Santos: um destino para o ano todo

Faça chuva ou faça sol, Santos é sempre uma boa ideia. Partindo da zona sul de São Paulo, você estará na Baixada Santista em torno de uma hora. Não à toa, o destino é tão visitado por paulistanos, principalmente aos finais de semana e feriados. Muitos, inclusive, optam por um passeio de bate e volta – mas Santos merece uma estadia mais longa, seja qual for o clima ou a estação.

A cidade de Santos costuma ser lembrada como um destino de praia, mas vai muito além dessa combinação de sol e mar. É claro que as longas faixas de areia banhadas pela Baía de Santos não devem ser ignoradas, mas ao caminhar pelas ruas da cidade você vai se deparar com um destino cheio de história e cultura.

Os moradores geralmente fazem referência a dois centros de Santos: o centro histórico, próximo ao porto, onde a cidade começou, e o lado oposto, em torno do Gonzaga, que é a região mais movimentada junto às praias. E assim você também pode dividir o seu roteiro. Cerca de 5 km separam uma área da outra.

Do José Menino à Ponta da Praia

Santos é referência em qualidade de vida, com o sexto melhor IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) do Brasil, segundo a ONU. Muito segura, guarda uma atmosfera bem agradável, com uma grande rede de ciclovias que atravessa toda a orla da praia e as principais vias. Você pode alugar uma bicicleta nas estações do Bike Santos. Mesmo se o dia não estiver ensolarado, Santos é um convite a sair na rua, caminhar ou pedalar.

A começar pelo Jardim da Orla, o maior jardim de praia do mundo. Ele emoldura os 7 km de praia de Santos com 1.800 árvores, 70 espécies de plantas ornamentais e dezenas de monumentos e esculturas, além de quiosques de lanches, sorvetes e outras comidinhas. O Parque Roberto Mário Santini, mais conhecido como o Quebra-Mar de Santos, que se alonga pela orla do José Menino até o mar, está passando por uma grande reestruturação.

O projeto prevê um Museu do Surfe reformado e uma nova pista de skate, além de pista de patinação, playground, tirolesa, parede de escalada, restaurante e muito mais. A icônica escultura da artista Tomie Ohtake, em homenagem aos 100 anos da imigração japonesa, vai continuar como o cartão-postal do parque.

Seguindo pelo Jardim da Orla até a badalada Praia do Gonzaga, entre na Av. Ana Costa para ver a Praça da Independência, ponto bem conhecido da cidade, onde as torcidas de futebol tradicionalmente comemoram seus títulos. Um pouco mais adiante, visite a Rua Gastronômica de Santos, trecho de 400 metros da Rua Tolentino Filgueiras que reúne mais de 15 estabelecimentos especializados em diferentes culinárias. Outro point gastronômico no Gonzaga é o Praia Palace Food Market.

De volta à avenida da praia, você pode conhecer ainda a Pinacoteca Benedicto Calixto, instalada em um casarão neoclássico do início do século XX, que é o último da orla de Santos que ainda mantém as características da época dos barões do café. Na sequência, está a Basílica Menor de Santo Antônio do Embaré, de estilo neogótico, e o Aquário de Santos, o mais antigo do Brasil. Vale visitar também o Museu de Pesca, que conta com o esqueleto de uma baleia-fin de 23 metros de comprimento, animais taxidermizados, como uma lula gigante e uma raia-manta, e uma coleção de areias de praias do Brasil e do mundo.

Na Ponta da Praia, o Mercado de Peixes de Santos ocupa desde 2020 instalações mais modernas, com 2 mil m² de área climatizada. No mezanino, funciona o Paru, do chef Dario Costa, vencedor do Mestre do Sabor e ex-participante do Masterchef Profissionais. Com a proposta de ser um fast food de frutos do mar, com comida informal e serviço mais rápido, tem sanduíches, porções e pratos feitos na brasa. O restaurante só serve peixes e frutos do mar do Brasil, muitas vezes oriundos da pesca artesanal local.

Centro histórico

Santos é uma das cidades mais antigas do Brasil, fundada em 1546 no Outeiro de Santa Catarina. Com a construção da primeira ferrovia paulista, a São Paulo Railway, em 1867, que ligava as lavouras de café do interior ao porto de Santos, a cidade passou a se desenvolver de forma rápida.

