Das belas cidades antigas da Rota da Seda ao charmoso sistema de metrô de Almaty, no Cazaquistão, as redes sociais estão permitindo pessoas que vivem ou que passam pelas capitais da Ásia Central — que fizeram parte da antiga União Soviética — compartilhem pedaços de suas rotinas com o mundo.
A Internet chegou à região no final dos anos 1990. Por décadas, alguns países asiáticos tiveram baixíssimos níveis de conexão à web por causa dos isolamentos geográficos, das barreiras estruturais e das restrições políticas.
De acordo com estatísticas do Banco Central de 2015 — as mais recentes –, o Cazaquistão é o país mais conectado da região, com cerca de três quartos da população online (73%), comparado com 43% do Uzbequistão, 30% do Quirguistão e 20% do Tajiquistão. No Turcomenistão, apenas 15% dos 5,6 milhões de habitantes usam Internet.
No entanto, ao redor da Ásia Central, o número de usuários da web cresceu na medida medida que os smartphones, que passaram a ser mais baratos e acessíveis. As redes sociais, por consequência, se expandiram, particularmente quando o Facebook chegou aos países da região falando seus idiomas.
Para quem vive fora da região, as redes sociais oferecem um pedaço dessas sociedades outrora secretas, enquanto quem vivem nelas têm uma maneira de compartilhar seus cotidianos com o mundo. No ano passado, o fotógrafo Hassan Kurbanbaev mostrou suas imagens de Tashkent, capital uzbeque, cidade onde nasceu e vive até hoje, em um projeto que foi bastante visitado e curtido por revistas e seguidores no Instagram.
“Tashkent não é bem exibida mesmo nos documentários contemporâneos. Eu me sentia triste por isso”, diz em seu projeto tashkent.DOC series. “Então, decidi começar a registrar a minha cidade”, completa.
O jornalista brasileiro Fábio Leico, que vive atualmente em Moscou, contou à Qual Viagem que as redes sociais se tornaram o principal meio de mostrar as cidades pós-soviéticas ao mundo. Radicado na Rússia desde o começo do ano, para onde viajou para cobrir a Copa do Mundo, ele passou os meses antecedentes ao evento percorrendo países da região.
“Alguns sites políticos estrangeiros que cobrem esses lugares são bloqueados aqui, mas eles não podem impedir que as pessoas acessem redes sociais como o Instagram”, explica. Segundo ele, já não é difícil encontrar passagens aéreas para as capitais de países como o Uzbequistão e Turcomenistão como era antigamente — mesmo para os russos.
“Como a Internet mobile é extremamente barata, em minha opinião, o Instagram tem uma grande influência nos jovens — e a popularidade só cresce”, completa. Em agosto, Leico pretende passar duas semanas em Belarus.
Qual Viagem mostra, a seguir, algumas imagens publicadas na rede social dessas cidades. Se você quiser encontrar outras, basta procurar o nome das capitais na busca de “lugares” que o Instagram disponibiliza.
Ashgabat, capital do Turcomenistão, durante a noite – Crédito – Reprodução do Instagram
Bisqueque, no Quirguistão – Crédito – Reprodução do Instagram
Emblema do Tajiquistão no coração da capital Dushanbe – Crédito – Reprodução do Instagram
Mesquitas em Samarkand, no Uzbequistão – Crédito – Reprodução do Instagram
Metrô de Almaty, maior cidade do Cazaquistão – Crédito – Reprodução do Instagram
Texto por: Agência com edição
Foto destaque por Istock/ Ozbalci