Classificada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1989, a abadia portuguesa, um dos mais emblemáticos monumentos cistercienses e a última fundação em vida de São Bernardo, está sendo restaurada. Embora as obras somente devam estar concluídas no fim do ano, o belíssimo convento gótico da Idade Média continua aberto à visitação.
Se você estiver em Leiria e decidir visitar o Mosteiro de Santa Maria de Alcabaça, é bom saber que a primeira obra totalmente gótica erguida em solo português está sendo restaurada, embora continue aberta à visitação. Também conhecido como Real Abadia e Mosteiro de Alcabaça, o convento que é considerado uma das sete maravilhas de Portugal tem uma história apaixonante e merece ser conhecido.
Começou a ser construído na Idade Média, em 1178, pelos monges cistercienses, após doação de Dom Afonso Henriques ao abade da ordem religiosa de Cister, Fernando de Claraval, em 1153. Segundo a lenda, durante a Reconquista, à época da formação da nacionalidade portuguesa, Dom Afonso Henriques teria prometido à Santa Maria erguer um mosteiro em sua homenagem, caso conseguisse conquistar os mouros, o que veio a acontecer em 1147.
O rei cumpriu o prometido, doando o território de Alcobaça ao abade daquela ordem religiosa – esta narrativa encontra-se documentada nos painéis de azulejos das paredes da Sala dos Reis do Mosteiro, que datam do século 18. Contudo, as obras para a construção da abadia apenas começaram a ser realizadas 25 anos após a doação.
No século 14, o mosteiro foi ampliado com outra doação, desta vez do rei Fernando 1º de Portugal. As obras só terminariam em 1240, dando-se a consagração em 1252. De sua construção original hoje restam as muralhas externas. A igreja, com 100 metros de comprimento e integrada por nove capelas, guarda os túmulos do terceiro rei português, Dom Afonso 2º, falecido em 1224, e os de Dom Pedro e Dona Inês.
Restauro
A Direção Geral do Patrimônio Cultural (DGPC) vai investir mais de 123 mil euros na conservação do Mosteiro de Alcobaça, incluindo a reparação do sistema de toque dos sinos, que deverão voltar a tocar no ano que vem. Segundo o órgão português, serão feitas intervenções profundas e necessárias à boa conservação do monumento. As obras deverão estar concluídas até ao final deste ano.
Na primeira fase das obras do mosteiro serão feitos a conservação e o restauro dos elementos pétreos e caixilharias da fachada norte, adjudicada à empresa In Situ — Conservação de Bens Culturais. Ainda para este ano também está prevista uma intervenção na torre sul, que engloba “a beneficiação do sistema elétrico de comando dos martelos para toque dos sinos”. Para 2017 estão programadas outras intervenções no monumento, que serão iniciadas “de acordo com uma lista de prioridades e com a disponibilidade orçamental” da DGPC.
Texto por: Fabíola Musarra
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