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Chicago: Da arquitetura arrojada a surpreendente natureza

Foto via iStock por Sean Pavone

Um grande incêndio se iniciou no dia 8 de outu­bro de 1871 e varreu uma área de 1200 hecta­res em apenas 18 horas, com uma enorme co­luna de fogo que atravessou o Rio Chicago deixando um saldo de 300 mortos, 17.500 casas destruídas, 100 mil desabrigados e 200 milhões de dólares em prejuízo para a cidade. A causa dessa catástrofe nun­ca foi comprovada, apesar de um boato na época culpar a moradora Catherine O’Leary e um lampião aceso esquecido no seu celeiro. Mas a dimensão des­se incêndio se deu por causa da grande seca: não chovia há três meses no estado de Illinois. E o fato de que a cidade era cheia de construções em madeira e depósitos de carvão. Foi uma grande catástrofe, mas quem visita a cidade sempre acaba se perguntando a mesma coisa: se não fosse esse incêndio, Chicago seria essa grande cidade que é hoje?

Foto por IStock/ JaySi

Devido à muitas doações e incentivos de diversas naturezas, Chicago atraiu grandes profissionais da engenharia e fez com que, em poucos anos, ela esti­vesse completamente recuperada de seu trauma, tor­nando-se pioneira na construção de arranha-céus e referência em arquitetura. Hoje, é grande em diversos aspectos. Até 2030, se tornará uma megacidade e é considerada uma “cidade santuário”, com políticas favoráveis aos imigrantes, por isso tem uma popula­ção com muitas etnias diferentes.

Tudo isso faz com que Chicago seja uma cidade ri­quíssima econômica e culturalmente. Os turistas tam­bém são muito bem recebidos por lá. É comum ver pessoas utilizando bicicletas compartilhadas, boas alternativas para os turistas, uma vez que o trânsito pode ser um problema nos horários mais movimenta­dos. Também é considerada a 6ª melhor cidade para se visitar a pé pelo site Walk Score.

A PÉ PELO MAGNIFICENT MILE

A pé é o melhor jeito de se conhecer o Magnificent Mile, uma parte da Michigan Avenue, no centro de Chicago, entre o setor do Loop e o bairro histórico de Gold Coast Historic District. É aqui que você encontra muitas lojas de marcas luxuosas, grandes magazines, edifícios importantes e ótimos restaurantes.

Foto por Istock/ dibrova

Passeando a pé, você vê construções antigas, muito bem conservadas, no meio das fachadas de vidro de estruturas prateadas. São pequenos tesouros no meio dessa cidade tão grandiosa, cosmopolita e receptiva.

Em Chicago ficam também alguns dos melhores hotéis, como o premiado e sofisticado Peninsula Chicago, que define a qualidade de seus serviços como uma mistura de graciosidade asiática e hospitalidade do meio-oeste.

Foto por Paula Guedes

Quem se hospeda no Peninsula Chicago se sente muito a vontade, encontra funcionários atenciosos e simpáticos, uma culinária impecável e amenidades de primeira classe. Todos os pratos do café da manhã, todo o cardápio do restaurante Shangai e os drinks do Z Bar são preparados com muito primor.

CRUZEIROS DO RIO CHICAGO

A história do Rio Chicago é contada em todos os cruzeiros que saem regularmente das suas margens, enquanto seus passageiros admiram os maravilhosos prédios que residem ali. O destaque vai para a empre­sa First Lady que também fala sobre a arquitetura de Chicago, pontuando fatos interessantes sobre cada prédio na margem do rio.

Foto por IStock/ lucky-photographer

Antes, o rio desaguava no Lago Michigan, fonte de água potável da cidade. Porém, como era poluido, a água contaminada estava deixando a população doen­te. Então, a cidade reverteu o seu fluxo, que hoje desagua no Rio Mississipi. Mesmo assim, a poluição do rio causava muitos problemas, por isso foi alvo de diversas tentativas de despoluição. Então, especialistas sugeri­ram que o esgoto fosse simplesmente tratado antes de ser despejado no rio e a mãe natureza faria o seu tra­balho. Hoje, o Rio Chicago não é completamente des­poluído, mas já é navegável e não exala nenhum odor.

O passeio no calçadão do Rio Chicago é muito agra­dável, repleto de belos jardins e charmosos restauran­tes. É comum avistar pessoas passeando pelo rio de caiaque durante todo o dia e parte da noite, ou prati­cando caminhadas e se exercitando em suas margens.

