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Manaus do verde, da art nouveau, do açaí e da cultura viva. Descubra!

8 de maio de 2018

Manaus é um destino que dispensa apre­sentações. Porta de entrada para a exube­rante Floresta Amazônica, a cidade já foi exaltada de inúmeras formas, atraindo turistas de todos os cantos do mundo. Porém, muitos de nós, brasileiros, só a conhecemos no papel – seja do livro da escola ou da fotografia – e não nos atreve­mos a desbravar essa maravilha como ela merece.

Depois de quase quatro horas de viagem, admi­rando o verde incessante da janela do avião, o que encontramos em solo manauara é surpreendente. Bem no meio do bioma mais rico do país, nos de­paramos com uma cidade moderna, cheia de his­tória e com uma cultura viva que ganha as ruas e contagia seus visitantes.

Foto por IStock/ filipefrazao

Foto por IStock/ filipefrazao

Fundada em 1669, pelos portugueses, a cidade teve seu primeiro auge no Ciclo da Borracha, entre os séculos 19 e 20. Nesse período áureo, da belle èpoque manauara, a cidade ganhou ares vanguar­distas, sendo uma das primeiras do país a contar com luz elétrica, bondes e água encanada. Era até chamada de “Paris dos Trópicos”.

E é justamente dessa época que surgem grandes íco­nes da arquitetura que permanecem preservados em Manaus, como o Teatro Amazonas, o Palácio do Go­verno, o Mercado Municipal e o prédio da Alfândega.

UM GIRO PELO CENTRO HISTÓRICO

Manaus conta com diversos edifícios e construções históricas que retratam seu rico passado. Alguns dos lugares imperdíveis são:

Teatro Amazonas

Construído em estilo neoclássico, o Teatro Ama­zonas é o grande cartão-postal (não natural) da cidade. Herança do período áureo do látex, o es­paço foi inaugurado em 1896 e chama a atenção principalmente pela imponência de sua cúpula – com inspiração turca -, feita com 36 mil peças em cerâmica esmaltada e telhas vitrificadas coloridas nas cores da bandeira brasileira.

Foto por Istock/ rickjbastos

Foto por Istock/ rickjbastos

Além disso, o teatro representa um marco na so­ciedade manaura, tendo recebido óperas, opere­tas, musicais, peças de teatro, shows de cantores líricos e populares, festivais, grupos de dança, ban­das de música, corais, orquestras e tantos outros durante seus mais de 120 anos de história.

O salão de espetáculos tem capacidade para 701 pessoas e recebe, até hoje, apresentações de fes­tivais importantes. Até junho, o espaço recebe o já tradicional Festival Amazonas de Ópera (FAO), com extensa programação.

Foto por Istock/ OscarEspinosa

Foto por Istock/ OscarEspinosa

Palacete Provincial

Construído por um casal português, o edifício foi sede da segurança pública e hoje se tornou um complexo cultural que abriga: o museu de Numis­mática Bernardo Ramos, a Pinacoteca do Estado, o museu Tiradentes, o museu da Imagem e do Som, o museu de Arqueologia e o Laboratório de arqueologia Alfredo Mendonça de Souza, o Ate­liê de Restauro de obras de artes e de papel, as reservas técnicas dos museus e as exposições de longa duração “Escritório da obra”, que é uma cla­ra demonstração de como estava o prédio antes da restauração, e a “Esculturas do Mundo” que é uma mostra das réplicas das esculturas dos mu­seus franceses, assinadas pela Reunion ds Musées National – RMN, além de serviços como o Café do Pina, a Arena de espetáculos Newton Aguiar e o Auditório Multiuso Cel. Pedro Henrique.

Foto por Istock/ shakzu

Foto por Istock/ shakzu

O Palacete Provincial está localizado na praça He­liodoro Balbi, que foi restaurada e recompõe a pai­sagem urbana, local e a memória do histórico Clube da Madrugada. É referência para quem quer conhe­cer a capital do Amazonas e a história de seu povo.

Palácio Rio Negro

Também conhecido como Palacete Scholz, o edifí­cio foi construído em 1903, em estilo eclético, como residência de um barão da borracha. Depois, foi sede do governo e residência oficial do governador.

