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Sevilha: a imponente capital da Andaluzia seduz pela história

Foto por IStock/ SeanPavonePhoto

A Andaluzia exerce sobre os viajantes um desejo irresistível.  A segunda maior comunidade espanhola em área territorial e a  primeira em número de habitantes une em sua área geográfica,  dois continentes. O norte da África e a Europa encontram-se nessa  terra cheia de contrastes, dotada de paisagens deslumbrantes, clima  cálido, praias douradas e serras, acolhendo cidades com riquíssimo conjunto de monumentos.

São oito províncias, cinco delas debruçadas sobre o mar e as outras estão no interior da região, e abrigam nove  milhões de habitantes.

Foto por Istock/ SeanPavonePhoto

A principal cidade delas é Sevilha que guarda patrimônios históricos, como sua catedral gótica, e algumas das  maiores tradições da Espanha, como o flamenco e os restaurantes  de tapas. A cidade é muito animada, com uma vida noturna intensa.

O que ver em Sevilha  

A cidade tem tantas atrações históricas que recomendamos ao menos quatro dias de visita.  O que não falta em Sevilha são atrações históricas. A cidade tem um pas­sado riquíssimo, foi controlada pelos árabes e, mais recentemente, pelos cristãos, povos estes que deixaram um legado arquitetônico incomparável.  A catedral de Sevilha é um verdadeiro monumento à glória cristã, é a terceira maior igreja do mundo e levou mais de um século para ser ter­minada.

Foto por IStock/ David_Evora

A Catedral, também conhecida como Santa Maria da Sede é a maior da Espanha, e o terceiro maior templo do mundo. Sua construção é do século XV. Foi construída sobre as ruínas da antiga Mesquita Alfama de Sevilha com a substituição do poder dos árabes pelos cristãos. No mes­mo complexo arquitetônico, a Giralda é um antigo minarete ou mirante que foi convertido em campanário para a Catedral de Sevilha. Neste quar­teirão, também estão os Alcáceres Reais, fortaleza rodeada por jardins e pátios como o da Montería, o das Donzelas, o do Cruzeiro ou de Tróia. Os Alcáceres reúnem construções e ampliações que se iniciaram com o domí­nio árabe e sucessivamente foram sendo incorporados elementos renas­centistas e neoclássicos pelos reis católicos que se seguiram. O complexo foi declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1987.

A ideia dos religiosos na época, segundo as suas próprias palavras, era fazer com que as pessoas que vissem a igreja achassem que “aqueles que a construíram eram loucos”. A Ca­tedral foi erguida para substituir a mesquita que existia no lugar, construída na época da domina­ção árabe, e da qual resta apenas “La Giralda”, o minarete do ano de 1198, que foi adornado com um topo neoclássico depois da reto­mada cristã. É possível até subir a torre, de onde se podem ter vistas maravilhosas da cidade. Não deixe de visitar uma das 44 capelas con­tidas no interior da catedral, algu­mas delas magníficas (esta parte do passeio é grátis, é só procurar uma das entradas ao lado da igreja). Já a entrada para os jardins e para La Giralda é paga e custa EUR 8,00.

Foto por IStock/ SeanPavonePhoto

O Palácio de Alcazar foi cons­truído pelos Mouros no século VIII, e desde então sofreu diversas alterações e reformas, executadas pelos seus ilustres ocupantes, incluindo reis da Espanha, como Fer­nando e Isabel, que construíram o Salon dos Embajadores, onde o casal real recebeu Cristóvão Co­lombo de volta à Espanha depois do descobrimento das Américas. O palácio tem diversos jardins e no interior das suas muralhas fica parte do bairro de Santa Cruz. A arquitetura do lugar é fenomenal, assim como as suas muralhas e jardins, e parte do passeio é grá­tis. A entrada para ver o interior do palácio custa EUR 5,00.

Como parece ser o caso com todas as principais cidades da An­daluzia, o centro verdadeiramente histórico é formado por um labi­rinto de ruas estreitas, por onde mal passam carros. É este o caso do bairro de Santa Cruz, que cos­tumava ser o gueto judeu de Se­vilha, e oferece uma profusão de pequenas e belíssimas praças, lo­jas e restaurantes, cada uma com charme único. As varandas das casas são decoradas com vasos de flores coloridas e as ruas e praças tomadas por pés de laranjeiras, crian­do uma mistura de cores e cheiros que encanta qualquer um que por lá passa. Não tente pegar as frutas e come-las, as laranjas embora sejam enormes, perfumadas e vistosas, são amargas e amarram na boca.

Visite a Calle Lope de Rueda, com suas belíssimas mansões, o Convento de San Jose e a Iglesia de Santa Maria La Blanca. Caminhe pelas ruelas estreitas desse lindo bairro e perceba em cada esquina um mundo espe­tacular de charme e magia. Durante a noite, Santa Cruz se revela ainda mais misterioso e contagiante, pois as luzes amarelas das grandes lumi­nárias refletem de forma reluzente nas ruas calçadas de pedras milenares que abrigam restaurantes diferenciados, bistrôs com cardápios elegantes e que oferecem cardápios especiais.

