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Conheça o Parque Nacional Los Glaciares, na Patagônia Argentina

A cada minuto, um som estrondoso, semelhante a um trovão. É o sinal. Em poucos instantes uma parte qualquer da imensa muralha de gelo de 60 metros de altura irá se desprender. Do alto da passarela, a 200 metros de distância, a multidão aguarda atônita, até que o rompimento, tão esperado, ocorre sob olhares assustados e admirados. É a geleira de Perito Moreno, uma entre as 356 geleiras do Parque Nacional Los Glaciares, a 80 quilômetros de El Calafate.

FOTO © INPROTUR – INSTITUTO NACIONAL DE PROMOCION TURISTICA

Os estrondos assombrosos, o rompimento, o êxtase coletivo – toda essa cena faz parte da rotina do Parque, um dos mais belos do mundo. Fundado em 1937, o local foi declarado pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade.

A boa infraestrutura aos visitantes começa antes mesmo da chegada à geleira de Perito Moreno, o principal atrativo do parque. A área de 764 mil hectares tem espaço para piqueniques bem de frente para um dos diversos braços do Lago Argentino. Bem próximo à geleira há restaurante, banheiros limpos e uma pequena loja de souvenires.

A passarela, toda em metal galvanizado, tem degraus vazados, a fim de evitar a acumulação de gelo. O Parque Nacional recebe em média, durante o verão, cerca de mil turistas por dia, a maioria de europeus.

A geleira de Perito Moreno é o grande vislumbre. Do alto da passarela já se avista o imenso tapete branco de 254 km² de superfície (três vezes mais que a área da capital argentina) mesclado de tons azuis, brancos e listras negras. Ao final, as paredes de cinco quilômetros de geleira sustentam o suspense do rompimento de seus blocos de gelo, despertando tanto a emoção de quem está diante dela, quanto a curiosidade de quem está chegando. É possível ouvir o estrondo a centenas de metros.

Perito Moreno tem avançado bastante ao longo dos últimos cinco anos. De acordo com especialistas, dois metros por dia, ou, quase um quilômetro por ano. Mas um grande descolamento desse bloco está previsto para março. O motivo dos grandes desabamentos vem da pressão da água represada por ela mesma.

Há ainda outra parte desse imenso tapete branco que só pode ser vista de perto por barco, a cerca de 300 metros de proximidade. E a emoção pode ser ainda maior. O embarque é feito no porto Bajo de Las Sombras. O maravilhoso espetáculo do rompimento de blocos de gelo pode gerar ondas gigantes que, ao avançar sobre o tranquilo Lago Argentino, fazem o barco balançar suavemente.

Embora a geleira de Perito Moreno seja o principal atrativo do Parque Nacional, ela não é a única. Outras duas possuem estrutura de acesso ao público: as geleiras de Upsala e de Spegazzini. Mas só podem vistas por meio de embarcações.

Foto por IStock/ tunart

Por causa dessas geleiras, o imenso Lago Argentino se tornou o terceiro maior da América do Sul (1.560 m2), cheio de pequenos icebergs e blocos de gelo flutuantes próximo aos paredões de gelo, percorrendo suas águas tranquilas e coloridas, por sinal, efeito das partículas de rochas subterrâneas desprendidas no passado por atrito e que não mais se decantam. Assim, o lago vai se renovando em tons multicoloridos e suaves, de acordo com as horas do dia (aliás, o sol durante o verão nasce às 5h30 e se põe quase às 22h).

Texto por: Pedro Teixeira

Foto destaque por Istock/ ailtonsza

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