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Uma viagem pela história milenar do Peru

Terra de contrastes, belas paisagens e uma rica história, o Peru guarda alguns dos maiores tesouros da América do Sul. Ali, patrimônios da humanidade espalhados por todo o território são testemunhas de antigas civilizações. Para embarcar nessa viagem cultural, selecionamos um roteiro que começa por Lima e segue pelo Vale Sagrado dos incas, além de outros importantes sítios arqueológicos.

O Peru é um país de raízes culturais fortes, colorido, alegre e bastante vibrante. Reúne características que à primeira vista parecem antagônicas, mas que o tornam realmente um destino singular. Com uma população de pouco mais de 30 milhões de habitantes, o país é cheio de tradições, com uma premiada gastronomia e vastas reservas naturais.

Foto por iStock / Ryan Morris

No total, são 13 patrimônios reconhecidos pela Unesco, variados ecossistemas e um território que abrange costa, Andes e selva amazônica. Graças ao legado deixado por civilizações milenares, o Peru guarda mais de 5.000 sítios arqueológicos, que proporcionam ao visitante uma viagem ao passado ancestral. Assim, o país segue acumulando premiações internacionais de turismo, como o prestigiado World Travel Awards, principalmente quando o assunto é cultura e gastronomia.

Destacamos a seguir um pequeno roteiro pelos encantos e mistérios do Peru, começando pela capital, Lima, que é porta de entrada do país. Depois, é a vez do Vale Sagrado dos incas, onde estão os surpreendentes destinos de Cusco e Machu Picchu. Para finalizar, os enigmas que envolvem as famosas Linhas de Nasca.

LIMA

Quando os conquistadores espanhóis coordenados por Francisco Pizarro marcaram o final do império inca, tiveram a missão de encontrar um lugar que servisse de capital das terras ocupadas. O grupo de exploradores descobriu um vale com muita água e enormes campos para a prática de cultivo. Um lugar perto da margem do Oceano Pacífico e com um bom clima, que deslumbrou os visitantes e motivou sua escolha como centro político, cultural e financeiro da Coroa Espanhola.

Em janeiro do ano de 1535, este território fértil e vasto, conhecido como o povoado de Rímac, no qual residiam pouco mais de 20 mil habitantes, tornou-se a capital do Peru, uma cidade que, ao longo de seus quase 500 anos de existência, reuniu diversas singularidades que vão chamar sua atenção. Você pode e deve começar o seu roteiro a partir da majestosa capital. Recomendamos ao menos quatro dias em Lima.

Foto por iStock / Christian Vinces

Com excelente estrutura de serviços, a capital peruana oferta uma série de boas surpresas aos visitantes. Uma grande rede hoteleira, excelentes centros comerciais e variados restaurantes, desde os mais estrelados aos pequenos bistrôs. Além disso, Lima tornou-se um grande hub de conexões para as principais cidades da América do Sul, América do Norte e Caribe, com um dos aeroportos mais movimentados do continente.

O centro histórico de Lima reflete o passado com a influência marcante do domínio espanhol. Igrejas, museus, teatros e palácios são testemunhas da grandiosa importância de Lima no contexto de colonização da América do Sul. O contraste de seus moradores, na grande maioria descendentes dos incas, com a mistura europeia, proporciona a formação de uma população que se orgulha de sua história e que ama esse belo país.

Foto por iStock / Christian Vinces

Lima tem características contrastantes: apesar de litorânea, a cidade fica numa região árida. Por estar às margens do Pacífico, na década de 1960 as autoridades de Lima decidiram construir uma grande estrada costeira para servir de conexão entre os distritos do norte e do sul. Esta importante obra urbana, denominada Costa Verde, possibilitou um melhor acesso às praias, dando novo foco turístico a Lima e seus arredores.

Hoje, este espaço é não apenas uma das atrações mais importantes da capital peruana, mas também o lugar predileto das famílias e dos esportistas que procuram se desconectar da cidade e passar bons momentos de descanso e prazer, acompanhados de uma espetacular vista para o mar.

Para explorar Lima, não recomendamos alugar um carro. A cidade tem poucas vagas para estacionamento, um trânsito complicado com ruas estreitas e grande fluxo de veículos. Opte pelo táxi ou carros de aplicativo, ou utilize sem medo o transporte coletivo, que é bastante razoável.