Torre del Oro: Fortificação mais imponente da cidade 

Foto por Istock/ StockPhotoAstur

A “Torre do Ouro” fica às margens do rio Guadalquivir que rasga a maior parte da cidade. É uma das muitas fortificações mouriscas da ci­dade, e foi construída no século XIII. Dizem que a torre era coberta por azulejos revestidos de ouro, o que lhe deu o seu nome. Vale a pena ir até o topo da torre, e a subida custa apenas 2 euros. O passeio é rápido e dá direito a uma visita ao Museu Marítimo, que fica no interior da edifi­cação. Não deixe de visitar este que é um dos melhores pontos turísticos de Sevilha. Entrada: EUR 2,00

Plaza de España (Parque Maria Luisa)  

Foto por Istock/ lachris77

Magnífica! Esta é a única palavra que pode descrever a Plaza de Es­paña, um lugar de arquitetura impressionante que se tornou o símbolo de Sevilha. A praça foi construída para a Grande Exposição de 1929 e hoje em dia abriga diversos órgãos do governo. Lá existe até um canal onde é possível alugar barquinhos, um programa bastante divertido para amigos e famílias e também romântico para os casais. O melhor horário para visitar a Plaza de Espanã é no final da tarde, quando o sol está se pondo e a sua luz dourada reflete nos prédios gerando um efeito todo especial. Não deixe de conferir os quadros feitos em cerâmica que retra­tam cenas das conquistas das diversas regiões que compõem a Espanha. Toda ela está decorada de bancos azulejados, onde estão representadas as 52 províncias espanholas.

A Plaza de Toros de La Maestranza é considerada a Catedral das Touradas  

Foto por IStock/ AndresGarciaM

Esta arena de touradas é considerada uma das melhores da Espanha e uma das mais importantes do mundo! Embora grande parte da popu­lação mais jovem do país não goste mais das touradas, o esporte ainda é bastante popular, principalmente em Sevilha. E a “Catedral das Toura­das” – como o local é carinhosa­mente chamado – é o lugar perfei­to para experimentar a atmosfera elétrica de um desse espetáculo. O prédio fica às margens do rio Gaudalquivir, bastante próximo da Torre del Oro e é possível vi­sitar o museu local nos dias em que não há touradas. A entrada custa por volta de EUR 4,00. Já os tickets das touradas custam entre EUR 10,00 a EUR 70,00.

Flamenco é a dança oficial  de Sevilla e da Espanha

Foto por Istock/ danefromspain

 

Sevilla é a capital do flamenco e você não deve sair de lá sem ver  uma apresentação desta que é, sem dúvida, a mais famosa dan­ça espanhola. Um dos melhores lugares para ver o show é na La Carboneria, onde as bebidas cos­tumam não ser caras (EUR 1,50 por uma cerveja) e o show é de graça! La Carboneria fica no fa­moso bairro de Santa Cruz e cos­tuma lotar. Procure chegar cedo para garantir o seu lugar.

No Archivo de Indias veja o famoso Tratado de Tordesilhas 

Logo ao lado da Catedral de Se­vilha, o Archivo de Indias é uma verdadeira joia, abrigando modelos e maquetes de cidades do Novo Mundo e documentos históricos relacionados aos descobrimentos dos espanhóis na América Latina. O original do Tratado de Tordesilhas fica guardado neste museu, e o edifício tem uma arquitetura belíssima e ex­posições bastante interessantes, e, o melhor, a entrada é grátis! Este é um dos pontos turísticos imperdíveis em Sevilha!

Foto por Istock/ JoseIgnacioSoto

Outro local que merece a sua visita é o Museu das Belas Artes que está lo­calizado num belíssimo convento antigo, a apenas 10 minutos caminhan­do da Catedral da cidade. O museu é uma das maiores atrações culturais de Sevilha e de toda a Espanha, e muitos o consideram tão bom quanto o Museu do Prado, em Madrid. Lá estão abrigadas obras de diversos mestres espanhóis como Murillo, Goya, Zurbaran e El Greco. Entrada: EUR 4,00.

A cidade de Sevilha é cortada e abraçada pelo rio Guadalquivir, que rasga a Andaluzia de leste a oeste. Mundialmente conhecida pela sua história, a sua cultura e os seus monumentos, foram os mouros que lhe deram o nome de Ishbiliya, que derivou depois em Shbiya, para termi­nar no nome atual.

