A KAIARA Amazônia, de navegações pelo rio Tapajós e afluentes, convida a embarcar numa das mais importantes passagens históricas do Brasil: a fase áurea do ciclo da borracha na Amazônia. Há quase cem anos, o industrial norte-americano Henry Ford estabeleceu um ambicioso empreendimento no Rio Tapajós para fornecer látex à ascendente indústria automotiva mundial e Fordlândia foi uma excêntrica réplica tropical de um vilarejo nos moldes das pequenas cidades dos Estados Unidos, bem no meio da selva amazônica.
A bordo do Belle Amazon, de oito cabines com capacidade de até 16 hóspedes, o roteiro percorrerá entre os dias 20 e 25 de agosto 2023 (5 noites) Alter do Chão; Fordlândia; a Floresta Nacional do Tapajós (FLONA); e a Comunidade Jamaraquá, em Belterra. E terá como anfitrião o historiador, engenheiro florestal e especialista em heveicultura – a cultura do extrativismo do látex da árvore seringueira – Joaquim Cristovam Sena, quem também fundou a Biblioteca Boanerges Sena, instituição referência com rico acervo de livros e documentação da história amazônica. “Não bastasse as paisagens naturais do Rio Tapajós, de um verde maciço e intocado, e praias de areia branquinha banhadas por águas azuis, esta viagem conta uma história fascinante, a da seringueira e a matéria prima que ajudou a moldar uma nova era da humanidade”, adiciona o Sena.
Após embarcar do ponto de partida, Alter do Chão, a embarcação desce o Tapajós com destino a Fordlândia e a FLONA. Ao largo do percurso, dias de navegação e contemplação, permeados de mergulhos no rio refrescante (que tão vasto, lembra o mar), almoços e jantares com a saborosa culinária paraense, e sagradas horas para gravar na memória os mais belos pores do sol acompanhados de aperitivos e drinks de frutas locais. Vale acordar mais cedo para não perder a alvorada amazônica, que é a chegada do sol num festival de cores no céu e seu reflexo das águas. Trilhas pela mata, flutuação nos igarapés cristalinos, passeios noturnos em canoas colocam o visitante em plena imersão com a natureza. Visitas às comunidades ribeirinhas, como a do Maguari e a Jamaraquá, conferem à vivência receptividade e também geração de renda para as famílias locais. O belíssimo artesanato em palha de tucumã vêm em forma de cestarias, bolsas, jogos de mesa, entre outras criações.
Alcançando Fordlândia, é a vez do historiador convidado, Cristovam Sena, conduzir a visita pela vila. Ainda que em ruínas, o local preserva o casario e o maquinário da época, e apresenta-se ao visitante como foi o processo artesanal de extração do látex para as produções de pneus. Ford sonhava em recriar uma nova América naquele canto isolado do planeta, e desenvolveu infraestrutura com luz elétrica, praças, cinemas, piscinas, campos de golfe e casas padronizadas.
Foi do declínio de Fordlândia – que ocorreu devido ao solo pedregoso que não favoreceu ao cultivo de seringueiras – que deu-se o surgimento em 1934 de um 2º polo agroindustrial da borracha, a simpática cidade de Belterra. Visitando também o local, nota-se a fase áurea da borracha na herança arquitetônica.
Em 1990, foi iniciada uma petição IPHAN para tombamento e preservação do patrimônio material das áreas de Fordlândia e Belterra, ainda em análise devido a necessidade de regularização fundiária e a dificuldade de acesso ao local, distante quatro horas de Santarém por via fluvial.
Mais informações: kaiara.com.br
Texto por: Agência com edição de Cláudia Costa
Foto destaque por: Divulgação