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Maior ponte do mundo sobre o mar tem quase a distância entre São Paulo e Santos

Foto por IStock/ linegold

Segundo o serviço de mapas do Google, a distância de carro entre a Praça da Sé, no centro de São Paulo, e a Praia do Gonzaga, em Santos, é de 82 km. Dependendo da localização entre os pontos de partida e chegada, a viagem pode ser reduzida a pouco mais de 60 km — quase a mesma distância entre um lado e outro da maior ponte suspensa sobre uma baía do mundo: a que liga Hong Kong à cidade de Zhuhai, na China.

A ponte foi inaugurada em outubro do ano passado com a presença do presidente chinês, Xi Jinping, depois de nove anos de obras. Incluindo suas alças de acesso, a ponte possui 55 km de extensão, fazendo a ligação entre a China, Hong Kong e Macau — a Rio-Niterói, no Rio de Janeiro, tem 13 km. “Essa obra será estudada por muitos anos”, disse durante seu discurso. De fato, neste ano o projeto faz parte do material do curso de engenharia civil ead da universidade Cruzeiro do Sul.

A construção da ponte custou R$ 77 bilhões e deveria ser terminada em 2016, mas questões de segurança e problemas envolvendo os trabalhadores — segundo relatórios oficiais, 18 pessoas morreram no canteiro de obras — atrasaram a inauguração. No ato de abertura, Jinping recebeu as visitas dos governantes de Hong Kong e de Macau em Zhuhai. Logo depois, os primeiros ônibus cruzaram seu novo asfalto ainda impecável.

 

Projetada para resistir a terremotos e tufões, a obra exigiu 400 mil toneladas de ferro — o suficiente para erguer 60 exemplares da Torre Eiffel. Cerca de 30 km da sua extensão total cruza o mar de Pearl River. Para permitir que os navios passem pelo local, um trecho de 6,7 km na metade do caminho passa por baixo de um túnel submerso que se liga a duas ilhas artificiais.

Foto por IStock/ LewisTsePuiLung

Os trechos anexos são ligações, viadutos e túneis em terra conectando Zhuhai e Hong Kong com a ponte principal.

A construção faz parte dos planos chineses de construir o que chamam de Greater Bay Area, incluindo uma perímetro entre Hong Kong, Macau e outras nove cidades do sudoeste da China. Juntas, as áreas possuem 68 milhões de moradores.

Até setembro, viajar entre as duas cidades levava quatro horas — agora uma viagem de carro segundo os limites de velocidade dura meia hora. Os governos envolvidos no projeto também limitaram os motoristas que podem trafegar pela ponte: apenas quem possui uma licença especial pode cruzá-la — e ainda precisa pagar um pedágio não muito barato.

A ponte não possui serviço de transporte público até agora, apesar dos planos da China e de Hong Kong. Ônibus privados, porém, já estão operando rotas novas entre os dois países. As autoridade estimavam inicialmente que 9,2 mil veículos cruzariam os 55 km de extensão da estrada todos os dias. Depois, a estimativa foi reduzida por causa de outros projetos de transporte que estão sendo terminados na região.

 

A ponte, seja como for, não foi erguida sem críticas: meios da imprensa de Hong Kong chamaram-na de “estrada da morte”, por causa do número de pessoas que morreram durante o processo de construção. Além deles, vários trabalhadores se feriram durante as obras, de acordo com relatórios internacionais.

A China já possui as duas maiores ponte do mundo: uma que liga as cidades de Danyang a Kunshan em uma extensão de 165 km — como uma viagem de carro de São Paulo a Itapetininga, na região Sul do estado –, que faz parte da ferrovia Pequim-Xangai, e outra entre Langfang e Qingxian, de 114 km, também usada por trens de passageiros.

Texto por: Agência com edição

Foto destaque por IStock/ linegold

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