Um roteiro de encher os olhos, de ajudar a entender um pouco da formação de nosso país e de ser um show de gastronomia e belas paisagens, visitar as cidades históricas de Minas Gerais deveria ser uma obrigação aos brasileiros. As cidades possuem um rico e incomparável acervo artístico e arquitetônico, encontrados nas suntuosas igrejas, museus, ruas e casas que preservam toda a tradição e cultura. Visite o Brasil Barroco!
Marcadas pelo ciclo do ouro, escravidão e ideais revolucionários como a Inconfidência Mineira, as cidades históricas guardam relíquias como a arte barroca, conhecida no mundo inteiro pelas obras de artistas como Aleijadinho e Ataíde. Minas Gerais possui o maior acervo barroco do Brasil e algumas cidades como Diamantina e Ouro Preto receberam o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. A religiosidade de Minas está expressa nas belíssimas igrejas e festas populares que atraem turistas de todas as partes, e que se encantam com a hospitalidade de um povo acolhedor.
Sabará
Partindo da capital, a visita pode começar por Sabará, a menos de 40 quilômetros de BH. A cidade, no Circuito do Ouro, possui um patrimônio histórico de grande importância na formação cultural de Minas Gerais, encontrados na arquitetura colonial dos casarões, igrejas e nas valiosas obras do mestre Aleijadinho.
A mineração foi tão intensa na cidade que a Coroa Portuguesa instalou a Casa da Intendência, para cobrança do “quinto”, onde fica o atual museu do ouro. Lá se encontram objetos e documentos que contam a história do ciclo do ouro, como instrumentos utilizados para a extração e fundição da riqueza da época. Dentre os principais pontos turísticos de Sabará estão: A pequena capela de Nossa Senhora do Ó, cujo interior é em parte adornado por figuras em estilo e motivos chineses, aspecto muito peculiar.
Ouro Preto
Saindo em direção às cidades maiores e mais famosas, chegamos a Ouro Preto, fundada em meados de 1698. Ela guarda o maior conjunto de arquitetura barroca do Brasil. Principal referência de cidade histórica, a antiga Vila Rica foi construída por escravos e artistas como Aleijadinho, no auge do ciclo do ouro, possuindo um valioso acervo cultural em suas igrejas e museus, e em 1720 foi escolhida como capital da recém-criada capitania de Minas Gerais. Quem a visita ganha uma verdadeira aula de história, da época da escravidão, passando pelo movimento da Inconfidência Mineira. Por tudo isso recebeu o título de Patrimônio da Humanidade, sendo, inclusive, a primeira cidade brasileira a receber essa condecoração.
Mariana
A cidade pode ser chamada de “berço de Minas Gerais”, afinal foi a primeira vila, capital e primeira cidade do estado. Sua importância para a história é percebida pela arquitetura colonial dos casarões, igrejas, praças e ruas do município. Fundada em 1711, Mariana é hoje uma das mais importantes cidades do Circuito do Ouro, tendo como grande atrativo turístico a Mina da Passagem.
Em Mariana se mantêm vivas as tradições religiosas como procissões, novenas, Semana Santa, Festa do Divino e Corpus Christi, além de manifestações culturais típicas como o Boi-da-Manta, Congado, Malhação de Judas, Pastorinhas e Folia de Reis. Na catedral da Sé e na Igreja de São Francisco de Assis encontram-se primorosos trabalhos da arte barroca, e destaca-se também uma visita à Rua Direita, considerada a mais bela de Minas Gerais.
Tiradentes
Talvez a cidade mineira seja a que mais investiu em infraestrutura turística nos últimos anos. Abrigando paulistas, cariocas, franceses e alemães, consegue reunir todos os elementos que representam Minas Gerais, através da história, cultura, arte e culinária. Encontra-se em Tiradentes um dos mais belos acervos barrocos do país e as lembranças da época da Inconfidência Mineira, riquezas que a tornaram um Patrimônio Histórico Nacional.
Excelentes hotéis e pousadas estreladas, restaurantes administrados por chefs de cozinha famosos e lojinhas de arte e artesanato descoladas, Tiradentes é programa para todo ano e para todas as idades.
Serra de São José
Para quem gosta de caminhada uma dica é passear pela deslumbrante Serra de São José. Outro passeio imperdível para o visitante é o de Maria Fumaça – um trem secular que liga Tiradentes a São João Del Rey. As pousadas coloniais e restaurantes diversificados garantem todo o charme à cidade, escolhida para a realização de eventos como a Mostra de Cinema e o Festival de Gastronomia e Cultura.
São João Del Rey
Uma das mais importantes cidades históricas de Minas Gerais, dona de um valioso patrimônio cultural artístico do período colonial brasileiro. Com igrejas imponentes como Nossa Senhora do Pilar e de São Francisco de Assis e belos casarios de época, este destino retrata a época do ciclo do ouro e da Inconfidência Mineira, movimento revolucionário que lutava pela liberdade do país.
A cidade conserva suas tradições seculares através da música, seja pela linguagem dos sinos entre as igrejas ou pelas orquestras setecentistas Ribeiro Bastos ou a Lira Sanjoanense. É possível perceber o desenvolvimento de São João Del Rey através das construções modernas, mas o núcleo histórico permanece preservado e é motivo de orgulho para o povo local. Terra natal de grandes nomes como Joaquim José da Silva Xavier – o alferes Tiradentes, e do ex-presidente Tancredo Neves, a cidade é cenário de grandes eventos como o carnaval e o festival de inverno. Outra atração imperdível é o passeio de Maria Fumaça até a vizinha Tiradentes, admirando a bela paisagem da serra de São José.
Onde ficar:
Em Sabará – Solar Corte Real www.solarcortereal.com.br e Solar Dos Sepúlvedas. www.sepulvedas.com.br
Em Ouro Preto – Pousada do Ouvidor. www.pousadadoouvidor.com.br
Em São João Del Rey – www.pousadavillamagnolia.com.br e www.hotelcabanadorei.com.br
Em Mariana – www.pousadachacara.com e www.pousadadochafariz.com.br
Como chegar:
De avião – TAM, GOL, Azul e Avianca tem voos para Belo Horizonte. De lá, alugar um carro e iniciar o roteiro por Sabará ou ir de ônibus.
De carro- direto de São Paulo, seguir pela Rodovia Fernão Dias até Belo Horizonte. De lá seguir para Sabará, Ouro Preto e demais cidades. Tempo estimado de viagem 07 horas.
Texto por: Cláudio Lacerda Oliva
Foto destaque por Istock/ mariusz_prusaczyk