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Conheça a Israel que você nunca imaginou

The Dome of the Rock on the Temple Mount in Jerusalem

O país vai muito além do turismo religioso e reserva várias surpresas: praias incríveis, reservas naturais, fortalezas e desertos, além de, claro, ser uma verdadeira imersão na história da humanidade.

Se você nunca cogitou a ideia de viajar para Israel, atenção: é bom rever os seus conceitos. Apesar de ser um país pequeno (são 22 mil km² de área e você consegue percorrê-lo de norte a sul em apenas seis horas), essa faixinha de terra espremida no Oriente Médio reserva muitas surpresas.
O destino é rico em atrativos, praias incríveis, reservas naturais e desertos, além de, claro, ser uma verdadeira imersão na história da humanidade. Por isso, juntei tudo que vi e vivi em um guia completo, que passa desde a cosmopolita Tel Aviv à religiosa Jerusalém, sem esquecer de cidades charmosas como Haifa, a paradisíaca Eilat e a fascinante Massada. Também cruzei a fronteira e fui até a Palestina conhecer um dos seus maiores pontos turísticos – e não estou falando do Rio Jordão e nem da Basílica da Natividade – e, sim, do Muro de Israel. A muralha, que divide o território de Israel e Palestina e tem uma extensão de 721 km, oito metros de altura e trincheiras com dois metros de profundidade, se transformou em um museu a céu aberto. Tudo porque diversos artistas, entre eles, o britânico Banksy, passaram a fazer grafites que satirizam essa segregação. Prepare-se para mergulhar em uma viagem espetacular!
Tel Aviv 

Moderna e descolada, Tel Aviv tem cerca de 400 mil habitantes (é a segunda maior cidade, atrás de Jerusalém). Fundada há pouco mais de 100 anos, essa metrópole respira liberdade. É o lugar das festas mais vibrantes, dos gays, dos artistas, da tecnologia, dos animais (Tel Aviv é toda pet friendly), dos veganos (você sabia que ela é considerada a capital mundial do veganismo?) e de quem mais chegar. E já que você vai desembarcar em Israel pelo aeroporto Internacional Ben Gurion, em Tel Aviv, que tal começar desbravando a cidade mais cosmopolita do Oriente Médio?
O que ver?

Inicie seu giro pelo passado e visite Old Jaffa. Situada em uma colina com vista para o Mar Mediterrâneo, na parte sul de Tel Aviv, a região, que tem o porto mais antigo do mundo em funcionamento. Old Jaffa existe há mais de 3 mil anos (evidências arqueológicas mostram que a cidade foi habitada já no ano 7500 a.c, mas a cidade foi estabelecida por volta de 1800 a.c.). Em 1950, a velha cidade passou a fazer parte de Tel Aviv – tanto que o nome oficial do estado é Tel Aviv- Yafo (Yafo quer dizer Jaffa em hebraico). Por lá, você encontra ruas de pedras e prédios históricos que, hoje, são ocupados por lojas, boutiques, restaurantes, galerias de arte, cafés… Dá pra ficar horas andando pelas famosas vielas onde árabes, cristãos e judeus convivem em paz. Caminhe pelas docas antigas, ouça música ao vivo, suba a colina do Jardim Hapisga, com vista para a baía, e contemple a cidade (o pôr do sol é espetacular), faça um pedido na Ponte dos Desejos, percorra o Mercado de Pulgas de Jaffa e coma o melhor hummus da sua vida! Um dos lugares mais disputados para experimentar a iguaria feita de grão de bico é o restaurante Abu Hassan. Tradicionalíssima, a casa abriu em 1959.

Foto via iStock por Xantana

Neve Tzedek também precisa estar no seu roteiro. Fundado em 1887, o primeiro bairro judeu fora da cidade portuária de Jaffa, tornou-se, recentemente, um lugar da modinha entre artistas e designers. Suas ruas floridas e charmosas são um convite para um delicioso passeio a pé. Visite o Gutman Museum, repleto de obras em mosaico do israelense Nahum Gutman, e passeie pela Shabazi Street (aproveite para provar o famoso gelato da sorveteria Anita).
Outra atração que merece destaque ali perto é a HaTachana Old Train Station. A antiga linha de trem ligava Jaffa a Jerusalém, mas foi desativada em 1948. Atualmente, a estação funciona como área de lazer. Há restaurantes, bares, lojas de artesanato, vestuário e cosméticos, shows, etc. Uma boa dica para terminar o dia!

