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Delfos: o umbigo sagrado da terra

Foto via iStock via elgreko

Com certeza Delfos é uma parada obrigatória para se fazer em uma viagem à Grécia. Cheia de histórias sobre a mitologia, foi e é até hoje, um dos locais mais sagrados para os gregos.

Localizado entre o ângulo das rochas gêmeas de Phaedriades, Delfos era pertencente a Mãe Natureza e guardado por Píton, a serpente gigante. Após o deus Apolo matar a cobra, um santuário foi erguido pelo povo de Creta em sua homenagem e se tornou o Oráculo de Delfos.

Considerado o centro do mundo e o umbigo da terra, era do templo que surgiam as previsões do futuro, fato que atraiu civilizações inteiras até o local. Pitia, a sacerdotisa de Apolo, era quem passava as mensagens dos deuses e foi a mais famosa entre as que pitonisas – mulheres que faziam os augúrios.

Foto via iStock por elgreko

As previsões aconteciam da seguinte maneira: primeiro o visitante pagava uma taxa para adentrar no local, ele tinha que se purificar em uma fonte de água sagrada e percorrer o mesmo caminho que os turistas fazem hoje. A pergunta era escrita em uma folha e entregue a sacerdotisa, então um sacrifício de um animal era feito para a analisar possíveis sinais proféticos.

A sacerdotisa descia até o subterrâneo do santuário e inalava ervas e vapores sagrados, que a induziam em um estado de transe. Segundo as lendas, o corpo em decomposição da Píton, emitia gases que faziam as pítias interpretarem as mensagens divinas. Alguns estudos no local comprovaram que o subsolo produz alguns gases que contém etileno, que em certas quantidades pode deixar a pessoa em um estado de inconsciência, mas ainda capaz de se movimentar e conversar.

Foto via iStock por Stamatios Manousis

A importância religiosa e política de Delfos era tão abrangente que foi um dos pontos chaves para definir a Guerra de Tróia e a expedição dos Argonautas.

Durante o Movimento Racionalista, a autoridade do oráculo diminuiu consideravelmente, apesar dos rituais continuarem ativos. Foi apenas durante o reinado do Imperador Bizantino Teodósio, que Delfos foi completamente abolida e destruída. No século VII, surgiu uma nova aldeia em cima das ruínas, Kastri, que atraía diversos viajantes curiosos a respeito das antiguidades e do oráculo.

Foi em 1860 que os alemães expedicionários chegaram até Delfos para começar escavações arqueológicas, que só foram liberadas pelo governo, quase em 1900. A escola francesa de Atenas assumiu o controle e “A Grande Escavação” foi iniciada. Foram achados diversos vestígios, dentre eles, mais de três mil inscrições de suma importância para a história da Grécia Antiga.

Foto via iStock por Siempreverde22

Atualmente, as escavações continuam em conjunto com o Serviço Grego de Arqueologia, que ajuda a preservar Delfos. Considerado Patrimônio Mundial da UNESCO, até hoje o místico santuário atrai visitantes do mundo inteiro.

As ruínas são extensas, então é bom preparar um calçado bem confortável para andar bastante. A visita começa pela zona arqueológica, onde está a Ágora Romana e o Tesouro dos Atenienses – construção feita para os visitantes entenderem como eram os antigos edifícios.

Foto via iStock por Siempreverde22

Um pouco mais adiante fica o Templo de Apolo, onde aconteciam as previsões. Além disso, os Jogos Píticos aconteciam no Anfiteatro, dentro do santuário do deus do sol, de uma maneira bem parecida com os Jogos Olímpicos.

O Museu de Delfos é a última parada, onde estão diversos tesouros das escavações e que contam a história do santuário. É lá que está a Auriga de Delfos, a escultura de bronze que celebra vitória de um Jogo Pítico do ano 487 a.C.

Texto por Carolina Berlato

Imagem Destacada via iStock por elgreko

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