E para contar um pouco de sua história e impor­tância, hoje promove gratuitamente vasta e eclética programação cultural com exposições de arte de artistas locais, nacionais e internacionais, e visitas guiadas às salas tradicionais do Palácio.

Mercado Adolpho Lisboa

Foto por Istock/ elleon

Foto por Istock/ elleon

Outra construção que data da belle époque é o mercado municipal da cidade. Situado na região portuária de Manaus, o edifício em art nouveau reúne todas as principais cores e sabores tão carac­terísticas e famosas da região Norte.

O espaço conta com mais de 180 boxes que ofe­recem produtos típicos como: peixes, carnes, fru­tas, ervas e artesanato.

Foto por Istock/ filipefrazao

Foto por Istock/ filipefrazao

Além disso, o lugar é um dos mais indicados para provar uma das iguarias do café da manhã manaura, o x-caboquinho. O lanche feito em pão francês leva banana frita, queijo coalho e tucumã – uma fruta amazônica. Experimente acompanhado de um suco de cupuaçu ou de um, também local, guaraná Baré!

HISTÓRIA E NATUREZA PRESENTES NOS MUSEUS DA CIDADE

Antes de fazer um roteiro completo pela Amazônia, vale a pena visitar os parques e museus de Manaus, que são uma pequena amostra da grandeza natural presente nessa região.

Museu da Amazônia – MUSA

Imagine passear por um pedacinho da Floresta Amazônica sem sair da área urbana de Manaus? Essa experiência pode ser vivida no Musa, o Museu da Amazônia. Localizado na zona leste da cidade, o espaço funciona como um jardim botânico den­tro da Reserva Florestal Adolpho Ducke.

Foto Vanessa Gama/ MUSA

Foto Vanessa Gama/ MUSA

Fundado em 2009, o museu é perfeito para um passeio educativo e sustentável. Ocupando 100 hectares da fazenda, o museu vivo conta com tri­lhas de mata nativa que guardam belas surpresas. Destaque para o lago de vitórias-régias, o aquário com peixes amazônicos, como pirarucu e tamba­qui, e o serpentário – com espécies peçonhentas e não peçonhentas.

Além disso, entre uma trilha e outra, o que chama a atenção é uma enorme árvore: a angelim-pedra. Com idade estimada entre 500 e 600 anos, a árvo­re tem 45 metros e é conhecida como “senhor da floresta” ou “deusa maior da Floresta Amazônica”.

Foto por Vanessa Gama/ Musa

Foto por Vanessa Gama/ Musa

Depois das trilhas, a dica é subir os 242 degraus da torre de observação do Musa. Do alto de seus 42 metros, a torre exibe uma vista exuberante do topo das árvores da floresta.

Museu do Seringal

O Museu do Seringal Vila do Paraíso, em Manaus, é uma verdadeira aula de história. Ilustrando a épo­ca do ouro do Ciclo da Borracha, o espaço retrata o modo de ser e viver do homem no seringal, tanto os coronéis, quanto os nordestinos que chegavam à capital amazonense para trabalhar com o látex.

Originalmente, o lugar foi criado como cenário cinematográfico do filme “A Selva”, protagoniza­do por Maitê Proença, e, graças à sua perfeita am­bientação à situação do início do século XX, pas­sou a receber visitantes como um museu.

Foto por Michel Dantas/ Secretaria de Cultura do Amazonas

Foto por Michel Dantas/ Secretaria de Cultura do Amazonas

Retratando in loco o passado áureo da economia de Manaus, o cenário recriado no museu foi inspi­rado em um seringal de Humaitá, a 600 quilôme­tros dali. O projeto é formado por ambientações do ciclo da borracha, com móveis e utensílios que testemunham a riqueza dos seringais, além de Casa de Farinha, Tapiri de defumação da borracha, Bar­racão de aviamento, Casa de Banho, entre outros.

As visitas, sempre guiadas, ainda incluem as tri­lhas das seringueiras, onde ocorre a demonstração de como era retirado o látex. O acesso ao Museu é feito de barco em um trajeto de 25 minutos e as saídas são feitas em três pontos: Marina de Davi, Porto de Manaus e Hotel Tropical Manaus.