Foto via iStock por trabantos

Um lugar que caiu no gosto dos jovens foi o boêmio bairro Florentin. Ele, inicialmente, era habitado apenas por judeus vindos do Norte da África, Turquia e Grécia e virou a porção hipster da cidade. É lotado de grafites (alô instagrammers!), cafés, bares, galerias de novos artistas… Por ali, a noite ferve! Passe ainda no Levinsky Market (mercado com diversas comidas típicas, entre elas, frutas secas, nozes, doces tradicionais,queijos finos, produtos em conserva…)

Aliás, mercado é o que não falta em Tel Aviv. Dizem que você só conhece realmente uma cidade quando visita a sua feira de rua. Então, já coloque mais uma parada gastronômica na sua trip: Carmel Market. Além de comidas e temperos, ela vende roupas, souvenirs, lenços, prata, etc. A feira funciona todos os dias, exceto sábado (por conta do Shabat), das 9h às 17h.  Quer algo mais gourmet e confortável? Vá ao Sarona Market. O mercado, que tem ar condicionado, mas preços salgadinhos, é bem no estilo do Chelsea Market, em Nova York.
Orla carioca?
Junte o lifestyle carioca com toda a estrutura e organizaçãodos israelenses. Pronto. Você tem uma das melhores praias para curtir o calorzão de Tel Aviv (a cidade conta com sol quase o ano inteiro!). São 14 km de areia branquinha e água azul. Mas onde ficar? Assim como Ipanema, cada “posto” tem a sua “tribo”. Há praia gay (Hilton Beach), dos surfistas (Gordon e Frishman Beach), religiosa (Nordau Beach) e até para os pets (Alma Beach e Hilton Dog Beach). E quando falo que a orla de Tel Aviv lembra, e muito, a do Rio de Janeiro, não é à toa. Você vai ver gente praticando futevôlei, jogando capoeira e até tomando açaí. As praias têm banheiros, guarda-volumes, chuveiros, acesso para cadeirantes e academia. Há quiosques na orla, mas se você quiser tomar algo ou comer na areia, precisa levar uma bolsinha térmica. Não há ambulantes.
Vida noturna
Após passar a tarde no Tel Aviv Museum of Art, o maior museu de arte do país, fundado em 1932 (antes mesmo da criação do estado de Israel), com obras de Van Gogh a Picasso, você tem duas opções: descansar no hotel ou… se render às baladas de Tel Aviv.
Na Rua Dizengoff, por exemplo, considerada a Champs-Élysées da cidade, há lojas de grife, restaurantes e diversas casas noturnas. A agitação também reina no Rothschild Boulevard. É possível encontrar todo tipo de festa (seja ela rave, rock, indie, LGBT, pop…). Lembrete: as baladas começam a esquentar a partir das 2h da manhã!

