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Copa do mundo – Na Rússia, em busca do hexa

15 de setembro de 2017

Faltam apenas nove meses para mais uma Copa do Mundo. Como todos sabem, o Mundial de Futebol FIFA será realizado na Rússia, entre 14 de junho e 15 de julho de 2018. Para quem é apaixonado por futebol e por viagens será a oportunidade perfeita para curtir em dose dupla. Para ajudar no seu planejamento, QUAL VIAGEM traz informações sobre o torneio, as cidades-sede e dicas importantes sobre a viagem. Depois é só esperar a bola rolar e torcer pelo hexacampeonato da nossa seleção. E brindar com vodka, claro!

Durante o período de disputa do Mundial a de­manda de turistas será grande e a tendência será os preços subirem. Por isso, é importante o planejamento da viagem com a maior ante­cedência possível. Até porque a Rússia é o maior país do mundo em extensão territorial, que se estende da gélida Sibéria aos resorts do Mar Negro, de Vladivostok ao Mar Báltico. E é bom reservar as passagens aéreas com no mínimo seis meses antes da viagem.

FOTO: ISTOCK.COM / EWASTUDIO

FOTO: ISTOCK.COM / EWASTUDIO

No site oficial da FIFA os ingressos podem ser adquiridos por preços a partir de US$ 105 para a fase de grupos. É possível comprar para cada jogo ou pacotes que incluem todas as partidas de uma sede específica ou para acompanhar uma seleção seja onde for que ela jogue. Se quiser assistir ao jogo de abertura terá que desembolsar entre US$ 220 e US$ 550. Já para a grande final, o ticket mais em conta custará US$ 455.

Opção bem mais confortável é adquirir pacotes in­cluindo Hospitality, modalidade que oferece, além dos ingressos garantidos, uma variedade de serviços como camarotes individuais, lounges, tendas, bufê gourmet, entretenimento e brindes exclusivos nos estádios.

Apesar de o Brasil já estar garantido na Copa, ain­da não é possível saber em quais cidades jogará. O sorteio dos grupos acontecerá somente após o término das eliminatórias em todos os continentes e está marcado para ocorrer no dia 1o de dezembro.

Os jogos do torneio serão disputados em 12 estádios diferentes em onze cidades do país do leste europeu. Moscou terá duas arenas. Além da capital russa, foram escolhidas as cidades de São Petersburgo, Kazan, So­chi, Caliningrado, Níjni Novgorod, Samara, Volgogra­do, Saransk, Rostov-on-Don e Iecaterimburgo. Dez de­las estão no lado europeu e uma na parte asiática do país. Uma curiosidade: Caliningrado que tem o menor estádio da Copa (35,2 mil lugares) está separada no território russo por se tratar de um enclave localizado entre a Polônia e a Lituânia, à beira do Mar Báltico.

AS CIDADES-SEDE

Moscou

FOTO: ©ISTOCK.COM / YULENOCHEKK

FOTO: ©ISTOCK.COM / YULENOCHEKK

A capital da Rússia tem muita história para contar, afinal são 870 anos desde a fundação. No século 20, teve papel de destaque nas duas grandes guerras mundiais, assistiu ao comunismo chegar ao poder, viveu décadas de isolamento, foi a cidade mais te­mida do planeta nos anos da guerra fria, viu o des­mantelamento da União Soviética e recuperou a sua condição de capital do país. Durante o período sovié­tico, Moscou foi território quase que proibido para turistas. Agora, a cidade está de braços abertos para o mundo, quer mostrar suas belezas, sua história e a hospitalidade dos seus habitantes.

E tem alguns dos principais pontos de interesse tu­rístico no Leste Europeu. Entre eles, a Praça Verme­lha, localizada em frente ao Kremlin e o Mausoléu de Lenin, era o local dos grandes desfiles militares nos tempos de URSS. Lá está, também, a colorida Catedral de São Basílio, talvez o principal cartão postal do des­tino. Outros atrativos que valem à pena conhecer são o belo Teatro Bolshoi, sede da famosa companhia de balé, e as catedrais da Assunção e a de Cristo Salvador.

Luzhniki – Receberá o jogo de abertura e a grande final, além de três disputas da fase de grupos, uma  oitava de final e uma semifinal. Construído na déca­da de 1950, está sendo totalmente reformado e terá capacidade para pouco mais de 81 mil pessoas.

