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Sul da Bahia: um paraíso em descoberta

Calmaria, beleza e natureza. Um verdadeiro “oásis”. Essas palavras definem a Vila de Santo André, que fica na Costa do Descobrimento, sul da Bahia. Localizado a 30 km ao norte de Porto Seguro, o vilarejo, que pertence à cidade de Santa Cruz Cabrália, é um paraíso natural ainda pouco explorado. Com aproximadamente mil habitantes, o local tem se tornado uma rota turística atrativa para brasileiros, em especial, mineiros, paulistas e para estrangeiros, principalmente depois que a seleção alemã de futebol escolheu a vila para se concentrar antes da Copa do Mundo de 2014.

Diferentemente de outros “points” baianos famosos pela badalação e pelo lazer, Santo André oferece atrativos únicos, ideais para o turismo de experiência, ou seja, para quem busca “viver o lugar e o que ele oferece”, e respeitando o meio ambiente. Por exemplo, o visitante pode fazer um passeio pela Costa do Descobrimento, com uma lancha luxuosa (modelo Phantom 400). Ao embarcar, ele escolhe o menu que deseja saborear e o cardápio é preparado em alto mar por um chef que está à bordo.

Quem quiser também pode fazer um trajeto de escuna pela Ilha dos Doces, e aproveitar para degustar os sabores da região e tomar banho de lama no mangue. Na vila há vários roteiros de escunas, tanto pelo Oceano Atlântico quanto pelo Rio João de Tiba, já que Santo André é cercada por ambos.

Outro percurso que oferece uma experiência especial é a pesca oceânica “Levamos o visitante para pescar em alto mar com todo o equipamento necessário, e depois ele saboreia sua pesca. Em geral, as pessoas comem o peixe em casa e não vivem a experiência da pesca. Aqui, nós proporcionamos essa sensação,” explica Geovson Magno, diretor da Coconut, empresa de turismo receptivo que fica em Santo André.

Foto por Reprodução via pontadesantoandre.com

Ele comenta que a pesca é realizada a cerca de 32 milhas náuticas da vila, onde fica a Royal Charlotte Bank, uma plataforma continental que atrai cardumes de peixes de grande porte. Por isso, o lugar é considerado um dos melhores do mundo para a pesca do peixe Marlin Azul, que chega a medir até quatro metros. “Pescadores de vários locais vem à Santo André apenas para pescar o Marlin Azul e a vários habitantes da vila são pescadores”, diz Geovson.

Segundo ele, a receptividade dos moradores e a beleza do lugar têm atraído muitos turistas, especialmente mineiros: “O mineiro é um desbravador, é nosso principal cliente. Tem uma paixão pela região. Na baixa temporada, cerca de 350 turistas visitam a Costa do Descobrimento por semana, número que costuma dobrar no período de alta temporada e grande parte são mineiros”. Na região também já tem comunidade de franceses, alemães e suíços.

A baiana Anete Caldas de Souza, mora em Santo André há três anos. Ela, que é turismóloga, descobriu a região em função de seu trabalho. É a responsável pela área de serviços da Katz Construções, que vai lançar um empreendimento na Praia de Araripe nos próximos meses. “Aqui é um paraíso. Santo André é uma experiência sensorial. É preciso vir para entender com os próprios olhos, para sentir e vivenciar. É sem dúvida, minha residência definitiva”.

Segundo ela, o sossego da vila é um atrativo para quem quer fugir da correria das grandes cidades, pois não há música alta nem muito agito. A região também tem sol durante o ano todo e água quente. “Há um grupo de praticantes de yoga aqui, que vem para o local em busca tranquilidade e ar puro. Também é possível fazer ciclismo, passeios no manguezal e esportes náuticos”.

Lazer na água e outros prazeres da região

Pegando um barco em Vila Santo André, é possível chegar até a região de Araripe, formada por recifes de corais. Nessa área, o turista pode mergulhar e encontrar vários animais marinhos, como tartarugas, peixes e até mesmo baleias Jubarte (essas últimas podem ser encontradas de julho a outubro). Outros esportes como surf, vela, caiaque, snorkeling, kitesurf e stand-up paddle podem ser praticados lá.

Foto por Reprodução via santoandre-bahia.com

A gastronomia, recheada de tempero baiano e frutos do mar, é outro ponto forte desse paraíso. Alguns dos destaques da região são os restaurantes Maria Nilza, na Praia do Guaiú, famoso pelos pratos com polvo, o Ponta de Santo André, El Floridita, Vila Araticum, Victor Hugo, Santannas, Gaivota, Paralelo 16 e o Caju, que fica no hotel onde a seleção alemã ficou hospedada. Além disso, tem pequenos pontos de encontro para um bate papo para comer um bolinho de lagosta, acarajé, açaí e sorvetes. Os amantes de lagosta podem aproveitar o “Festival da Lagosta da Costa do Descobrimento”, que acontece em setembro. No evento, que está na segunda edição, os principais restaurantes servem pratos com o crustáceo durante uma semana.

Como chegar

Para conhecer a região, quem desembarca em Porto Seguro, deve seguir a BR 367 até Santa Cruz do Cabrália. De lá, o visitante pega uma balsa e segue para Santo André, o trajeto dura aproximadamente dez minutos. Assim quem chega ao vilarejo já pode vislumbrar o Rio João de Tiba, que passa pelo local.

Além de Santo André, há outros destinos próximos, como a Vila Santo Antônio, a Praia de Guaiú e a cidade de Belmonte. Barcos conectam esses lugares, proporcionando ao turista uma experiência inesquecível, tanto pelas paisagens quanto pelo artesanato indígena e ribeirinho (um dos destaques é o trabalho de cerâmica da artesã Dona Dagmar, responsável pela maior panela de barro do mundo).

Rumo ao norte

Belmonte, fica a 37 km a norte de Santo André, está entre o oceano Atlântico e o Rio Jequitinhonha. O município tem pouco mais de vinte mil habitantes. Praias, gastronomia regional e casarões históricos compõe o cenário da cidade, cujo nome é uma homenagem à terra natal do português Pedro Álvares Cabral.

O secretário de Turismo e Cultura de Belmonte, Herculano Assis ressalta a importância do turismo e da história para a cidade: “É um local onde nos propomos a viver de turismo rural e a conservar nossos expoentes. Aqui é possível voltar para o século XIX. Não apenas no jeito de ser, nos costumes das pessoas, mas nos lugares, na arquitetura, na literatura, na beleza e na comida. As receitas são tradicionais, de casa, passadas de geração a geração, os temperos são de família”, diz.

Foto por Reprodução via santoandre-bahia.com

Herculano conta que a região sempre foi famosa pelo cacau, mas também é conhecida pelas poesias de Sosígenes Rocha e pelo arquiteto e mestre da madeira, José Zanine Caldas, ambos nasceram em Belmonte.

“A cidade sempre girou em torno do cacau e ele em torno dela. E nosso plano é atrair os amantes desse fruto e seus derivados. Hoje existem verdadeiros memoriais e fazendas de cacau na cidade. Em breve vamos oferecer roteiros turísticos nesses espaços. Os visitantes vão conhecer o cacau desde o plantio, colheita, manufatura e vão poder consumir os produtos do cacau, como o suco e o chocolate, por exemplo”, adianta.

Em Belmonte, também é possível praticar esportes como o bodyboarding e o surfe, fazer caminhadas, passeios de barco, bicicleta e a cavalo.

Texto por: Agência com edição de Caroline de Oliveira

Foto destaque por Cláudia Schembri / Ministério do Turismo

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