Quase totalmente destruída por Alexandre, o Grande, de Persépolis hoje só sobraram ruínas. Localizada a uma hora de carro de Shiraz, a antiga capital da Pérsia fica ao nordeste do Irã, e o que restou de um império antigo é capaz de contar muito sobre o povo persa.
Persépolis foi construída com o intuito de ser um centro cerimonial e administrativo, e sua população era bem pequena se comparada à da Babilônia. A cidade só foi usada pelo rei, em épocas festivas, e principalmente no Ano Novo.
O palácio, porém, era bem luxuoso, com pavilhões e câmaras para audiências, pilares, três tipos de quartos – para o rei, para os militares e um para todas as suas riquezas – e terraços com mais de 60 pés de altura e 12 hectares.
Do que restou das ruínas, é possível ver – e imaginar – a vida e a história do povo persa, faces do que seriam militares e os grandes portões de Xerxes. E o que mais impressiona é que, mesmo após ter sido destruída, o que foi mantido de Persépolis é incrivelmente rico em detalhes, desde cabelos enrolados a homens com cabeça de águia, divindades persas, e as imagens mais recorrentes, o leão e o touro.
Logo na entrada da cidade, se vê o Portão de Todas as Nações, que imponentemente marca a chegada ao local. Antigamente era um salão que continha colunas e três portas – uma delas saía para o Muro Oeste, que era o portão de entrada principal de quem chegava, outra para o sul, dando no terraço de Apadana, e a última para a saída de uma estrada ao leste. O nome do rei Xerxes foi escrito em três línguas diferentes, para todos saberem que ele havia mandado construir aquele lugar.
Conhecido como “o palácio de Dario”, o Palácio de Apadana foi construído para receber os reis e sua estrutura possuía 72 colunas. Hoje ainda é possível encontrar 13 delas, cada uma com cerca de 24 metros de altura, com escadas em torno de si e decoradas com esculturas. A palavra Apadana pode ser traduzida de duas maneiras: “para chegar a” ou “um esconderijo ou ocultação”.
Entre o Hall de Cem Colunas e o Palácio de Apadana, é possível ver o Portão Triplo, o Tripylon. Mais à frente o Hall do Consul e os palácios de Tachara e Hadish.
Grande parte das esculturas são protegidas por vidros e acrílicos, então é possível ter a visão só do lado de fora, no entanto, alguns dos lugares permitem que o público possa ver mais de pertinho. A dica é subir em algum dos morros e ter uma bela visão panorâmica da antiga cidade – o pôr do sol visto de lá de cima é digno de um cenário de cartão-postal.
Próximo de Persépolis, fica a cidade de Pasargada. Sim, aquela Pasargada para onde Manuel Bandeira quis dar uma fugidinha! A cidade foi fundada por Ciro no século VI, e foi a primeira capital do Império persa de Aquemênida. Assim como Persépolis, Pasargada também foi tombada pela UNESCO como Patrimônio Cultural Mundial.
O sítio arqueológico tem 160 hectares e por lá é possível encontrar manifestações artísticas do antigo povo persa, além das grandes estruturas e ruínas que sobreviveram ao longo dos anos. O visitante vai encontrar a Tumba de Ciro, o Grande, formada de pedras com cerca de 13 metros de altura.
A fortaleza de Tall-e Takht é o monumento mais antigo de Pasargada e fica ao extremo nordeste da cidade. É uma estrutura construída de pedras irregulares e tijolos não cozidos.
O que restou do palácio de Ciro está a sudoeste e é composto de duas unidades: uma residencial e um salão de audiências, com jardins que acabaram se tornando o padrão para todos os outros jardins persas.
Texto por: Carolina Berlato
Foto destaque por: iStock/ steba2