Cidade mais chique da Itália e segunda maior do país com cerca de 4,5 milhões de habitantes, Milão tem uma localização geográfica privilegiada, no coração da Europa, sendo um ótimo ponto de partida ou chegada para quem vai visitar outros destinos do continente. Conhecida mundialmente como um dos mais badalados centros de design e da moda, a cidade é indispensável em qualquer roteiro turístico na região.
Capital da região da Lombardia, também é famosa pela gastronomia, feiras de negócios e pelo futebol, afinal, o Milan e a Internazionale são dois dos principais times do planeta. Milão também é o lugar certo para quem se interessa pela história da civilização ocidental.
Desde a Idade Média é importante centro comercial, industrial e financeiro. De origem celta, a cidade foi conquistada pelos romanos no ano 222 a.C. e foi a capital do império do ocidente entre osanos de 305 e 402 d.C. Um dos principais berços do catolicismo, Milão é a cidade-natal dos papas Alexandre II, Urbano III, Celestino IV, Pio IV e Pio XI. Durante a II Guerra Mundial foi uma das cidades italianas que mais sofreram ataques. No pós guerra passou por uma gigantesca reconstrução.
Apesar de ser uma cidade grande, a maior parte das atrações turísticas e históricas estão concentrada em uma única região. Com um pouco de disposição dá até para percorrer tudo à pé.
DUOMO IMPRESSIONA
Comece seu roteiro pela Piazza del Duomo, praça que é o marco zero da cidade e onde estão duas obras-primas da arquitetura milanesa de diferentes épocas: o Duomo e a galeria Vittorio Emanuele. O impacto para quem chega pela primeira vez ao local é inesquecível. A imponente fachada de mármore branco do Duomo – ornamentada por 3,4 mil estátuas – impressiona. Referência do estilo gótico, não fica devendo nada para as catedrais de Notre-Dame (Paris) ou a de Colônia (Alemanha).
Tamanha imponência tem uma explicação. No começo do século 14, quando a construção teve início, o objetivo era abrigar toda a população de Milão que, àquela época era de 40 mil pessoas. A obra levou mais de 500 anos para ser concluída. Demorou, mas o resultado é magnífico.
Ao entrar em seu interior segure o queixo. E não tenha pressa. Aprecie com calma ao seu redor. São cinco naves com 52 colunas monumentais e vitrais que são verdadeiras obras de arte. Procure pela estátua de São Bartolomeu dissecado – a mais famosa – que segura a própria pele como se fosse um manto. Capelas laterais guardam sarcófagos de mármore de nobres famílias milanesas. Há, também, a cripta de São Carlos Borromeo e uma sala com os tesouro do Duomo. Não esqueça que é vetada a entrada de pessoas usando bermudas e camisetas regata.
Com estilo arquitetônico que privilegia a verticalidade, o telhado tem 135 pináculos, sendo que a agulha mais alta está a 108,5 metros do chão. No seu ponto mais alto está a estátua dourada de La Madonnina (Nossa Senhora), protetora e símbolo de Milão e dos milaneses. É possível subir até uma das suas torres, a Le Terrazze, e apreciar a belíssima – como diriam os italianos – vista de Milão.
Ao lado da catedral estão as galerias Vittorio Emanuele e Vittorio Emanuele II com seu colossal pórtico de entrada. Sem dúvida é o centro comercial mais chique de Milão. Em seu interior estão lojas de grifes de luxo, como a primeira Prada aberta na Itália. Lá você também pode fazer uma pausa no Café Gucci ou saborear o verdadeiro risoto à milanesa em um dos seus vários restaurantes.
Os elegantes edifícios de arquitetura neoclássica foram construídos no final do século 19 e receberam um luxuoso teto de vidro e ferro. No piso do cruzamento das duas ruas que compõem a primeira galeria chama a atenção os mosaicos que representam as cidades italianas de Milão, Florença, Turim e Roma. Outro ponto que reúne muitos turistas é onde está a pintura de um boi no chão. Diz uma lenda milanesa que o visitante que dar três voltas em cima da imagem e fizer um pedido para voltar à cidade ele será atendido. Não custa tentar. Os edifícios ligam as praças do Duomo e a do Teatro alla Scala, outra atração imperdível em Milão.
O Scala foi inaugurado em 1778, no mesmo local onde funcionava outro teatro, o Regio Ducale, destruído por um incêndio dois anos antes. Em pouco tempo se tornou o centro do melodrama italiano. Em 1870, o compositor brasileiro Carlos Gomes estreou a ópera “O Guarani”. Infelizmente, o Scala foi alvo de um bombardeio durante a II Guerra Mundial e sofreu grandes danos. O teatro retomou os seus dias de glória em 1946, após passar por completa reconstrução. Reabriu sob a regência do aclamado maestro italiano Arturo Toscanini. Subiram em seu palco outros famosos regentes e grandes nomes da ópera como Giuseppe Verdi e Luciano Pavarotti, entre outros. Em seu interior a decoração é deslumbrante e inclui um imponente lustre de cristais de Murano.
