Ícone do site Qual Viagem

Há muito o que descobrir na Holanda e Bélgica

Foto por Istock/ dennisvdw

Na Holanda, Amsterdã – uma das cidades mais lindas e vibrantes da Europa – se mistura no cenário com pacatos vilarejos cercados de campos de flores e verde. A poucas horas de trem dali, na pequena Bruges, o cheiro doce do chocolate toma conta das ruas, onde prédios medievais e realejos levam o viajante para outra época, em mais uma cidade que – embora  pequena em tamanho – é grandiosa em exuberância. Bruges e Amsterdã são duas das nossas cidades preferidas na Europa, e tenho certeza que serão as suas também.  Tome seu tempo e vá com calma, é minha primeira dica. As outras, dou  a seguir, em um roteiro de 7 dias. amsterda-juju-na-trip

Amsterdã

DIA 1

Tão linda quanto democrática, Amsterdã é conhecida pelos seus coffeshops e pelo bairro da Luz Vermelha, mas entre seus canais há uma infinidade de atrações e atividades diferentes.

A cidade tem ótimas padarias, famosas por pro­duzir pães artesanais com recheios de caldas doces e queijos holandeses, e tomar o café da manhã em uma delas pode ser um ponto de partida para come­çar o seu dia. Dependendo de onde você estiver, sugi­ro a Vlaamsch Broodhuys (não deixe de experimentar a pasta de chocolate e a geleia de uva, são incríveis) e a Le Fournil de Sébastien (com sotaque francês).

Depois, vá explorar os museus: o Van Gogh guarda uma coleção única do artista que dá nome ao espa­ço, e ainda um acervo de Gauguin. A cinco minutos de caminhada dele, está o Rijksmuseum, com obras da época de ouro holandesa, entre outras.

Então, seu caminho natural será o Vondelpark onde uma turma de turistas se junta aos locais num retra­to fiel ao que Amsterdã representa: multiplicidade. O parque vibra com gente jogada em toalhas pelos gramados, punks, hippies, hispters e famílias fazen­do picnic, ouvindo música e outras quimeras, e – no verão – curtindo uma piscina pop-up. Aqui, todos se misturam com sintonia.

Depois, é hora de explorar ares mais urbanos. A ex­tensão do Vondelpark é a Leidsetraat, uma rua cheia de lojas internacionais e onde também está uma das filiais do cofeeshop Bulldog. Seguindo por ela até o final, você vai chegar no Singel, um dos principais canais do centro. É só atravessá-lo para entrar numa parte que eu amo, em um labirinto de ruas e peque­nos canais com belas joias arquitetônicas e bares ani­mados. Vá bater perna com toda calma do mundo pela Spuistraat e Spui, e não deixe de adentrar no Begijnhof, antiga morada das irmãs beguinarias.

Dia 2

Amsterdã, ao contrário de outras grandes capitais, é uma cidade descomplicada, facílima de ser explorada. E boa parte de sua graça está ao ar livre: nas ruas, canais, cafés com mesas do lado de fora. Por isso, alugue sua bike e vá circular. 

Comece pela Central Station e siga para o Jordaan, um bairro mais sossegado, cheios de ateliês locais, ca­feterias e galerias de arte. Coma a melhor torta de maça da cidade no Winkel 43 e depois rume para rua Tweede Angeliersdwarsstraat, um endereço vibrante no Jordaan. Daí, é se perder pelas vielas.

Depois, vá para a Dam Square – uma praça linda e centro nervoso da cidade – e ruma na sequência para as chamadas 9 Streets, onde reina a cena cool. Aqui você vai achar de lojas retrôs e brechós a lojas de desig­ners moderninhos e cafés com assinatura muito local.

Sugiro almoçar por lá, no Pluk, que serve uma comi­dinha moderna e informal num ambiente lindo. Mas deixe a sobremesa para a Hans Egstorf Bakery. É lá que você vai achar o melhor stroopwaffle do pedaço, feito pelo Hans, padeiro desde 13 anos (!) e que mantém com muito amor essa padaria há 30 anos (!!) nas 9 Streets.

E então, é hora de explorar os canais! Amsterdã tem 165 canais e 1281 pontes, e se você sempre na­morou as fotos que mostravam a cidade e seus canais, aqui vai um roteiro matador para ver ao vivo e a cores esses locais: 

Os canais mais lindos são: Herengracht (amo ele em todos os pontos, mas principalmente perto das 9 Streets e quando vai chegando pro festivo lado da Centraal Station), Prinsengracht, Keizergracht e Singel. Eles formam o famoso cinturão de canais de Amsterdam.

