Produção: Camila Jasper
Direção: Lucas Jasper
Na Argentina, tem-se muitos lugares para visitar e ter experiências únicas. Não só no verão, mas também no inverno, a Patagônia é um desses lugares encantadores.
Então lá fomos nós, que trabalhando no projeto Conta Tudo da Venturas Viagens, buscamos capturar pelas lentes da câmera e das nossas vivências descobrir culturas e lugares, relatando nos textos e tentando transmitir um pouco dessas sensações em vídeos e fotos.
Saindo do Brasil, do aeroporto de Guarulhos, uma das possibilidades é ir por Buenos Aires. Um pouco mais de duas horas e meia de avião. De lá faz-se conexão para El Calafate em aproximadamente três horas de voo.
El Calafate.
Foto: Lucas Jasper
Sua população de 85 000 habitantes aproximadamente, El Calafate está localizada na província de Santa cruz, na Argentina, bem próximo à fronteira com o Chile.
Pequena e Charmosa, a cidade possui toda infraestrutura para receber bem seus visitantes, com diversos restaurantes, bares, agências de turismo e passeios e hotéis. Ao visitar El Calafate, não deixe de experimentar a fruta calafate que dá o nome a cidade, oferecido em sorvetes, licores e sucos. Ainda na gastronomia é quase obrigatório experimentar o cordeiro patagônico, que é servido cozido ou assado, prato típico da região.
Lá são muitas as atrações turísticas, pode-se conhecer o Parque Nacional Los Glaciares, fazer um Safari Náutico, caminhar pelas Passarelas do Perito Moreno, fazer o Trekking no Perito Moreno, caminhar as margens do Lago Argentino, conhecer as estancias (Fazendas), bem como caminhar pelas lindas ruas de El Calafate.
Na primavera- verão, que compreende os meses de novembro a março, é uma das melhores épocas para visitar El Calafate, pois além de ter temperaturas mais amenas, com média de 15º, ainda tem o fato de o dia ser mais longo, ou seja, amanhece às 5h e só anoitece às 23h, proporcionando assim mais tempo de claridade e atividades para fazer.
No Perito Moreno.
Foto: Lucas Jasper
O local possui estrutura turística com restaurante, café e loja de souvenirs. Está localizado a 80 km da cidade de El calafate, dentro do Parque Nacional de Los Glaciares. Com uma extensão de cinco quilômetros de largura e apresentando sessenta metros de altura, o glaciar é realmente um verdadeiro monumento da natureza, considerado uma das reservas de água doce mais importantes do mundo.
Aconselhamos reservar um dia inteiro para apreciar o glaciar, pois você poderá combinar o safari náutico com as passarelas do Perito.
Quando retornar para cidade, as atividades não acabam, pois você poderá desfrutar de toda a estrutura de lojas, restaurantes, parques e bares da região.
Outra opção que se pode ter estando em El Calafate, é conhecer uma cidade vizinha, El Chálten. Localizada a 220 km de distância, em aproximadamente três horas é possível já estar lá para poder apreciar as belas paisagem, bem como fazer ótimas caminhadas.
A capital nacional do trekking, El Chálten.
Foto: Lucas Jasper
A cidade de El Chálten é conhecida como a capital nacional do trekking, e por isso é bastante procurada pelos amantes das atividades para praticar na região.
Em El Chálten tem trilhas e acampamentos para todos os gostos. Dentre elas, fizemos a Laguna Capri, uma trilha com total de 8km de distância, sendo 4 km de ida e mais 4 km de volta, com duração aproximadamente de 4 horas de caminhada, sendo que alguns conseguem fazer em menos tempo tendo em vista que o retorno é mais tranquilo devido a própria condição da trilha. A sugestão é levar um delicioso lanche de trilha e guardar para degustá-lo no final da caminhada, pois é quando você ficará de frente com a Lagoa Capri cercada pelo monte Fitz Roy. E foi justamente isso que fizemos.
Foto: Lucas Jasper
Para quem está com mais tempo de viagem é aconselhável pelo menos um pernoite em El Chálten, porém se você não tem mais um dia pode fazer esse passeio de ida e volta saindo de El Calafate.
A cidade do Fim do mundo: Ushuaia.
