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Cabo Frio tem dunas, praias, muita história e biquínis

Além das belíssimas praias, selecionamos alguns bons motivos pra visitar Cabo Frio. A cidade mais importante da Região dos Lagos é muito visitada por mineiros, cariocas e argentinos. Muitos atrativos históricos, praias de beleza única e a maior vitrine de maios e biquínis do Brasil.

O trecho do final da Praia do Forte até a praia das Conchas guarda um interessante e ainda pouco conhecido pedaço da história dos indígenas brasileiros. É a reserva de sambaquis, sítios arqueológicos onde foram encontradas ossadas de índios que viveram na região, há séculos. A riqueza dos estudos arqueológicos desses artefatos é muito grande porque junto ao morto eram enterrados seus pertences, representando os costumes de toda uma sociedade.

Foto via Flickr Lorando Labbe

Já a capela de N. S. da Guia, localizada no alto do morro de mesmo nome, também é um patrimônio cercado de “histórias” e lendas. Foi construída em 1740 pelos frades franciscanos, atrás do convento de N. S. dos Anjos. Diz a lenda que a imagem de N. S. da Guia, possuía um altar dedicado a ela no convento, mas quando colocada lá, aparecia no dia seguinte em cima do morro. E assim acontecia toda vez que insistiam em levá-la para baixo. Depois de várias tentativas, acabou-se por fazer a “vontade” da santa e uma capela foi construída em cima do morro para abrigar a imagem. Lá temos o ponto mais elevado da cidade e  uma belíssima visão panorâmica de Cabo Frio e dos municípios vizinhos.

O bairro da Passagem surgiu para ser um ponto de apoio na travessia para o Canal do Itajuru. Porém suas riquezas arquitetônica e histórica transformaram o local em um interessante e agradável ponto turístico. Passeando pelas ruas estreitas e de calçamento antigo, o visitante pode observar as casas em estilo colonial do século passado, de janelas baixas e coloridas, todas patrimônio histórico. Muitas ainda conservam em sua cobertura as famosas telhas moldadas nas coxas das escravas grávidas. A Igreja de São Benedito fica bem no centro do bairro, no largo de mesmo nome.

Construída em 1701, nasceu para abrigar os escravos negros, pois a eles não era permitido frequentar a mesma igreja que os brancos. Dessa forma, nada mais digno do que colocar no altar mor um santo negro, São Benedito. A capela é bem menor e não ostenta a beleza barroca da Matriz N. S. da Assunção, mas sua riqueza está na simplicidade do estilo. Depois de o centro ter sido escolhido para núcleo urbano da cidade, o bairro da Passagem acabou tornando-se uma vila de pescadores. Para chegar ao local é só ir em frente pela Avenida Assunção e dobrar à direita.

Quando os navegadores portugueses, desbravando mares, descobriam uma nova terra, fazia parte da tradição religiosa dar à cidade e à igreja que deveria ser construída, o nome de um santo. Portanto, nada mais natural do que dar a Cabo Frio o nome de Santa Helena, já que sua fundação é comemorada em treze de novembro, dia de Santa Helena. Durante algum tempo o local foi chamado assim, até que o Capitão-Mor, por ocasião da inauguração da igreja, mandou vir de Portugal uma imagem da santa. O navio chegou às praias brasileiras com a encomenda, mas por um engano a santa que lá estava era N. S. da Assunção. Mandado de volta para Portugal, o navio acabou voltando seis vezes, pela força do mar. Os pesquisadores não comprovam a história contata durante décadas pelo povo, mas, de fato, a igreja acabou tornando-se a Matriz de N. S. da Assunção. É a sétima igreja mais antiga do país, foi totalmente construída em estilo barroco e decorada em ouro.

O Teatro Municipal da cidade é um prédio novo, construído em 1997, com estilo arquitetônico italiano. O telhado é colonial e o lado de fora é totalmente cercado de areia branca que imita a areia da praia. O interior é composto por arquibancadas em formato de ferradura que proporcionam uma ampla visibilidade da cena. A lotação é de 350 lugares sem cadeiras e 270 com cadeiras. As apresentações de teatro, grupos de dança ou encenação teatral com textos escritos por artistas da região têm preferência no local, o que não impede a presença de personalidades famosas. O teatro foi inaugurado em grande estilo, com a peça “Paixão”, encenada pela atriz Natália Thimberg. O teatro também colaborou com as programações culturais da cidade com as apresentações de Chico Anysio, da atriz Zezé Mota e Dercy Gonçalves. O teatro municipal fica na Avenida do Contorno, em frente aos novos quiosques e ao lado da Secretaria de Turismo, na praia do Forte.

