Conhecida como um destino de bate-volta por nós, paulistanos com sede de ver o mar, a cidade hoje investe em atrativos renovados que chegam até o seu centro histórico.
A antiga Bolsa Oficial de Café, na XV de Novembro, transformou-se no museu desse grão tão amado. Em pleno centro, aquele aroma conhecido da bebida deu lugar para a exposição de ferramentas, peças de roupas, mapas e relatos de um tempo café com leite, onde São Paulo e Minas Gerais eram o centro do Brasil.
Foto por: Raquel Pryzant
Nas esquinas deste imponente edifício eclético, tombado, de 1922, estão espalhados centenas de ovos. Fritos, cozidos e, até virados – são os grafittis humorados do artista Erico Bomfim, que decidiu passar o dito “Santos é um Ovo” – onde todo mundo se conhece – para as paredes da cidade. Tanto caiu no gosto dos santistas que sua representação do Pelé como um ovo se encontra hoje no museu do rei.
Pelé foi e sempre será o maior orgulho da cidade. Um verdadeiro craque que colocou o Brasil no mapa e o Brasil o colocou no olimpo do futebol. O museu, inaugurado na copa de 2014, conta sua trajetória desde os primeiros dias com a camisa do clube, até o fim de sua honrosa vida. De caricaturas e estátuas de cera realísticas, não faltam representações de Pelé, assim como gols e títulos, no Largo Marquês de Monte Alegre, no Valongo.
Foto por: Raquel Pryzant
Em frente ao museu, passa um trecho da primeira ferrovia do estado, a São Paulo Railway – e também a parada para o almoço. O restaurante-escola Estação Bistro, tem uma proposta que combina gastronomia e inclusão. Por trás do clássico prato Meca Santista, estão dezenas de jovens entre 18 e 29 anos, que com o apoio da prefeitura desenvolvem uma profissão. Passam por diferentes áreas dentro da cozinha, desde o mise en place até os detalhes do atendimento ao público.
Para o café, uma curta caminhada leva até a Praça Mauá. No imponente Paço Municipal, uma placa singela aponta que, no 5° andar, a Santos Best Cafeteria espera com belas vistas e uma xícara quente. Do clássico expresso ao autoral café com laranja, a decorada cafeteria oferece também sua receita de banoffee que, claro, leva café no recheio.
Foto por: Raquel Pryzant
A cidade, que se vê desde as grandes janelas da prefeitura, mostram uma Santos renovada, que vai além de suas praias. Mas, nem por isso é que deixaremos a orla de lado. Na também reformulada Ponta da Praia concursos de patins, pistas de skate, eventos com música ao vivo e o museu do surfe movimentam a vida além do calçadão. O monumental presente de Tomie Ohtake para Santos, uma escultura de 15 metros de altura em formas orgânicas, pinta de vermelho vivo a paisagem. Apontando sempre para o Japão, a sua obra também homenageia os imigrantes japoneses que chamam, desde 1908, Santos de casa.
Foto por: Raquel Pryzant
Depois de uma manhã na praia do Gonzaga, Embaré ou Boqueirão, a melhor pedida é uma visita ao Mercado de Peixes. Enquanto esperam que seu peixeiro de confiança embale os frescos produtos, os santistas aproveitam a comida de rua do mar do Paru Restaurante, idealizado pelo MasterChef Dário Costa. Ele também comanda o Madê “cozinha de verdade” que já se tornou um clássico da baixada.
O sol vai perdendo altura e é chegada a hora de se despedir da cidade. O bondinho de Monte Serrat espera para uma subida com gostinho de outro tempo. No topo do monte, um café, espaços para eventos e um amplo mirante para toda a cidade esperam. A catedral municipal, facilmente reconhecível, parece estar a poucos centímetros de outra arquitetura conhecida – a do museu do café. Os gastos trilhos do trem indicam o Museu do rei Pelé, e também o restaurante escola. A imensidão azul que abraça o formato inconfundível da tão querida Santos convida a todos para uma nova impressão na cidade.
Texto por: Raquel Pryzant, colaboradora da Qual Viagem
Foto destaque por: Carlos Nogueira