Aliás, Santos tem muito a ver com a economia cafeeira da época – e você pode conhecer boa parte dessa história no Museu do Café, instalado no Palácio da Bolsa Oficial de Café, na Rua XV de Novembro. Inaugurado em 1922, foi erguido como uma demonstração do poder e da opulência da nova elite cafeeira paulista. Esse belo edifício, de estilos neoclássico e barroco, é tombado pelo Iphan e encanta desde a fachada.

Principal atrativo do centro histórico de Santos, o Museu do Café mostra o processo produtivo do café e a importância que esse produto teve na história do Brasil e da cidade de Santos, com um acervo composto por objetos diversos, documentos, obras de arte e recursos audiovisuais. O espaço mais suntuoso é o Salão do Pregão, onde era negociado o preço das sacas de café. No térreo, há uma loja oficial do museu e, é claro, uma cafeteria, que oferece uma grande variedade de grãos provenientes de diferentes regiões do Brasil. O Museu do Café funciona de terça a domingo. Aos sábados, a entrada é gratuita.

Outro passeio tradicional no centro histórico é a subida ao Monte Serrat. Há duas maneiras de chegar ao topo. A mais fácil é de bondinho (funicular), que sobe pelos trilhos por uma encosta íngreme até uma altura de 150 metros. A segunda opção é para quem está bem disposto: uma escadaria de 402 degraus.

O bondinho foi inaugurado em 1927, junto com o cassino que funcionou no topo do morro até a proibição dos jogos de azar no Brasil. Hoje, os salões do antigo cassino podem ser alugados para festas. Para os visitantes, há um café logo na entrada e o mirante no terraço, que dá acesso a uma vista panorâmica de Santos, voltada principalmente para o centro histórico, a Serra do Mar e a área do porto, sendo possível ver o constante trânsito de grandes navios atravessando o estuário de Santos.

O Monte Serrat também era chamado de Morro do Vigia, porque era o ponto usado para vigiar a cidade contra ataques de piratas e corsários há cerca de 400 anos. Há uma lenda que diz que, em uma dessas invasões, em 1614, corsários holandeses acabaram soterrados quando a população se refugiou nesse morro e orou à Nossa Senhora do Montserrat. O milagre foi atribuído à santa, que se tornou padroeira da cidade. No topo do monte está o Santuário de Nossa Senhora do Monte Serrat, que guarda a imagem da padroeira.

Ainda no centro histórico de Santos, a Linha Turística do Bonde oferece passeios em veículos originais do começo do século XX, hoje restaurados. Os bondinhos elétricos saem da estação do Valongo, antiga estação de trem que data de 1867, e fazem um percurso por pontos de interesse do centro histórico. O passeio é guiado, e os condutores vestem réplicas do uniforme original da época.

De frente para a estação, nos antigos Casarões do Valongo, está o Museu Pelé, uma merecida homenagem ao rei do futebol. Ali estão reunidos camisas, chuteiras, bolas e troféus, entre outros itens do acervo pessoal do Pelé, para mostrar sua incrível trajetória.

Ao caminhar pelo centro de Santos, você vai se deparar com diversas construções que ainda preservam as fachadas e estruturas originais do período áureo do café. Entre elas, podemos citar o Palácio José Bonifácio, atual sede da prefeitura e aberto a visitas agendadas, e o Teatro Coliseu, que conta com uma ótima programação cultural. Para completar o cenário de puro charme, há ruas de paralelepípedos e postes de luz de estilo antigo.

Pertinho do Museu do Café, o restaurante Tasca do Porto está instalado em um desses prédios antigos típicos do centro. As pedras e tijolos originais da construção estão expostos nas paredes internas, decoradas ainda com faixas de times de futebol de Portugal. No cardápio estão clássicos da culinária portuguesa, como o bacalhau à lagareiro e o tradicional bolinho de bacalhau.

Da Vila Belmiro a São Vicente

A meio caminho entre as praias e o centro histórico, a Vila Belmiro é a casa do Santos F.C.. Uma visita ao Estádio Urbano Caldeira é imperdível não só para os santistas de coração, mas também para todos os fãs do futebol. Os 380 m² do Memorial das Conquistas estão repletos de troféus, flâmulas, fotos e prêmios do clube, onde você pode conhecer a história desse time que parou uma guerra e marcou mais gols na história do esporte.

