Fazer o distrito “florescer em cores” para que o “cinza da pandemia” fique cada vez mais distante. Esta foi a motivação do projeto da MOVE (Agência do Desenvolvimento de Monte Verde e Região), em parceria com as alunas da artista plástica Maria Carmem Osterne, radicada na região e especialista em pintura Bauer.
O projeto já foi colocado em prática e começou pelos bancos da avenida principal, que ganharam contornos e cores típicos da técnica. Bauernmalerei (pronuncia-se Bauermalarrái), ou simplesmente Bauer, significa “Pintura de Camponês”. É original da Alemanha e, inicialmente, praticada por camponeses, que ficavam em resguardo durante os meses de inverno e, ao colorir o interior de suas casas (primordialmente na pintura de peças utilitárias e de decoração), faziam uma contraposição à monotonia do branco da neve.
“Esse sonho começou com a minha mãe, que há 40 anos trouxe essa pintura para a cidade. Pintar as casas, as lixeiras, as floreiras e demonstrar a beleza natural da cidade: as flores de Monte Verde. E Monte Verde vai ficando assim: florida”, explica Manuella Osterne, filha de dona Carmem e moradora do distrito.
Folclórico, vibrante e muito popular nos séculos 17 e 18, o Bauer retrata a visão simples da natureza: flores (rosas, tulipas, miosótis), arabescos e pássaros em cores fortes e contrastantes. Maria Carmem Osterne, que completa 90 anos em 2020, é uma entusiasta da técnica e ministrou vários cursos gratuitos para a comunidade de Monte Verde.
“Achamos que o momento pelo qual estamos passando é apropriado para realizar este sonho da Maria Carmem, que iniciou o projeto de florir a cidade. E nós, amigas e alunas dela, começamos a nos reunir para fazer isso acontecer. Começamos pelos bancos e hoje estamos com a cidade toda florida”, celebrou Izildinha Antonelli, pintora de Bauer.
“Nossa intenção é levar o Bauer a todos os locais públicos que conseguirmos. Para cada cantinho de Monte Verde. Nas entradas das trilhas, por exemplo, que já estamos reformando, teremos as flores. No projeto de Natal também teremos o Bauer”, adiciona Rebecca Wagner, presidente da MOVE.
“Monte Verde tem o Patrimônio Cultural do Bauer registrado graças à dedicação de dona Carmem. Ela trabalhou a vida toda para trazer esta arte ao município. Hoje, mora em Fortaleza, por um problema de saúde, mas continua sendo uma artista incrível. Vamos deixar o nosso distrito cada vez mais alegre com essa técnica”, conclui Rebecca.
Retomada
Desde o último dia 4, os mais de 150 hotéis e pousadas da região voltaram a operar com até 40% da capacidade. Áreas de lazer, como piscinas, saunas, quadras esportivas e playground, porém, permanecem fechadas. Atividades com até duas pessoas, como quadra esportiva para tênis, estão permitidas.
De acordo com o decreto municipal 0119/2020, publicado no dia 29 de maio, desde o dia 1º de junho, também com restrições, atividades de outros segmentos também voltaram a funcionar, como bares, restaurantes, lojas, academias e salões de beleza. Monte Verde abriga, de acordo com a Prefeitura de Camanducaia, mais de 50 restaurantes, bares e similares. Aos finais de semana e feriados, apenas turistas com reservas antecipadas podem ter acesso ao distrito. A Trilha da Pedra Redonda, uma das principais atrações turísticas do distrito, reabriu na última quinta-feira (11).
Onde ficar
Onde comer
Texto por: Agência com edição Cláudio Lacerda Oliva
Foto por: Divulgação