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Polônia: arte, cultura e história de um povo que busca aprender com o passado

Foto por IStock/ fotolupa

Com um passado marcado por resistência, a Polônia surge como destino a ser desbravado na Europa. Sua rica cultura, que sobreviveu às barbáries da guerra e hoje alegra as ruas, sua arte e ciência, que revelaram tantos nomes icônicos para o mundo, e sua arquitetura, que foi totalmente restaurada e conta a história de seus tempos áureos, são apenas alguns dos motivos para visitar esse país, vizinho das já badaladas Alemanha e República Tcheca.

Cidades como Varsóvia, Cracóvia e Wroclaw – eleito como melhor destino de 2018 – guardam atrativos turísticos que são verdadeiros Patrimônios da Humanidade. São castelos, igrejas, museus, palácios, jardins e monumentos que transportam os visitantes diretamente para as páginas dos livros de história.

Foto por Istock/ RossHelen

Apenas relembrando, a invasão da Polônia pelo exército de Hitler, em 1939, representou o início da Segunda Guerra Mundial. Além de toda a destruição causada pelos bombardeios em diversas localidades, o episódio ficou marcado pelo extermínio de milhares de judeus em campos de concentração espalhados pelo país. E depois, sob domínio soviético, o país assolou em nova crise econômica, ressurgindo no mapa do turismo internacional apenas na década de 1990.

De lá para cá, o ingresso na União Europeia, em 2004, e a realização de grandes eventos, como a Eurocopa de 2012, possibilitaram que o país se estruturasse tanto internamente, quanto para o turismo. Hoje, em franca recuperação econômica, o destino e sua nova geração estão prontos para contar toda essa história da melhor forma possível.

Além disso, o país tem uma importante relação com o catolicismo, entre outras coisas, graças ao Papa João Paulo II, polonês nascido na pequena Wadowice. Tanto sua cidade natal, quanto os lugares por onde o pontífice passou, como sua casa e a catedral onde celebrou sua primeira missa, em Cracóvia, o santuário e o museu em sua homenagem já fazem parte de um roteiro religioso procurado por fiéis do mundo inteiro.

VARSÓVIA 

A capital da Polônia é uma cidade vibrante que une tradição e modernidade. Com casas coloridas, monumentos reconstruídos, jardins e tradicionais mercados de Natal, o lugar vem atraindo cada vez mais turistas.

Sua Cidade Velha, com rica herança cultural, foi um dos lugares que mais sofreu com os bombardeios. Porém, foi totalmente restaurada no pós-guerra e hoje é Patrimônio da UNESCO. Curiosamente, é considerada a Cidade Velha mais jovem do mundo.

Foto por IStock/ PocholoCalapre

São vilas charmosas, mercados históricos e outros atrativos que levam o turista diretamente a essa região. Entre os destaques estão as construções da Praça do Castelo: a Coluna Sigismundo III – maior monumento laico da cidade e um verdadeiro símbolo do local -, o Castelo Real – que domina o panorama da cidade desde às margens do Rio Vistula –, e a Igreja de Santa Ana, erguida no século 15 e que chama a atenção com seu estilo barroco.

Foto por Istock/ virsuziglis

Fora da praça, destacam-se ainda a Catedral de Varsóvia, com estilo gótico e uma fachada de lembra um órgão; o Memorial do Pequeno Insurgente e o Monumento aos Insurgentes, que prestam homenagem aos jovens que lutaram no Levante de Varsóvia em 1944; e as antigas muralhas medievais, especialmente o Barbakan Warzawski, que já foi o principal portão de acesso à Cidade Velha.

EM VARSÓVIA, CHOPIN É ETERNO 

Varsóvia é conhecida por ter sido a morada do famoso pianista e compositor Frédérik Chopin desde os seus primeiros anos de vida. O artista ali cresceu, teve seus estudos e viveu até os 21 anos, quando se mudou para Paris. Graças a esse vinculo forte, até hoje a cidade mantém viva sua lembrança em diversos pontos que merecem uma visita.

Foto por Istock/ Artur Bogacki

Vale a pena conhecer o moderno Museu do Chopin, que conta com cartas manuscritas, fotografias, móveis e partituras do músico, a Igreja de Santa Cruz, onde fica seu coração mumificado e sua escultura no Parque Real de Lazienki. Além disso, os apaixonados por música clássica podem se deleitar com as composições de Chopin em diversos bancos do jardim pela cidade.