Sevilla é famosa, sobretudo, pelos seus bairros populares como o de Triana, do outro lado do rio Guadalquivir em relação ao Centro Histórico, onde o visitante pode admirar casas e pátios decorados com cerâmicas e azulejos muito significativos, ótimos restaurantes, enormes frutarias e cafeterias bem interessantes, onde pode-se papear, ler um bom livro ou simplesmente observar a rotina de seus apaixonados moradores. O bair­ro de La Macarena conta com igrejas centenárias e históricas como a de São Lourenço e a de Jesus do Grande Poder, onde se venera uma das imagens mais queridas da capital. A Basílica da Macarena é centro de pe­regrinação constante. O bairro fervilha cultura e construções históricas imponentes e importantes.

Foto por IStock/ isogood

Sevilha, assim como a maioria das cidades modernas europeias, pas­sou por ocupações de diversos povos. Podemos observar nela as marcas deixadas pelos seus primeiros povoadores, os Tartéssicos. Os solos fér­teis e o clima agradável levaram igualmente os Fenícios e Cartagineses a se fixarem nesta terra. Mais tarde chegaram os romanos. Dois dos seus imperadores, Trajano e Adriano, nasceram em Sevilha.

Para almoçar indicamos todos os restaurantes do centro histórico e da região de Triana. Para não arriscar, peça o menu turístico, sempre ofertando entrada, prato quente, sobremesa e bebida por preço médio de 12 euros por pessoa.

Uma dica interessante e econômica de hospe­dagem é o Hotel de Los Reyes Católicos, na Calle Gravina. À noite, não deixe de saborear as cañas (cervejas) com tapas (petiscos) e fazer um passeio de barco pelo rio que corta a cidade. Nesse passeio você tem a possibilidade de um olhar diferente da cidade, de dentro do rio e pode conferir a importância desse rio para o crescimento e desenvolvimento da cidade e de toda a região. Sevilha é uma das mais importantes pro­dutoras de frutas, legumes e oliveiras, por isso tem um dos melhores azeitas da Europa e talvez um dos melhores da Espanha.  Uma dica de restaurante descolado e delicioso é o Orsini Pizzeros, na Calle Reyes Catolicos, com bom preço, pizzas diferenciadas e um exce­lente american bar.

Foto por Istock robwilson39

Para conhecer as principais atra­ções, uma dica é o turista per­correr a pé as estreitas ruas de pedras dos bairros mais famosos e do centro histórico. Para quem não deseja andar muito reco­mendamos adquirir o passe do Bus Turístico. Com 17 euros você pode rodar os principais pontos turísticos da cidade embarcando e desembarcando onde desejar. É uma opção bastante interessante. Procure comprar o passe que dá direito a dois dias de passeio e percorra com calma as mais de 20 grandes atrações dessa magnífica cidade espanhola.

 Luzes e cores em Sevilha em abril

No mês de abril, sempre acontece a Feria de Abril em Sevilha, uma das festas mais populares da Espanha e a mais celebrada de toda a Andalu­zia. Suas origens datam de meados do século XIX e costuma acontecer duas semanas depois da Páscoa, no tradicional bairro de Los Remedios. A feira é uma celebração da cultura e das tradições locais. Em ruas com nomes de famosos toureiros, são construídas centenas de cabanas com decorações coloridas, as chamadas casetas. Muitas são privadas, porém algumas são abertas ao público. À noite, as ruas são iluminadas por pe­quenas e coloridas lâmpadas.

Foto por Istock/ PedroDanta

Nas noites de segunda e terça, é costume comer peixe frito e outros frutos do mar, como lulas e camarões. As casetas preparam uma grande diversidade de tapas, com ingredientes como o presunto ibérico, maris­cos, queijos, além de variados e deliciosos petiscos. Há também outras comidas típicas da Andaluzia, como as “papas con chocos” e grão-de-bico com bacalhau. Bolinhos fritos chamados de buñuelos e churros, co­nhecidos como “calentitos”, são alguns dos doces servidos.

As pessoas se vestem com trajes típicos flamencos. As mulheres usam vestidos coloridos com babados, brincos grandes, leques e flores no cabe­lo. Os homens usam ternos semelhantes aos de toureiros e chapéus. Há também muita música e dança flamenca, apresentações culturais, jogos de azar, fogos de artifício e passeios em carruagens puxadas por cavalos. Isso sem contar um enorme e bem montado parque de atrações anexo ao local dos festejos, chamado de Calle del Infierno.

Como chegar

iberia.com ou aireropa.com. Ambas aéreas espanholas oferecem voos par­tindo do Brasil, principalmente dos aeroportos de Guarulhos, Rio de Janeiro e Salvador com voos diários diretos até Madrid onde se realiza conexões ime­diatas para Sevilha. A brasileira Latam também tem voos diários para Madrid e Barcelona. Consulte as condições de conexão latam.com

Outra opção é ir até Madrid e de lá to­mar o trem de alta velocidade, que faz o trajeto em menos de duas horas.

Onde ficar

Boutique Hotel Casa del Poeta
Corral del Rey
Hotel Casa 1800 Sevilla

Onde comer

El Traga
Mama Bistro
La Bartola

Texto por: Cláudio Lacerda Oliva

Foto destaque por IStock/ SeanPavonePhoto

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