Foto via Flickr Antonio Lordelo

Enquanto o cenário bucólico no Canal do Itajurú lembra a calma e desconhecida Cabo Frio de antigamente. O pôr do sol é sem dúvida a melhor hora para admirar e acompanhar o clima romântico do local. O canal tem 6 Km de extensão, que liga a lagoa de Araruama ao oceano Atlântico, e tem seu ponto mais conhecido no centro da cidade, em frente ao bairro da Gamboa. Ali no calçadão, na beira do canal, é onde fica a famosa feira de artesanato da região, muito procurada pelos turistas no fim da tarde. Também é lá que as escunas ficam ancoradas para passeios por todo o Canal do Itajurú, incluindo roteiros em diversas praias. Caminhando na Av. dos Pescadores, ao final de onde se pode admirar o canal a pé, fica a praia de São Bento.

Um encontro mais íntimo com a natureza e a consciência da preservação do seu ecossistema é mais ou menos o resumo do Dormitório das Garças. O berço das aves encontra-se do lado esquerdo, cerca de 800 metros após a Ponte Feliciano Sodré, saindo de Cabo Frio no sentido Búzios. A melhor hora para apreciar as garças é entre 17h e 45min até as 18h, quando elas saem de Búzios e vão até o mangue para dormir. Existem diversas campanhas locais de conscientização para preservação daquele mangue que com a desinformação de alguns acabou tornando-se depósito de lixo. O mangue é o dormitório e casa das garças e a não preservação resulta no processo de extinção da espécie. Seria uma pena perder tão belo espetáculo da natureza…

Além disso, a incrível formação de montanhas brancas temporárias foi o que a mãe natureza resolveu dar de presente à cidade. Esses morros de areias brancas e finas têm o brilho revelado pelo sol e o formato moldado pelos ventos. São de origem marinha e algumas, próximas à Praia do Forte, são cobertas de restinga. Na estrada que vai para Arraial do Cabo é onde fica o conjunto mais bonito de “dunas brancas” e também onde se encontra a maior de todas, chamada de “Duna Mãe”. A sua imponência é ideal para apreciar o pôr do sol do alto dela. A visitação dessa duna no verão é das 9 às 20h. Um outro conjunto de dunas fica na praia do Peró. Elas costumam mudar de posição em função da força dos ventos. As dunas fazem a festa da criançada que, encontra nelas um tobogã natural, pronto para escorregar.

Foto via Flickr Antonio Lordelo

Forte São Matheus, que dá nome à praia mais famosa de Cabo Frio, foi construído no século XVII pelos portugueses, para defender a terra das invasões dos franceses, ingleses e holandeses. Desta época de conflitos, ainda restam os canhões utilizados nas batalhas, que mesmo após as restaurações que o forte sofreu, ainda continuam voltados para o mar, em eterna defesa da cidade. A casa onde os soldados viviam encontra-se nos recintos do forte e hoje serve de espaço para a exposição de artesanatos e quadros de artistas da região. Localizado no canto esquerdo da praia, o forte, lá de cima, proporciona uma visão completa de toda a extensão da praia até Arraial do Cabo. Do outro lado também é possível visualizar a parte pouco explorada da Ilha do Japonês e os pescadores trabalhando. Faz parte também da beleza do Forte São Matheus, admirá-lo de longe, principalmente à noite quando é especialmente iluminado e sua luz reflete nas águas da praia do Forte, um espetáculo digno de admiração.

Onde comprar

Férias sem compras, não são férias completas. Não há como ir a Cabo Frio e não levar pelo menos uma peça de um dos produtos mais famosos da cidade: o biquíni cabo-friense. A famosa Rua dos Biquínis, com suas mais de 70 lojas, foi toda restaurada e ganhou ares de shopping a céu aberto, o Gamboa Shopping. Com a nova estrutura, as compras ficarão, com certeza, mais agradáveis. A rua foi toda coberta com imensos toldos em formato de lírios. Também ganhou um jardim com bastante verde, passarelas de madeira e uma iluminação especial, para as compras noturnas.
A rua tem a maior rede de moda praia da América Latina, sendo até mesmo citada no Guiness Book. Tudo começou com uma senhora que resolveu confeccionar biquínis para vender aos turistas. Hoje a famosa rua é o ponto de comércio mais importante da cidade. Seus produtos são vendidos em todo o Brasil e exportados para diversos países.

Para chegar à Rua dos Biquínis, que fica do outro lado do Canal do Itajurú, é preciso atravessar a Ponte Feliciano Sodré e virar à direita. Do centro da cidade é possível ir á pé. O horário de funcionamento é a partir das 9 horas. E na alta temporada, as lojas não fecham antes da meia-noite.

Onde ficar

hotelparadisodelsol.com.br

malibupalace.com.br

Texto por: Cláudio Lacerda Oliva

Foto destaque por Halley Pacheco de Oliveira via Commons Wikimedia

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