Centro histórico

Declarado Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco, o centro histórico de Lima é uma parte importante da cidade, onde podemos conhecer a herança do tempo em que o país foi colônia, como também do período do vice-reinado.

Foto por iStock / mehdi33300

O roteiro pode começar pela Plaza Mayor ou Plaza de Armas. No entorno, fica uma série de pontos turísticos importantes. O bom é que dá para fazer tudo a pé. A Catedral é outro símbolo importante da cidade, pertinho da Plaza Mayor. Sua arquitetura tem dois estilos distintos: o gótico e o neoclássico. Além disso, na Catedral de Lima está o corpo de Francisco Pizarro González, espanhol conhecido como o “conquistador” do Peru e fundador de Lima.

Foto por iStock / stbaus7

Os palácios da cidade são outra forma de ver a importância da igreja católica e do domínio espanhol na formação do país. O Palácio Arquiepiscopal de Lima, localizado ao lado da Catedral, é um exemplo do estilo arquitetônico barroco peruano. Tudo é grandioso, os vitrais são lindos e super coloridos, com desenhos suntuosos.

Outro ponto turístico importante da parte histórica é o Palácio de La Unión, inaugurado em 1942, sendo um dos patrimônios nacionais. Já a sede do governo local é o Palácio Municipal de Lima, mais um importante prédio no centro histórico, no estilo neocolonial. Com a fachada em amarelo, tem um enorme e bem cuidado jardim na frente. É possível fazer uma visita guiada gratuita.

Foto por iStock / Robert CHG

Na mesma área também se encontra o Palácio do Governo do Peru ou Casa de Pizarro. Inaugurado em 1938 e construído em estilo colonial, tem visitas aos fins de semana. Se passar por lá em um domingo, você também pode assistir à troca da guarda.

Localizado em uma rua atrás do Palácio do Governo, você já encontra o Museu Bodega y Quadra, um sítio arqueológico em pleno centro histórico. Siga pela Jirón Ancash, vire à esquerda na Jirón Lampa e pegue a Jirón Amazonas até chegar ao Parque de la Muralla. No caminho até o local, você vai passar em frente ao conjunto da Basílica e Convento de São Francisco. Se tiver interesse nesse tipo de ponto turístico, aproveite para conhecer o local e as catacumbas.

Outra construção importante é o Teatro Municipal de Lima, que fecha o roteiro pela região. Construído em 1915, ali fica a Orquestra Sinfônica Nacional do Peru, sendo um dos teatros mais importantes do país.

Além do centro histórico

Miraflores é um dos principais bairros de Lima e um dos queridinhos dos turistas. No local estão importantes atrações da capital peruana, como é o caso das ruínas de Huaca Pucllana. Um passeio imperdível é conhecer o Shopping Larcomar, um importante centro comercial da cidade e bastante visitado tanto por turistas como por locais.

Foto por iStock / DC_Colombia

A beleza do Malecón de Miraflores é de encantar qualquer turista e sua fama entre os visitantes é merecida. Por mais que seja parte do roteiro mais óbvio da cidade, é um passeio que vale a pena, sobretudo pelo cenário. E é um passeio longo: são 15 parques conectados em 5 km de extensão. Ali você vai encontrar ciclovia, quadras, pista de skate e muito mais. É um bom local para curtir a natureza e fazer uma dessas atividades. De quebra, a vista para o Oceano Pacífico é realmente de tirar o fôlego.

Inaugurado em 1993, o Parque del Amor é um dos pontos preferidos dos casais e é fácil entender o motivo. Ali você vai encontrar a famosa escultura El Beso, que retrata o escultor Victor Delfín e sua esposa. Outro parque muito bonito na região, o Miraflores Central Park (também chamado Parque Kennedy) é bem arborizado e conta com atividades culturais, feira de artesanato e esculturas.

No Museu Larco, um dos principais museus de Lima, no distrito de Pueblo Libre, a história peruana está presente por meio de objetos, artefatos e obras de arte. Neste museu você pode conhecer mais, por exemplo, das culturas pré-inca e inca.