Foto: Lucas Jasper
Chegou o dia de seguir viagem e ir para Ushuaia. Saímos do aeroporto de El Calafate e em menos de uma hora de voo nós já estávamos pisando em terras do fim do mundo, como é chamada e conhecida Ushuaia.
Para quem está saindo do Brasil para lá, uma das opções de caminho é sair de São Paulo para Buenos Aires e de Buenos Aires são quatro horas de voo até Ushuaia.
Pequeno, porém bastante charmoso, chegar no aeroporto de Ushuaia já é um passeio incrível ,pois do alto é possível ver os morros gelados e pequenas lagoas escondidas neles, sem dúvida uma pintura de Deus.
Aproveitamos esse dia para fazer aquelas coisas que você fica sabendo antes de viajar, como por exemplo carimbar seu passaporte na cidade do fim do mundo, e levar esse registro de lembrança de sua viagem. Ah, os cartões postais também são lembranças bem comuns por lá. O indicado é enviar da agência de correio do Parque Nacional, que é considerado o autêntico correio do fim do mundo.
Foto: Lucas Jasper
Ushuaia, capital da Província da Terra do Fogo, tem pouco mais de 80 000 habitantes. Seu nome quer dizer baía profunda e tem origem indígena, habitantes de origem do local.
A cidade foi colonizada por europeus em meados do século XIX, onde os jesuítas chegaram com o objetivo de catequizar os indígenas. Porém, logo desistiram devido a algumas epidemias trazidas por colonizadores. A cidade seguia crescendo muito lentamente e no início do século XX se deu a construção de um grande presídio e como consequência muito funcionários administradores e novos colonos começaram a se interessar pela região. Só que a construção desse presídio também tornou a cidade mal vista, causando uma sensação sombria para Ushuaia. Ainda na primeira metade do século o presidio foi extinto e aos poucos a cidade foi se tornando atrativa, com a melhoria de infraestrutura, instalação de serviços e teve a criação de incentivos governamentais para a fixação de novos residentes. Junto a tudo isso, começaram a incentivar a parte turística e a ser conhecida como a cidade mais austral do mundo, tornando-a assim uma região turística.
Foto: Lucas Jasper
Ainda aproveitando o dia de chegada, no turno da tarde, caminhamos pela avenida San Martin, principal avenida de Ushuaia, conhecendo os restaurantes, cassinos, lojas, e vendo um pouco da rotina da cidade. Lá é conhecida também por ter algumas lojas conhecidas com Freeshop (lojas livres de impostos), então, para os amantes de compras, vale a pena conferir.
Comer & Comer,
Foto: Lucas Jasper
Além de poder degustar o cordeiro assado ou cozido (prato típico também de El Calafate e El Chálten), é tradicional de Ushuaia a Centolla, o “caranguejo grande”. Servido na maioria dos restaurantes, é possível pedi-lo inteiro ou somente suas enormes patas. Além disso,ao ir à Argentina reserve um espaço para comer a sobremesa, seu famoso doce de leite. Portanto, vale muito a pena degustar essa iguaria tradicionalíssima em solo argentino e em Ushuaia também.
Foto: Lucas Jasper
Foto: Lucas Jasper
Na cidade ,
Foto: Lucas Jasper
A cidade é muito tranquila, é possível caminhar pelo centro e conhecer tudo. Em relação aos passeios é indicado contratar empresas especializadas e escolher o que quer conhecer, e nesse caso, é um grande desafio, pois a região é belíssima e a vontade de querer conhecer tudo é bem forte. Porém, para tentar ajudar os indecisos, as companhias de turismo ajudam, destacando alguns passeios tradicionais que são oferecidos como:
Navegação no canal Beagle, passeio com os pinguins, off road 4×4 nos Lagos Escondido e Fagnano, Parque Nacional da Terra do Fogo, Laguna Esmeralda, trem do fim do mundo, Centro invernal Tierra Mayor, os museus, bem como no inverno as estações de esqui.
Nos dias em que tivemos a oportunidade de conhecer um pouco mais da cidade do fim do mundo, fizemos o passeio do Parque Nacional da Terra do Fogo, onde pudemos ver lagos, a vegetação e fauna locais, a ação dos castores e caminhar por pequenas trilhas. Lá também oferece ao visitante o correio do fim do mundo, loja de souvenirs e restaurante.
