Mambaí é uma cidadezinha no interior de Goiás, quase na divisa com o estado da Bahia.
É simples, rústica e tem apenas 8.000 habitantes.
Está a cerca de 315 km de Brasília e 500 de Goiânia, situada na Área de Proteção Ambiental (APA), nas nascentes do Rio Vermelho.
Há alguns anos, essa pequena cidade no interior do Goiás tem despertado interesse nos amantes de natureza e turismo de aventura.
Foi descoberta como um precioso município, pois apresenta uma diversidade enorme de belezas naturais como cachoeiras, cânions e cavernas em meio ao cerrado.
No entanto, a descoberta do potencial turístico ainda é recente e cidade carece de infraestrutura para receber uma quantidade significativa de visitantes.
O ideal é visitá-la fora de temporada para garantir melhores condições e visuais mais surpreendentes.
No entanto, há um esforço da cidade para se desenvolver e se preparar, na medida do possível, para recepcionar os turistas da maneira mais adequada e satisfatória.
De qualquer forma, a ida até Mambaí garante paisagens lindíssimas, estadia super indicada e agência de turismo qualificadíssima!
A agência de turismo, minha super indicação fica para Cerrado Aventura que oferece passeios guiados por vários atrativos da região, rapel, travessia de cavernas, trilhas e tirolesa.
Me senti absolutamente segura em todos os passeios que fiz com eles e tive ótimas companhias ao longo dos dias de exploração.
Vá de olhos fechados na Cerrado Aventura e aproveite o que eles e a cidade de Mambaí tem a oferecer!
COMO CHEGAR EM MAMBAÍ
De Brasília
Se for de avião até Brasília, aconselho alugar um carro aqui assim que chegar na capital.
Feito isso, o trajeto é pela BR-020 que passa pela cidade de Formosa, rumo a Alvorada do Norte/GO.
Após cerca de 4 km de Alvorada do Norte, vire à direita no trevo para Buritinópolis. Siga por mais 45 km até chegar a Mambaí.
De Goiânia
Siga para BR 060 até EPNB em Taguatinga e depois pegue a BR 450 sentido Lago Norte, em Brasília. Em seguida, faça o mesmo trajeto para quem sai de Brasília, rumo à Formosa.
QUANDO IR
Por estar no centro-oeste, a melhor época para conhecer Mambaí é no período da seca, entre os meses de maio e agosto. Nas outras épocas também é possível visitá-la, mas você fica a mercê das chuvas que são frequentes, principalmente entre novembro e fevereiro.
Em regiões como essa, de muitas cachoeiras e cavernas, é interessante ir no período sem chuvas, pois além de mais seguro, possibilita encontrar as cachoeiras com águas mais límpidas e bonitas.
ONDE FICAR
Aqui a dica é de ouro!
Se você busca tranquilidade, conforto e o melhor custo benefício, sem dúvida a Pousada Mambaí Inn é a melhor alternativa.
Super bem localizada, é a única que oferece estrutura de conforto e qualidade para os turistas.
Está a alguns metros da agência de turismo Cerrado Aventura!
O QUE LEVAR
- Filtro solar
- Repelente
- Chapéu ou boné
- Roupa leve e fácil para fazer exercícios como trilha e rapel (se for o caso)
- Tênis para trilha e sem apego emocional para andar em diversos trechos com água
- Snacks para as trilhas
O QUE FAZER EM MAMBAÍ
Minha primeira ida à Mambaí foi rápida, uma estadia de apenas 2 dias em um final de semana.
Mas aguardem, terão outras aventuras por lá e atualizarei esse post futuramente! 😉
Saí de Brasília sexta a noite e voltei domingo no final da tarde. Nesses dois dias é possível conhecer o básico da cidade, que já é suficiente para encher os olhos de qualquer um!
E comigo não foi diferente.
Sábado
Cachoeira do Funil
Oito horas da manhã já estava na porta da Agência Cerrado Aventura para irmos até a Cachoeira do Funil, famosa por ter uma formação no mínimo curiosa.
O rio, que forma a queda de 20 metros, deságua dentro de uma caverna dando origem ao nome funil.
A trilha é tranquila, de apenas 1km e cheia de belezas como labirintos de pedras e com uma vegetação incrível!
Os guias da Cerrado Aventura nos explicam detalhes centenares de formações rochosas e árvores locais.
A Cachoeira do Funil não é apta para banho, uma vez que a queda é muito forte e o poço é pequeno. A prática dali é o rapel e o pêndulo. Eu já sabia que em relação a o que fazer em Mambaí incluía essas atividades, pois fui avisada pela agência Cerrado Aventura Fui então, psicologicamente preparada (ou não!).
