Berço dos deuses da mitologia, filósofos e pensadores que mudaram os rumos da humanidade, encanta não somente pela história, mas pelas belezas naturais e a saudável gastronomia mediterrânea. Um lugar para ser vivenciado com calma e com os sentidos.
Por Roberto Maia.
Difícil encontrar alguém que nunca sonhou em viajar para a Grécia. É praticamente impossível alguém em algum momento da vida não ter desejado ou se imaginado na velha Grécia de Platão, Sócrates e Aristóteles e seus múltiplos encantos. E motivos não faltam para alimentar o desejo de uma viagem dos sonhos. Afinal, quem resiste à tentação de conhecer suas românticas ilhas pontilhadas por casinhas brancas, passear por cidades milenares com ruas estreitas e coloridas por hibiscos e primaveras, degustar iguarias dos deuses nos rústicos restaurantes instalados em cenários cinematográficos, ou saborear um refrescante vinho local enquanto aprecia o espetáculo do pôr do sol?
E não é à toa que a Grécia, considerada o berço da civilização ocidental, atrai tanto interesse e turistas. O país está localizado estrategicamente na junção da Europa, da Ásia e da África, no extremo sul da Península Balcânica. Banhada pelos mares Jônico, Mediterrâneo, Mirtóico e Egeu, reúne belezas naturais e históricas capazes de tirar o fôlego dos visitantes, além de mais de 6 mil ilhas paradisíacas, maior motivo de atração.
Difícil é organizar um roteiro em terras gregas tantos são os atrativos. Há muito para ver e sentir. Da belíssima capital Atenas e as imponentes ruínas da Acrópole com mais de 3 mil anos de história; as montanhas do Peloponeso e as cidades de Corinto e Micenas; as rochas de Meteora; Delfos, conhecida por ser a morada do mitológico Apolo; as badaladas praias de Mikonos; Olímpia e as origens dos Jogos Olímpicos; as paisagens românticas e deslumbrantes de Santorini; os vestígios das antigas civilizações em Creta e seu patrimônio arquitetônico, filosófico e cultural; até a cativante culinária de Corfu com pratos preparados à base de frutos do mar e consagrados pelo azeite de oliveiras especialíssimas e acompanhados pelo saboroso vinho grego.
Qualquer época do ano é boa para uma viagem à Grécia. A temperatura pode variar um pouco dependendo da localização – região montanhosa, continente ou ilhas. Mas, normalmente, o inverno é bastante ameno e o verão quente e seco, com temperaturas altas que podem ultrapassar os 40 graus em alguns locais. Como acontece em toda a Europa, os meses de julho e agosto são os mais badalados para o turismo com muitos turistas de todas as partes do mundo em busca de sol e mar. O inconveniente nesse período é que o movimento intenso provoca aumento nos preços de hospedagem, transportes e alimentação. Portanto, se puder escolher, tente organizar sua viagem nos períodos de abril a junho ou entre setembro e outubro, quando as praias estão mais tranquilas e os preços mais baixos.
Não se assuste com o incompreensível idioma. A comunicação deixa de ser um problema pela simpatia natural do povo grego, que lembra muito os expansivos e falantes italianos. É comum tentarem puxar conversa quando encontram turistas brasileiros. E o assunto como não poderia deixar de ser é sempre o futebol. O inglês é bastante comum nos hotéis, restaurantes e comércio em geral.
ATENAS – O berço da civilização
Para começar a entender a riquíssima história grega, o ideal é iniciar a viagem pela bela capital Atenas. Uma das mais antigas cidades do mundo, foi totalmente modernizada para receber a Olimpíada de 2004. Andar entre os monumentos e vestígios históricos é como fazer uma viagem ao passado e regressar ao berço da democracia.