Além dos diversos tour dedicados a contam a história do icônico morador, Varsóvia realiza, até hoje, concertos ao ar livre em sua homenagem.

CIDADE NOVA RESPIRA CULTURA

Saindo do centro histórico reconstruído, Varsóvia tem uma intensa vida cultural, com museus e parques como principais atrativos. São imperdíveis: Parque Fontes Multimídia, Museu da História dos Judeus Poloneses, Museu da Insurreição, Museu do Levante de Varsóvia, o Estádio Narodowy, que chama a atenção com sua coroa vista de longe – e o polêmico Palácio da Cultura e Ciência que apesar, de ser o prédio mais alto da cidade, com uma vista incrível, foi construído no período soviético e não é muito apreciado pelos locais.

Foto por Istock/ Bernard Bialorucki

Essa região da capital ainda conta com diversos cafés, restaurantes e teatros que convidam para uma tarde de descanso em meio ao seu fervilhante cenário.

CRACÓVIA 

Antiga capital da Polônia, a Cracóvia hoje é considerada centro cultural do país, além de ser uma de suas maiores cidades. Descontraído e jovem, apesar de seus mais de mil anos de história, o destino é uma típica cidade universitária. Mesmo tendo saído praticamente ilesa de bombardeios da guerra, teve alguns monumentos reconstruídos e também faz parte da lista de Patrimônios da UNESCO.

Foto por Istock/ TomasSereda

Cracóvia é o destino mais visitado do país, recebendo mais de dois milhões de pessoas e, se antes esses turistas viam o lugar apenas como uma parada antes de Auschwitz, hoje, já reconhecem seus inúmeros atrativos e ficam cada vez mais por lá.

A arquitetura é um dos grandes destaques da Cracóvia. Reunindo os estilos gótico, barroco e renascentista, a cidade abriga edifícios e monumentos com imponentes fachadas e interior surpreendente.

Foto por IStock/ TanyaSv

Vale a pena conferir a Basílica de Santa Maria, datada do século XIV, o Collegium Maius, a Basílica Mariana e o Castelo de Wawel, um dos complexos arquitetônicos mais valiosos do mundo e o símbolo mais representativo da Polônia. Com pouco menos de 800 mil habitantes, a cidade se divide em quatro zonas principais:

CIDADE VELHA, que conta com restaurantes, lojas de souvenir e terraços perfeitos para os dias de sol, além do Planty, um parque circular criado onde ficava a antiga muralha e suas torres.

Foto por Istock/ ShevchenkoAndrey

KAZIMIERZ, o centro da cultura judaica, abrigando sinagogas e importantes museus como Judeu Galícia e Etnográfico. Hoje também possui boa vida noturna, além de galerias de arte e restaurantes khoser.

PADGORE, do outro lado do rio, o antigo gueto judeu criado pelos nazistas. Apesar da história triste, a região abriga atualmente atrativos como a Praça Bohaterów, onde está o Monumento das Cadeiras, homenagem do artista Roman Polonski aos judeus.

CIDADE NOVA, construída nos moldes soviéticos. Lá, há roteiros de carros típicos que percorrem o grande bairro, passando por lugares como Praça Central e Igreja Virgem Maria Rainha da Polônia.

AUSCHWITZ

É impossível negar o episódio mais triste da história da Polônia e visitá-lo pode ser transformador. A visita a Auschwitz, a cerca de 70 quilômetros de Cracóvia, é importante, principalmente, para reflexão. Ao adentrar o portão com os famosos dizeres “O trabalho liberta”, tão retratado em filmes e livros sobre o Holocausto, o visitante passa a conhecer o Museu de Auschwitz que, na verdade, ocupa todo o espaço que antes era um dos campos de concentração do complexo.

Foto por IStock/ dinosmichail

Ali está tudo que restou dos alojamentos, crematório e câmaras de gás construídos pelos nazistas para exterminar judeus e outros grupos perseguidos. Os principais pontos da visita estão espalhados por cinco dos 30 prédios que formam o complexo, portanto, o visitante caminha bastante de um lado a outro.

A visita guiada apresenta ainda objetos e fotos que contam a marcante história do lugar e das pessoas que ali passaram. É possível fazer o passeio a partir de Cracóvia, já que há partidas diárias a cada hora – das 8h às 21h – nas rotas que fazem parada no Museu de Auschwitz.