OBRA-PRIMA DE LEONARDO DA VINCI
Arte e história se misturam em Milão. O roteiro de atrações turísticas deve passar necessariamente pela Basílica de Santo Ambrósio e pela igreja de Santa Maria delle Grazie. A primeira foi inaugurada pelo próprio Ambrósio em 379 d.C., e tinha o nome de Basílica dos Mártires, em homenagem a São Gervásio e São Protásio. Muito bonita, tem o seu interior formado por três naves, sendo a central mais alta. Não deixe de descer à cripta, local onde está sepultado o santo e guarda objetos preciosos incluindo pinturas, tapetes, peças de mármore e roupas.
Na igreja de Santa Maria delle Grazie, localizada na praça do mesmo nome, está uma das principais obras-primas de Leonardo da Vinci, a pintura sobre madeira “A Última Ceia”, na fachada norte do refeitório do convento. Apreciar a obra executada pelo artista entre 1495 e 1497 já vale a visita. A obra, que mede 4,6 por 8,8 metros, representa a última ceia de Jesus e revela uma infinidade de movimentos e sentimentos complexos que somente um gênio como da Vinci seria capaz de reproduzir. Leonardo da Vinci também é destaque no Castello Sforzesco, uma construção do século 14 que lembra muito uma fortaleza. Além das obras de da Vinci chama a atenção os belos jardins com vários lagos. Ao longo do tempo o castelo sofreu muitas
intervenções. Foi destruído e reconstruído. Ganhou uma espetacular torre com sinos e relógio. Atrás da construção está o Parque Sempione. Abre diariamente das 9h às 17h30 e a entrada é franca. Mas Milão não guarda apenas obras de da Vinci. Arrume tempo para conhecer a Pinacoteca de Brera e curta as obras de Caravaggio, Veronese, Mantegna, Rafael, Tintoretto e de vários outros artistas famosos do século 20. Instalada em um palácio do século 17, a pinacoteca está localizada no charmoso bairro de Brera. Com estilo intelectual-chique, o lugar é um verdadeiro labirinto com ruazinhas do século 19, onde estão antiquários, bares e restaurantes. Bom lugar para almoçar e depois caminhar a pé.
Outro bairro interessante na cidade é o Navigli. Charmoso e agitado, concentra diversos bares, cafés, pubs e restaurantes. A vida noturna por lá é sempre bastante animada. É o lugar preferido dos milaneses para a tradicional happy hour, chamada por eles de “aperitivo”.
Como brasileiro adora futebol, vale uma visita ao estádio San Siro, cultuado pelos italianos como um verdadeiro santuário. O Giuseppe Meazza – nome oficial – é utilizado pelo Milan e pela Internazionale, os dois principais times da cidade e que estão entre os grandes do mundo.
Principal estádio da Itália, foi inaugurado em 1926 e tem capacidade para 80 mil torcedores. Inicialmente recebia apenas jogos da Internazionale, até que em 1947, o Milan também passou a mandar seus jogos no local. O museu em suas dependências conta a história dos dois clubes e guarda as taças, bolas, camisas, chuteiras, objetos de arte e vários outros objetos que marcaram a história do futebol mundial. Um cinema apresenta filmes sobre o estádio, o Milan e a Inter. Também é possível fazer um passeio para percorrer o estádio que está entre os maiores da Europa. A visita termina na San Siro Store, loja que comercializa produtos dos dois times em espaços separados. Funciona diariamente exceto em feriados. Nos dias de jogos o horário sofre alterações.
Embora não seja tão grande como São Paulo, Milão adotou recentemente o pedágio urbano. Portanto, se alugar um carro prepare-se para pagar para circular no centro da cidade – em um perímetro batizado de Área C – de segunda a sexta, das 7h30 às 19h30. Inspirado no modelo londrino, tem o objetivo de reduzir a poluição e os congestionamentos. Carros elétrico e híbridos estão isentos do pagamento.
EXPO 2015
Visitar Milão nos próximos meses pode ser ainda mais especial. A partir de 1o de maio, a cidade sedia a Exposição Universal – Expo 2015, que deverá receber mais de 20 milhões de visitantes até o dia 31 de outubro quando será encerrada. A expectativa dos organizadores do grandioso evento é que outros um bilhão de visitantes virtuais passem pelo site oficial, o www.expo2015.org.
A Expo 2015 acontecerá em uma grande área de exposições, localizada próxima ao centro da cidade, que possui mais de um milhão de metros quadrados. Cerca de 145 países e 139 expositores participarão do evento. Realizada a cada cinco anos em diferentes cidades da Europa, o tema da vez será “Feeding the Planet, Energy for Life” – Alimentando o Planeta, Energia para a Vida, onde os países participantes apresentarão o passado e o presente da alimentação, além de lançarem um olhar para o futuro e os desafios que envolvem o tema. Portanto, motivos não faltam para programar uma viagem para Milão.
Para quando você for a Milão
IDIOMA: Italiano.
MOEDA: Euro.
FUSO HORÁRIO: Mais 4 horas em relação ao horário de Brasília.
VISTO: Não é necessário.
