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Igreja do Carmo, uma joia da arquitetura barroca em Itu

Foto por Rubens Chiri

A Estância Turística de Itu, distante apenas 100 km de São Paulo, tem grande tradição religiosa e conta com cerca de 50 igrejas e capelas católicas. Já foi batizada de “Roma Brasileira” pela religiosidade do seu povo e pela diversidade de templos grandiosos. Hoje, destacamos uma pequena, porém grandiosa igreja, construída em 1777 em homenagem a N.S. do Monte Carmelo.

A singela igreja foi construída sobre a primeira edificação do Convento Carmelita, que data de 1719, obra do Frei João Batista de Jesus, sob ordem de D. João V, atendendo ao pedido das Câmaras de Itu e Sorocaba. Assim, os frades carmelitas começaram a trabalhar na região na educação religiosa e na formação de novos sacerdotes.

Foto por Grande Itu

Todavia, um decreto imperial vedou a entrada de frades estrangeiros no país e por conseqüência acabou com a formação de novos religiosos e, dessa forma, o convento foi decaindo por falta de seminaristas, até que, em 1.872, foi forçado a fechar suas portas. Só a partir de abril de 1917 o convento retornou à vida com a chegada a Itu dos frades Carmelitas: Frei Maurício Laus e Frei Bruno Nielen, que restauraram e habitaram o velho convento.

A igreja do Carmo, declarada Patrimônio Histórico Artístico Nacional em 1967, esta localizada na Praça da Independência, Centro Histórico de Itu e só abre no horário das missas: diariamente, às 18 horas. (11) 4023-1919.
Em seu interior pode-se observar obras primas da arte barroca como o altar-mor pintado pelo grande artista Padre Jesuíno do Monte Carmelo que, segundo Mário de Andrade, representa uma festa no céu e que, também, pintou o forro da igreja.

Foto por Grande Itu

O templo guarda ainda imagens barrocas de impressionante perfeição plástica e ricamente ornadas, entre elas “Jesus”, que é tida como grande representação do Barroco. Nos seus altares laterais estão as imagens da Procissão do Triunfo de Nosso Senhor, datadas do século XVIII. São diversas grandes imagens, entalhadas no Rio de Janeiro, que representam os passos da Via Sacra.

História

A devoção e história de Nossa Senhora do Carmo remonta inevitavelmente ao Monte Carmelo, onde o Profeta Elias viveu na solidão, como ermitão, em torno do ano de 850 a.C. Era um homem de Deus, pois deixava que o Senhor fizesse parte de sua vida. Mais tarde, também inspirados pelos testemunhos de Elias e em seu modo de viver através da oração e do silêncio, um grupo de homens, de várias partes da Europa, chegou ao Monte Carmelo, na região da atual Palestina, procurando entregar suas vidas a Nosso Senhor Jesus Cristo. Entre 1206 e 1214, Santo Alberto redigiu uma regra para estes eremitas. A Regra da Ordem do Carmo foi aprovada definitivamente pelo Papa Inocêncio IV, em 1247.

Foto por Grande Itu

Segundo a História, quando esta Ordem atravessou uma forte crise, seus discípulos foram expulsos, tendo então que se adaptar à realidade da Europa, e foi lá que ocorreu o grande milagre e a maravilhosa intervenção de Nossa Senhora, depois chamada Nossa Senhora do Carmo.

Na Europa, os Carmelitas sofreram muito a ponto de se extinguir e foi neste momento que Nossa Senhora apareceu ao Superior Geral dos Carmelitas, chamado Simão Stock, na noite de 16 de julho de 1251, prometendo ajudar a Ordem e dando a ele o Escapulário, como sinal de aliança e proteção. “A devoção do Escapulário do Carmo fez descer sobre o mundo copiosa chuva de graças espirituais e temporais”, disse o Papa Pio XII.

A benção do Escapulário

A Irmandade do Carmo é a única a oferecer e disponibilizar uma prova material da benção da N.S. do Monte Carmelo para seus discípulos através do “Escapulário”. Trata-se de um símbolo mariano, embora muitos o confundam com um amuleto. Não é um amuleto e nem uma garantia automática de salvação. Segundo São Cláudio de La Colombière, o devoto com o escapulário poderá morrer em pecado, mas não morrerá com seu escapulário.

Pela tradição, o escapulário, tal como se conhece atualmente, foi dado pela própria Virgem Maria a São Simão Stock em 16 de julho de 1251. A Mãe de Deus lhe disse: “Deve ser um sinal e privilégio para ti e para todos os Carmelitas: Aquele que morrer usando o escapulário não sofrerá o fogo eterno”. Posteriormente, a Igreja estendeu o escapulário aos leigos e não católicos.

Foto por Grande Itu

Lúcia, a menina que viu a Virgem de Fátima, contou que na última aparição (outubro de 1917), Maria apareceu com o hábito carmelita e o escapulário na mão e voltou a pedir que seus verdadeiros filhos o levassem com reverência. Deste modo, pediu que aqueles que se consagrem a Ela o usem como sinal desta consagração.

Texto por: Agência com edição Cláudio Lacerda Oliva

Foto destaque por Rubens Chiri

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