Você pode visitar só o espaço do Memorial, com visão panorâmica do gramado, ou então fazer um tour completo pela Vila, com acesso também ao centro de imprensa, vestiário, área de aquecimento, túnel dos jogadores, laterais do campo e banco de reservas, em uma visita monitorada.

Outra boa opção de passeio é ir até a vizinha São Vicente. Não há uma divisão clara entre as duas cidades, que ocupam o território da mesma ilha. Pela orla da praia a partir de Santos, em poucos minutos você estará na Ilha Porchat, que por muito tempo foi conhecida como um chique reduto de clubes noturnos, festas e baladas. Aliás, até os anos 70, São Vicente era o local onde a rica elite paulistana gostava de passar as férias.

O Terraço Chopp é um dos melhores lugares para curtir a vista que a Ilha Porchat oferece. O restaurante, de frente para o mar, tem salões cercados por amplas janelas e um terraço, com vistas deslumbrantes para a Praia do Itararé, em São Vicente, e toda a orla de Santos. No cardápio, estão pratos bem servidos de peixes e frutos do mar.

Bem ao lado do restaurante você encontra o Memorial dos 500 Anos, monumento em formato de arco projetado por Oscar Niemeyer, dedicado aos 500 anos da chegada dos portugueses ao Brasil. Já na Praia do Itararé está o teleférico de São Vicente, que leva até o topo do Morro da Asa Delta (ou do Voturuá), a 180 metros de altura. Mesmo se você não quiser praticar o voo livre, vale subir graças à visão panorâmica lá de cima.

Hotelaria consciente

Em Santos, dois hotéis foram certificados com o selo “Neutro de Carbono”: o Ibis Santos Valongo e o Novotel Santos Gonzaga. Ambos são administrados pela Atrio Hotel Management, que apoiou o projeto da neutralização de carbono desde o começo, em uma iniciativa pioneira na hotelaria de rede no Brasil.

Para tornar o projeto realidade, entrou em cena o Instituto Brasileiro de Defesa da Natureza (IBDN), que atua desde 1991 na educação ambiental e na certificação de empresas ecologicamente responsáveis. A quantidade de gases do efeito estufa emitida na operação de ambos os hotéis serão compensadas com o plantio de árvores em área de restauração florestal em São Paulo.

A poucas quadras da Praia do Gonzaga, o Novotel Santos Gonzaga é ideal para quem quer ficar perto do agito de Santos. Nos arredores estão diversas lojas, shoppings, restaurantes e sorveterias. Além de quartos confortáveis e bem equipados, o hotel possui academia e, na cobertura (32º andar), um bar mais descontraído, sauna e piscina aquecida ao ar livre, com uma vista deslumbrante para o mar. O restaurante, também aberto ao público externo, apresenta uma culinária contemporânea, ao mesmo tempo em que homenageia a cozinha caiçara, trabalhando com ingredientes sazonais e locais.

Já o Ibis Santos Valongo é uma boa escolha tanto para o público corporativo quanto o de lazer, já que está perto do porto de Santos e também do centro histórico, sendo uma opção bem localizada e mais econômica. Os quartos têm comodidades na medida certa. O hotel conta ainda com restaurante e bar, sempre com uma decoração moderna e vibrante.

 

SERVIÇOS

Como chegar

A apenas 70 km de São Paulo, é fácil chegar a Santos em uma curta viagem de carro. A partir da capital paulista, você pode descer a serra pela Rodovia dos Imigrantes ou pela Rodovia Anchieta.

Onde ficar

Novotel Santos Gonzaga – all.accor.com

Ibis Santos Valongo – all.accor.com

Onde comer

Terraço Chopp – instagram.com/terracochopp

Tasca do Porto – instagram.com/tascadoporto

Paru Restaurante – instagram.com/parurestaurante

Passeios

Parceiros do Turismo – instagram.com/parceirosdoturismo

Mais informações em: turismosantos.com.br

 

Texto por: Patrícia Chemin. A jornalista viajou a convite da Atrio Hotel Management.

Foto destaque por: Patrícia Chemin

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