Desde 1936, Campos do Jordão ganha belos tons de rosa: são as cerejeiras vindas do Japão que encontraram na Serra da Mantiqueira o clima perfeito para crescerem e se desenvolverem. As espécies Taizan, Botan e Amazonas foram trazidas para a inauguração do Sanatório Dojinkai, conhecido como hospital japonês.
As cerejeiras se adaptaram tão bem que Campos do Jordão é a única cidade do Brasil onde elas florescem de forma natural. Algumas, inclusive, não respeitam o calendário e precocemente começam a desabrochar.
A festa Cerejeira em Flor comemora em 2019 cinquenta e duas edições, portanto o evento será maior. As datas foram definidas para 20, 21, 27 e 28 de julho e 3, 4, 10 e 11 de agosto, período em que as floradas estarão no auge e a estância mais tranquila, no finalzinho de sua alta temporada de inverno.
A festa da Cerejeira em Flor é um evento beneficente. Toda a renda arrecadada é revertida para a manutenção do Recanto de Repouso Sakura Home, conhecido como hospital japonês.
A festa das floradas
As flores das cerejeiras estão em toda parte, algumas delas povoam pontos turísticos, como o Palácio Boa Vista. Elas são da variedade Okinawa, mas nos jardins do palácio também foram plantadas 500 mudas da espécie Some Yoshino. Há ainda exemplares em Abernéssia, próxima da estação do bondinho, e no bairro Santa Cruz.
No final de 1967, as intensas floradas ganharam fama e atraíram dezenas de japoneses que vinham para Campos do Jordão matar a saudade do país natal. A frequência foi tanta que se formou uma colônia de japoneses na cidade. No ano seguinte, o então prefeito em exercício, Arakaki Masakasu, oficializou a festa Cerejeira em Flor para homenagear a comunidade nipônica jordanense.
Desde aquele outubro de 1968, o evento já soma 51 anos de história. É a manifestação artística mais tradicional da cidade, superando até mesmo o festival de música erudita. Atualmente o espetáculo ocorre no Bosque São Francisco Xavier, onde as cerejeiras estão em abundância.
A Ásia é aqui
A cultura asiática também é representada pelo artesanato. Durante a realização da festa, dezenas de barraquinhas expõem e vendem objetos como ímãs de geladeira e até porta moedas feitos com Origami. O Tsuru, ave sagrada do Japão, é sempre o personagem principal.
No espaço das flores, o Bonsai de Azaleia, outro símbolo oriental, também marca presença. E na gastronomia, o yakisoba é sempre o carro-chefe. Para sobremesa, a dica é um doce típico feito de arroz acompanhado de um divertido karaokê.
A essência da festa é contemplar a beleza das floradas cerejeiras que duram apenas poucas semanas. E, claro, para viver totalmente esta experiência, não dá para ficar só um dia na cidade. Vale a pena se hospedar, no mínimo, quatro dias para curtir e apreciar com tranquilidade a paisagem que encanta, desperta emoções e aguça o olfato com o perfume das flores.
Mais informações em: festadacerejeira.net.br
Texto por: Agência com edição de Patrícia Chemin
Foto destaque por: iStock / Brunomili