Comece o roteiro caminhando ao longo da Avenida Syngrou, parando no Templo de Zeus Olímpico e no Arco de Adriano. O maior de toda a Grécia, o Templo de Zeus Olímpico ainda preserva 15 das 104 colunas monumentais que compunham originalmente o santuário. Sua construção iniciada no século 6 a.C. só foi concluída no século 2 d.C., quando o país já estava sob domínio romano e o imperador Adriano o dedicou a Zeus Olímpico. Já o Arco de Adriano é um grande portão com 18 metros de altura, construído com mármore retirado do monte Pentélico. Erguido para homenagear o imperador e grande benfeitor da cidade, o arco separava os bairros que estavam se desenvolvendo naquela região do templo.
Em seguida vá ao Teatro Dionísio – considerado nascedouro do teatro ocidental e da tragédia; à Ágora Romana, centro da vida urbana da Grécia antiga, apresenta restos de escolas, teatros e arenas por onde Sócrates e Platão circularam; ao Templo de Hefesto – também chamado de Teseion -, dedicado ao deus do ferro e do fogo; e ao Estádio Panatenáico, local da primeira Olímpiada moderna, em 1896, e único do mundo construído totalmente em mármore.
O principal ponto turístico da cidade, a majestosa Acrópole, pode ser avistada de todas as partes como que hipnotizando os visitantes e chamando para incontáveis fotos. Lá, no alto de uma colina rochosa, a maior atração é o Parthenon, um verdadeiro museu a céu aberto e Patrimônio da Humanidade. O lugar reúne obras-primas da arte grega clássica como o Propileus, o Templo de Atena Nike e o Erecteion. O sítio arqueológico foi na Grécia antiga um distrito de defesa que também reunia os principais prédios administrativos e religiosos da cidade. Não deixe de visitar a exposição permanente no Museu da Acrópole.
É incrível a sensação de caminhar por lugares como o bairro de Plaka ou o templo da deusa Atenas (da sabedoria), onde viveram pessoas há até 800 anos antes de Cristo.
Para saber mais, programe uma visita ao Museu Nacional de Arqueologia, que reúne quase 20 mil obras em exposição e a maior coleção grega do mundo, incluindo esculturas, armas e peças em bronze e mármore.
Algumas ilhas bem próximas de Atenas podem ser visitadas em passeios de um dia. É o caso de Poros e de Hidra. Vale à pena.
Deixe para comprar as lembrancinhas de Atenas no Monastiráki, um grande e movimentado mercado com todo tipo de lojas, barracas e brechós que vendem roupas, móveis, tapetes, gravuras, reproduções e todo tipo de quinquilharia. Suas ruelas são animadíssimas.
Outra atração imperdível na capital grega é a troca da guarda diante da Tumba do Soldado Desconhecido, na Praça Sintagma, em frente ao Parlamento. Comparada com outras que acontecem ao redor do mundo essa é bem peculiar, a começar pela foustanella – roupa semelhante a uma saia e sapatilhas com pompons – e coreografia desenvolvida pelos guardas. A cerimônia acontece de hora em hora e apenas dois evzones – guardas militares de elite – trocam de lugares.
No final do dia, uma boa dica é subir a Colina Filopappos para ver o visual da cidade e da Acrópole ao pôr do sol. O visual é maravilhoso. O lugar oferece uma das melhores vistas da cidade e de Piraeus, onde fica o porto. O morro fazia parte das fortificações da cidade antiga e conta com um parque arborizado, vários sítios arqueológicos, um antigo teatro, a igreja bizantina de San Demetrio Lumbardiaris e a chamada “Prisão de Sócrates”, um monumento construído entre 114 e 116 d.C.
MIKONOS – Abençoada pelos deuses
O cenário encantador diz tudo. Um conjunto de casinhas brancas de portas e janelas azuis rodeadas por um mar deslumbrante de um tom azul difícil de traduzir. Mikonos, a ilha mais famosa da Grécia e uma das mais visitadas por turistas do mundo todo, significa “ilha branca” e parece ter sido criada pelos deuses mitológicos.
