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Refúgio do calor, Monte Verde tem atrações durante o ano inteiro

Apesar de vivermos em um país tropical, com um litoral recheado de belas praias e destinos incríveis que oferecem sol pra­ticamente o ano inteiro, existe uma gran­de parcela dos viajantes que busca por um refúgio do calor. E em Minas Gerais, um desses lugares é o distrito de Monte Verde, em Camanducaia. Famoso por sua temporada de inverno, quase tão badala­da quanto à de Campos do Jordão, o destino vem deixando a sazonalidade de lado e, cada vez mais, oferecendo atrações e serviços de qualidade durante o ano inteiro. Com temperaturas amenas até mesmo no verão – principalmente à noite -, Monte Verde é parada recorrente dos casais que buscam uma viagem romântica. Mas não se restringe somente a eles. Com boas opções de aventura e ecoturismo, também está aberta a receber famílias, grupos de amigos, terceira idade, entre outros públicos.

Foto por AHPMV/ Divulgação

Localizada a cerca de 170 quilômetros da capital paulista, a vila alia os atrativos naturais, como tri­lhas e corredeiras, aos bons serviços de gastronomia e hospedagem, tornando-se um passeio ideal para um final de semana prolongado – ou para um dos diversos feriados deste ano. Selecionamos alguns passeios imperdíveis na região. Confira:

O QUE FAZER EM MONTE VERDE

PARQUE ECOLÓGICO VERNER GRINBERG

O Parque Ecológico é um dos principais atrativos do destino. Isso porque o lugar conta com diversas tri­lhas para as famosas pedras: Redonda (1990 metros de altitude), Partida (2050 metros de altitude), Platô (1900 metros de altitude), Chapéu do Bispo (2030 metros de altitude) e Pico do Selado (2083 metros de altitude). Todas as trilhas são sinalizadas, facili­tando a visita sem a necessidade de um guia.

A mais conhecida e mais procurada é a Pedra Re­donda, do alto de seus 1990 metros. Para chegar até ela, uma trilha curta de pouco mais de 900 metros. Passado pouco mais de metade do caminho, existe um mirante com uma pequena amostra do que será possível observar lá de cima. A parada, além de ser perfeita para fotos, vale para recuperar o fôlego para a parte mais íngreme da subida. Chegando ao cume da montanha, em dias de céu aberto, é possível ad­mirar a paisagem, com a vila inteira lá embaixo e as montanhas ao fundo.

Apesar de pequena e de dificuldade média, a caminhada tem alguns trechos com subida bastante íngreme que exige algum esforço dos visitantes. O passeio dura, em média, 1h30 ida e volta.

Assim como muitos outros caminhos de Monte Verde, o aces­so ao parque é indicado para carros 4×4, portanto, se você não quiser colocar seu carro na lama e encarar subidas de terra e pedras, escolha alguma agência que faz os passeios. Na avenida principal, o que não faltam são opções de passeios de diferentes tipos e tempos de duração.

FAZENDA RADICAL

O circuito radical também é outra parada obrigatória dos vi­sitantes da cidade. O espaço conta com atividades perfeitas para uma tarde de adrenalina e fuga da rotina. São elas: pas­seio de quadriciclo, tirolesas, arvorismo, arco e flecha, parede de escalada, slackline e, a mais recente, falcoaria.

Diferente das primeiras, a falcoaria é, na verdade, uma expe­riência de educação ambiental. Comandada pelo biólogo Riu­vânio Rodrigues, a Escola de Mineira da Falcoaria, que atua com animais silvestres recuperados, apresenta a técnica utili­zada por povos de todo o mundo para o treinamento de aves rapinantes (águias, gaviões, falcões e corujas), considerada uma das mais antigas e fantásticas formas de interação ho­mem/natureza, e hoje reconhecida pela UNESCO como Patri­mônio Cultural Imaterial da Humanidade.

Depois de uma verdadeira aula sobre os hábitos e importância destas aves, o visitante pode tirar fotos ou fazer uma cami­nhada com o falcão, com voo livre até o punho enluvado do visitante. É uma interação única e incrível!

Para os mais aventureiros, o que chama a atenção são as ti­rolesas de 450 e 475 metros de extensão, a 70 e 80 metros de altura respectivamente e o percurso de arvorismo de 110 metros.