GDANSK 

Localizada ao norte da Polônia, essa cidadezinha é pouco conhecida, porém tem grande potencial para atrair turistas. Eleita entre os melhores destinos da Europa em 2017, Gdansk é um mini estado onde se destacam construções de influência germânica e ruas cercadas de comércios, cafés e restaurantes, formando uma atmosfera única.

Foto por Istock/ nightman1965

Situada na província da Pomerânia, a cidade é porta de entrada para diversos roteiros no interior. Mas isso não significa que não vale a pena separar um tempinho antes de partir para conhecer seus principais pontos, como a Torre do Relógio, construída em 1379 onde também fica o edifício da prefeitura, e a Fonte de Netuno, um dos lugares mais fotografados do país. A estátua de bronze tem, inclusive, uma história curiosa: foi desmontada e escondida durante a guerra e só voltou ao seu lugar em 1954. Em sua paisagem, destacam-se ainda as igrejas de tijolos vermelhos, como a Catedral Oliwa.

Gdansk conta com um belo atrativo para observá-la do alto: uma roda gigante. Lembrando a London Eye, a estrutura fica próxima à orla do rio Motlawa e oferece uma das melhores vistas da região.

Foto por IStock/ Poike

E é na orla, aliás, que se concentram os principais restaurantes e bares dispostos em charmosas casas coloridas. Ali também se encontra o Museu do Âmbar, a incrível resina fossilizada de pinheiros e coníferas com cerca de 40 milhões de anos.

WROCLAW 

Com 120 pontes ligando 12 ilhas, Wroclaw é chamada de “Veneza Polonesa”. Além disso, também recebe o título de melhor destino Europeu de 2018. Não é a toa. Essa cidade situada às margens do rio Oder tem mais de mil anos e muita coisa a ser descoberta. Suas influências tchecas, alemãs e polonesas resultaram em um lugar contemporâneo e cheio de atrações como casas, igrejas, universidades e um grupo de vencedores do Nobel.

Foto por Istock/ Elenakirey

Patrimônio da UNESCO, o Salão Centenário é famoso não só na Polônia, mas no mundo inteiro. A construção, com uma cúpula de 23 metros feita de aço e vidro, é um marco na arquitetura mundial. E logo em frente, conta com outro importante ponto da cidade, a fonte multimídia, que é a maior da Europa.

Outros destaques ficam por conta da Praça do Mercado, que conta com a Ópera de Wroclaw e o Mercado Municipal; e o Panorama Rclawicka, uma pintura de 15 metros de altura que retrata a batalha entre poloneses e russos.

Foto por Istock/ anyaivanova

Estando em Wroclaw, o turista vai encontrar um roteiro curioso e divertido. Isso porque a cidade tem mais de 300 estatuas de gnomos espalhadas por suas ruas. A divertida brincadeira passou dos locais para os visitantes e hoje tem até guia.

Foto por Istock/ srrdvd

Entre as ilhas destacam-se a da Catedral, com diversas lojinhas e restaurantes, e a Ostrów Tumski, um dos marcos do início da Idade Média.

COMO CHEGAR 

Não há voos diretos do Brasil para a Polônia, portanto, a maneira mais fácil de chegar até o país é fazendo uma parada em Portugal, Holanda ou Alemanha. As companhias TAP, KLM, British Airways e Lufthansa fazem o trecho São Paulo- Varsóvia com uma conexão.

O QUE COMER 

Foto por Istock/ bonchan

A gastronomia da Polônia é recheada de sabores e temperos. Entre os pratos mais tradicionais está o pierogi, uma espécie de pastelzinho – como um capeletti ou guioza – que pode ser recheado com inúmeros ingredientes, doces ou salgados; o bigo, um mexido com carne desfiada; e, é claro, as sopas, que são famosas mundialmente. Vale a pena experimentar a de chucrute e a de beterraba. Nas ruas, o zapiekanka, um pão cortado ao meio, faz sucesso e também pode receber o recheio que o visitante preferir. Carne de porco e frango são os ingredientes mais presentes nesses casos.

ONDE FICAR

VARSÓVIA

H15 Boutique Hotel

Hotel Bristol, a Luxury Collection Hotel

CRACÓVIA

Topolowa Residence

Stradonia Serviced Apartments

GDANSK

Podewils Hotel

PURO Gdansk Stare Miasto

WROCLAW

Novotel Wroclaw Centrum

Grape Hotel

Texto por: Eliria Buso

Foto destaque por IStock/ fotolupa

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