A primeira vista a ilha com suas belas praias, passagens sinuosas e cerca de 360 igrejas parece ser um lugar extremamente calmo e sem nada para fazer. Engano. A ilha também é conhecida mundialmente pelas baladas que atraem jovens e adultos de todas as idades.
Aliás, a procura por diversão foi o motivo que levou um grupo de jovens, filhos de famílias ricas, a descobrirem a ilha em 1950. Porém, a fama, charme e glamour vieram mais tarde, quando Jackie Onassis se instalou na ilha inaugurando o turismo do jet-set internacional. Na década de 1980 foi a vez dos homossexuais “descobrirem” a ilha como destino ideal para passarem férias descontraídas e sem constrangimentos. Nas décadas seguintes e até hoje o lugar se transformou, ficou mais elegante e eclético, capaz de atrair visitantes de todas as partes e gostos. Cosmopolita e animada, Mikonos – que na mitologia grega é o filho de Apolo, deus da Luz e do Sol – não desaponta quem procura festas e muita diversão, porém também é capaz de agradar aqueles que procuram apenas sossego.
Chora, a capital de Mikonos é também a parte mais antiga da cidade. Um bom programa para uma noite a dois é passear calmamente por suas ruas estreitas com casinhas brancas e igrejas pequeninas, que formam uma espécie de labirinto e levam até à orla e seus moinhos – um dos símbolos do destino. Invariavelmente o passeio termina em um restaurante com mesas na calçada ou embaixo de árvores floridas.
Quem quiser esticar a noitada vai encontrar muitas opções. A vida noturna é bastante agitada. Bares e algumas discotecas ficam abertos até altas horas ao som de música eletrônica e ao vivo, seja nas praias ou no bairro Little Venice – um conjunto de casas construídas no século 16, literalmente penduradas sobre o mar. Aliás, o lugar é um dos mais visitados em Mikonos por causa do seu cenário deslumbrante, principalmente durante o espetacular pôr do sol, tendo os moinhos ao lado e o mar azul à frente.Outros atrativos turísticos que merecem uma visita são a igreja Panayia Paraportiani, construída no século 15; o Museu Arqueológico com túmulos da ilha vizinha de Rhenia, vasos e esculturas de arte; o Edifício Town Hall, construído em 1785 pelos russos; Ano Mera, um vilarejo tranquilo localizado a 8 km do centro de Mikonos com alguns mosteiros e igrejas, além das praias de Paradise, Super Paradaise, Elia, Platys Giales, Paranga (ou Paraga), Kalafati, Ftelias, Panormos e Faros Armenistis; e a Ilha de Delos – coração das Ilhas Cíclades -, que foi santuário dedicado aos deuses gémeos Apolo e Artemis e um dos três mais importantes centros religiosos da Grécia, guarda relíquias do século 8 a.C., como o grande anfiteatro. Há, também, um museu no local, construído em 1904, com estátuas de Delos e as ruínas da casa de Cleópatra.
SANTORINI – A joia do Egeu
Destino obrigatório de quem vai à Grécia, a mais bonita das Ilhas Cíclades possui uma beleza única e ressaltada pela exuberância do mar azul e das imponentesmontanhas de origem vulcânica. Distante 200 km de Atenas, é point dos casais apaixonados e conhecido cartão postal com casinhas brancas incrustadas no penhasco e mais de 250 igrejas.
A ilha proporciona um pôr do sol deslumbrante, principalmente quando visto do alto do vilarejo de Oia (pronunciá-se “ía”). Lá do alto, vê-se as casinhas brancas de formas arredondadas e terraços floridos e as igrejinhas com cúpulas e portas azuis ao longo do desfiladeiro, que terminam quase no mar Egeu. Mar que encobre a Caldeira, cratera de um vulcão que, por volta de 1650 a.C., entrou em erupção e deu à ilha o seu formato atual, uma meia lua com escarpas íngremes. Assim, no cume do penhasco que beira a cratera foram erguidas as famosas casinhas caiadas de branco, praticamente debruçadas sobre o mar.