SAÚDE: Para entrar na Itália nenhuma vacina é obrigatória.
CLIMA: Melhor época para visitar Milão é durante a primavera (março a junho) e o outono (setembro a dezembro), períodos em que as temperaturas são agradáveis. Durante o inverno, nos meses de dezembro e janeiro, a temperatura pode cair até -5ºC. Já no mês mais quente do verão (julho) o calor pode chegar a até 37ºC. Os meses de abril e maio costumam ser chuvosos.
TRANSPORTES: O sistema integrado de transporte público é a melhor alternativa para se conhecer a cidade. Para utilizar os bondes, ônibus e metrôs, os bilhetes podem ser comprados antecipadamente e validados ao ingressar. Apesar de os bondes serem muito atraentes para os turistas, o metrô é a opção mais prática. Milão possui quatro linhas e dezenas de estações. Para ir ao centro (estação Milano Centrale) a partir do Aeroporto de Malpensa, uma das opções é utilizar o ônibus da companhia Malpensa Shuttle (www.malpensashuttle.it). O bilhete de ida e volta custa 12€. Outra alternativa é tomar o trem Malpensa Express (www.malpensaexpress.it). Do Aeroporto de Linate há táxis e ônibus (www.starfly.net).Dentro da cidade o metrô é uma excelente opção. Informações: www.atm-mi.it. O bilhete para uma viagem custa 1€, mas há opções de bilhetes como o giornaliero (3€ válido por 24h após a data de validação) e o bigiornaliero (5,50€ válido por 48h após a data de validação).
CONSULADO DO BRASIL EM MILÃO: Corso Europa, 12. Informações: milao.itamaraty.gov.br/pt-br
EMBAIXADA DA ITÁLIA NO BRASIL: SES, Qd. 807, lote 30, Brasília (DF). Informações:tel. (61) 3442-9900 ou www.ambbrasilia.esteri.it
COMPRAS: Verdadeiro sonho de consumo para os turistas, as grifes mais famosas do mundo estão lado a lado na concorrida Via Dante e também no Quadrilátero da Moda, composto pelas ruas Corso di Porta Venezia, Via Manzoni, Via Montenapoleone e Via della Spiga.
CUIDADO:
- Não aceite ajuda para comprar seus bilhetes. Em algumas estações, ciganos oferecem ajuda em troca de algum dinheiro.
- Você tem 90 minutos para usar a integração com outros meios de transportes a partir da primeira utilização no metrô.
- Guarde o bilhete para eventual fiscalização. Fiscais descaracterizados podem a qualquer momento verificar se o mesmo está dentro do período de validade. Pessoas pegas sem bilhetes são multadas – 35 euros – e têm que pagar na hora e em dinheiro.
O QUE COMER: Além da saborosa comida italiana, em Milão há bons restaurantes especializados na culinária de várias partes do mundo. A cozinha da cidade é bem distinta com muitos pratos típicos da região. Entre os símbolos da gastronomia local está, claro, o conhecido Bife à Milanesa. Preparados com bifes de vitela temperados e fritos em óleo quente após serem empanados com ovos batidos e farinha de rosca, são chamados na cidade de cotoletta alla milanese. Originalmente era feito com o próprio osso da costeleta e frito em manteiga, em vez de óleo. Outros pratos típicos locais são o ossobuco, o bollito misto, as polentas de milho e castanha, os risotos e queijos como grana padano, mascarpone, taleggio e gorgonzola. Normalmente os restaurantes oferecem refeições completas com uma entrada, um prato principal e café ou vinho da casa. Dá para comer bem por menos de 30 euros.
ONDE FICAR: A oferta hoteleira em Milão é farta e com estabelecimentos para todos os gostos e bolsos. A cidade tem mais de 700 hotéis e os mais procurados – e também mais caros – são os localizados próximos à Praça do Duomo.
COMO CHEGAR: A TAM – www.tam.com.br – e a Alitalia – www.alitalia.com.br_pt – oferecem voos diários e diretos saindo de São Paulo com destino ao principal aeroporto de Milão, o Malpensa, distante 50 km do centro. O tempo de voo é de aproximadamente 11h40.
Se já estiver na Itália, há opção de voos para o segundo aeroporto da cidade, o Linate, a cerca de 7 km do centro e recebe muitos voos nacionais.
O trem também é boa opção para quem estiver em território italiano. Informações: www.trenitalia.com . As principais estações ferroviárias de Milão são a Centrale, a Nord e a Porta Garibaldi.
PACOTES TURÍSTICOS: Várias operadoras de turismo oferecem pacotes para a Milão. Confira:
- CVC: www.cvc.com.br
- Decolar: www.decolar.com
- Intravel: www.intravel.com.br
- Mundo Viagens: www.mundoviagens.com.br
- Nascimento Turismo: www.nascimento.com.br
- Senator Turismo: www.senator.com.br
- Teresa Perez Tour: www.teresaperez.com.br
- Visual: www.visualturismo.com.br
INFORMAÇÕES TURÍSTICAS: www.visitamilano.it
Por Roberto Maia.