FOTO: ISTOCK.COM / ZOOM-ZOOM

FOTO: ISTOCK.COM / ZOOM-ZOOM

Arena Spartak – Inaugurada em 2014, pertence ao Spartak, tradicional time da capital russa. Visual­mente lembra o Allianz Arena, em Munique, cuja fa­chada alterna cores. Será palco de quatro jogos da fase de grupos e um das oitavas de final.

São Petersburgo

Localizada no delta do Rio Neva, que deságua no Golfo da Finlândia, é composta por 42 ilhas. Para uni-las possui 450 pontes e canais, característica que lhe rendeu o nome de “Veneza do Norte”. Já foi cha­mada de Petrogrado (1914 a 1924) e Leninegrado (1924 a1991). Fundada pelo czar Pedro, o Grande, serviu de capital do Império Russo por mais de 200 anos. A cidade transpira história e viveu dias de glo­riosa ostentação da corte imperial russa.

É a segunda maior cidade russa e a quarta da Eu­ropa, atrás apenas de Moscou, Londres e Paris. Seu centro histórico e o grupo de monumentos são con­siderados Patrimônio Mundial pela Unesco. Gelada no inverno, quando registra temperaturas de até 40 graus negativos, é bastante quente no verão, período em que os termômetros passam dos 35 graus.

FOTO: ISTOCK.COM / OLGA355

FOTO: ISTOCK.COM / OLGA355

Um dos principais destinos turísticos da Rússia, tem entre as atrações a fortaleza de São Pedro e São Pau­lo, que abriga a Prisão de Trubetskoy e o Museu da Exploração Espacial; as catedrais de São Isaque, São Nicolau e Kazan; as igrejas da Ressurreição e do Salva­dor do Sangue Derramado; os museus de Arte Russa e de História da Cidade; a Casa da Moeda; a Praça das Artes; o Teatro Maly; os Jardins e Palácio de Ve­rão; e o Palácio de Inverno (Hermitage). Considerado um dos melhores do mundo e comparado ao Louvre e ao Museu Britânico, o Museu Hermitage tem cinco edifícios interligados e acervo com mais de 3 milhões de obras de arte.

Arena Zenit – Inaugurada em abril deste ano, cus­tou cerca de R$ 2,3 bilhões. Tem 68,1 mil lugares e recebeu jogos da Copa das Confederações. Na Copa terá quatro jogos da fase de grupos, um das oitavas de final, um das semifinais e a disputa do terceiro lugar.

Sochi

A cidade litorânea ao sul do país foi sede da última edição dos Jogos Olímpicos de Inverno em 2014. Por isso, oferece aos visitantes a oportunidade de usufruir legados como o Parque Olímpico, um parque de di­versões e um resort para a prática de esqui. Entre os destaques estão a Biblioteca Pushkinskaya, o monu­mento Canon e Anchor; o Primorskaya Hotel (cons­truído na década de 1930) e o Winter Theatre, exem­plos majestosos da arquitetura stalinista; a Matsesta, famosa por suas fontes de enxofre quente curativas; a Catedral de Saint Prince Vladimir; o Riviera Park, que foi originalmente criado para os czares russos; e o Porto do Mar, que recentemente foi ampliado e reconstruído para atender o fluxo de visitantes du­rante os Jogos de Inverno. Há, ainda, as belas praias e Krasnaya Polyana – nos arredores e conhecida como a Suíça Russa – com suas vistas panorâmicas, ar puro da montanha e deliciosa comida caucasiana.

Foto por Istock/ Acnakelsy

Foto por Istock/ Acnakelsy

O autódromo local recebe o GP da Rússia de Fór­mula 1. Embora a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ainda não tenha definido, a seleção brasileira poderá ficar baseada em Sochi durante a Copa.

Fisht Stadium – Inaugurado em 2013, recebeu a Olimpíada de Inverno no ano seguinte. Tem capaci­dade para 47,7 mil pessoas e custou cerca de R$ 2,5 bilhões. Receberá quatro jogos da fase de grupos, além de um das oitavas e outro das quartas de final.

Kazan

É terceira maior e uma das mais antigas cidades da Rússia. Capital do Tartaristão, região com a maior concentração de muçulmanos no país, possui vários atrativos e construções milenares. Seu principal pon­to de atração é o Kremlin, uma espécie de fortaleza erguida durante o reinado de Ivan, o Terrível, no sé­culo 16. O complexo com quase dois quilômetros de muralhas, que também abriga a Catedral da Anun­ciação e a Mesquita Kul Sharif, está classificado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade. A mesqui­ta com seis minaretes impressiona pela beleza. No interior de rocha e mármore branco estão mosaicos e tapetes iranianos.