Para subir e descer existe um teleférico que sai do porto velho. Mas, se preferir, suba montado em simpáticos burrinhos, um dos símbolos de Santorini.
Ao contrário de outras ilhas gregas, as praias de Santorini não atraem pela beleza. A origem vulcânica deixou o solo coberto por pedras pretas. É impossível caminhar descalço. Se isso não for problema, escolha as praias em Perissa, Kamari, Baxedes, Perivolos, Vlihada, White Beach (Praia Branca) e a Red Beach (Praia Vermelha), a mais famosa de Santorini.
Se o forte não são as praias, atividades não faltam para os visitantes. Entre os atrativos estão as agitadas baladas; sítios arqueológicos como o de e Akrotiri; o Novo Museu Arqueológico; a charmosa vila de pescadores Ammoudi; a igreja Panagia Episkopi – fundada pelo imperador bizantino Alexius I Comnenus -, templo de mármore esculpido combinando decoração de cera e pinturas nas paredes que datam de 1100 d.C.
O rico solo vulcânico possibilitou o surgimento de boas vinícolas na região – Boutari Winery, Hatzidakis, Canava Roussos e outras -, onde é possível fazer degustações do saboroso vinho branco produzido a partir do cultivo de 36 variedades de uvas. Há, inclusive, um Museu do Vinho em local a oito metros de profundidade, onde através de túneis de até 300 metros de cumprimento mostra a história da produção de vinho e das vinhas do destino entre os anos de 1660 e 1970. A visita dá direito à degustação de três qualidades de vinho.
Firá ou Thera é a capital da ilha e o centro de tudo. Tem simpáticos e coloridos bares e restaurantes espalhados em suas estreitas vielas e becos. A principal praça de Firá é a Theotokopoulou Square, local onde os moradores e turistas se encontram. Bem no alto de Firá está a Catedral Metropolitana Ortodoxa, porém, as visitas não são permitidas para quem estiver trajando roupas curtas.
Há duas pequenas ilhas dentro da Caldera, onde se pode chegar de escuna, visitando a cratera do vulcão, em Nea Kameni, e até mesmo nadar nas águas sulfurosas de Palea Kameni. Cruzeiros para visitas ao vulcão partem diariamente do porto de Santorini.
É preciso muita disposição e força nas pernas para transitar nas ruas de Santorini, que se ligam por escadarias e rampas. Não é uma má ideia alugar um carro para transitar pela ilha. Durante a alta temporada suas ruelas ficam lotadas. Há uma grande colônia portuguesa em Santorini, uma vantagem para os turistas brasileiros, que encontram atendentes que falam o nosso idioma na maioria das lojas e restaurantes da ilha.
PELOPONESO – Palco de grandes batalhas
Na península do Peloponeso estão localizadas cidades como Esparta, Olímpia, Micenas, Corinto, Epidauro, Nafplio e outras não menos importantes na história grega. Palco de grandes batalhas da Antiguidade Helênica, guarda alguns dos principais sítios arqueológicos gregos, além de charmosas vilas, campos forrados por oliveiras, monastérios, praias lindas e montanhas. O visual é indescritível.
Um dos principais destinos da Grécia, Esparta foi fundada no século 9 a.C. e entre os seus destaques estão Mystras e as ruínas de uma antiga cidade e fortaleza bizantina; Menelaion e as
ruínas micénicas de um lugar dedicado ao herói mitológico Menelau, marido de Helena, que causou a Guerra de Troia; a Acrópole – rodeada de muralhas bizantinas – e o Antigo Teatro; o Museu de Arqueologia; o Templo de Artemisa Ortia e o Museu da Azeitona e do Azeite.