A Curva Dourada: no Herengracht, entre Leidses­traat e Vijzelstraat (marque o local no mapa como Herengracth 536) fica um dos mais conhecidos e fo­tografados conjunto de casas da capital holandesa.

Por fim, para jantar em alto estilo, vá ao Bord’eau, um restaurante com duas estrelas no Michelin, e uma experiência gastronômica.

Dia 3

O Red Light é o bairro onde se concentram os coffee shops, lojas com produtos feitos à base de marijuana e o comércio do sexo com prostitutas em vitrines. Lendo assim, parece que você vai entrar no submundo.

Mas não, o Red Light District também é um dos bairros mais antigos de Amsterdã, e guarda um dos conjuntos arquitetônicos mais lindos da cidade. E é um lugar onde, tranquilamente, passeamos com a Juju em todas as vezes que fomos para o destino (com 4, 12 e 15 anos).

Isso porque, além de cabines eróticas, há lojas, ca­fés, sorveterias, lanchonetes em barcos ancorados e uma turma de gente andando de um lado pro outro. Sem falar nos prédios históricos, como gótico Oude­kerk. Se quiser nossa opinião, a gente adora essa parte!

E uma informação legal: as meninas aqui não têm cafetões e nem chefes (cafetinagem é proibido em Amsterdã). Elas trabalham por conta própria, e ficam nas vitrines porque é proibido se prostituir na rua. Além disso, elas têm assistência do governo em saú­de e assistência social.

Tendo conhecido o Red Light, e experimentando a cidade a pé e de bike, agora é hora navegar.

Assim como Veneza, Amsterdã também possui um labirinto de canais, e é aqui onde talvez você consiga se deparar com o estilo de vida mais original da cida­de: moradores em seus barcos munidos de música e prosecco, e se aglomerando bares decorados com artigos de segunda mão.

De forma que passear de barco pelos canais tam­bém é o maior barato, mas recomendo que – em vez dos tours turísticos – você alugue sua própria embar­cação. Não se acanhe caso não tenha experiência: não é preciso licença para navegar, e tendo internet 3G (a gente usa sempre o chip da Easysim4u) no celu­lar você não se perderá pelo anel de canais. O nosso barco cabia até 6 pessoas, e alugamos o nosso barco com o Canal Motor Boat.

E se quiser fechar o dia com algo bem diferente, se ligue no norte de Amsterdã, equivalente a Williams­burg no Brooklyn. O lugar hispsterizou, e na beira do canal por lá tem vários cafés e bares diferentões. Dois imperdíveis são o The Noorderlicht Café e o Pllek, esse último feito de containers, com varanda de areia, so­fás e – no verão – sessão ao ar livre de cinema.

Dia 4

Se Volendam e Marken são nomes conhe­cidos nos folhetos das agências que vendem passeios pela chamada Waterland Region, Monnickedan é um antigo vilarejo de pescadores, parado no tempo, ainda inexplorado pelo turismo e que não pode ficar fora do seu roteiro.

O jeito mais lindo de chegar lá é pedalando a partir de Amsterdã, passando pelos campos, e chegando em 1 hora. De lá, vale esticar – aí sim – até Volendam. Serão mais 30 de bike, num caminho plano, que dá pra seguir pelo Google Maps.

Caso você ache que isso é quase um Ironman, há uma forma mais fácil: basta pegar o ônibus para Vo­lendam que sai da Central Station (o bilhete custa 10 euros, e vale para viagens ilimitadas no período de 24h) e alugar a bike em Volendam. De lá para Mon­nickedam são deliciosos fáceis 30 minutos de pedal.

Mais turística que Monnickedam, porém bem pito­resca ainda, Volendam é uma vila de pescador, com prédios datados do século XVII, um lago e casinhas. Aqui, vale conhecer também a marina e o museu de queijos, com direito a degustação.

Esse passeio pode ser feito em 1 dia e, se for prima­vera, com certeza ele será colorido por campos de tuli­pa ao longo do percurso. Porém recomendo que, caso tenha mais tempo, se estenda alguns dias por aqui.

Além de Marken, Volendam e Monnickedam, há dezenas de outras microcidades entreligadas por ver­des campos para pedaladas e paisagens inesquecí­veis, e que merecem seu tempo de viagem.