A arquitetura
Tel Aviv foi declarada Patrimônio Mundial pela UNESCO por guardar o maior legado arquitetônico do estilo Bauhaus. Por isso, ganhou até o apelido de Cidade Branca. Os amantes da vanguarda alemã dos anos 1920 ficarão boquiabertos com as construções.
Onde comer?
Come-se muito bem em Tel Aviv. A cidade agrada a todos os paladares, com uma gastronomia que dá a volta ao mundo. Entre os pratos mais populares estão o hummus (pasta de grão de bico), falafel (bolinho de grão de bico), shawarma (sanduíche de carneiro ou peru com pão pita e vegetais) e shakshuka (ovos cozidos em molho de tomate). Como mencionei acima, Tel Aviv é considerada a capital mundial do veganismo. Ela possui centenas de restaurantes vegan, com menus inovadores e nutritivos, desde saladas e fast food a pratos gourmet e sobremesas. Algumas das casas famosinhas do momento: Bana, 416, Godness e Meshek Barzilay.
Como se locomover?
Todo o estado é plano, então, um conselho: faça tudo a pé ou alugue uma bike! Assim, você descobre cantinhos exclusivos e vivencia o clima descontraído da cidade. Cansou? Sem problemas! Pegue ônibus (eles são superconfortáveis, tem wifi e até entrada USB pra carregar o celular).
Tudo que você precisa fazer é comprar o cartão Rav-Kav e colocar o crédito desejado. Existem máquinas espalhadas por toda a cidade (incluindo rodoviária e aeroporto). O Rav-Kav vale para os ônibus e trens, inclusive, em Jerusalém. Também há a alternativa de chamar um táxi pelo aplicativo Gett (espécie de Uber). Basta cadastrar um cartão de crédito internacional e usar normalmente.
Fique ligado!
Não esqueça que os judeus fazem o Shabat. Ele começa no pôr do sol de sexta e vai até o pôr do sol de sábado, então, muitas lojas e restaurantes ficam fechados nesse período! Também não há ônibus, táxis e trens circulando na cidade. Atente-se quando for fazer o seu roteiro!
Um passeio pelo Norte 
Israel vai muito além de Tel Aviv e Jerusalém. O Norte do país é cheio de lugares interessantíssimos, por isso, tente incluir cidades como, Haifa, Cesareia e Rosh Hanikra na sua viagem. É possível, inclusive, conhecê-las em um só dia por serem próximas umas das outras.
Em Haifa, um dos principais pontos turísticos é o Jardim de Bahá’í, pertencente à religião Bahá’í. Localizado no Monte Carmelo, ele é vertical e te dá uma visão geral da cidade. No meio do jardim está o Mausoléu de Báb, fundador da doutrina, todo feito de ouro!

Foto via iStock por EnginKorkmaz

A Colônia Alemã, bairro fundado em 1869 pela Sociedade dos Templários da Alemanha, é, atualmente, o local mais animado da cidade. Na rua Ben Gurion rolam vários barzinhos e restaurantes.

Complete o roteiro com as praias de Haifa. Carmel, Kyriat Haim, Bat Galim e Hot Hashaket, orlas mais procuradas pelos israelenses. Já na fronteira com o Líbano, as grutas de Rosh Hanikra vão te surpreender! Por lá, você visita um complexo de túneis (cavernas) formados pela insistente ação do mar sobre a rocha de giz macio (o giz é como uma espécie de calcário). Pra chegar até o nível do mar é preciso pegar um teleférico. O comprimento total das cavernas é de 200 metros. É um passeio rápido, o que te leva ao nosso terceiro e último destino: Cesareia Marítima.

Foto via iStock por tomertu

A antiga cidade portuária é um verdadeiro paraíso arqueológico! Foi construída há 2.300 anos e dada de presente ao Rei Herodes por Augusto Cesar. O nome, aliás, é uma homenagem ao imperador. Cesareia abrigava hipódromo, teatro, templos, casas de banho e um incrível aqueduto. Visitar essas ruínas vai fazer você voltar ao passado e imaginar como tudo funcionava por ali.
A paradisíaca Eilat 

Mais ao sul de Israel, na fronteira com Aqaba, na Jordânia, e Taba, no Egito, Eilat é um dos locais mais procurados pelos israelenses nas férias. Banhada pelo Mar Morto, a cidade tem praias de água cristalina e é um ótimo point para quem adora mergulhar.

Foto via iStock por gorsh13

Se você estiver em Tel Aviv ou Jerusalém, a dica é alugar um carro ou ir de ônibus até Eilat. Não vale fazer bate-e-volta porque são cinco horas e meia de viagem, o ideal é separar, no mínimo, dois dias para conhecer a região.
O que fazer?
Com mais de sete quilômetros de costa, Eilat possui várias opções de praias (públicas e particulares – estas, ligadas a hotéis e beach clubs). Dá pra mergulhar (a mais famosa é a Coral Beach), andar de jet ski, parasail, kite e windsurf ou, apenas, relaxar diante da deslumbrante paisagem. Outra atração bastante procurada é a Dolphin Reef. A área ecológica é a “casa” de um grupo de golfinhos. Eles ficam livres, mas sempre estão pela região. O local é ótimo para a prática de snorkeling e ainda tem piscinas de relaxamento e um belíssimo jardim botânico.