Localizada à margem do Rio Kladeos, foi na arborizada Olímpia, no ano 776 a.C., que sugiram os Jogos Olímpicos. Como não poderia ser diferente, sua principal atração é o Estádio Olímpico, que ainda conserva milenares linhas de chegada e saída. A cidade também é conhecida por ter abrigado a estátua de 12 metros de Zeus, esculpida por Fídias em ouro e marfim no século 5 a.C. Considerada uma das Sete Maravilhas da Antiguidade ela ficaria apenas na memória, pois foi consumida em um incêndio nove séculos depois, quando já havia sido transportada para Constantinopla.
Corinto é famosa por seu sítio arqueológico e pelo Canal de Corinto, que liga os mares Egeu e Jônico. O canal começou a ser pensado pelo imperador Nero, no século 1, porém, a obra somente saiu do papel no século 17. Atualmente, a passagem é muito utilizada pelos barcos que transportam turistas.
Em Micenas estão monumentais ruínas do século 8 a.C. com enormes muros que cercavam toda a cidadela, abandonada em 1100 a.C. Os locais mais procurados pelos visitantes são os túmulos dos nobres, principalmente o Tesouro de Atreus, mausoléu onde foi enterrado um rei miceno; as ruínas do Palácio Real com a Escadaria Secreta e a Porta dos Leões, que servia de entrada principal.
O destaque em Epidauro é um anfiteatro do século 4 com acústica perfeita, local onde ainda hoje são realizados festivais de teatro.
Já na pequena e charmosa Nafplio – foi a primeira capital do país após a independência – está a fortaleza Palamede, um dos mais ricos exemplos da arquitetura veneziana do século 17. Encravada no alto de um penhasco, oferece uma bela vista de toda a região.
CORFU – A ilha verde da Grécia
A mais famosa e maior ilha do Mar Jônico é também a mais verde em toda a Grécia. Corfu – ou Kerkira, em grego -, fascina e atrai visitantes não apenas pela sua imensa beleza natural, mas também pelo passado histórico, pela arquitetura e pelos monumentos renascentistas. É considerada a mais verde por causa da densa vegetação. Dizem por lá que a ilha tem mais de 2 milhões de pés de oliveiras e ciprestes.
Localizada na entrada do Mar Adriático – entre a Grécia e a Itália -, a apenas 2 km da costa de Saranda, na Albânia, é chamada “Ilha Esmeralda”, por causa das águas límpidas do mar variando tons azuis e verde esmeralda, ou “Ilha Amarela”, em alusão às tonalidades das construções dos antigos casarões venezianos. Diferentemente das outras ilhas gregas, os elementos venezianos estão presentes de forma intensa e o visual das casinhas brancas com tetos azuis não existe em Corfu.
Seu marco principal é uma pedra verde no meio do mar. Outro importante ponto de atração é o Mosteiro de Vlacherena, em Pontikonisi – que significa ilha dos ratos, em grego -, na lagoa de Halkiopoulos, na Vila de Kanoni. Os moradores da ilha são hospitaleiros e adoram contar histórias. Corfu tem cerca de 600 igrejas, capelas e conventos, o que explica as constantes procissões em suas pequenas ruas. Há igrejas ortodoxas, católicas, anglicanas, protestantes e sinagogas. A sinfonia proporcionada pelo bimbalhar dos sinos, que tocam mais de três vezes ao dia, é ouvida por todas as partes.
A capital da ilha também é chamada de Corfu e divide-se em duas partes: a cidade antiga, onde está o Centro Histórico, e a cidade nova. A parte antiga é considerada patrimônio mundial da Unesco desde 2007 por causa da sua arquitetura renascentista, barroca e clássica preservada. Um passeio através das suas ruas estreitas e praças é o suficiente para revelar as influências deixadas pelos romanos, venezianos, bizantinos, franceses, russos e britânicos. As marcas estão presentes na arquitetura, no sotaque dos moradores e principalmente na gastronomia.
Duas fortalezas venezianas delimitam a parte antiga da cidade. Uma delas foi construída no século 15 – obra-prima e monumento mais imponenteda ilha – e a outra entre os anos 1576 e 1645. Para conhecer as duas atrações turísticas é necessário vencer subidas íngremes, mas o esforço vale à pena, pois a vista é impressionante.