CLOUD GATE NO MILLENNIUM PARK

Foto por Istock/ tupungato

O principal parque da cidade de Chicago abriga a fa­mosa escultura da artista Anish Kapoor, a Cloud Gate, ou o Feijão, que está sempre rodeada de muitos tu­ristas em busca da foto perfeita. Anish se inspirou no mercúrio em seu estado líquido e a obra foi feita com 168 placas de aço inoxidável toda polida, por isso as ligações das placas não são visíveis. Quando você anda debaixo dela, consegue ver os reflexos retorcidos na parte côncava. E a parte exterior reflete o skyline de Chicago, o que rende belas fotos.

No Millennium Park você também encontra a Crown Fontain, uma obra interativa do artista Jaume Plensa. Consiste em um lava pé de granito preto que fica entre duas tor­res de tijolos de vidro. Além de fontes de água, essas torres possuem telas de LED nas suas faces internas, onde são exibidos rostos de cidadãos comuns e, em um determinado momento, esse “rosto desconheci­do” faz um bico, como se fosse cuspir água, e um forte jato sai onde se localiza a boca dessa imagem. As crianças fazem a festa nessa hora.

Foto por IStock/ smontgom65

O parque abriga ainda a concha acústica Jay Pritzker Pavilion, que é palco de muitos shows, filmes e outras atrações, gratuitas em sua maioria. Com arquitetura ímpar e inovadora, ela foi construída de forma que to­dos, mesmo aqueles distantes do palco, ouçam com perfeição todas as suas atrações.

A VIDA PULSA NO LAGO MICHIGAN

Descendo pelo Magnificent Mile, você chega ao Lago Michigan com seu grande calçadão e suas praias. Sim praias. Parte do plano de reconstrução da cidade, envolveu a valorização do Rio Chicago e do Lago Michigan.

As praias, praças e parques rodeiam todo o lago.

Foto por Istock/ Rauluminate

Passeando por lá em um dia de sol, sempre há mui­tas pessoas praticando esportes, nadando, brincando com seus cachorros na água e tomando um banho de sol. É impossível avistar a outra margem do Lago Michigan, nos fazendo esquecer que estamos diante apenas do maior lago dos Estados Unidos, e não de parte do oceano.

Caminhando por suas margens, você chega no Navy Pier, que não é somente um pier, pois abriga um gran­de shopping, repleto de lojas e restaurantes, uma casa noturna, um centro de eventos, um parque de diversões e é de onde saem cruzeiros que navegam pelo lago.

UMA RÁPIDA VIAGEM PELA LSD

Não, não a droga (mesmo que uma viagem por essa estrada durante o trânsito na hora do rush possa dei­xá-lo louco). Em Chicago, o LSD significa Lake Shore Drive, a rodovia que percorre o Lago Michigan e tem uma das mais belas vistas da cidade.

Foto por IStock/ janniswerner

Chicago tem seus locais peculiares de arte, música e gastronomia. A cultura regional transita para um mundo de palavras e frases únicas da cidade. Seja uma pizza servida no prato fundo ou uma viagem percorrendo a LSD.

GASTRONOMIA

Chicago tem boas opções de tours gastronômicos. A Bobby’s Bike Hike oferece um tour pelas comidas típicas da cidade, onde os participantes experimentam uma pizza, um hot dog, um brownie e uma cerveja artesanal; todos feitos no Chicago’s style (estilo Chica­go). Durante o tour, você conhece um pouco mais das influências culinárias da região e visita pontos impor­tantes da cidade, como o luxuoso hotel Hilton Palmer House, que fica quase escondido dentro de um edifício discreto, mas que por dentro, é lindissimo, uma ver­dadeira obra de arte da arquitetura contemporânea.

Não deixe de provar o famoso hot dog, com pão, salsicha viena, pepino, cebola, tomate, sport pepper, relish, aipo e mostarda amarela. E não coloque ket­chup! Durante o tour, a guia nos explicou que esse condimento foi importado da China pelos ingleses para disfarçar o gosto ruim da carne que eles comiam a bordo das travessias oceânicas. Então, colocá-lo no hot dog é um insulto a quem o preparou.

Foto por Istock/ sprungphoto

Já no tour da empresa Pizza City USA, você pode­rá experimentar quatro tipos de pizza, todas muito saborosas, e conhecer a história por trás desse famo­so prato da cidade. Tudo isso enquanto conhece um pouco mais do bairro Wicker Park. Como a farmácia Walgreens que fica em um antigo prédio do Banco Noel State. No seu interior nota-se a arquitetura re­finada da década de 20 e, no andar de baixo, você pode entrar no “cofre de vitaminas”, que é o antigo cofre do banco. Segundo o guia, o imposto é tão alto, que essa é a única loja da rede que não tem lucro.

