos viajantes que desejem acessar seus sites e aplicativos costumeiros na China, portanto, é imprescindível o uso de uma VPN de qualidade (já que muitos provedores já foram bloqueados por Beijing).
2 – Rússia
O espaço virtual russo tem se tornado cada mais fechado, com novas leis de restrição sendo discutidas pelo parlamento desde 2019. Tradicionalmente, o governo já impunha certas limitações, como o bloqueio a plataformas como o LinkedIn e o Telegram, mas as previsões atuais apontam para uma censura ainda mais intensa nos próximos anos.
Entre os pontos mais alarmantes dessa tendência se encontram a proibição do uso de determinadas VPNs no território russo, a criação de um sistema de controle tão fechado quanto o da China e a implantação de métodos de vigilância dos cidadãos contra ideias “opostas ás da nação”.
3 – Irã
Sendo um país fechado em vários sentidos, não é surpresa que o Irã imponha restrições ao acesso à internet em seu território. Além de manter uma enorme lista de conteúdos estrangeiros bloqueados por serem considerados impróprios, o país ainda censura determinadas palavras-chave que podem direcionar a páginas não permitidas.
O Irã apresenta ainda uma rede própria de intranet que é mais barata e acessível que a internet internacional, mas que traz velocidade limitada e está sujeita à constante vigilância do governo.
No país, o uso de VPNs não aprovadas é ilegal, muito embora essa proibição seja usada, em sua maior parte, apenas contra dissidentes políticos.
4 – Arábia Saudita
A censura a conteúdos virtuais na Arábia Saudita ocorre de forma massiva, sendo muitas vezes alimentada pela própria população, que é encorajada a denunciar materiais considerados imorais ou politicamente dissidentes.
Todo o tráfego do país é roteado por um canal principal, no qual o governo consegue filtrar o endereço IP, o domínio e palavras-chave do acesso de seus cidadãos. O uso de VPNs no país, contudo, não é ilegal. Mas, por óbvio, muitos serviços se encontram bloqueados na região.
5 – Paquistão
À semelhança de muitos países mencionados anteriormente, o Paquistão filtra a maioria dos conteúdos tomando por base o uso de determinadas palavras-chave. Em geral, a censura se dá contra páginas que trazem ideias ou materiais contrários à visão do governo, seja num sentido moral ou político.
Serviços ocidentais, como Facebook e YouTube, já sofreram restrições no passado, mas, normalmente, são acessíveis à população. O uso de VPNs, por sua vez, é liberado.
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