Foto via iStock por SValeriia

Programe também uma visita ao Observatory Underwater Marine Park, onde é possível ver mais de 800 espécies de peixes, tartarugas, raias, tubarões, moluscos e corais. Eilat é uma zona livre de impostos, o que faz a cidade ser o paraíso para compras. No centrinho, há diversas lojas, bares, restaurantes e boates. Termine o dia com um delicioso jantar!

Jerusalém
Muita gente pensa que a cidade é apenas um destino religioso, mas a verdade é que Jerusalém é um imenso museu a céu aberto e guarda inúmeros lugares inusitados. Antes ou depois de visitar Tel Aviv, a terra santa é parada obrigatória para qualquer turista (mesmo que você seja ateu!).

Localizada a 57km do aeroporto Internacional Ben Gurion, Jerusalém, que tem mais de 3 mil anos, é dividida entre a parte antiga e nova. A Cidade Velha é um dos lugares mais sagrados do mundo. Repleta de história, fé e vistas panorâmicas, o local é mágico e tem uma vibração incrível. Possui quatro bairros: judeu, árabe, armênio e cristão.

Foto via iStock por Rostislavv

Cercada por muros e com diferentes entradas (oito portões principais – o Portão de Jaffa é o mais conhecido), a Cidade Velha guarda monumentos, como o Muro das Lamentações, a Via Sacra e o Santo Sepulcro, a Torre de Davi e o Domo da Rocha.
O que colocar no seu roteiro?
Se você acessou a Cidade Velha pelo Portão de Jaffa, comece o seu passeio pela Torre do Museu de Davi. Suba até o topo para ter um visual panorâmico da região! À noite rola um programa bem legal ali. É o The Night Spectacular. As paredes do forte da Cidade de David servem como “telas” para a exibição da história do local através de imagens em realidade virtual. A apresentação é ao ar livre e dura 45 minutos.

Foto via iStock por VanderWolf-Images

Siga em direção ao Muro das Lamentações. Duvido você não sentir algo diante do que restou do Segundo Templo de Jerusalém. No ano 70 d.C, ele foi destruído pelo general romano Tito. A cidade foi incendiada e, do templo, sobrou apenas o muro. O general teria deixado a parede de pé para que o povo judeu não se esquecesse de que Roma vencera a guerra — daí, a expressão

Muro das Lamentações. Independente da sua crença, vale escrever um bilhetinho com seus pedidos e depositá-los entre as rachaduras do muro.

A Igreja de Santo Sepulcro, também conhecida como Igreja da Ressurreição, é o lugar mais sagrado do mundo para o cristianismo. Eles afirmam que ali Jesus foi crucificado e enterrado. Ele ainda teria ressuscitado neste local. Por lá, você vai ver uma pedra retangular onde, segundo a tradição, esteve o corpo de Jesus, a escada que dá acesso ao Calvário, o local da crucificação e uma gruta, onde dizem ter sido enterrado o corpo de Jesus, antes de sua ressurreição. Tenha paciência com as filas, elas são quilométricas!

Foto via iStock por DZarzycka

Já a Via Sacra, outro grande símbolo para a religião católica, é o nome dado ao caminho que Jesus percorreu com a cruz, desde onde foi condenado à morte, até o local de sua crucificação. O trajeto soma 600 metros e é marcado por 14 estações – cada uma representa um acontecimento, como as suas três quedas, o encontro com sua mãe Maria e o momento que tiram sua roupa para levá-lo até a cruz.
Inclua uma passagem pela Cúpula da Rocha ou Domo da Rocha. Ela é considerada uma das obras da arquitetura mais belas do mundo e, depois das mesquitas de Meca e Medina, na Arábia Saudita, é o lugar mais importante para o islamismo. Foi construída sobre uma rocha, onde os muçulmanos acreditam ser o local da ascensão de Maomé aos céus. Os visitantes entram, diariamente, das 8h às 11h30 e das 12h30 às 14h. Chegue com antecedência a fim de evitar filas!