Também é muito comum os restaurantes ofere­cerem suas próprias cervejas artesanais ou fazerem parcerias com cervejarias locais. Chicago está repleta delas. Tem também destilarias com propostas dife­rentes, como a Koval. Ela oferece um tour com de­gustação de seus produtos, todos fabricados com matéria-prima kosher ou orgânica. Os rótulos de suas garrafas são obras de arte.

PONTOS TURÍSTICOS

Comprar o CityPass de Chicago é uma ótima ideia para economizar tempo e dinheiro em sua visita a Chi­cago. Pode chegar a 51% de desconto nas entradas das atrações. Não é preciso pagar por nada a mais e ainda há uma fila especial que, geralmente, é bem menor do que a normal. Além disso, em algumas atrações inclui o áudio guide (aparelho onde você escuta áudios explicativos sobre o conteúdo do museu) ou entrada em atrações especiais. Ele contém tam­bém alguns descontos em lojas da cidade.

Foto por IStock/ F����lixLaframboise

O CityPass de Chicago inclui a entrada no Museum of Science & Industry, Aquário Sheed, The Field Mu­seum e Adler Planetarium, a maioria se localiza no campus de museus, a beira do Lago Michigan, no extremo sul do Grant Park. É um passeio tranquilo, ideal para crianças. Também te dá direito a visitar o Art Institute of Chicago, localizado no final do Mil­lennium Park, onde você visita algumas das obras de arte mais famosas do mundo, além de arte contem­porânea e de diferentes países.

Você também tem entrada garantida em dois dos prédios mais altos da cidade: o Skydeck (onde você tem acesso a uma plataforma toda de vidro, que fica para fora do prédio) e o 360 Chicago. Nesse último, você pode avistar todo o skyline da cidade e ir na atração Tilt (não inclusa no CityPass), onde você fica apoiado em uma parte do prédio que inclina para fora, em direção ao chão. A sensação é de que você está caindo do prédio.

Foto por Paula Guedes

Um novo ponto de interesse que deve se tornar mui­to popular entre os moradores e turistas é o Centro de Arquitetura de Chicago, onde você pode aprender tudo sobre a história arquitetônica da cidade e os motivos que a fizeram ser uma referência mundial para os profissionais dessa área. Além de conhecer outras grandes e intrigantes construções ao redor do mundo.

Assim como toda grande cidade, Chicago recebe muitos eventos e exposições artísticas, como a expo­sição But I’m on The Guest List! (Mas eu estou na lista de convidados!) da FLAG Art Foundation e a EXPO Chicago no Navy Pier. Também recebe eventos de gastronomia, como o Rock the Fork, no Millennium Park, onde você paga uma entrada e pode experimen­tar a vontade tudo o que os restaurantes, vinícolas e destilarias oferecem no evento.

Foto por Istock/ f11photo

Além de assistir a pa­lestras, degustações de vinhos e cervejas, workshops e apresentações musicais ao longo de todo o evento. Enfim a cidade oferece paisagens indescritíveis, uma vida noturna repleta de atrações, estilo eclético de músicas, bons centros de compras, variado cardápio gastronômicos, além de uma arquitetura futurista e contemporânea. Povo acolhedor, uma quantidade de museus e mostras culturais e uma programação cultural que acontece de janeiro a dezembro, sempre pronta pra agradar os visitantes de primeira viagem. Visitar Chicago é experimentar um novo olhar nos Estados Unidos e perceber que cultura e natureza, arquitetura e olhar futurístico se fundem e se comple­tam. A cidade te surpreende e te acolhe. Experimente a sensação de visitá-la e explorá-la, você vai ficar sur­preso e terá vontade de voltar.

“EU NÃO QUERO IR PARA CASA”

Quando você estiver a caminho do aeroporto, esta será a frase que terá em mente. Você levará milhares de histórias, casos engraçados, paisagens únicas, no­vos amigos e a vontade de dar um até breve para essa magnífica cidade.

Como chegar

Há voos diretos operados pela United Airlines de São Paulo para Chicago, cujo aeroporto é seu hub, ou voos de outras cias aéreas como a Copa Air­lines e a American Airlines com escalas em cidades americanas ou pela cidade do Panamá.

Onde ficar

Hotel Peninsula Chicago
Renaissance Chicago Downtown
Hampton Inn Chicago Downtown

Texto por: Paula Guedes. A jornalista viajou a conte da Choose Chicago e teve cobertura e assistência de viagem da GTA.

Foto destaque via iStock por Sean Pavone

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