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Centenas de turistas se frustram com as férias de verão no litoral de São Paulo, com falta de segurança e virose

As aguardadas férias de verão no litoral de São Paulo foram frustrantes para muitos turistas nesse início de ano. Centenas de viajantes relataram sintomas de uma virose gastrointestinal na primeira semana de janeiro, logo após as festas de virada de ano. O depoimento de diversos turistas foi de estar sentindo náuseas, vômito, febre e até diarreia. Cidades como Santos, Guarujá, Mongaguá, Praia Grande e São Sebastião tiveram registrado casos.

Neste período do ano, casos de “viroses de verão” são frequentes. Um turista internauta relata que as farmácias estão “mais cheias do que as praias” devido ao surto. “A virose pegou geral aqui. Tá até faltando medicamento para tudo”, relata.  Já outro questiona se ainda vai dar praia, visto que todos que foram pegaram a virose. Diversas pessoas cancelaram a viagem, mudaram de rota e deixaram hotéis e casas de aluguel vazios, principalmente entre 1 e 12 de janeiro, quando a queda de ocupação em algumas cidades ultrapassou 40%. É inadmissível propagar o turismo em determinadas regiões, se elas não têm a mínima estrutura sanitária, como foi o caso das cidades citadas acima da baixada santista e São Sebastião, no litoral norte paulista.

Em um comunicado público, o governo de São Paulo afirmou ter orientado os municípios do litoral sobre como se prevenir em casos de viroses e pediu à população para redobrar os cuidados com higiene e alimentação e evitar tomar banho de mar em praias impróprias.  Se existem praias impróprias, a Cetesb deveria proibir imediatamente o visitante ter acesso livre às mesmas, uma vez que esse é um problema de saúde pública e de falta de saneamento. O Guarujá, além do problema ocorrido das viroses há anos enfrena problemas com segurança pública, assaltos, pequenos delitos e insegurança nas praias, principalmente nessa época de alta temporada e verão.

De acordo com informações do último boletim da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), das 175 praias monitoradas no litoral, 37 delas apresentam condição imprópria para banho. Por esse motivo, a orientação é buscar saber se a praia está dentro das orientações antes de entrar na água.

“As praias também são sinalizadas com bandeiras de acordo com a qualidade, com cor vermelha indicando a condição imprópria. Nesse caso, a recomendação da Cetesb é de que a população não entre no mar. Também não é recomendado o banho na água 24 horas após as chuvas”, disse o governo de São Paulo no comunicado.

Uma pena pra Santos, Guarujá e São Sebastião, que tem uma rede hotelaria grande e sofre muito com essa queda nas procuras por hospedagem. Estamos com as temperaturas elevadas, não chegamos ainda nem na metade do verão e, dentro de 40 dias, teremos o Carnaval, uma data na qual as praias paulistas deverão receber um fluxo até superior de visitantes. Vamos cobrar imediatamente das prefeituras, do governo do estado de São Paulo, das Associações que trabalham com o turismo nessas cidades, que façam uma campanha de orientação e conscientização para futuros problemas. Temos de divulgar o turismo com reponsabilidade e não tratar os visitantes como esgotos humanos. Muitos ficaram internados por dias, causando perda de dias de trabalho, custos extras elevados com medicamentos além da frustação dos dias de folga, convivendo lado a lado com essa virose, e a falta de segurança.

Não adianta o prefeito do Guarujá ir à TV beber água do mar, o problema é mais embaixo, falta de fiscalização, saneamento malfeito e falta de respeito com moradores e turistas.

Texto por: Cláudio Lacerda Oliva

Foto destaque por: Peter Fazekas via Pexels

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