O litoral norte paraibano é muito menos conhecido e badalado que o lado sul. Porém, não é menos bonito. A rota inclui os municípios de Cabedelo, Lucena, Rio Tinto, Baía da Traição e Mataraca. Todos eles têm em comum as paisagens encantadoras, muitas praias desertas, falésias coloridas, mangues exuberantes, rios cristalinos e até aldeias de índios Potiguaras. Esse grupo indígena habitava uma região litorânea entre o Maranhão até a Paraíba, quando os portugueses e outros povos europeus chegaram ao Brasil, no século 16.
Partindo de João Pessoa, a primeira cidade nesse sentido é Cabedelo, destino da maioria dos turistas todos os dias no final da tarde. E o motivo é que é lá que todos se reúnem para apreciar o espetáculo do pôr do sol do Jacaré, sempre por volta das 17h, na praia fluvial do Rio Paraíba e ao som de “Bolero” de Ravel executado por um saxofonista e um violinista. Não deixe de ir.
Cabedelo, também conhecida pelo seu importante porto, reserva outras atrações aos visitantes. Escolha passar um dia inteiro por lá e não chegar apenas pouco antes do pôr do sol. Em termos históricos, vale à pena conhecer a Fortaleza de Santa Catarina, construída em 1589, um marco da resistência paraibana contra as invasões dos holandeses e franceses no período colonial. Também tem praias gostosas e bonitas como Formosa, Areia Dourada, Camboinha, Poço e Intermares, essa última ideal para a prática do surfe.
Durante a maré baixa a atração é a Ilha de Areia Vermelha, banco de areia recortado por uma barreira de recifes de corais que se mostra durante cerca de quatro horas por dia. O acesso é feito pela Praia de Camboinha. O passeio sempre dependerá da maré, sendo impossível em alguns dias do mês. É bom consultar a Tábua das Marés antes de programar.
Outro interessante passeio em Cabedelo é conhecer a pequena Ilha da Restinga e seu cenário natural com manguezal e uma variada fauna, um verdadeiro santuário para peixes, caranguejos, mariscos, pássaros e outros animais. Com apenas 5,8 km2 é parte de uma complexa rede de canais e ilhas do estuário do Rio Paraíba e, atualmente, o ecoturismo é o principal motivo para a preservação de seus ecossistemas. Na ilha, os visitantes podem realizar caminhadas por diferentes trilhas – de 1 km a 3,2 km -, acompanhados por um guia especializado
Os mais preguiçosos têm a opção de ficar balançando à sombra em convidativas redes enquanto espera pelo almoço com comidas típicas da região preparadas em panelas de barro. Se gostar e quiser pernoitar, uma casa rustica e charmosa atende grupos de até seis pessoas. A eletricidade provem da energia solar armazenada em baterias e o sinal de celular chega até a ilha. O preço do passeio é R$ 80 e inclui transporte, trilha e almoço. Já a hospedagem sai por R$ 360 a diária sem a refeição e a trilha.
Texto por: Roberto Maia
Foto destacada: Baia da Traição – SETUR PB