No Monastério Sírio, uma porta enigmática construída em 913 d.C. guarda o altar de sua pequena igreja enquanto revela ao mundo o passado e até o futuro do cristianismo.
O Vale do Natrun é um lugar misterioso, onde durante séculos mais de 50 monastérios acolheram dezenas de milhares de monges ligados à Igreja cristã copta. Um dos quatro últimos mosteiros remanescentes da região, o de El Surien, a “Porta de Profecias” estampa sete fileiras de diagramas. Em cada simbolismo, caminhada da Igreja cristã pelo tempo.
Primeira fileira: a unidade da Igreja
A primeira fileira é de ícones de santos da igreja de Alexandria (São Marcos, o Evangelista, e Dióscoro de Alexandria), e Antioquia (Santo Inácio de Antioquia e St. Severo de Antioquia). Ao centro, ícones de Jesus Cristo e da Virgem Santa, sua mãe.
Segunda fileira: A difusão do cristianismo
Cruzes idênticas entrelaçadas e envolvidas com círculo caracterizam a força da fé, da unidade do dogma e da igreja, e a difusão do cristianismo, apesar dos desafios de perseguição.
Terceira fileira: as grandes igrejas do mundo
Na terceira época, as cruzes maiores estão cercadas. A Era Cristã alcança o domínio romano sob Constantino I, imperador convertido ao cristianismo. Grandes centros cristãos apareceram ao redor do mundo, como a Igreja de Alexandria, Igreja de Antioquia, Igreja de Jerusalém, a Igreja de Roma, e Igreja de Constantinopla.
Quarta época: Propagação do Islamismo no Egito
Quarta época: Cruzes cercadas com crescentes simbolizam a propagação do Islã no Egito e em todo o Oriente Médio, o berço do cristianismo.
Quinta época: a propagação do cristianismo pela Europa, as heresias e as falsas doutrinas.
As suásticas retratam a propagação do cristianismo para os arianos ou europeus ocidentais. Ao contrário da crença popular, não foi inventado por Adolf Hitler. O ditador adotou o símbolo e aplicou a sua campanha política e filosófica acerca da unidade da raça ariana.
Sexta época: multiplicidade de doutrinas e crenças
Cruzes pequenas divididas em diferentes formas representam a multidão e transtorno de doutrinas e crenças. A grande linha entre as cruzes se refere ao grande número de comunidade e a fraqueza de fé e de trabalho.
Sétima época: unidade da fé cristã
A última linha indica o fim dos tempos para os cristãos. A cruz em design radiante similar ao chakana – símbolos idênticos aos encontrados em jóias anglo-saxônicas e em antigas civilizações sul-americanas, preenche todo o painel prevendo a unidade da fé cristã.
De acordo com orientações coptas, as interpretações históricas e espirituais dos painéis são altamente individuais.