Foto por iStock / ErithJohn

Muitos turistas elegem Miraflores como o principal local para passar a viagem e acabam deixando de lado outros pontos da cidade. Se você curte locais diferentes, então o bairro Barranco é a escolha. O local é uma mistura de referências, cores e estilos, e uma Lima totalmente distinta de Miraflores (embora do lado) e outras regiões mais nobres. Portanto, uma boa opção de passeio para entender melhor a cidade e seus contrastes. O Barranco é, nesse sentido, o bairro boêmio de Lima por excelência.

Fundado pelo fotógrafo peruano Mario Testino em 2012, o MATE – Museu Mario Testino é um centro sem fins lucrativos que tem como objetivo cultivar e promover a cultura e o patrimônio do Peru. A intenção do projeto é, também, elevar os nomes artísticos do Peru a uma audiência internacional.

Sítios arqueológicos

Foto por iStock / jaturunp

Para conhecer os sítios arqueológicos de Lima e arredores, vista uma roupa mais confortável e um tênis e prepare-se para um dia imerso na história das culturas ancestrais. Primeiramente, visite as ruínas da Huaca Huallamarca, em San Isidro, uma pirâmide de 35 metros de altura, feita de tijolos de adobe. O outro sítio em Lima é a Huaca Pucllana, no bairro de Miraflores. Também exibe uma grande pirâmide, antigo templo dos povos pré-incas que habitavam o local.

Foto por iStock / marktucan

A pouco mais de 40 km de distância de Lima ficam as ruínas de Pachacámac. Distância ideal para um bate e volta e com o simbolismo perfeito do país – visitar ruínas de povos ancestrais é certamente a cara do Peru. O Santuário Arqueológico de Pachacámac ocupa uma área superior a 400 hectares. O local está dividido a partir de um circuito de visitas em uma série de atrativos, como a pirâmide, o Templo Viejo, o Templo Pintado e o Templo do Sol. Ali viveram quatro povos: lima, wari, yshma e os incas.

Por lá já foram encontradas múmias enterradas há mais de mil anos (incluindo crianças), evidências de sacrifícios humanos e um cemitério. O local tinha função religiosa e seu nome é, aparentemente, uma homenagem a Pacha Kamaq, considerado o criador dos primeiros homens pelos povos que viviam nessa região. Além das ruínas, visite também o Museu de Sítio de Pachacámac. Para chegar até lá, contrate o passeio com uma agência.

VALE SAGRADO E O PERU MILENAR

Cusco

Não dá para falar do Peru sem mencionar as antigas civilizações que habitaram esse território. Desde a cidade de Caral, considerada a mais antiga da América e erguida há mais de 5 mil anos, vários povos se estabeleceram no que hoje é o Peru ao longo de milênios, com destaque para a maior dessas civilizações – os incas.

Foto por iStock / torukojin

Foi a partir do século XV que o grande Império Inca passou a ocupar um amplo território pelos Andes, do norte do Equador ao centro do Chile, e chegou a ser formado por 12 milhões de pessoas, sendo o maior império da América pré-colombiana. No meio de tudo isso estava Cusco, o centro administrativo, político e militar do império. Aliás, Cusco vem do quechua e significa “centro”, sendo também referido como o “umbigo do mundo”.

Foto por iStock / hartmanc10

A estimativa é que a cidade tinha cerca de 40 mil habitantes quando os espanhóis chegaram ali, em 1532. Cusco se desenvolveu em um centro urbano complexo, com construções formadas por um sistema de pedras perfeitamente encaixadas. Com o domínio espanhol, prédios em estilo barroco passaram a ocupar a antiga cidade imperial, erguidos sobre estruturas já existentes, enquanto o traçado urbano original foi preservado.

Assim, Cusco apresenta um visual único, em que o passado inca continua presente e sítios arqueológicos convivem com a arquitetura de uma cidade colonial. Cusco também apresenta uma aura mística, repleta de segredos e curiosidades. Localizada a quase 3.400 metros de altitude, Cusco foi por muito tempo apenas uma escala para os turistas a caminho de Machu Picchu. Mas essa história mudou. Hoje, a cidade já é vista como um destino imperdível, a apenas uma hora de voo de Lima.

