No Município de Apodi, a cerca de 340 quilômetros de Natal e a menos de 80 de Mossoró, encontramos um sítio arqueológico dos mais importantes do Brasil, o Lajedo de Soledade. São fendas e grutas onde estão pinturas e gravuras rupestres com idade estimada entre 3 e 5 mil anos.
Localizado numa área de um quilômetro quadrado de rocha calcária, do período paleolítico, o lugar quase foi destruído pelos produtores de cal da região. Mas a intervenção de geólogos da Petrobras e dos próprios moradores do distrito do Lajedo, no início da década de 90, acabou salvando este sítio.
Os desenhos foram feitos por índios que habitavam a região no período pré histórico, e representam animais como araras, papagaios e garças, além de elementos da natureza e formas geométricas ainda não decifradas. São vários os painéis dessas pinturas ainda preservadas que se encontram no leito de um rio seco, que podem ser observadas em visitas acompanhadas por guias.
O Lajedo de Soledade permite compreender a formação desta parte da região potiguar através de suas características geológicas. Há 90 milhões de anos, toda a sua área era coberta por um mar raso que, ao recuar, revelou uma grande extensão de rocha calcária. Com a erosão provocada pelas chuvas e riachos, as cavernas e fendas foram sendo modeladas em interessantes formas. Atualmente, o Lajedo encontra-se na paisagem semi-árida do Nordeste, onde reina a vegetação seca.
Visitação
As visitas ao Lajedo de Soledade podem ser feitas de terça a domingo, das 8 às 17 horas, sempre com acompanhamento de guia da Fundação dos Amigos do Lajedo de Soledade (Fals), entidade que mantém o local.
E além disso, é possível visitar, no centrinho de Apodi, o Museu do Lajedo de Soledade. Em seu acervo estão painéis fotográficos, maquetes e utensílios de pedras usados pelos índios que habitavam a região.
O museu pode ser visitado de terças a domingo, das 7 às 12 horas e das 14 às 17 horas. A entrada custa R$ 5,00. Para visitar o Lajedo, o melhor é se dirigir ao museu e acertar com o guia um preço.Na lojinha do museu estão a venda camisetas com as inscrições rupestres e peças em argilas confeccionadas pelos artesãos do CAL.
Texto por: Cláudio Lacerda Oliva e Eliria Buso
Fotos por Eliria Buso