Brela
A melhor época para visitar o país do leste europeu é exatamente agora, entre os meses de maio e agosto, quando está quente e o sol deixa tudo mais brilhante. Uma viagem ao litoral croata tem vantagens: as areias não ficam abarrotadas de turistas, mesmo durante a alta temporada.
Visite primeiro Brela, uma simpática cidade de águas claras, com tons que variam do azul ao verde. Localizada entre o mar Adriático e a montanha Biokovo, a pequena vila já entrou na lista da revista Forbes há alguns anos como uma das dez mais belas praias do mundo. E são realmente de cair o queixo. O mar é extremamente cristalino – e em algumas épocas do ano igualmente gelado.
De lá, parta para a ilha de Brac. A cidade de Bol é uma das maiores e mais conhecidas. Resorts e iates desfilam por toda a extensão do litoral. Caminhe pelo centro histórico. As casinhas brancas do litoral ainda são resquícios do paleolítico.
Visite as pinturas que estão na igrejinha em estilo dominicano. A praia mais famosa é a de Zlatni Rat. Prepare-se: o local é um dos mais impressionantes. Uma lingueta de areia avança no mar e muda de acordo com o ângulo que se olha. Pra completar o cenário, diversos pinheiros crescem na areia – que na verdade são pequenos seixos.
Dubrovnik: pérola do Adriático
A cidade de Dubrovnik, ao sul da Croácia, é um local que deve ser conhecido.
A gastronomia é única e feita de maneira natural e as construções refletem sua grandiosidade, que já fez frente a importantes destinos italianos como Bari e Veneza. Rodeando a região mais preservada historicamente estende-se uma muralha por cerca de dois quilômetros. É caminhando por ela que você consegue ter uma noção de sua real beleza às margens do verde mar Adriático.
Mais dois locais devem ser incluídos no seu programa. Realizar o passeio no teleférico do Monte Srdj, de onde se avista a real beleza de Dubrovnik, batizada pelo poeta inglês Lord Byron de “Pérola do Adriático”. Avista-se ainda a ilha de Lokrum, que abriga uma praia naturista, um Jardim Botânico e as ruínas de um monastério beneditino. E a cidadezinha de Çavtat – a 25 quilômetros – é uma opção relaxante e ao mesmo tempo romântica.
Anualmente, a Croácia recebe quase mil cruzeiros turísticos nos portos das principais cidades costeiras e nas 1.185 ilhas do país apenas na temporada de verão. O país possui quase 2.000 quilômetros de costa marítima, que são visitados por barcos e iates de europeus que disputam um lugar tranquilo pra ancorar e desfrutar das águas cristalinas dos mares croatas. A descrição acima caberia bem a qualquer trecho do litoral grego ou à Costa Amalfitana, na Itália, mas se aplica igualmente à Croácia, que começa a atrair os brasileiros aos poucos, mas que há pelo menos uma década ganhou o título de “a melhor praia da Europa”.
A primeira explicação está na localização: com o Mar Adriático em seu quintal, foi preciso apenas remodelar cidades já atrativas como Dubrovinik e Split para atrair os euros dos europeus com gostos mais refinados. Outro motivo é que, apesar de mais cara que outros países do leste europeu, a Croácia ainda cobra preços convidativos, mesmo com a desvalorização atual do real em relação ao dólar e ao euro. O mar é o grande cartão-postal desse país, mas dê uma chance ao conjunto de lagos que forma o parque nacional de Plitvice Lakes ou à culturalmente rica capital Zagreb para sentir um pouco do que tem a oferecer essa região da extinta Iugoslávia.
Zagreb
Com arquitetura que lembra outras capitais da Europa Central, Zagreb é uma sobrevivente da Guerra Civil de 1990, quando a Croácia lutou para tornar-se independente.
Hoje, totalmente reinventada, a cidade caminha em passos largos como um dos mais importantes destinos da Europa. A geografia dessa linda cidade é muito fácil de ser entendida: a chamada Cidade Baixa é mais moderna, repleta de edificações herdadas dos tempos socialistas, enquanto a Cidade Alta remonta as origens medievais, quando ocorreu a fusão entre vilas inimigas Kaptol e Gradec, cada uma no topo de uma colina. Kaptol, protegida por sua catedral gótica de 1903 e Gradec, de características mais comerciais que abriga a linda Igreja de São Marcos, do século 13. O telhado da mesma é decorado com xadrez vermelho e azul que se tornou depois o brasão de armas da Croácia, a partir do século 16.
Na cidade alta vale a pena visitar as muralhas medievais de Zagreb, um dos locais mais prazerosos para se passear. Do mirante avista-se a parte moderna da cidade.Aqui em cima chega o Funicular – uma espécie de trenzinho que percorre menos de 100 metros entre a parte baixa e alta da capital. A estação fica ao lado da Torre Lotrscak, do século 13 – o tiro de seu canhão ecoa todos os dias exatamente às 12 horas pra relembrar os dias que em ele defendeu de maneira vigorosa a cidade.
Outro passeio interessante é caminhar pela Rua Tkalciceva – uma espécie de calçadão só pra pedestres que abriga interessantes bares e ótimos cafés. Experimente o pão croata ou se preferir tome um pequeno cálice de grappa italiana no Cica Bar, um dos mais famosos da capital croata. Quem aprecia aromas e sabores, cores e texturas tem de visitar o Mercado Dolac, que desde 1930 recebe produtores locais que comercializam de frutas a verduras, de peixes a flores, tudo orgânico, colorido, cheiroso e apetitoso. No mercado, podem-se encontrar os biscoitinhos “paprenjak”, feitos de mel e pimenta, ou comprar de lembrança para as crianças as “tamburicas”, um violãozinho típico.
Outro fator interessante desse país: a moda que compõe o vestuário dos executivos é a gravata – uma criação da Croácia. No final do século 17, o uniforme dos soldados do país incluía uma espécie de lenço amarrado ao pescoço, o cravat. A peça caiu no gosto dos franceses e depois foi sucesso em todo o mundo. Os cruzeiros pela costa do Adriático vêm ganhando muitos adeptos ultimamente. Do arquipélago de Zadar até Dubrovnik, ao sul, passando pelo paraíso do windsurfe em Brac e as montanhas e casas históricas de Hvar, Vis, Mljet e Jelsa, o turista fica pasmo com o belo espetáculo de ilhas rochosas, o mar, a história e a natureza. Há balsas que ligam cada uma das ilhas e há boas pousadas na maior parte delas.
Ístria
A península que fica ao norte do país já pertenceu à Itália, primeiro como dominação romana, depois como parte dos domínios venezianos.
A influência veneziana e as heranças são nítidas, mescladas ao clima descontraído da costa adriática e aos elementos medievais do interior montanhoso. Alguns destinos interessantes se destacam nessa região. A que mais chamou minha atenção foi Pula, que fica a 260 quilômetros de Zagreb e é considerada a cidade mais antiga do país.
Foi fundada pelos gregos. O seu maior tesouro foi o anfiteatro em estilo romano, de 27 a. C. Ruínas de um fórum romano e um castelo do século 17 convertido em museu são outros destaques históricos de Pula. Não deixe de arriscar uma escapada pelo centro do país e explorar cidadezinhas do interior como Nasice – a pronúncia mais próxima do correto é “nótshizé”. Na estrada para se chegar nesse destino cruzamos com várias pequenas comunidades rurais e campos com criações de ovelhas,plantações de uvas e ameixas, além de locais que produzem de maneira artesanal geleias, pães e outras guloseimas.