Foto via iStock por vvvita

Não é possível conhecer a parte interna da mesquita (só entram muçulmanos), entretanto, você consegue percorrer a área do lado de fora. Atenção com as roupas: assim como no Muro das Lamentações, é preciso cobrir ombros, colo, pernas e tatuagens. Depois de conhecer os principais pontos turísticos da Cidade Velha, perca-se, sem medo, entre as ruelas. Andar sem rumo é uma das melhores maneiras de entender um pouco da antiga Jerusalém.
Reserve o fim do dia para visitar o Monte das Oliveiras (fica a 20 minutinhos dali). Ele oferece um visual espetacular da cidade (recomendo o pôr do sol!). O monte recebeu esse nome por conta das oliveiras que antigamente cobriam suas encostas. O lugar é sagrado para os judeus, cristãos e muçulmanos. Segundo a Bíblia, ali teria sido transmitido alguns dos principais ensinamentos de Jesus. Já para os judeus, o Monte é o local por onde Deus começará a redimir os mortos quando o Messias chegar.
Fora do circuito religioso

Acrescente mais uma atração interessante à sua viagem: o Museu de Israel. Ele guarda grandes tesouros e o patrimônio arqueológico bíblico mais extenso do mundo. No Santuário do Livro estão os famosos Pergaminhos do Mar Morto. Mas existe também uma parte do museu dedicado à arte. Há obras de Monet, Van Gogh, Rodin, entre outros.
Bem perto, há o Museu Yad Vashem ou Museu do Holocausto. O projeto, que começou em 1953, mas só foi aberto ao público em 2005, homenageia as vítimas do holocausto e documenta a história do povo judeu. É o maior museu do holocausto do mundo, dividido em nove galerias. Nelas existem fotos, documentos, filmes e objetos pessoais desse evento traumático da história mundial. No final, há o Hall dos Nomes, um memorial com mais de três milhões de nomes de vítimas do holocausto.
Gastronomia, compras e noite agitada
Não saia de Jerusalém sem percorrer o mercado Mahane Yehuda. Você vai ficar fascinada com as cores, sabores e aromas do lugar. Experimente salgados, cervejas artesanais, sucos, doces, etc.

Circule pela Ben Yehuda Street. Essa rua é cheia de bares com música ao vivo, lojas e restaurantes. Alguns estabelecimentos ficam abertos até meia-noite. Quer fazer umas comprinhas? Vá ao Mamilla Mall, o shopping ao ar livre é a Oscar Freire de Jerusalém. Tem grandes marcas como, HStern, Zara, Urban Outfitters, MAC, Abercrombie & Fitch, Adidas e Nike.

Como em Tel Aviv, a terra santa também transformou uma antiga estação de trem em algo moderno, lotado de restaurantes, lojinhas e shows. É a First Station, o lugar é muito frequentado pela população local.
A incrível região do Mar Morto

Ir à Israel e não passar pelo Mar Morto é como visitar Paris e não conhecer a Torre Eiffel. A região, que localiza-se a 117 km de Jerusalém, tem inúmeras atrações. Vale reservar um ou dois dias para desbravar Massada e o oásis de Ein Gedi.

Foto via iStock por vvvita

Antes de falar dos dois passeios imperdíveis, vou te contar como realmente é a experiência de boiar no Mar Morto, o ponto mais baixo da terra (a 424 metros abaixo do nível do mar). Pra começar, de mar ele só tem o nome. O local é um grande lago abastecido pelo Rio Jordão. Ali, não há qualquer existência de vida devido a sua salinidade (10 vezes mais do que os oceanos) – por isso, o nome Mar Morto.
Como chegar
Você pode fechar um tour de bate-e-volta, alugar um carro ou ir de ônibus (Jerusalém, linha 486, e Tel Aviv, linha 421). A melhor maneira de “curtir” o Mar Morto é comprar ingressos para os chamados resorts spa, que possuem uma boa estrutura com restaurantes, bares e uma piscina deliciosa para quando você sair do mar.
Esqueça a ideia de refrescar-se nas águas calmas e passar o dia todo no Mar Morto. O recomendado é permanecer, no máximo, 20 minutos. Além da temperatura ser alta (você vai achar que está em uma sauna), ele desidrata o corpo e baixa a pressão sanguínea. Se tiver algum machucadinho, prepare-se para a ardência. Outra dica: nem pense em “mergulhar”, evite molhar o rosto e o cabelo (fica extremamente seco depois).

