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Berlim: Cidade de múltiplos encantos!

19 de junho de 2018

A primeira vez que estive em Berlim – e na Alemanha -, confesso que fiquei um pou­co assustado com a cidade. O famoso Muro tinha acabado de ir ao chão e o friozinho do final de outubro deixava tudo nublado e sem cor. Era a minha primeira viagem à Europa e fi­quei com essa impressão durante anos. Até que no início dos anos 2000, por obrigação profis­sional passei a viajar anualmente para cobrir a maior feira de turismo do mundo, a ITB Berlin. Tudo mudou e passei a adorar a vibrante capi­tal alemã. Durante mais de 10 anos aprendi a gostar, entender e curtir muito esse destino de múltiplos encantos.

Descobri que ela é diferente de outras grandes cidades do mundo por ser extremamente dinâ­mica, mas sem deixar para trás as suas tradições e história. A reunificação das partes Ocidental e Oriental trouxe muitas mudanças e um novo desenho do cenário urbano local. Durante déca­das, o famoso Portão de Brandemburgo foi o símbolo da separação. Hoje simboliza a reuni­ficação alemã e é, sem dúvida, o principal ponto turístico. Imponente e lindo, seja dia ou noite. Lugar para não economizar nas fotos.

Foto por Istock/ sborisov

Foto por Istock/ sborisov

Apesar das marcas de um passado tão recen­te, não esconde isso com vergonha, muito pelo contrário. Seus 12 distritos abrigam pessoas de 180 nações diferentes, o que o torna um destino especialmente multicultural. Cheia de contras­tes, modernidade e história convivem em perfei­ta harmonia. Cidade mais visitada da Alemanha, Berlim tem mais de 800 anos de história e, por isso, oferece muita coisa para ver, fazer e comer.

ARTE, CULTURA, ÁREAS VERDES E CRIATIVIDADE

Dá para conhecer e fazer muita coisa andando a pé em Berlim, porém, se preferir, uma boa opção é alugar uma bike. A cidade conta com mais de mil quilômetros de ciclovias muito bem sinalizadas. Há inúmeros postos de locação, a maioria nos bairros de Berlin-Mitte, Friedrichshain, Kreuzberg ou próximo da estação ZoologischerGarten.

Comece o seu tour pela conhecida Alexander­platz, praça onde está o Weltzeituhr, relógio com o horário mundial e ponto de encontro dos berlinen­ses. Próximo dela está outro ícone local, a Torre de Televisão (Berliner Fernsehturm). Com 368 metros de altura proporciona uma vista incrível da cidade.

Foto por Istock/ bluejayphoto

Foto por Istock/ bluejayphoto

Construída na década de 1960 na antiga Alemanha Oriental, a famosa torre atualmente é símbolo da his­tória e de tecnologia alemã. Sua principal atração é o restaurante Sphere, que gira em torno do próprio eixo. Difícil é conseguir uma reserva junto às janelas. Recebe mais de 1,3 milhão de turistas anualmente e a fila de espera pode chegar a até 4 horas na alta temporada. O pacote VIP Berlin Exclusive possibilita atendimento personalizado com hora marcada, su­bida prioritária e sem filas, além de almoço ou jantar no restaurante.

Um outro local com maravilhosa vista panorâmica da cidade é o topo do Panoramapunkt, o edifício com o elevador mais rápido da Europa – sobe 24 an­dares em 20 segundos.

Foto por istock/ EvrenKalinbacak

Foto por istock/ EvrenKalinbacak

Nas proximidades da Torre de TV está o Gendar­menmarkt, considerado por muitos como o lugar mais bonito de Berlim. O conjunto reúne a Catedral Alemã (Deutscher Dom), a Catedral Francesa (Franzö­sischer Dom) e a sala de concertos Konzerthaus.

Apesar de ser uma das grandes metrópoles do mundo, a capital alemã é um destino com muitas áreas verdes. São muitos os parques espalhados pela cidade. O maior deles é o Tiergarten.

O lado ocidental da cidade é caracterizado pelas modernas butiques e requintadas galerias, bem como os bairros nobres e, claro, a famosa vida noturna ber­linense. A Kurfürstendamm – chamada pelos locais de Kudamm – é a principal e sinônimo de avenida urbana elegante. É nela que está a loja Kaufhaus des Westens, mais conhecida como KaDeWe.

