A Mata Atlântica é um dos biomas mais importantes para o país e para o mundo devido à sua rica biodiversidade e um dos mais ameaçados do planeta. Atualmente, possui apenas 12,4% de sua área original, sendo que apenas 7% encontram-se em bom estado de conservação.
O bioma passa por 17 estados brasileiros e cerca de 125 milhões de pessoas vivem na sua área de abrangência, onde também estão concentrados aproximadamente 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Atualmente, a Mata Atlântica possui 32 milhões de hectares cobertos com vegetação nativa. O maior remanescente contínuo da floresta é a Grande Reserva Mata Atlântica (GRMA), localizado nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
Para conhecer melhor a Mata Atlântica, confira algumas sugestões de trilhas e turismo ecológico na região. Todas estão operando com rígidos protocolos de segurança sanitária, podendo também fazer parte de passeios no pós-pandemia.
Agendamentos podem ser feitos no portal da Grande Reserva Mata Atlântica (reservas.grandereservamataatlantica.com.br).
“A experiência na natureza traz benefícios para a saúde e o bem-estar. O contato com áreas verdes é revigorante, reduz os níveis de estresse, melhora a imunidade, a qualidade do sono e estimula a criatividade”, afirma a gerente de Ciência e Conservação da Fundação Grupo Boticário, Marion Silva.
Ekôa Park
O parque ecológico Ekôa Park, localizado em Morretes (PR), é uma opção de experiências imersivas de turismo ecológico, com trilhas interativas e atividades de aventura, como tirolesa, arvorismo, bolha humana e balão. Abriga o primeiro Centro de Informações da Grande Reserva Mata Atlântica, que orienta os visitantes para as atividades de turismo sustentável disponíveis na região.
O parque está localizado no quilômetro 18,5 da Estrada da Graciosa (por si só uma atração) e está aberto para visitação, mediante reserva antecipada, de quinta a domingo e em feriados, das 9 às 17 horas.
Reserva Natural Salto Morato
A Reserva Natural Salto Morato, localizada em Guaraqueçaba (PR) e mantida pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, possui duas trilhas abertas ao público: a do Salto Morato e a da Figueira. Ambas são autoguiadas e possuem facilidades, como pontos de descanso, bebedouros, lixeiras e placas interpretativas sobre a fauna e flora locais.
A primeira leva à cachoeira Salto Morato, com quase 100 metros de altura, e inclui no percurso o aquário natural, onde é permitido banho de rio. Já a trilha da Figueira conduz à figueira gigante do Rio do Engenho – uma árvore centenária que abriga diversas espécies associadas de plantas e animais e forma uma ponte natural sobre o rio. Os visitantes também podem fazer a travessia do rio por cabos de aço, conhecida como Falsa Baiana.
Salto Morato é uma atração também para os birders, com suas trilhas especiais para observação de pássaros. Lá, foram registradas a ocorrência de mais de 320 espécies, como o tangará, o jaó-do-sul e o gavião-pombo-pequeno. Pelo novo protocolo de visitação de Salto Morato, todos os visitantes e colaboradores terão a temperatura aferida na entrada da reserva, o uso de máscara é obrigatório e o número de visitantes por dia é limitado. A reserva fica aberta de quinta a domingo e em feriados, das 8h30 às 16 horas. Há necessidade de agendamento.
Volta Velha
Em Itapoá (SC), a Reserva Ecológica Volta Velha é formada por duas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) localizadas em uma mesma propriedade. Juntas, somam 875 hectares de áreas protegidas de Florestas Atlânticas de Terras Baixas. Distante cerca de 140 quilômetros de Curitiba e 80 quilômetros de Joinville, seus atrativos permitem ao visitante a oportunidade de caminhar na mata, conhecendo a diversidade da fauna e da flora local, passear de canoa, tomar banho de rio e ainda aprender sobre a cultura indígena do Xingu, presente no local. A visita precisa ser agendada pelo site da reserva.
Campos do Quiriri
Parte de uma Área de Proteção Ambiental, o Campos do Quiriri, na Serra do Quriri (SC), é indicado para quem gosta de montanhas, caminhadas ao ar livre e aventura. É preciso agendar o passeio com antecedência, pois as fazendas estão em propriedades particulares, e o ideal é que o caminho seja feito com a ajuda de guias especializados, já que as trilhas têm grau elevado de dificuldade e apenas veículos de tração 4×4 conseguem chegar aos pontos mais altos.
O conjunto de montanhas possui cerca de 30 cumes, com alturas que variam de 1.300 a 1.580 metros. Dessas elevações é possível enxergar o mar e algumas cidades do norte do estado, como Joinville, Garuva, Itapoá e São Francisco do Sul, além das montanhas da Serra Dona Francisca e da Baía da Babitonga.
Legado das Águas
No Vale do Ribeira, interior de São Paulo, o Legado das Águas, maior reserva privada de Mata Atlântica do país, retomou as atividades de ecoturismo mediante compra antecipada e operando com 25% da capacidade total. As opções de atrativos disponíveis para o retorno, entre trilhas, canoagem, banho de rio e cachoeiras, possibilitam aos turistas contato imersivo com a floresta, aventura ou mesmo um passeio relaxante em contato com a natureza.
Na Trilha da Copaíba-Prainha, são 8 quilômetros de trilha terrestre e 3 quilômetros aquática, que pode ser percorrida de caiaque ou barco, serpenteando diversas paisagens diferentes, que finaliza com banho no Rio Juquiá. A Trilha Copaíba – Mirante do Sinal passa por diversos córregos e contempla um mirante natural a 700 metros de altitude com vista de 360° da Mata Atlântica. A Trilha Cachoeira Dezembro, além de um visual deslumbrante, dentro da floresta, finaliza em uma cachoeira com piscinas naturais, ideais para banhos.
Todas as opções estão disponíveis em legadodasaguas.com.br.
Encontre outras trilhas
Propostas de roteiros e experiências que aliam conservação, turismo responsável e fortalecimento de comunidades locais estão atraindo cada vez mais o interesse dos viajantes. Em busca de soluções para incentivar o turismo de natureza e promover a proteção do meio ambiente, a Fundação Grupo Boticário selecionou, em 2020, projetos inovadores para receber apoio financeiro e serem desenvolvidos a partir deste ano.
Um deles foi o eTrilhas, uma plataforma digital que permite a conexão entre três vetores das trilhas ecológicas: as unidades de conservação, o visitante e a cadeia produtiva do entorno, potencializando uma relação de consumo sustentável entre eles. A ferramenta pode ser customizada para diferentes áreas geográficas e unidades de conservação e seu gerenciamento é realizado de forma descentralizada, garantindo escalabilidade global à solução.
Nessa linha, a plataforma espera engajar o público na visitação de trilhas ecológicas em todo o Brasil e conscientizar os praticantes sobre a importância da preservação. Ao dar mais visibilidade para a prática, o eTrilhas também ampliará o alcance dos prestadores de serviços locais, criando um ciclo virtuoso de preservação ambiental e geração de renda.
Texto por: Agência com edição Eliria Buso
Foto destaque por Albori Ribeiro via Divulgação/Ekoa Park