Contam que o famoso Alexandre, o Grande, quando jovem viveu no local onde está o Centro Histórico. Lugar que, tal como na Itália, os moradores também têm o hábito de pendurar roupas lavadas do lado de fora das varandas floridas dos edifícios. Na região está a igreja de Santo Espiridião, o padroeiro de Corfu, localizada na praça de mesmo nome; o Museu de Cédulas, que guarda uma coleção de notas e moedas gregas de 1822 a 2002; a Praça Esplanada, uma das maiores praças dos Bálcãs; o Museu de Arte Asiática, que tem acervo com cerca de 11 mil objetos; e a Cafeteria Liston, ponto de encontro dos aristocratas e bastante concorrida nas manhãs de domingo. Já o lado moderno da cidade oferece facilidades como lojas, bancos e supermercados.
No roteiro de locais de interesse turístico em Corfu estão o Palácio Mon Repos, antiga residência da família real grega e transformado em museu com objetos arqueológicos do século 19 e uma exposição que conta a história da ilha; o Palácio de Aquiles (Museu Achilleion), na Vila Gastouri, construído pela imperatriz da Áustria, Elisabeth (ou Sissi), que guarda várias estátuas de deuses gregos, entre elas as nove musas e a de Aquiles removendo a flecha do calcanhar; e a bela Vidos, ilhota a menos de 1 km da cidade de Corfu que foi conhecida na Antiguidade como a “Ilha de Hera”, irmã de Zeus e deusa do casamento, além de ter servido de prisão durante o domínio veneziano.
Quem aprecia praias se sentira no paraíso. Corfu tem praias belíssimas com areias e pedras brancas e águas cristalinas que variam do azul turquesa ao verde esmeralda. Em direção ao norte estão as praias mais bonitas – Barbati, Nissaki, Krouzeri, Kalami, Koulura, Avlaki e Kassiopi – e vilas de casas coloridas e ruas estreitas – Ano Korakiana, Sokraki, Zygos, Sgourades, Strinillas, Petalia e Pantokratoras. Outras praias concorridas em Corfu são Benitses, Agios Ioannis, Ermones, Glyfada, Kontogialos, Gialiskari e Ipsos.Outros locais que também valem visitas são Sidari, onde fica o famoso Canal d’Amour – que segundo uma lenda, o casal que atravessar nadando todo o canal ficará junto para sempre ou que o solteiro encontrará o amor da sua vida – que apresenta cenário deslumbrante com várias pequenas cavernas e grutas esculpidas nas pedras; a Praia de Cabo Drastis, em Peroulades, onde o pôr do sol é programa imperdível; e Paleokastritsa, que tem seis pequenas praias lindas.
A gastronomia é outro ponto forte de Corfu. A presença de venezianos, britânicos, franceses e russos influenciou a culinária local, deixando-a com traços de cozinha internacional, porém com ênfase na italiana. Por isso, é fácil encontrar trattorias servindo pastas e pizzas no Centro Histórico. No restante da ilha predominam os pratos locais e as clássicas saladas gregas, azeitonas e queijos. Para acompanhar, experimente bebidas locais como a cerveja Corfu, o refrigerante Tsitsibira (de gengibre) e o licor Kumquat.
DELÍRIO DOS DEUSES
Com mais de 4 mil anos de história, é um erro acreditar que a cozinha grega se resume ao mussaká (preparado com berinjela e carne moída) ou à clássica salada horiátiki. Vai muito além! Com pratos capazes de agradar desde os apreciadores das carnes até os vegetarianos, o segredo está nos ingredientes sempre frescos, no uso de especiarias e ervas aromáticas, no inigualável azeite grego e principalmente na simplicidade. Vale ressaltar que o aroma faz parte do ritual das refeições na Grécia.
