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Do açaí ao Carimbó: Um passeio de 48 horas pelas maravilhas de Belém do Pará

Levante a mão qualquer um que detesta viajar? Bem difícil, não é verdade? Eu mesmo nunca conheci alguém que mesmo com 1 milhão de reais na conta, não quisesse arrumar as malas e conhecer algum lugar. Férias é aquele momento que todo brasileiro (independente da idade) espera pelo ano inteiro. Podemos até não gostar muito da nossa rotina de trabalho, mas se for pra ter aquele dinheirinho no final do mês suficiente pra cair na estrada, já vale mais a pena.

Mas quando pensamos no nosso próximo destino de férias, as primeiras opções que vêm à cabeça são os mesmo lugares que já fomos ou que conhecemos por relatos de terceiros: Rio de Janeiro, as metrópoles da região sul do Brasil, sem falar nas belas praias do nordeste que fazem o maior sucesso com a chegada do verão. Não que seja errado querer viajar para esses destinos. Este autor mesmo já viajou para vários desses lugares e ainda quer voltar pra muito deles. Mas o Brasil não acaba depois das belas paisagens cariocas ou da areia do nordeste.

Sempre me perguntei porque a maioria das pessoas (eu mesmo inclusive) ignora as outras regiões desse nosso extenso país, que também possuem suas histórias e belezas. Na última semana, tive a oportunidade de conhecer um dos destinos que mais me impressionou nesses últimos anos: Belém. Aquela cidade, capital do Pará, conhece? Terra do Carimbó, do açaí puro, do Pato no Tucupi, entre tantas outras coisas. Belém se mostrou pra mim um lugar que aproveita a simplicidade de seu povo para encantar o turista. Foram 48 horas de muita alegria e diversão. Se você, assim como eu até algum tempo atrás, não faz a menor ideia do que é a cultura paraense, pegue o próximo avião para a cidade, mas antes leia um relato sincero sobre o lugar abaixo:

A chegada

Logo na chegada a Belém, tive minha primeira grande surpresa. Um grupo de dançarinos de Carimbó nos esperando no saguão do aeroporto internacional Val-de-Cans. Uma receptividade nada fácil de encontrar por aí. Claro que por se tratar de um evento promocional teríamos uma receptividade com festa, mas a simpatia e alegria daquelas pessoas dançando a uma da manhã como se fosse meio dia foi de encantar os olhos. Foi muito festa e ainda recebi um chocolate que talvez deixe você com muita inveja por não ter provado. Estava uma delícia!

Saindo do aeroporto em direção ao hotel deu pra ver que, apesar de capital e grande metrópole, Belém ainda guarda aquele charme de cidade do interior com ruas calmas e vazias a noite. Obviamente isso só é ruim pra você se chegar lá de madrugada com fome e ainda tiver que procurar um lugar pra comer!

Point do Açaí

No dia seguinte, fui ter meu primeiro contato com a gastronomia local. Nunca havia experimentado nada do Pará. Cheguei no restaurante com a garganta seca de tanta sede. Lembre-se de que o verão no norte é durante os meses de junho e julho. Um refrigerante e um suco depois, estava pronto para experimentar o famosos Pirarucu, um dos maiores peixes de água doce encontrado na região amazônica. O sabor era diferente do que estava acostumado, mas ainda assim agradou o paladar. Depois, uma bela quantidade de bolinho de peixe e uma porção de camarão no óleo pra matar a vontade de vez.

Mas e o açaí? Experimentar a fruta típica da região norte é uma experiência diferente, mesmo pra você que está acostumado a comer no fim de tarde em barraquinhas pela cidade. O paraense já fala que açaí de verdade é aquele servido puro, sem açúcar, sem banana, sem aveia ou qualquer outra coisa. A nível de curiosidade, a fruta combate os radicais livres, fortalece o sistema imune além de ser muito rico em ferro.

Mangal das Garças

O local é um parque natural criado em 2005, próximo às margens do Rio Guamá. Sem dúvida, foi o mais bonito da viagem. Nunca consegui chegar tão perto de uma garça. Não se preocupe, elas são bem dóceis. Você ainda pode almoçar no restaurante Manjar das Garças e experimentar uma grande variedade da gastronomia paraense.

Para os que não tem medo de altura, recomendo uma visita ao Farol de Belém, que também fica no parque. Com 47 metros de altura, de lá é possível ter uma vista linda da cidade. Local perfeito para tirar aquela foto e postar no Facebook. Eu fiz isso!

Mas a frente, depois de passar por uma passarela, você encontra o mirante do rio Guamá. Pare lá por alguns minutos e sinta a brisa que vem do mar. É de impressionar!  Há ainda um borboletário com espécies nativas de borboletas. Fica a dica.

Mercado Ver-o-Peso

Inaugurado no século XVII, é um dos mercados públicos mais antigos do país, considerado uma das maravilhas de Belém. O Ver-o-Peso também é considerado a maior feira ao ar livre da América Latina. Como o passeio foi no final de tarde, muitas das barracas já estavam fechando, mas deu pra ver o porquê da importância do comércio praticado ali. Há uma variedade gigante de produtos típicos da região e você ainda pode barganhar o preço com o vendedor. Tive a oportunidade de experimentar uma cachaça de jambu. O ritual consiste em beber a cachaça e deixá-la na boca durante alguns segundos para depois engolir. A língua fica dormente, acredite! É o lugar perfeito para comprar aquele produto típico da região e levar de presente pra alguém.

Basílica Santuário Nossa Senhora de Nazaré

Localizada no bairro que leva o nome da santa, Nazaré, a igreja é um dos pontos turísticos mais famosos de Belém. A basílica fica em frente à Praça Santuário de Nazaré, local símbolo da procissão do Círio de Nazaré (o evento mais importante da cidade). Na entrada, o visitante pode amarrar fitinhas nas grades, o que lhe dá direito a fazer três desejos.

Passeio Fluvial

Com certeza o passeio mais legal de toda a viagem. Uma volta pela orla da cidade que me fez lembrar como as coisas simples também podem ser lindas. Foi um encanto para os olhos passear pelas docas, ver as casas de palafita, barquinhos de pesca e as luzes do mercado Ver-o-Peso a noite. O entretenimento é garantido com apresentações de várias danças típicas paraenses. Depois do passeio você ainda pode jantar no restaurante Lá em casa, nas docas.

Dica: procure fazer o passeio ao entardecer. O pôr do sol é simplesmente fantástico!

Voltaria?

Depois de tanto refletir sobre a questão do início do texto, talvez a reposta, e aqui vai a minha humilde opinião, fosse que há lugares que poderíamos dizer que são “mal vendidos” no Brasil. É tão difícil encontrar nas agências um agente de viagem que pergunte “Gostaria de conhecer o Norte do Brasil?” logo de cara. Nessa competição, cidades como Fortaleza, Salvador, Rio ou Florianópolis tem um grande apelo comercial. O brasileiro se acostumou a viajar para esses destinos então por que mudar, não é mesmo. Mas se a imprensa (neste caso) serve pra alguma coisa, é pra mostrar quantos destinos estão disponíveis por aí, basta abrir seus horizontes.

Não posso dizer que conheço Belém por completo, muito menos o Pará. Faltaram tantos lugares e experiências que uma segunda viagem está cada vez mais clara na minha cabeça.

Quem leva

Avianca

Onde ficar

Holliday Inn Express Ananindeua

Onde comer

Point do Açai

Manjar das Garças

Restaurante Lá em Casa

Passeios

Valeverde Turismo

Texto e fotos por: Leonardo Rezende

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