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Santa Sofia mais do que uma joia em Istambul

16 de janeiro de 2020

“Sagrada sabedoria” é a tradução mais próxima de Hagia Sophia, popularmente conhecida como Basílica de Santa Sofia ou simplesmente, Santa Sofia. E com razão, o nome representa a perfeição o que esse imponente templo esconde no seu interior. Um local atemporal onde se mistura um conjunto de sistemas simbólicos e culturais, onde por cima de tudo, a veneração da deidade é o pretexto perfeito para mostrar a grandiloquência imperial. O legado que a arquitetura nos deixa é uma amostra histórica de como as diferentes civilizações trataram de se aproximar ao céu, modificando o seu entorno e buscando a eternidade por meio da arte. Visitá-la é uma experiência que fará você se arrepiar, pois é um edifício vivo e cheio de mistérios.

O início da construção foi na primeira metade do século VI durante o Império Bizantino. Uma das distinções principais do Império Romano de Ocidente foi a orientação religiosa monoteísta, caracterizando-se pelo cristianismo ortodoxo. Algumas das características distintivas da arquitetura bizantina é a cúpula, sendo um elemento fundamental das igrejas ortodoxas. A enorme cúpula construída no centro da nave principal foi um grande desafio para a época, as dimensões (31 metros de diâmetro e 51 metros de altura) requeriam de um sistema inovador que sustentara o teto, o que foi reforçado com a espessura das paredes e contrafortes. Como consequência, os edifícios conseguiam uma maior elevação, ganhando uma imagem exterior ainda mais imponente. Fruto de incêndios, terremotos e saques, esse elemento pesado teve que ser reconstruido diversas vezes.

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Foto via Isctok/ihsanGercelman

 

Em comparação com o exterior do edifício, sóbrio e robusto, a decoração interior surpreende pelos minuciosos detalhes e harmonia que cada um deles aporta, sendo as cores dos diferentes materiais até o jogo de luzes que se filtra pelas inumeráveis janelas, que acaba adquirindo uma função ornamental. As lâmpadas que penduram do teto parecem bailarinas rodando sobre si mesmas. A abundância delas no local não é por acaso, já que grande parte dos cultos se comemoravam à noite, era fundamental iluminar com velas o majestuoso lugar.

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Foto por Natalia Bastos

Após a conquista otomana no século XV, Istambul foi se convertendo ao islam, e claro, o maior tesouro da cidade transformou-se na mesquita imperial. Os grandes medalhões são de umas dimensões impressionantes, neles, estão inscritos em ouro os nomes de Allah, Muhammad e os primeiros profetas. São oito medalhões pendurados ao redor da planta principal.

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Foto por Natalia Bastos

Podemos contemplar alguns dos mosaicos mais importantes do arte bizantino. Neles são representados a Virgem Maria, Jesus e alguns Santos. Com a transição de Santa Sofia em mesquita, os mosaicos foram cobertos, sendo a partir  da década dos noventa que se realizaram minuciosas restaurações para recuperar-los.

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Foto via Istock/ziggy_mars

Vale a pena fazer uma visita guiada ou com alguém conhecedor, já que há muitos detalhes que você pode perder. Dedique um tempo para poder admirar com calma cada esquina do lugar, as horas passaram sem que você possa perceber! Santa Sofia é um encontro entre Oriente e Ocidente, é luxo, ostentação, grandeza e poder.

 

Texto por Natalia Bastos, imagem destacada via Istock/feferoni

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