Foto via iStock por irisphoto2

Mas, então, vale mesmo a pena visitar? Sem dúvida! As águas do Mar Morto são consideradas medicinais (ajudam pessoas que tem doenças respiratórias e de pele). Aliás, a lama da região também tem propriedades curativas (é rica em sódio, potássio, magnésio e cálcio). Não à toa, todos passam lama pelo corpo.

Existem várias marcas de cosméticos locais que utilizam os ingredientes (a mais famosa delas é a Ahava). O cenário também é extremamente fotogênico (aproveite para tirar a tradicional foto “lendo” uma revista no mar – eu, claro, levei minha Qual Viagem). Após passar por toda essa experiência, corra para tomar um banho de água doce (você vai encontrar vários chuveiros perto do mar) e curta a infraestrutura do spa.
Massada 

Geralmente, o passeio ao Mar Morto é combinado com Massada, um lugar no meio do deserto da Judeia, que carrega um passado riquíssimo em história.

A fortaleza foi construída cerca de 35 anos a.C por Herodes, rei romano escolhido para assumir o trono da Judeia. Como os judeus não curtiam muito a “figura”, ele acabou se refugiando neste local. Vale lembrar que a fortaleza fica no alto de um cânion, a 520 metros acima do nível do mar. Entretanto, apesar de doido, Herodes era bem inteligente porque criou em Massada cisternas para coleta de água, armazéns a fim de estocar comidas, depósitos de armas, etc. Assim, não era preciso sair mais da fortaleza.

O fim trágico
Setenta anos após a sua morte, centenas de judeus, fugindo dos romanos, descobrem a fortaleza e fazem dela a sua casa. Mas não demorou muito tempo para eles serem descobertos. Conta a história que os romanos cercaram Massada por dois anos e, nesse período, construíram uma rampa para chegar até o topo. Os líderes judeus, percebendo que o ataque estava próximo, tomaram uma triste decisão: mataram suas famílias e depois cometeram suicídio coletivo. Deste modo, não seriam feitos de escravos pelos romanos.
Existem três maneiras de chegar ao topo: de teleférico, pela trilha Caminho da Serpente, rota usada pelos primeiros judeus que habitaram este lugar (bem íngreme), ou por meio da Rampa Romana, como já diz o nome, foi a rampa construída pelos romanos. No verão, essas duas trilhas só ficam abertas pela manhã, na realidade, uma hora antes do nascer do sol. Reserve, pelo menos, três horas para conhecer a fortaleza e não esqueça do kit de sobrevivência: calçados confortáveis, chapéu, roupas frescas e garrafa de água.
Ein Gedi 

Foto via iStock por vblinov

Outro lugar que tem sido bastante procurado pelos turistas na mesma região é Ein Gedi, um oásis de 2.800 hectares no meio do deserto com rica flora e fauna, além de grutas, cânions, cachoeiras e piscinas naturais. Há cerca de 10 trilhas pra fazer na reserva; a mais procurada é a que leva à lindíssima Cachoeira de Davi. Depois de andar durante horas debaixo de um calor escaldante em Massada, nada melhor do que dar um mergulho, certo?
Tour pela Palestina: vale a pena?
Sim! E te digo com todas as letras: uma viagem à Israel não estará completa se você não passar pela Palestina. O povo, muito amável, recebe os turistas de braços abertos. Cruze a fronteira e conheça Jericó, a cidade mais antiga do mundo (a ciência calcula que ela tenha surgido há cerca de 10 mil anos a.C.).
Visite a Fonte de Eliseu (ele foi um profeta que realizou muitos milagres, entre eles, transformar uma fonte de água impura em potável – reza a lenda que quem bebe ou lava o rosto nesta fonte nunca envelhece!) Inclua, ainda, um os cenários mais importantes para os cristãos: Rio Jordão. Ali, Jesus teria sido batizado por João Batista.
Não deixe de conhecer Ramallah, capital da Palestina. Percorra as ruas da cidade e visite o mercadão, que vende desde quinquilharias a frutas deliciosas.

