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Jalapão: um show da natureza no coração do Brasil

23 de junho de 2016

O acesso é complicado, o calor é forte e não há sinal de celular. Mas o esforço vale à pena! A maioria das estradas da região não é asfaltada e usar um veículo com tração 4×4 é recomendável para circular por lá. Localizado no Estado de Tocantins, na divisa com a Bahia, Maranhão e Piauí, o Jalapão é um conjunto de cinco áreas de conservação, incluindo um parque estadual com mais de 34 mil Km² – área maior que os estados de Sergipe e Alagoas. O cenário é exuberante e repleto de cachoeiras de águas cristalinas, piscinas naturais, chapadões, formações rochosas, serras com clima de savana e dunas alaranjadas de até 40 metros de altura aos pés da Serra do Espírito Santo. Seus imponentes chapadões de arenito alcançam até mil metros de altura.

Conhecido como o deserto brasileiro, o Jalapão tem a menor densidade demográfica do país com apenas 0,8 habitante por km². Distante cerca de 190 km de Palmas, a capital tocantinense, engloba oito municípios, sendo os principais Ponte Alta do Tocantins e Mateiros. Os principais atrativos turísticos estão em Ponte Alta, que é considerada a porta de entrada.

Foto Divulgação Korubo

Foto Divulgação Korubo

Apreciadores do ecoturismo e dos esportes na natureza encontram atividades durante todo o ano, inclusive no período de chuvas. A região é ideal para a prática de canoagem, rapel, boia-cross, acquaride (descida de bruços em uma boia) e trilhas a pé ou de bike. Quem gosta de rafting não irá se arrepender de descer as corredeiras do Rio Novo. A melhor época para a atividade é de maio a setembro, período de seca no Tocantins. Há duas opções. Uma rápida – escolhida pela maioria dos turistas – com apenas 6 km em três horas de descida. E a de longo percurso – ideal para os aventureiros – com até quatro dias, passando por cachoeiras de nível alto de dificuldades e parando nas prainhas de areia branca e fina que se formam nas margens do rio. O Rio Novo chama a atenção pela cristalinidade das águas e também pela natureza selvagem que o envolve.

A cidade de Ponte Alta do Tocantins abriga muitas cachoeiras. As mais concorridas são as da Fumaça, com duas grandes quedas e um poço verde-esmeralda; a da Talha do Brejo do Boi, com 38 metros de altura; e a do Soninho, com uma piscina que convida para banhos.

Foto via JALAPAO.TO.GOV.BR

Foto via JALAPAO.TO.GOV.BR

Entre os atrativos mais procurados no Jalapão estão as cachoeiras da Velha e do Formiga, as dunas, os povoados do Mumbuca e Prata, a Serra do Espirito Santo e os fervedouros.

Cachoeira da Velha – A maior do Jalapão. As águas do Rio Novo despencam em grande quantidade em duas quedas em formato de ferradura com cerca de 15 metros de altura e 100 metros de largura.

Prainha – Distante aproximadamente uma hora da Cachoeira da Velha existe uma prainha de águas mansas. Uma trilha leva até ela. Quem gosta de camping selvagem tem ali o local ideal.

Cachoeira do Formiga – Localizada em Mateiros, ela encanta pela beleza singular. O cenário reúne vegetação exuberante com árvores altas, samambaias, palmeiras nativas, uma nascente de água verde-esmeralda com uma pequena queda d`água e uma piscina formada ao pé da cachoeira. Impossível resistir a um mergulho para observar o fundo do poço com areias calcárias. Muita gente também acampa no local.

Serra do Espírito Santo – Principal cartão postal da região, essa elevação imponente dá origem às dunas que se formam aos seus pés. Nela há um mirante, de onde – após cerca de uma hora de caminhada – avista-se toda a região. Seu topo é uma área plana, que lembra uma imensa mesa.

Mumbuca – Distante 36 km de Mateiros, esse tradicional povoado foi formado por remanescentes de um quilombo. Foi lá que surgiu o popular artesanato em capim dourado, importante fonte de renda e símbolo da região e do Tocantins. A comunidade é formada por apenas cerca de 200 habitantes, que ainda preservam aspectos culturais e tradicionais de seus antepassados.

Dunas – Pode-se dizer que o cenário é cinematográfico. Localizadas em Mateiros, elas são formadas pela ação dos ventos, que acentuam a erosão das encostas das serras. Areias finas e alaranjadas amontoam-se em até 40 metros de altura. A luz do sol e seus variados tons transformam o local em um monumento natural único. E, do topo das dunas, o que se vê são córregos de águas transparentes e a bela Serra do Espírito Santo. Vá no final da tarde e não deixe de apreciar o pôr do sol lá em cima. O espetáculo jamais sairá da memória.

Foto por Istock/ Michelljhv

Foto por Istock/ Michelljhv

Fervedouros – Verdadeiros oásis em meio à vegetação fechada, entre brejos e riachos, há dezenas deles em toda a região. São grandes poços de água azul transparente, nascente de um rio subterrâneo. A água que brota das areias claras é a responsável pela pressão que provoca o fenômeno da ressurgência. É impossível afundar neles. Acredite, por mais que você tente afundar, a pressão contrária empurra para cima.

Como chegar 

As principais companhias aéreas nacionais têm voos para Palmas. Partindo da capital do Tocantins são cerca de 190 km, sendo 64 km através da rodovia TO-050 até Porto Nacional, depois, mais 116 km pela TO-255 até Ponte Alta do Tocantins, que é considerada a porta de entrada do Jalapão. Outra opção é utilizar a rodovia TO-020 a partir de Palmas, sentido Norte por 108 km até Novo Acordo.

Onde ficar

Há pousadas em Ponte Alta e Mateiros. Simples, elas oferecem cama, ducha e café da manhã.  Outra opção é o Safari Camp da Korubo com tendas montadas às margens do Rio Novo.

Não deixe de levar

Uma viagem ao Jalapão é diferente e alguns itens são importantes levar na mochila: roupas leves e de secagem rápida, tênis ou bota para caminhadas, papete para canoagem, roupa de banho, calça-bermuda para trekking, protetor solar, camiseta de manga comprida para os mais branquinhos, óculos escuro, boné/chapéu, toalhas de banho, repelente, agasalho leve (à noite a temperatura cai um pouco), câmeras fotográficas, squeeze (garrafinha de água), saco estanque (para guardar os pertencer e mantê-los secos durante a canoagem e rafiting) e artigos de higiene pessoal (sabonete, xampu, escova e creme dental, fio dental, desodorante, etc). E não esqueça os medicamentos de uso pessoal e um kit de primeiros socorros – não há farmácias por perto.

Curiosidades

  • O nome Jalapão tem origem na planta Jalapa, uma espécie do gênero Ipomea purga Hayne, popularmente conhecida como “batata de purga”, utilizada pelo seu efeito purgativo.
  • Na região existem vestígios de fauna e flora marinha, sedimentados ao longo do tempo, indicando que o Jalapão já foi fundo do mar.
  • Entre as espécies encontradas na região estão a onça-pintada, o tamanduá-bandeira, o veado-campeiro e a capivara.

Texto por: Tino Simões

Foto destaque por Marcelo Costa Fotografia

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