Os saborosos queijos locais também estão presentes em muitas receitas, especialmente o feta, produzido a partir da mistura de leite de cabra e de ovelha. Ele tem um gosto excepcional, uma bonita cor branca e baixos níveis de gordura.
Entre as comidas típicas estão o spanakópita (torta folhada de espinafre), o dolmadakia me rizi (charutinhos de folhas de uva com arroz), o saganaki (queijo frito à milanesa temperado com limão) e os keftedes (bolinhos de carne). Em Corfu, ilha conhecida também pela gastronomia, os pratos típicos mais famosos são o sofrito (carne temperada com alho, cozida em molho branco e servida com macarrão, arroz ou batata-frita), a pastitsada (carne ao molho de tomate servida com macarrão) e o bourdeto (sopa de peixe com molho bastante apimentado).
Não deixe de provar o famoso churrasco grego – chamado de gyros ou kebab, devido à proximidade com a Turquia. Conhecido e imitado mundialmente é por si só uma atração entre os turistas. Preparado com carne de boi, frango ou porco enroladas no pão sírio, recebe tempero à base de iogurte e salada. Uma boa sugestão é saborear a iguaria tomando uma cerveja grega. Vale também degustar o ouzo, tipo de aguardente de uva com gosto acentuado de anis. Mas, cuidado que a bebida é forte e pode derrubar os desavisados!
PARA QUANDO VOCÊ FOR A GRÉCIA
A Grécia é banhada por alguns dos mares mais famosos da Europa e da Ásia – Jônico, Mediterrâneo, Mirtóico e Egeu, entre outros –, pontilhada por milhares de ilhas cinematográficas e guarda incontáveis monumentos históricos. Seus dias em território grego nunca serão suficientes para conhecer tudo o que o país tem para oferecer. Descubra o apogeu da cultura grega em Atenas; as origens dos Jogos Olímpicos, em Olímpia; se deslumbre com o visual e as cúpulas azuis de Santorini; mergulhe nas badaladas praias de Mykonos e se delicie com os prazeres da mesa em Corfu. Tudo com os deuses gregos como testemunhas.
IDIOMA – Grego.
MOEDA – Euro. €1 = R$ 3,04 (até o fechamento dessa edição).
VISTO – Não é necessário para cidadãos brasileiros. O passaporte precisa ter validade superior a três meses à duração das estada pretendida. Importante contratar um seguro-viagem pois o mesmo pode ser exigido na entrada no país.
FUSO HORÁRIO – Mais 5 horas em relação ao horário de Brasília.
VACINA – É exigida apresentação do Certificado Internacional de Vacinação contra a febre amarela. Aconselha-se a vacinação com uma antecedência mínima de dez dias antes da viagem.
CLIMA – Há variação de temperatura dependendo da localização – região montanhosa, continente ou ilhas. No geral, o verão é quente e seco com temperaturas altas. Em Atenas, elas podem ultrapassar facilmente os 40 graus. O inverno é ameno. Nevar é comum nas montanhas mais altas, onde há inclusive pistas de esqui.
TRANSPORTES – A Grécia tem mais de 6 mil ilhas e a melhor maneira de circular entre elas é através do transporte aéreo. As companhias aéreas que realizam voos domésticos são a Olympic Airlines – www.olympicairlines.com , Aegean Airlines – www.aegeanair.com e a Sky Express – www.skyexpress.gr. O transporte marítimo em barcos, navios, ferryboats e hidrofólios (barcos velozes) é outra opção e são muitas as ofertas. Nos portos é possível consultar os horários e os preços dos deslocamentos e cruzeiros pelos arquipélagos. São muitas as ofertas partindo de Atenas, desde cruzeiros de um dia por três ilhas – Ydra, Poros e Égina – até cinco a sete dias – pelas Cíclades e Dodecaneso. Informações: www.bluestarferries.gr / www.gtp.gr e www.openseas.gr
CORRENTE ELÉTRICA – 220 -240 volts
TELEFONAR PARA O BRASIL – Disque 00 + 55 (código do Brasil) + código da cidade + número do telefone. Para fazer chamadas a cobrar utilize o serviço BrasilDireto da Embratel: 800-16122-054194.