Como é um passeio de meio dia, o fizemos pela manhã e pela tarde seguimos para a navegação no canal Beagle, que conecta o oceano Atlântico e Pacífico. Para a navegação, embarcamos no porto turístico do canal Beagle através do Paso Chico.
Ele, o Canal Beagle.
Foto: Lucas Jasper
O Canal Beagle pertence à Argentina e ao Chile, nesse passeio nós navegamos pelo lado argentino, onde também ao fundo podemos ver as montanhas e ilhas do lado chileno.
Foto: Lucas Jasper
Ao sair de Ushuaia é possível admirar essa a “baía de Ushuaia” e ver como é cercada por lindas montanhas e glaciares. No trajeto passamos pela ilha dos pássaros, onde pudemos observar a diversidade das aves fueguinas. Lá encontra-se as skúas, albatroz, gaivotas, cauquenese, pato e cormoranes (aves que ao longe parecem pinguins), e foi justamente esse último que tivemos a oportunidade de ver. A outra parada foi na ilha do Farol onde além de abrigar o farol, tem os lobos marinhos como moradores da ilha.
Em todo o passeio de catamarã o guia vai contando um pouco da história local e dos animais que habitam aquelas ilhas. Sem dúvida um passeio rico em informações, em belezas naturais e claro bastante prazeroso. Dentro da embarcação o visitante tem a opção de navegar pela parte externa ou interna do Catamarã que é bem confortável e oferece infraestrutura em lanchonete e café.
Na volta do passeio, como era verão, o clima ameno e o dia escurecendo mais tarde, seguimos conhecendo mais um pouco da cidade.
Dia dos Lagos Escondido e Fagnano.
Foto: Lucas Jasper
No outro dia era o momento de se aventurar em mais paisagens, onde fomos conhecer os lagos Escondido e Fagnano. Passeio que é realizado em dia inteiro, com intervalo de almoço. No passeio a primeira parada foi no mirante do Valle Carbajal, localizado na Rota 3 conhecida por ser o trecho final da Rodovia Panamericana, conhecida por começar no Alasca e chega até o Ushuaia. Nesse mirante a parada é para apreciar a vegetação e as belezas dos morros. De lá seguimos para conhecer um centro invernal, onde encontram-se os cachorros husky siberiano que no inverno puxam os conhecidos trenós. No centro invernal também tem pistas de patinação, snomobil e restaurante. Como fomos no verão, pudemos ver a criação dos cachorros e foi nossa parada de almoço.
Seguindo o passeio fomos em direção ao Lago Escondido e Fagnano, sendo que antes paramos no mirante, Paso Garibaldi, localizado mais a beira da estrada, onde observamos o Lago Escondido em primeiro plano, além de uma parte do Lago Fagnano ao fundo. Uma parada obrigatória para avistar de cima os lagos e ter uma dimensão de sua grandiosidade.
Foto: Lucas Jasper
O Lago Escondido tem esse nome por estar localizado entre a Cordilheira dos Andes e ser rodeado por bosques. Ele está a 60 km da cidade de Ushuaia. Seguindo nosso passeio, fomos admirando as cordilheiras e a paisagem única de toda a região. Uma curiosidade desse passeio dos lagos é que você atravessa a Cordilheira dos Andes de norte a sul e do sul ao norte.
Por fim paramos no Lago Fagnano. Esse lago tem aproximadamente 100 km de extensão, dos quais seus 95% encontra-se localizado na região argentina da Terra do Fogo, ficando os outros 5% em território chileno. Também com uma paisagem maravilhosa, ficamos bom tempo a admirá-lo e a caminhar por uma pequena parte de sua margem.
Foto: Lucas Jasper
Dali, retornamos pelo mesmo caminho até o centro invernal, onde no restaurante, tivemos o prazer de degustar um maravilhoso churrasco de cordeiro.
Apesar de ser o mesmo caminho, na volta, como se está observando mais o outro lado das paisagens, a sensação é que estamos percorrendo uma outra estrada. Sem contar que a visão da Cordilheira dos Andes é algo realmente maravilhoso e inesquecível!
Foto: Lucas Jasper
A patagônia é simplesmente um lugar que você vai querer voltar mais de uma vez, por que são tantas as opções que é difícil conseguir ver tudo em uma só viagem. Sem contar que ainda tem a parte chilena que, com toda certeza, é espetacular. Então só nos resta agora planejar a próxima viagem!
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