Foto por iStock / Myriam Borzee

O roteiro começa pelo centro histórico de Cusco, onde heranças incas e espanholas estão por todos os lados. Aliás, a cidade é considerada Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco. O ponto central é a Plaza de Armas, onde está a imponente Catedral Basílica e a Igreja da Companhia de Jesus. Toda essa área é ótima para explorar a pé, onde estão muitos restaurantes, lojinhas de souvenirs – principalmente no bairro de San Blas – e museus, como o Museo Inka, o Museu de Arte Pré-Colombiana e muitos outros.

Foto por iStock / lovelypeace

Vale visitar também o Qorikancha, ou Templo do Sol, um antigo local sagrado para os incas, também utilizado como observatório. Hoje, restam ruínas, sobre as quais os espanhóis ergueram a Igreja e Convento de Santo Domingo. Há um interessante museu no local.

Foto por iStock / PocholoCalapre

Outro ponto imperdível é o sítio arqueológico de Saqsaywaman, onde os incas construíram grandes estruturas a partir de enormes pedras encaixadas. Ali acontece a tradicional celebração inca do Inti Raymi, a festa ao deus Sol, sempre no mês de junho. A versão contemporânea é realizada desde 1944, em homenagem à cultura inca.

Foto por iStock / marktucan

A partir de Cusco, é possível seguir para vários passeios pelo Vale Sagrado dos incas, geralmente bate e volta. Na cidade há muitas agências turísticas que oferecem esses roteiros pelos arredores. A começar por Ollantaytambo, um povoado que preserva muito da cultura andina, simpáticas ruas de pedras e sítios arqueológicos.

Foto por iStock / fbxx

Há também Pisac, outro vilarejo andino com uma boa estrutura turística. No centro está o Mercado de Pisac, repleto de todo o tipo de produtos artesanais típicos. Já nos arredores fica um grande parque arqueológico. Outros passeios pelo Vale Sagrado incluem o complexo arqueológico de Moray, com seus grandes terraços circulares escavados na terra, e as Salinas de Maras, que datam de milhares de anos atrás. Não faltam lugares históricos na região.

Machu Picchu

Uma grande cidade de pedra encravada nas montanhas dos Andes, combinada com uma vegetação tropical e a ocasional presença de neblina, criando uma atmosfera quase mística. O visual que se desdobra nesse lugar tão especial é de tirar o fôlego – e não é por causa da altitude, que aqui chega a 2.430 metros.

Foto por iStock / vitmark

Machu Picchu é um daqueles destinos que todos deveriam visitar ao menos uma vez na vida. Uma das atrações mais visitadas do continente, a Cidade Perdida dos incas está listada como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco e é uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno.

Considerada também um dos maiores legados da civilização inca, Machu Picchu impressiona com seus muros gigantes, terraços cavados nas escarpas rochosas e canais de irrigação a uma grande altitude, sendo uma área de difícil acesso, com uma topografia complicada. É uma obra-prima da arquitetura, do urbanismo e da engenharia incas.

O cenário mais famoso é o da Cidadela, aquele que geralmente aparece nas fotos de sites, revistas e cartões-postais. Mas Machu Picchu cobre mais de 30 mil hectares entre as montanhas. São aproximadamente 200 estruturas diferentes que formam o complexo arqueológico, entre praças, templos, fontes de água, monumentos e residências, sempre em perfeita harmonia com a natureza ao redor.

Foto por iStock / mtnmichelle

Acredita-se que o local era utilizado pelos incas como um importante centro religioso, astronômico e agrícola – apesar de que enigmas sobre seu real propósito ainda persistem, despertando a curiosidade de visitantes e historiadores. Machu Picchu foi construída no século XV e abandonada cerca de 100 anos depois, quando o Império Inca foi invadido pelos espanhóis. Por muito tempo, sua exata localização permaneceu um mistério, até que foi redescoberta em 1911.

Em Machu Picchu há dois setores bem demarcados. A área agrícola tem terraços que eram usados para o cultivo de alimentos. Do outro lado está a parte mais urbana, onde estão a Rocha Sagrada, o Templo do Sol, o Templo do Condor e o grande relógio solar, entre outros pontos relevantes.

Foto por iStock / lovelypeace

Machu Picchu guarda ainda uma grande biodiversidade, por estar em uma região em que os Andes encontram a Amazônia peruana. É o habitat natural de espécies como a raposa andina, o puma, o condor andino e muitos outros animais, além de 370 tipos de orquídeas, sendo a maior coleção de orquídeas nativas do mundo.