CONSULADO DO BRASIL EM ATENAS – Vasilissis Sofias, no 23 – 3º andar – Atenas tel. (+30) 210-7213039. Atendimento de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h. Informações: www.atenas.itamaraty.gov.br
EMBAIXADA DA GRÉCIA NO BRASIL – SES, Qd 805, lote 22, Brasília (DF) tel. (61) 3443-6573. Informações: www.emb-grecia.org.br
GASTRONOMIA – A culinária grega é rica em pescados e saladas, sempre acompanhados por azeitonas, azeites e vinhos. A Horiátiki, salada de pepino, tomate, azeitonas e queijo feta está presente na maioria dos restaurantes do país. Como entrada peça saganaki (queijo frito em azeite e limão) e keftedes (bolinhas de alho poró, grão de bico ou tomates). Depois, polvo e lula grelhados ou marinados, folhas de uva recheadas de arroz e a mussaká são os destaques dos cardápios. Experimente o ouzo, a bebida nacional à base de anis.
COMO CHEGAR – Não há voos diretos do Brasil para a Grécia. Várias companhias aéreas que operam no Aeroporto Internacional de São Paulo – GRU Airport oferecem passagens com conexão em capitais da Europa. Entre as opções estão:
AIR FRANCE, via Paris
Tels. 4003-9955, 0800-8889955 ou www.airfrance.com.br;
ALITALIA, via Milão
Tel. (11) 2171-7610 ou www.alitalia.com.br;
British Airways, via Londres
Tels. 4004-4440, 0300-7896140 ou www.ba.com;
IBÉRIA, via Madri
Tel. (11) 3218-7130 ou www.iberia.com;
KLM, via Amsterdã
Tels. 4003-1888, 0800-8881888 ou www.klm.com;
LUFTHANSA, via Munique
Tel. (11) 4700-1700 ou www.lufthansa.com;
SWISS, via Zurique
Tel. (11) 3049-2720 ou www.swiss.com;
TAP, via Lisboa
Tels. (11) 2131-1200, 0300-2106060 ou www.flytap.com.br;
TURKISH, via Istambul
Tel. (11) 3371-9600 ou www.flyturkish.com.br.
CUIDADO – O aeroporto internacional Elefthérios Venizélos, em Atenas, está a 27 km de distância do centro da cidade. Prefira utilizar a linha do metrô que interliga o aeroporto ao porto de Pireu, próximo ao centro. Evite os táxis. Uma corrida custa € 40 em média e alguns motoristas costumam mudar a bandeira do taxímetro durante o percurso para cobrar mais caro dos turistas.
DICA IMPORTANTE – Em Atenas, compre o bilhete especial – € 12 – que dá acesso a cinco atrações na cidade: Acrópole, Templo de Zeus, Ágora, Teatro Dionísio e o Cemitério de Kerameikos.
ONDE FICAR – Na Grécia, as opções de hospedagens são variadas e para todos os bolsos com charmosas pousadas até hotéis luxuosos.
PACOTES TURÍSTICOS – Várias operadoras de turismo oferecem pacotes para a Grécia. Confira:
AGAXTUR
Tel. 3067-0900 ou www.agaxtur.com.br;
NASCIMENTO TURISMO
Tel. (11) 0800-7741110 ou www.nascimento.com.br;
RAIDHO
Tel. (11) 3383-1200 ou www.raidho.com.br;
JVS
Tel. (11) 4223-4223 ou www.jvstour.com.br;
NEW AGE
Tel. (11) 3138-4888 ou www.newage.com.br;
VISUAL TURISMO
Tel. 3235-2000 ou www.visualturismo.com.br;
CVC – www.cvc.com.br
INFORMAÇÕES TURÍSTICAS:
www.visitgreece.gr
www.greekfestival.gr