Bruges

Dia 5

Tem muita gente que faz Bruges num bate e volta de um dia porque a cidade é pequenininha e dá pra visitar em uma manhã e uma tarde. Mas isso é para quem quer apenas ver a cidade, em vez de vivê-la.

Bruges é uma cidade-monumento cortada por canais, pontilhada por belíssimos exemplares de arqui­tetura gótica, e com uma atmosfera muito especial. É alegre, linda, romântica, tem mesmo cheiro de cho­colate pelas ruas e, explorando bem a cidade, você vai descobrir uma infinidade de lojinhas diferentonas, ruelas, jardins e bons lugares para comer.

Então, reserve um tempo e curta com calma, por­que a cidade é linda de morrer! Nada de bate-volta!

A Markt, praça principal de Bruges, fica no centro da cidade é o ponto de partida do seu passeio de hoje. É aqui que estão alguns dos melhores chocolatiers do planeta: Godiva, Neuhaus, Dumon e Leonidas, então aproveite para cair dentro de um bom chocolate. 

Dos waffles – também na praça o outro clássico belga, recomendo o Chez Albert, e sem economia de ca­lorias: caia dentro das coberturas de caramelo e de chocolate ao leite.

Ainda na Markt fica o Campanário de Belford, onde pagando 8 euros é possível subir na torre e ver a ci­dade toda. E o Historium, que tem uma exibição em realidade virtual da história de Bruges. É bem bacana para quem viaja com crianças.

Aí, prepare-se para uma sucessão de surpresas apaixonantes no caminho rumo ao outro lado de Bru­ges, onde ficam o Beguinage e o parque Minnewa­ter. Descendo pela Steenastraat e MariaStraat, você vai encontrar o Saint John Hospital (do século XII), a Igreja de Nossa Senhora (século XII também) e praças vibrantes como a Walplein e a Wijngaardplein.

Termine seu circuito passando pela Ponte Bonifácio e tomando um chocolate quente em algum café da à beira do KozenhoedKaai

Gula extra: para fechar o dia com um jantar espe­cial e estrelado no Michelin, recomendo o Christophe (e seus pratos frescos de camarão).

Dia 6

Assim como Amsterdã, fazer um passeio pe­los canais de Bruges e se perder de bicicleta pelo seu labirinto de ruas são dois jeitos de curtir a cidade sob uma perspectiva diferente. E que recomendo muito.

No que se refere à magrela, a loja mais barata que achamos e com bikes novas e variadas (tandem du­pla, tripla, com carrinho e o que mais você quiser) foi a Koffieboontje, do lado da Markt (locação por todo o dia: 15 euros).  

Já o passeio de barco dura 30 minutos, custam 10 euros, e pode ser comprado na hora no quiosque que fica na Wollestraat.

E se quiser algumas dicas de lugares para sentar, fazer um lanche, comer um waffle ou uma batata frita, aqui vão: Vero Caffe para lanches rápidos, Go­diva para um chocolate quente inesquecível, The Gul­liver Tree para um chá aconchegante, e o 2 Beer para escolher entre mais de 300 rótulos de cerveja, boa parte artesanais.

Ghent

Dia 7

Ghent fica a 30-45 minutos de trem de Bru­ges. É uma cidade belíssima, a vale a pena conhecer num bate-volta.

Por lá, explore a Veldstraat, principal rua comercial da cidade, a Catedral de São Bavo, a Sint Veerplein, e os canais. É deles, inclusive, onde fica a St. Michels Brigde, que se tem uma das vistas mais lindas. 

Em tempo: para escolher uma cidade de base, en­tre Bruges, Bruxelas e Ghent, nós ficamos com Bruges sem pestanejar!

Quem leva

Nós fomos para Holanda de KLM, que tem voos diretos do Brasil para Amsterdã, e é uma das melhores companhias europeias na nossa opinião. De Amsterdã para Bruges, fomos de trem, numa viagem com duração de 3 horas.

Onde se hospedar

AMSTERDÃ

Fizemos uma troca de casas pelo Home Exchange, e nos hospedamos no apartamento de uma família local no centro da cidade, em um prédio histórico.

BRUGES

Recomendo o THE PAND, a dois passos da Markt.

Texto e fotos por: @jujunatrip

Foto destaque por Istock/ dennisvdw

Comentários

Sair da versão mobile