Nas típicas fotos panorâmicas de Machu Picchu, aparece uma montanha atrás da Cidadela. Chamada de Huayna Picchu, seu pico atinge mais de 2.700 metros de altitude. É possível seguir em uma trilha até lá, o que leva cerca de três horas para o trajeto completo. Para isso, é necessário comprar um ingresso específico, e as entradas por dia são limitadas. A trilha demanda um esforço grande, mas as vistas são deslumbrantes.

Vale destacar que, para conhecer Machu Picchu, é preciso caminhar bastante, em um terreno cheio de descidas e subidas. O ideal é ir com calma, por causa da altitude. Algo em torno de quatro horas é tempo suficiente para conhecer todo o complexo. Prefira ir logo cedo, use calçados confortáveis e compre os ingressos com antecedência.

Foto por iStock / flavijus

Também é necessário planejar bem todo o itinerário até Machu Picchu. O caminho mais comum tem duas etapas. Partindo de Cusco, pegue um trem até a pequena Aguas Calientes, também chamado de Machu Picchu pueblo. Localizado em um vale abaixo do sítio arqueológico, é o vilarejo mais próximo. Bem compacto, é repleto de restaurantes e hotéis de todas as categorias, dos luxuosos aos hostels para mochileiros.

A vantagem de pernoitar em Aguas Calientes é poder seguir para Machu Picchu bem cedo no dia seguinte. O trem entre Cusco e o vilarejo é operado pela PeruRail – as passagens devem ser adquiridas com antecedência, principalmente se você viajar na alta temporada. Depois, de Aguas Calientes a Machu Picchu são apenas 8 km montanha acima, trajeto que é feito de ônibus (carros não são permitidos).

Foto por iStock / Damian Basante

Já os mais aventureiros podem optar por outro roteiro até Machu Picchu: a Trilha Inca, uma das mais famosas do mundo e também uma pequena parte da antiga rede de estradas do Império Inca, Qhapaq Ñan. O caminho clássico tem 42 km, percorridos em quatro dias. Para atravessá-lo é preciso contratar uma agência certificada, e as vagas costumam esgotar meses antes. Além de guardar muitas ruínas incas pelo caminho, a trilha termina diretamente em Machu Picchu.

Linhas de Nasca

Nas áridas planícies da costa peruana, as Linhas de Nasca são mais um mistério arqueológico das civilizações pré-colombianas. São linhas escavadas no solo formando centenas de figuras gigantescas de animais, plantas, padrões geométricos e até alguns seres imaginários, sempre com traços contínuos.

Foto por iStock / SL_Photography

A cerca de 400 km ao sul de Lima, os chamados geóglifos ocupam uma área de 450 km² próxima à cidade de Nasca e foram feitos entre 500 a.C. e 500 d.C. As linhas surpreendem não só por terem resistido ao teste do tempo, já que muitas permaneceram em um ótimo estado de conservação, como também pelo tamanho. São desenhos de até 300 metros de comprimento, tanto que só é possível admirá-los devidamente a partir de grandes alturas. As Linhas de Nasca só foram redescobertas em 1927, quando começaram os voos sobre a região.

Foto por iStock / DanielPrudek

Então vem a questão: qual o real motivo dessa antiga civilização local ter feito esses incríveis desenhos há dois mil anos? O enigma dá margem às mais variadas especulações. Muitos afirmam que o lugar tenha significado religioso. Outros dizem que os desenhos tinham a função de um calendário astronômico relacionado às colheitas. Há ainda aqueles que falam até mesmo sobre seres de outros planetas, envolvendo as Linhas de Nasca em uma atmosfera quase mística.

Foto por iStock / Cezary Wojtkowski

As figuras são bem variadas, como um beija-flor, uma aranha, um macaco, um condor, espirais e outros, com precisões geométricas impressionantes. Há ainda um desenho muito curioso, que lembra um homem de capacete – por isso, passou a ser chamado de astronauta. Seja qual for a resposta para esse mistério, as Linhas de Nasca foram declaradas Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco e atraem visitantes de todo o mundo para esse cantinho do Peru. Nenhum outro conjunto de geóglifos no mundo se compara às Linhas de Nasca.