Bom….. Minha experiência anterior com essas duas atividades foram as seguintes:
- Meu primeiro rapel foi simplesmente em uma boca de uma caverna de 90 metros de altura!!! Oi? Sinceramente, não sei onde estava com a cabeça. Quando cheguei em terra firme, não conseguia caminhar de tanto que tremia.
- Segundo foi na Cachoeira do Tororó, tranquilo, mas fiz e tive a certeza que não precisaria fazer aquilo novamente.
- O pêndulo, fiz em uma ponte perto de Brasília com cerca de 25 metros. Dessa experiência eu saí MESMO dizendo que jamais aconteceria de novo. Virar de cabeça pra baixo, sentir aquele frio na barriga interminável, não tinha razão… rs
Enfim, lá estava eu na Cachoeira do Funil prestes a fazer tudo novamente.
E fiz, e foi lindo! Olha que momento (!!!!):
A sensação de superar nossos medos, receios, a adrenalina que sentimos e a endorfina que é liberada após essa práticas, compensam qualquer sentimento ruim! 🙂
Após esses momentos incríveis do turismo de aventura, fomos para um local do rio onde era possível entrar tranquilamente e curtir um pouco da natureza local.
A parte mais calma do passeio.
Após uma manhã INCRÍVEL na Cachoeira do Funil, foi hora de almoçar na cidade.
Esse momento não foi dos melhores, pois notei que mesmo fim de semana, Mambaí não oferece uma diversidade de locais para almoço. É preciso chegar até 13h e procurar bem.
Se for o caso, avise antes que irá almoçar no local para garantir sua comida.
Tirolesa e Lapa do Penhasco
Seguimos às 14h30 para o local da tirolesa da cidade. Ela está localizada no cânion da caverna Lapa do Penhasco, tem 320 metro de extensão e está a 102 metros de altura.
O visual é surreal!!
Confesso que era virgem nessa experiência e a adrenalina desse esporte de aventura foi inevitável.
Não podia deixar de ir e tive uma experiência incrível! Então já anote em o que fazer em Mambaí: ir na tirolesa!
Inicialmente, achei que era uma coisa meio boba, só uma descidinha em uma corda. Mas a altura, a vista e a velocidade da tirolesa, que chega a 47 km por hora, me fez arrepiar!
Tive que ir duas vezes, não me aguentei. Só me faltou coragem para ir deitada em posição de voo livre. Mas aí era demais pro meu coração…
Ao lado da tirolesa há um mirante, ainda sem nome, que em algumas épocas do ano é um ótimo local para assistir ao pôr do sol! 😉
Após algumas fotos no mirante, seguimos trilha abaixo para entrar na caverna Lapa do Penhasco.
Passando por um trecho de rio, adentramos na escuridão da gruta. Após uns 400 metros de caminhada pelas pedras, é possível avistar formações rochosas incríveis!
Estalagmites (de baixo para cima) e estalactites (de cima para baixo) fora o que todo o local proporcionava.
Emílio, da Cerrado Aventura, junto com Giovane, seu guia, me mostrou uma ala espetacular dessa caverna! Tivemos que atravessar parte do rio nadando e escalar algumas pedras para chegar até um ponto MARAVILHOSO! Formações rochosas de vários tipos reluzentes à luz de nossas lanternas. Olha que momento:
Pensar que cada uma delas tem centenas e as vezes milhares de anos é absolutamente surreal.
Estima-se que para crescer 1 centímetro leva cerca de uma década! Todo cuidado nessa região é pouco, tanto para não se machucar quanto para não prejudicar o que a natureza construiu.
Não tenho palavras pra descrever a sensação de estar ali.
Apagamos as luzes por um momento para ficar no breu total e absoluto e ouvir o nada. É de fato uma experiência sem igual, estar nas entranhas da Terra, debaixo do chão, onde tudo é diferente do que enxergamos.
Se posso dizer uma coisa é: VÁ!
Após nos embrenharmos caverna a dentro, no trajeto de volta fomos guiados por nossas lanternas e pelas estrelas que brilhavam.
Sim, já estava a noite e foi lindo ver na boca da caverna o mundo fora da terra. Pena que a luz era mínima e a foto não retrata o que realmente vemos.
Para completar o dia espetacular, a lua cheia nasceu na estrada de volta à Mambaí. Que momento….
Recuperando o fôlego e pronta para recuperar as forças, fui atrás de um local para comer.
Não há variedade, como já disse a pouco. A salvação foi o Império do Espeto, com preço super convidativo e comida mais ainda.
Fica a dica. 🙂