O romance mais marcante da história de Portugal aconteceu no século XIV. A “Lenda de Pedro e Inês” é conhecida até hoje como o conto de “Romeu e Julieta” lusitano – com a diferença de que os protagonistas desse trágico relato realmente existiram. Atualmente, os lugares onde se passaram os principais fatos dessa história tornaram-se pontos turísticos muito procurados. É um roteiro obrigatório para aqueles que visitam a região do centro de Portugal.
O príncipe D. Pedro I de Portugal se apaixonou perdidamente por Inês de Castro, dama de companhia de sua esposa, casamento esse que foi arranjado. Os dois viveram um intenso romance proibido por um tempo e o pai de D. Pedro, o rei D. Afonso IV, era contra essa relação. O rei chegou ao ponto de exilar Inês e expulsá-la da corte, mas após a morte de Constança, esposa de Pedro, os dois se sentiram livres para viver sua história de amor, e acredita-se que acabaram se casando em segredo.
Por dez anos, eles viveram felizes no antigo Paço de Santa Clara, junto ao mosteiro localizado na cidade de Coimbra. O local foi revitalizado recentemente e recebe visitas também pelo seu indiscutível valor arquitetônico, sendo um dos representantes máximos do estilo gótico português.
Foi na Quinta das Lágrimas, também em Coimbra, que Inês teve seu trágico final. O rei mandou assassinar a moça, causando revolta e tristeza em seu filho, que nunca esqueceu sua amada. Hoje, o local é um hotel cinco estrelas, mas turistas que não estiverem hospedados no impressionante espaço também podem conhecer esse cenário tão importante para a história de Inês e Pedro.
A lenda diz que as lágrimas de Inês deram origem à Fonte das Lágrimas e seu sangue pintou de vermelho as algas rubras que crescem na água. Rodeada por belos jardins, a Quinta das Lágrimas foi também o local onde D. Pedro colocava cartas de amor em barquinhos de madeira, para que suas mensagens chegassem até o exílio de Inês pelas águas da Fonte dos Amores, alimentada pelo Rio Mondego.
Após o falecimento do rei D. Afonso IV, Pedro assume a coroa e expõe para a corte seu casamento secreto. Segundo as crenças populares, ele teria exumado o corpo de Inês e ordenado um cortejo fúnebre pelas ruas de Coimbra com todas as honrarias da nobreza e depois a coroou rainha de Portugal, obrigando todos os membros da corte a beijarem sua mão. A história gerou a famosa expressão portuguesa “Inês é morta”, usada para afirmar que é tarde demais para realizar algo.
Pedro ainda construiu no Mosteiro de Alcobaça dois túmulos de pedra branca riquíssimos em detalhes, onde hoje o casal repousa um de frente para o outro. O edifício é um dos mais impressionantes exemplares da arquitetura cisterciense e foi eleito como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1989. O espaço é aberto para visitação do público.
A Ponte Pedro e Inês, em Coimbra, foi construída simbolicamente sobre o Rio Mondego em homenagem a essa linda história de amor. Projetada pelos arquitetos Adão da Fonseca e Cecil Balmond, é possível atravessá-la a pé ou de bicicleta e aproveitar a bela paisagem da cidade.
Mosteiro de Santa Clara-a-Velha
Rua das Parreiras – Coimbra
Visitas de terça a domingo, das 10h às 19h
Ingressos: 4 euros
Rua António Augusto Gonçalves – Coimbra
Diária: a partir de 175 euros
Visitas de terça a domingo, das 10h às 19h
Ingressos para a Fonte das Lágrimas e Fonte dos Amores (para não hóspedes): 2 euros
Mosteiro de Alcobaça
Praça 25 de Abril – Alcobaça
Visitas todos os dias, das 9h às 19h
Ingressos: 6 euros
Mais informações em: centerofportugal.com
Texto por: Agência com edição de Patrícia Chemin
Foto destaque por: Divulgação / Visit Centro