Foto por iStock / SL_Photography

Para avistar os desenhos, a melhor opção é em um sobrevoo, feito em um avião do tipo teco-teco. Muitas agências locais oferecem o passeio a preços variados. O trajeto dura cerca de meia hora e dá para avistar os geóglifos mais famosos. Outra opção é subir na torre de observação (Mirador), localizada a aproximadamente 20 km da cidade de Nasca. A torre tem 13 metros – é uma atração mais barata, mas não dá para ver tantos desenhos.

Foto por iStock / Leonid Andronov

Para chegar a Nasca, a forma mais indicada é de ônibus a partir de Lima, passando por Ica. A maior parte das hospedagens em Nasca fica no centro, onde também se encontram restaurantes e comércio.

Mais tesouros arqueológicos

A viagem pelo Peru milenar não para por aí. Quem quiser estender o roteiro pelos ricos legados das civilizações pré-colombianas tem opções que não acabam mais. Aqui, mencionamos apenas algumas delas.

Na cidade de Trujillo, na costa norte do país, Chan Chan foi uma grande cidade construída com barro. Cercada por muros, estátuas, pirâmides e canais, esse complexo chegou a abrigar cem mil pessoas no seu auge e foi a capital do reino Chimú.

Foto por iStock / estivillml

A quase 200 km ao norte de Lima, Caral era o lar da primeira civilização da América, tão antiga quanto as do Egito e da Mesopotâmia, e possui ruínas de pirâmides, praças e residências.

No norte do país, na região da Amazônia peruana, a fortaleza de Kuelap foi construída no século XI pelos chacapoyas. Por ter mais de 700 estruturas de arquitetura complexa e estar no topo de uma montanha, Kuelap também é chamada de “a segunda Machu Picchu”.

Em Ancash fica o antigo povoado Chavín de Huantar, pertencente à cultura pré-inca chavín, que viveu há cerca de três mil anos. Encontrava-se ali um importante oráculo, onde as pessoas buscavam respostas e deixavam oferendas aos deuses. Há templos, pirâmides, praças e rostos entalhados em pedra.

Foto por iStock / Jekaterina Sahmanova

Já a poucos quilômetros de Machu Picchu, Choquequirao guarda ruínas incas a três mil metros de altitude, em uma área que se estima ser três vezes maior que a de seu vizinho famoso. Cercada de muito verde e repleta de construções como terraços e praças, Choquequirao data do século XV e ainda é pouco conhecida entre os turistas.

 

SERVIÇOS

Como chegar

A Latam tem voos diretos entre São Paulo e Lima, entre outras rotas com conexão. Além da Latam, companhias menores operam rotas domésticas, como entre Lima e Cusco. Para seguir de Cusco a Aguas Calientes (Machu Picchu pueblo), vá de trem com a PeruRail.

Onde ficar

LIMA

Fairfield by Marriott Lima Miraflores – marriott.com

Hyatt Centric San Isidro Lima – hyatt.com

Ibis Lima Larco Miraflores – all.accor.com

CUSCO

Antigua Casona San Blas – antiguacusco.com

Aranwa Cusco Boutique Hotel – aranwahotels.com

Tierra Viva Cusco Centro – tierravivahoteles.com

AGUAS CALIENTES

Hotel Retama Machu Picchu – retamamachupicchu.com

Sumaq Machu Picchu Hotel – machupicchuhotels-sumaq.com

Waman Hotel Machu Picchu – wamanhotels.com

Onde comer

LIMA

Alfresco – restaurantealfresco.com

La Huaca Pucllana – resthuacapucllana.com

Saqra – saqra.pe

CUSCO

Inkazuela – inkazuelarestaurant.com

Kushka – kushka.pe

Nuna Raymi – nunaraymicusco.com

AGUAS CALIENTES

Chullos Craft Beer & Homemade Food – restaurantchullos.com

Julian Restaurant – julianrestaurant.com

Mapacho Craft Beer & Peruvian Cuisine – mapacho.pe

 

Mais informações em: peru.travel

Texto por: Cláudio Lacerda Oliva e Patrícia Chemin

Foto destaque por: iStock / javarman3

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