Fora dos muros do Kremlin chama a atenção a torre Siuyumbike, que tem 56 metros de altura e uma in­clinação de dois metros. Impossível não compará-la à de Pisa, na Itália.

Foto por Istock/ Elen11

Foto por Istock/ Elen11

Outra atração é a Rua Bauman, no centro, um ver­dadeiro museus ao ar livre como melhor da arquite­tura czarista do começo do século 20. Lá os visitantes encontrarão bons restaurantes, lojas e teatros. Desta­que para a igreja da Aparição de Deus e seu maravi­lhoso campanário e torre de 72 metros. Caminhando até o final da rua chega-se a uma pequena praça, onde está o relógio mais famoso da cidade e ponto de encontro de moradores e turistas.

Kazan Arena – Tem capacidade para pouco mais de 44,7 mil torcedores e conta com um enorme te­lão na fachada. Construída próximo ao Kremlin, irá sediar seis jogos do Mundial, sendo quatro da fase de grupos, um das oitavas e um das quartas de final.

Caliningrado

Localizada fora do território russo, a cerca de 600 quilômetros do resto do país, tem belas praias e tem­peraturas amenas. O governo da Rússia justifica a es­colha da região como oportunidade para incentivar o desenvolvimento e o turismo.

Fundada como Königsberg (Montanha do Rei), em 1255 pelos Cavaleiros Teutónicos, foi parte da Polô­nia (1466 a 1656). Também foi a capital da Prússia Oriental (até 1945) e integrou o Império Alemão. Du­rante a 2ª Guerra Mundial foi totalmente destruída pelos bombardeios britânicos e invadida pelo Exérci­to Vermelho da URSS.

Um dos principais pontos de visitação é o istmo da Curlândia, que faz fronteira com a Lituânia. Essa faixa de terra entre o Lago da Curlândia e o Mar Báltico é considerado Patrimônio Mundial pela Unesco.

Foto por Istock/ katkov

Foto por Istock/ katkov

Kaliningrad Stadium – Construído em uma ilha especificamente para receber jogos do Mundial, tem capacidade para 35,2 mil torcedores. Será palco de quatro jogos da fase de grupos.

Níjni Novgorod

Situada às margens dos rios Volga e Oka, também possui um Kremlin – fortaleza com torres de tijolos vermelhos que começou a ser construída em 1374. Foi destruído pelos bolcheviques e a única constru­ção que permaneceu foi a Catedral do Arcanjo – construída no século 13 sobre pedras.

Fundada em 1221, recebeu o nome Gorky entre 1932 e 1991. Durante a guerra fria, era a base para pesquisas secretas do governo soviético, principalmente de armas nucleares. Por esse motivo era fechada para visitantes.

A cidade lembra as pequenas vilas italianas e é bem quente durante o verão. Tem muitos monumentos his­tóricos, arquitetônicos e culturais, além de teatros, sa­las de concerto, bibliotecas, cinemas, museus, parques, um zoológico e o monastério Pechersky Ascension.

Nizhny Novgorod Stadium – Está sendo cons­truído próximo à confluência dos rios e terá capaci­dade para 44,9 mil pessoas. Serão disputadas quatro partidas da fase de grupos, um jogo das oitava e um das quartas de final.

FOTO: ISTOCK.COM / SACURA14

FOTO: ISTOCK.COM / SACURA14

Samara

Cortada pelo Rio Volga, o maior da Europa, ganhou fama por abrigar o principal centro aeroespacial da Rússia. Tanto que um dos pontos de atração turística é o monumento que reproduz um foguete – com 20 toneladas e 68 metros de altura – e homenageia o primeiro voo espacial realizado pelo astronauta Yuri Gagarin. Outros atrativos são o templo dedicado a São Jorge e um dos bunkers secretos de Josef Stalin. Rebatizada de Kuibyshev durante a 2ª Guerra Mun­dial, serviu como capital da União Soviética em al­guns momentos.

Samara Arena – Ainda em construção, terá ca­pacidade para 44,8 mil torcedores. Receberá quatro jogos da fase de grupos, um das oitavas e outro das quartas de final.