NAS ÁGUAS, O CENÁRIO É DE TIRAR O FÔLEGO!

Não dá para falar de Manaus e deixar de lado suas águas abundantes. A Floresta Amazônica é conside­rada a maior bacia hidrográfica do planeta, já que abriga 80% de água doce. Isso reflete bastante no transporte da região, feito quase sempre por vias aquáticas, mas também influi no turismo. Isso por­que, é no meio dessa imensidão de águas que estão alguns dos principais atrativos da cidade. Por conta disso, o que não faltam são pacotes e passeios para desbravar os famosos rios Negro e Solimões.

Foto por Eliria Buso

Foto por Eliria Buso

Nadando com os botos

O Rio Negro é uma das maravilhas da natureza manaura. Com mais de dois quilômetros de exten­são, protagoniza um verdadeiro espetáculo ao se encontrar, sem se misturar, com o Rio Solimões.

O rio de águas negras é cenário para diversos pas­seios nos arredores de Manaus. Entre eles, se des­taca o mergulho com os botos cor-de-rosa. Na oca­sião, o turista pode mergulhar com os animais em seu habitat natural, observar os guias alimentando­-os com peixes e ainda admirar seus belos saltos.

Como é um passeio livre de exploração animal, a interação nem sempre é garantida. E além disso, é necessário que os turistas sigam algumas impor­tantes instruções para garantir a preservação da espécie e do meio ambiente em volta. Uma verda­deira aula de turismo sustentável!

Encontro das águas

Como falamos anteriormente, o encontro dos rios Negro e Solimões é um dos Patrimônios Imateriais da cidade. Imperdível, o fenômeno ocorre no ponto em que os cursos dos rios se juntam para formar o Rio Amazonas. Devido às grandes diferenças físi­co-químicas entre os dois rios, suas águas, de cores negra e barrenta, correm paralelamente sem se mis­turar por vários quilômetros.

Foto por IStock/ filipefrazao

Foto por IStock/ filipefrazao

A maneira mais tradicional de conhecer as dife­renças e belezas desse espetáculo é pegar um bar­co e ir até o Encontro.

Praia do Tupé

Localizada a cerca de 30 quilômetros de Manaus, a partir da orla da Ponta Negra, a praia do Tupé é um pequeno reduto de tranquilidade em meio às águas do Rio Negro. Exposta durante praticamen­te o ano inteiro, a praia de água doce forma um cenário praticamente paradisíaco com areias clari­nhas contrastando com o negro das águas.

Foto por Eliria Buso

Foto por Eliria Buso

Apesar de, aos finais de semana, a praia ficar mais cheia, o lugar ainda permanece isolado, tor­nando-se um oásis de relax e descanso. A área de proteção abriga ainda a tribo Dessana, que realiza apresentações de dança e da cultura indígena.

As delícias manauaras

Quando se fala em gastronomia da região Nor­te brasileira, o que paira pela nossa imaginação é uma variedade enorme de pratos com peixes e temperos amazônicos. E é exatamente isso que encontramos por lá, porém, com uma riqueza de aromas e sabores praticamente indescritível.

Foto por Eliria Buso

Foto por Eliria Buso

Alguns restaurantes de Manaus vêm modernizan­do seus cardápios, mas sem deixar de lado a tradi­ção que vem atrelada à ingredientes como o tucupi, o tucumã e os já internacionalizados açaí e cupuaçu.

Como chegar

Saindo de São Paulo, são cerca de quatro horas de viagem até Manaus. Algumas das principais companhias aéreas do país, como GOL e LA­TAM já fazem o trecho direto entre as cidades.

Do Aeroporto Internacional de Manaus, são 14 quilômetros até o centro da cidade, e a melhor forma de chegar é pegar um taxi.

Onde ficar

Holiday Inn Manaus

Hotel Villa Amazônia

Novotel Manaus

Onde comer

Moquém do Banzeiro

Caxiri Restaurante 

Tambaqui de Banda

Restaurante Naia

Shin Suzuran

Cachaçaria do Dedé

Abaré Sup & Food

Texto por: Eliria Buso. A jornalista viajou a convite do IHG –Intercontinental Hotels Group.

Foto destaque por Istock/ filipefrazao

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