Já os passeios de quadriciclo, com 13 quilômetros de exten­são, passam por um caminho de muita lama e eucaliptos. Para os que nunca pilotaram uma dessas motocas, a adrenalina, misturada com um pouco de medo, valem o passeio. E para os mais acostumados com os quadriciclos, sempre vale se sujar mais uma vez!

PASSEIO A CAVALO NO ENCANTO HORSE

Em uma paisagem de montanhas e trilhas como a de Monte Verde, nada melhor do que um passeio a cavalo para se inte­grar ainda mais com a natureza. No haras Monte Verde En­canto Horse, o proprietário Ivan Gome de Oliveira e sua equi­pe comandam a atividade com maestria. Os passeios passam por trilhas, floresta e mirantes que cercam a cidade, com bela vista para a Ser­ra da Mantiqueira. Tudo com muita segurança e a presença de um instrutor bem treinado.

Com atendimento paciente e personalizado para cada idade e nível do visitante, o haras oferece passeios em cavalos das raças manga­-larga x campolina e bretão. Bem tratados e dóceis, os animais encantam desde crianças até os adultos. É impossível não virar fã!

Além da atividade, o Encanto Horse oferece também aulas para iniciantes e conta com um animal da raça gypsy para apresentações.

UNGER POTTERY HOUSE

A galeria da artista Paula Unger também é ponto de parada típico dos passeios oferecidos pelas agências de Monte Verde. No espaço de três mil m², as obras começam a ser apresentadas já no jardim. São totens e esculturas com discos e esferas – características das obras da artista – que se integram ao verde e às flores. No interior da casa, são expostas outras peças em cerâmicas, além de pinturas e escul­turas de outros artistas como Norma Grinberg, Megu­mi Yuasa, Percival Tirapeli e Malu Siqueira.

AVENIDA MONTE VERDE

A avenida reúne os principais bares, restaurantes e lo­jas do distrito. É ali que se reúnem os turistas, princi­palmente de tarde para a noite, em busca de produtos locais e da famosa gastronomia de Monte Verde.

Mas a avenida também guarda alguns lugares espe­ciais, como o Shopping Celeiro, que conta com a loja do Nelson, um dos mais ilustres moradores da vila. Conhecido como homem do tempo e dos esquilos, ele utiliza quatro estações meteorológicas espalhadas por Monte Verde para calcular as temperaturas da região. E, além disso, vende termômetros, lembrancinhas e relógios cuco vindos direto da Alemanha.

Nelson também é o responsável por alimentar os es­quilos que vivem na galeria e já se tornaram atração à parte para os visitantes. Os bichinhos povoam os grandes pinheiros de Monte Verde e, na galeria, têm casinha própria onde recebem amêndoas, nozes e avelãs.

Por lá, os avisos são para não fotografar com flash nem tentar pegar os animais, que podem reagir com mordidas. Mas só de avista-los de pertinho sendo alimentados e vê-los escalando os enormes pinheiros, já vale a visita. A avenida também é um ótimo lugar para compras. Roupas de frio, souvenirs, chocolates, queijos, doces, cachaças e mais uma infinidade de produtos locais estão disponíveis nas diversas lojinhas dali. Algumas oferecem praticamente os mesmos, mas sempre vale dar uma volta, pechinchar e escolher a sua preferida.

GASTRONOMIA

Em Monte Verde a gastronomia é, literalmente, um capitulo à parte. O vilarejo é famoso pelos festivais de fondue, oferecidos em praticamente todos os restau­rantes da região. Mas a oferta não se resume a ele. Mui­to pelo contrário. Com forte influência europeia, prin­cipalmente alemã e italiana, Monte Verde conta com uma rica variedade de cantinas e restaurantes especia­lizados, além de muitas novidades envolvendo comida contemporânea, as tradicionais trutas e, é claro, a comida mineira.

CHOCOLATE

Para os chocólatras de plantão, Monte Verde é um prato cheio. O lugar conta com diversas lojas de chocolate artesanal, que têm inclusive com fabrica­ção própria. Entre os destaques está a Gressoney, fundada em 1978, que conta com loja de fábrica bem no começo da cidade e oferece diversos tipos de bombons, trufas, barras, entre outros.