Volgogrado

Terra natal da campeoníssima Yelena Isinbayeva do salto com vara. Nasceu com o Tsarítsin e, em 1925, passou a ser chamada de Stalingrado em homena­gem a Josef Stalin, líder da URSS. Recebeu o nome atual em 1961. A cidade foi palco da famosa Batalha de Stalingrado e foi estratégica durante a 2ª Guer­ra Mundial para conter a expansão nazista. O im­ponente monumento Mãe-Pátria no alto do Monte Mamaiev e um museu lembram a batalha.

FOTO: ISTOCK.COM / BERKUT_34

FOTO: ISTOCK.COM / BERKUT_34

Volgograd Arena – Construído ao lado do anti­go estádio da cidade, terá capacidade para 45,5 mil pessoas. Quatro jogos da fase de grupos serão reali­zados no local.

Saransk

Fundada em 1641, é a capital da República da Mordóvia e está a 630 quilômetros de Moscou. A arquitetura da cidade chama a atenção, bem como o parque Gorodskoy, o monumento a Fyodor Ushakov, a Catedral de São João Apóstolo e os vários museus.

Mordóvia Arena – Durante a Copa terá capaci­dade para 44,4 mil pessoas (com estruturas tempo­rárias), caindo para 25 mil lugares após o torneio. Sediará quatro jogos da fase de grupos.

Rostov-on-Don

Porta de entrada para a região do Cáucaso do Nor­te, foi fundada em 1749 e é cortada pelo Rio Don, que propicia agradáveis praias de água doce. Atual­mente é importante centro comercial, industrial e de transportes. Tem grandes parques, um zoológico e praças monumentais. Na Rua Alexander Pushkin há uma estátua em homenagem ao poeta que é um dos principais nomes da literatura russa.

Rostov Arena – Próxima ao Rio Don, terá capa­cidade para 45,1 mil torcedores. Durante a Copa sediará quatro jogos da fase de grupos e um das oi­tavas de final.

FOTO: ISTOCK.COM / YURY GUBIN

FOTO: ISTOCK.COM / YURY GUBIN

Iecaterimburgo

Única cidade localizada no lado asiático da Rússia. Ficou conhecida por ter sido o local da execução da família Romanov – do czar Nicolau II – durante a revo­lução bolchevique. Entre as atrações turísticas estão a Igreja do Sangue, o edifício Vysotsky e o monas­tério Ganina Yama, construído em homenagem aos Romanov. A “fronteira” entre a Europa e a Ásia tam­bém é muito procurada pelos turistas.

Ekaterinburg Arena – O estádio construído em 1953 está sendo totalmente reformado para receber jogos do Mundial. Com capacidade para 35,7 mil pes­soas, manteve apenas a sua fachada original. Quatro partidas da fase de grupos serão realizadas no local.

Como chegar

Não há voos diretos entre o Brasil e a Rússia. As principais companhias aéreas europeias, americanas e dos Emirados Árabes voam para Moscou com uma conexão. Uma boa opção é a Royal Air Maroc (royalairmaroc.com) que oferece cinco voos semanais de São Paulo e dois do Rio de Janeiro para Casablanca, no Marrocos, e de lá para a capital russa.

Onde ficar

Moscou e São Petersburgo oferecem opções de hospedagem para todos os gostos e bolsos. As demais cidades também possuem boa oferta hoteleira.

O que comer

A gastronomia russa é saudável e repleta de sabores. Entre os principais pratos tí­picos estão os seguintes:

Borscht – sopa de beterraba e tomate

Solyanka – sopa picante e cremosa pre­parada com carne, peixe ou cogumelos.

Stroganov – cubos de carne bovina com molho de creme de leite

Pelmeni – bolinhos de massa recheada com carne moída

Kotleti – bolinho de carne

Blini – panqueca recheada com creme de leite, geleia, mel, caviar, salmão de­fumado, cogumelos, queijo cottage, carne moída ou repolho

Pirozhki – pastéis recheados com bata­tas, carne, repolho ou queijo

Shashlyk (kebab) – espetos de carne

Kholodets – gelatina de carne

Goluptsi – charutinho de repolho

Draniki – panqueca de batata servida com creme de leite azedo

Salada Olivier (salada russa) – batata cozida, maionese, ervilha, pepino em conserva, cebola, ovo e cenoura

Kulebjaka – torta recheada com sal­mão, carnes ou vegetais

Frango à Kiev – peito de frango desos­sado e recheado

Não deixe de provar o autêntico caviar (preto ou vermelho), muito comum e barato no país; a verdadeira vodka e a cerveja báltica.

Texto por: Roberto Maia

Foto destaque por Istock/ Delpixart

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