Foto por Istock/ matthewleesdixon

Foto por Istock/ matthewleesdixon

Mistura de entretenimento, compras, restaurantes e cultura, o Potsdamerplatz apresenta variedade arquitetônica e ampla gama de eventos. Os muitos pontos turísticos nas imediações fazem desta área uma atração central para os visitantes. Ali se encontra o Sony Center, onde ocorrem todos os anos o Ber­linale – Festival de Cinema de Berlim. Deste ponto, descendo a Leipzigerstrasse até a Friedrichstrasse, está uma das principais ruas de compras da região.

No centro está o Hackesche Höfe, a maior área fechada de pátios na Alemanha. Centenas de ateliês nasceram em pátios internos. A arte tomou conta das ruas, das paredes das casas, de bairros inteiros. Protegida como Patrimônio Histórico desde 1977, o lugar tem atmosfera descontraída, leve e relaxante. O bairro reúne uma mistura variada de galerias de arte, cinemas, teatros, bares, restaurantes e bistrôs, lojinhas simpáticas e lojas de grandes marcas. Nessa região é possível sentir ainda mais de perto o charme criativo que hoje, quase 28 anos após a queda do muro, caracteriza a cidade.

Foto por ISTOCK / ROSSHELEN

Foto por ISTOCK / ROSSHELEN

E as ruínas do muro, é claro, são uma espécie de referência para mais de 20 mil artistas plásticos. Eles influenciam o astral e o ambiente, tornando a cidade um polo que atrai tanto artistas alternativos como os famosos. Formam uma espécie de enciclopédia da arte de rua (street art), com destaque para a East Side Galley entre a ponte Oberbaumbrücke e a es­tação Ostbahnhof. Ela é a mais longa seção sobrevi­vente do Muro de Berlim, onde mais de uma centena de artistas de mais de 20 países decoraram o trecho de 1,3 quilômetro da muralha com suas obras de arte urbana. Entre os destaques está “The Mortal Kiss” de Dmitri Vrubel, que mostra um beijo entre Erich Ho­necker e Leonid Brezhnev.

GUERRA FRIA E DIVISÃO ENTRE OCIDENTE E ORIENTE

Entre as atrações que marcaram a história alemã e que merecem uma visita estão o Parlamento Alemão (Palácio Reichstag), que tem como destaque a Cúpula de Vidro que só pode ser visitada com reserva prévia; e o Checkpoint Charlie, uma das fronteiras mais co­nhecida dos tempos da Guerra Fria. O local tinha um aviso que informava em alemão, inglês, russo e fran­cês: “Você está saindo do setor americano” – símbolo da divisão de Berlim. Até a queda do muro, em 1989, representava a demarcação entre o Ocidente e Oriente, Capitalismo e Comunismo, liberdade e confinamento.

Foto por Istock/ frankix

Foto por Istock/ frankix

Para conhecer um pouco mais sobre o passado de Berlim não deixe de visitar o museu Story of Berlin, que aborda de forma interativa mais de oito séculos da história local. Situado na Av. Kurfürstendamm (den­tro da Kudamm Karree, entre as vias Uhlandstraße e Knesebeckstraße), é possível se ter uma boa noção desde os primórdios em 1237. Funciona em esquema bilíngue (alemão e inglês), mas há funcionários que falam outros idiomas, inclusive o português. O tour é finalizado com a visita guiada por um dos 20 bunkers (abrigo antiatômico) que a cidade possui. Uma expe­riência curiosa e marcante. Funciona diariamente, das 10h às 20h (última visita ao bunker às 18h).

Sobre o período de dominação nazista há duas opções interessantes: o The Topography of Ter­ror, um memorial instalado na antiga sede da po­lícia secreta nazista, a Gestapo; e o DDR Museum, que mostra o estilo de vida comunista na Alemanha Oriental por meio de artigos e objetos como produ­tos típicos, roupas e brinquedos.

Foto por IStock/ Nellmac

Foto por IStock/ Nellmac

Localizado nas imediações do Portão de Brandembur­go, em direção a Potsdamerplatz, o Memorial do Ho­locausto é uma homenagem aos 6 milhões de judeus mortos durante o regime nazista. O projeto do arquiteto nova-iorquino Peter Eisenman apresenta 2.711 blocos de concreto cinza escuro distribuídos em fileiras parale­las sob uma superfície ondulada. Não contêm nenhum texto, nome ou foto. Impossível não ficar emocionado.