Além da famosa prímula, uma espécie de pão de mel recheado de doce de leite. Na loja, é possível acompanhar, através de um vidro, a fabricação de algumas delícias. É hipnotizante. Outra parada obri­gatória para os amantes do chocolate é o Monta­nhês. Lá, o chocolate quente cremoso é a estrela da vez. A bebida é ideal para as noites frias da região e combina com uma cobertura de chantili ou um pou­co de conhaque, dependendo do gosto de cada um.

GELEIAS

Foto por Demétrio César Xavier

Outra produção bastante famosa no distrito é a de geleias. Entre as diversas marcas, uma das mais tra­dicionais é a Edelweiss. Fundada pelo casal Edmun­do e Isa, a pequena fábrica era um hobbie dos dois que ganhou fama nacional. Hoje, eles oferecem 16 tipos de geleias, com sabores como: morango, amo­ra, maça com gengibre, maça com canela, framboe­sa e açaí.

Além do sítio onde é feita a produção, as geleias estão disponíveis em uma loja na Galeria Suíça, no centro. Outra geleia que tem história por ali é a da Tia Nata. Criada pelo casal Donatila e Arnis Luca, dois dos primeiros moradores de Monte Verde, a geleia é feita com as frutas colhidas no pomar do sitio. Os sabores são: morango, amora e kiwi. Tan­to na Tia Nata, quanto na Edelweiss, vale tirar um tempo para fazer uma visita e conversar com seus proprietários. Além de provar as deliciosas geleias, com certeza renderá um ótimo bate-papo.

COMIDA MINEIRA

A comida mineira está muito presente em Monte Verde, como já era de se esperar. Referências como leitão à pururuca, torresmo e arroz de carreteiro são presença garantida na maioria dos restaurantes da região.

Há também aqueles especializados, ou que têm os pratos mineiros como estrelas da casa. São os casos do Villa Amarela e do Galinha da Roça, am­bos na entrada da vila.

INFLUÊNCIA EUROPEIA

Conforme falamos anteriormente, a influência euro­peia não se dá só na arquitetura de Monte Verde. É na cozinha que os costumes falam mais alto e se integram ao tradicional cardápio montanhês. É im­possível sair do destino sem provar um (ou vários) ótimos pratos feitos com o joelho de porco típico alemão. No centrinho, são vários os restaurantes que oferecem a saborosa carne em receitas diversas. E no Fazenda Hotel Itapuá, a cerca de três quilôme­tros dali, a referência é completa.

O restaurante Rasselbock oferece um cardápio tra­dicional, cheio de receitas de família, com alguns ingredientes indispensáveis na gastronomia alemã, como o chucrute e as salsichas.

Outro destaque ale­mão fica por conta das cervejas. A Fritz, cervejaria artesanal de Monte Verde, que está completando 25 anos, conta com cinco tipos de chopp feitos lá mes­mo. Quem quiser, pode mergulhar nesse mundo fa­zendo um tour pela fábrica com o mestre cervejeiro para completar o passeio.

Já a gastronomia italiana se revela em variadas massas artesanais, oferecidas em cantinas e restaurantes com a típica fartura da nonna. Destaque para a Cantina Portale di Napoli e seu polpettone.

EMBUTIDOS

Recém-inaugurado, o Manduca Embutidos Artesa­nais é mais um lugar que, com certeza, não pode fi­car de fora em uma rota gastronômica pelo distrito.

Lá, os turistas podem fazer uma visita técnica na fá­brica, para compreender o processo de produção e também fazer uma degustação dos produtos. Entre as delícias estão: linguiça com provolone, joelho de porco defumado, picanha suína, linguiça tipo sala­me, salsicha, e muito mais.

Como chegar

Partindo de São Paulo, pegar a Rod. Fer­não Dias até a cidade de Camanducaia (utilize a Saída 918). A partir daí, acom­panhe as placas de sinalização; são mais 30 quilômetros de estrada asfaltada até a vila.

Onde comer

RESTAURANTE VILLA AMARELA
CANTINA PORTALE DI NAPOLI
GALINHA DA ROÇA
CONFRARIA PAULISTÂNIA
GARAGEM VEMAGUET 67
CANTINA ROMA – (35) 3438-2200
RASSELBOCK

Onde ficar

HOTEL MEISSNERHOF
POUSADA MIRANTE DA COLYNA
FAZENDA HOTEL ITAPUÁ
ESTALAGEM WIESBADEN

Informações Turísticas
monteverde.org.br

Texto por: Eliria Buso

Fotos por Demétrio César Xavier e Eliria Buso

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