Em meados de dezembro, as procissões começam em todas as partes do México. Crianças vestidas de carneirinhos e adultos em oração carregam pelo bairro, por nove noites seguidas, a imagem de Maria e José, os pais de Jesus, solicitando abrigo a eles. São as “posadas”, uma espécie de novena que é a comemoração mais tradicional do natal mexicano. A encenação diária das famílias representa os nove meses de gravidez de Maria e é uma alusão à passagem bíblica que conta que ela não encontrou vaga em nenhuma hospedaria de Belém, onde estava com o marido às vésperas do nascimento de seu filho, e teve de dar à luz em uma estrebaria.
A cada noite, o ritual termina com ponche quente, buñuelos (massa doce frita) e as piñatas – grandes peças de barro ou de papel recheadas de doces, penduradas no teto e estouradas com bastões pelas crianças. Mas a grande festa fica para o dia 24 de dezembro: o encontro ocorre na missa, que é seguida de uma intensa comemoração por todas as ruas da cidade com a ajuda das pastorelas, os pequenos corais e peças de teatro que falam dos acontecimentos bíblicos do Natal. E a festa natalina continua depois de 25 de dezembro. No México, os presentes são tradicionalmente entregues no dia 6 de janeiro, quando se recordam os Reis Magos, que visitaram Jesus e levaram-lhe alguns mimos.
É possível esbarrar com essas tradições em qualquer canto do México, mas há quem diga que as festas são ainda mais coloridas na Cidade do México e na montanhosa San Miguel de Allende, no centro do país.
Durante todos esses dias, a comida é farta e deliciosa. Na mesa de Natal dos mexicanos é comum encontrar receitas com bacalhau e peru, além dos típicos tamales (uma espécie de pamonha recheada com carne), dos buñuelos e da rosca de reis – pão doce assado com uma imagem de Jesus-menino em seu interior e repartido em família no dia 6 de janeiro. A maior sorte do ano caberá àquele que tirar a figura em seu pedaço de pão.
Se tudo é motivo de festa no México, não seria diferente na noite de ano novo. Como ocorre no Brasil, os mexicanos também são cheios de superstições, desde as cores com que decoram a casa e se vestem – vermelho para atrair amor, amarelo para sorte e verde para esperança -, até as comidas escolhidas para a data – uvas para realizar desejos e lentilhas para atrair dinheiro. Para aqueles que desejam viajar muito no ano que se inicia, um ritual é fundamental: dar voltas pela rua com uma mala vazia.
Acreditando ou não nas simpatias, a certeza é a de que as festas mais animadas ocorrem no país, sobretudo nas cidades litorâneas. Riviera Maya, Playa del Carmen e Cancun, no Caribe, oferecem festas badaladíssimas em boates descoladas e comemorações mais moderadas nos hotéis e restaurantes. Outras regiões, como a Cidade do México e localidades no Pacífico são opções menos concorridas, mas não menos animadas.
Texto por: Agência com edição Eliria Buso
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