Foto via iStock por Rex_Wholster

Experimente os doces árabes e coma o autêntico falafel (você vai se surpreender com os preços, tudo é bem mais barato em território palestino). Depois do passeio, vá até o Museu do Yasser Arafat. O lugar, que homenageia o ex-líder palestino, conta os principais acontecimentos que marcaram a história do país ao longo dos últimos 100 anos. Ali também está o túmulo onde descansam os restos mortais de Arafat.
Termine o tour em Belém, mas não fique apenas na visita à Basílica da Natividade (sua estrutura foi construída sobre uma caverna que a tradição cristã marca como o local de nascimento de Jesus). Siga até o Muro de Israel, barreira que divide o território árabe e judeu. A muralha, tem uma extensão de 721 km, 8 metros de altura e trincheiras com 2 metros de profundidade, virou um dos pontos mais visitados pelos turistas. Isso porque vários artistas deixaram desenhos com mensagens políticas a favor da liberdade da Palestina, entre eles, Banksy.
O famoso artista britânico espalhou obras por todo o Estado e até construiu um hotel chamado The Walled Off, bem em frente ao muro (o pessoal brinca que é a pior vista do mundo). O nome faz um trocadilho com o The Waldorf, luxuoso hotel de Manhattan, Nova York. Todos os andares são repletos de grafites. Banksy, inclusive, convidou outros artistas – Sami Musa e Dominique Petrin – para ajudar no décor dos ambientes. O lugar ainda abriga o Museu da Palestina.
Serviços
Idioma 

Hebraico e árabe. O inglês e o francês também são muito utilizados.
Moeda 
Shekel Novo (NIS) – além de casas de câmbio, quase todos os bancos de Israel e agências dos correios trocam dinheiro. R$1 vale cerca de 0,88 NIS
Fuso Horário 

Cinco horas a mais em relação ao horário de Brasília.
Visto 
Não é necessário. O passaporte deve ter validade de, pelo menos, seis meses da data de saída do país.
Clima
Nos meses de abril, maio, setembro e outubro, o clima é bastante agradável. Os verões são quentes, longos e secos (abril a outubro) e, geralmente, os invernos amenos (novembro a março).
Saúde 
Nenhuma vacina específica é necessária para entrada, segundo o Ministério das Relações Exteriores.
EMBAIXADA E CONSULADO DE ISRAEL NO BRASIL

Embaixada – SES Av. das Nações Qd. 809 Lote 38 – Brasília-DF – 70424-900.

Informações: tel: 61 2105-0500 ou site: embassies.gov.il/brasilia.
Consulado – R. James Joule, 92 – Cidade Monções – São Paulo-SP – 04576-080

Informações: tel: 11 2127- 0500 ou site: embassies.gov.il/sao-paulo
Como chegar 
Saindo de Guarulhos, é possível voar via KLM, Alitalia, Lufthansa, British Airways, Air France, Iberia, Ethiopian Airlines (geralmente, a mais em conta), entre outras.
Onde comer

Sugestões para comer nas principais cidades de Israel:
Tel Aviv

Sabich Tsernikovski
Jerusalém

Jaffar Sweets

Waldorf Astoria Jerusalem
Eilat 

Rak Dagim
Haifa 

Ein ElWadi
Onde ficar

Sugestões de hotéis nas principais cidades:
Tel Aviv

Port and Blue TLV Suites Hotel

SEA Executive Suites
Jerusalém

Gloria Hotel
Eilat 

Dan Panorama Eilat
Haifa 

Templers Boutique Hotel
Dicas 

As distâncias entre as cidades são curtas, aproveite para conhecer Israel de norte a sul do país. É possível cruzar todo o território de carro em apenas seis horas.

Eletrecidade 

220 volts. A maioria das tomadas elétricas possui buracos de três pinos, mas a maioria aceita o plug europeu de dois pinos.
Pacotes Turísticos 

CVC – cvc.com.br

FLOT VIAGENS – newsite.flot.com.br

LUSANOVA – lusanova.com.br

ORINTER TOUR – orinter.com.br

TRANSMUNDI – transmundi.com.br

VIAJANET – viajanet.com.br
Informações Turísticas 

goisrael.com.br

Texto por Renata Telles

Imagem Destacada via iStock por Manuel-F-O

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