Outro ponto importante é a Rotes Rathaus (Prefeitura) com fachada marcante e considerada um dos cartões-postais da capital alemã. Tem este nome por conta dos tijolos avermelhados utilizados na sua construção. Observe que na altura do primeiro an­dar há um friso chamado de “crônica de pedra”, com 36 relevos em terracota que narram acontecimentos da história de Berlim e Brandenburgo do século 12 até 1871. Em frente ao edifício está a Fonte Netuno (Neptunbrunnen), uma das mais antigas da cidade.

Às margens do Rio Spree está a região conhecida como Ilha dos Museus composta por cinco prédios, que, juntos, abrigam obras e peças de 6 mil anos. Por esse motivo é considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. O principal destaque é, sem dúvidas, o Perga­mon – dividido em Coleção de Antiguidades Clássicas, Museu do Antigo Oriente Médio e Museu de Arte Islâ­mica. Porém, antes de entrar em qualquer um deles não deixe de contemplar a bela Catedral de Berlim (Berliner Dom) com monumentais 114 metros de comprimento e 116 metros de altura, se destacando na paisagem.

Foto por IStock/ bluejayphoto

Foto por IStock/ bluejayphoto

Um dos locais mais visitados de Berlim, o Palácio Charlottenburg tem como destaques os quartos do rei Friedrich I e de sua esposa, a rainha Sophie Charlotte, uma incrível Galeria de Ouro (Goldene Ga­lerie) e a Sala de Porcelana (Porzellankabinett), que mostram muito sobre a história da Alemanha. Possui estilo barroco e foi construído entre os anos de 1695 e 1699. Uma vez lá vale tirar um tempo para apreciar e caminhar pelos seus belos jardins.

ESPIONAGEM E LUGARES SECRETOS

Durante o período da Guerra Fria, a espionagem era prática comum entre as Alemanhas – Oriental e Ocidental. Na cola de James Bond e Mata Hari, o Spy Museum, na Leipziger Platz, é o único com essa te­mática no país e leva os visitantes em uma viagem pelo mundo dos espiões – dos pesquisadores bíblicos aos informantes do século 21. Com 3 mil metros qua­drados de área de exposição e dividido em 14 espa­ços tematizados, reúne mais de 300 itens, como, por exemplo, uma máquina de criptografia original, que enviava e decifrava mensagens secretas e codificadas durante a Segunda Guerra Mundial. Para se sentir um verdadeiro 007, os visitantes podem experimentar atravessar salas desviando de feixes de laser.

Já os lugares esquecidos e desconhecidos da cida­de são o foco do Secret Tours Berlin, que, desde 2015, leva turistas em passeios realizados em confor­táveis limusines e com guias falando alemão e inglês. Entre os “lugares secretos” estão a Rua Kurfürsten­damm que começa somente no número 11; a antiga residência da atriz Romy Schneider; a pequena ilha Schwanenwerder, no lago Wannsee; os conjuntos de mansões em Grunewald e Wannsee com histórias sobre os antigos casarões e seus ricos proprietários; e, por fim, ao local onde eram trocados os espiões à época da Guerra Fria: a ponte Glienicker.

MÚSICA CLÁSSICA, ÓPERAS E CABARÉ

Quem gosta de música clássica chegou ao lugar certo. Assistir a uma apresentação da Orquestra Fi­larmônica de Berlim (Berlin Phil), considerada uma das melhores do mundo, é um dos programas cultu­rais mais concorridos da cidade. Mas é preciso adqui­rir os ingressos com bastante antecedência. Se não conseguir os tíquetes uma dica é ir até a afamada Sala Philharmonie, na terça-feira, às 13h, e assistir a uma apresentação gratuita realizada no foyer por es­tudantes de música e também músicos profissionais.

Foto por IStock/ RomanBabakin

Foto por IStock/ RomanBabakin

Em 2017, a cidade recebeu de volta um pedaço importante do bairro histórico de Mitte, a Ópera Staatsoper Unter den Linden. Localizada na Rua Unter den Linden, em frente à Universidade Hum­boldt e à Nova Casa da Guarda, ela reabriu após 3 anos de obras. O edifício de quase três séculos foi amplamente reformado e adaptado aos padrões mo­dernos de casas de ópera do mundo. A reabertura foi celebrada com “Cenas de Fausto, de Goethe”, de Robert Schumann. Foi a primeira da cidade e segue sendo a principal construção teatral local.

Em uma viagem à capital alemã não pode faltar uma noite no Friedrichstadt-Palast, o maior teatro de variedades do país. Puro luxo, apresenta uma pro­fusão de luzes, cores, efeitos e figurinos. Os shows nesse que é que um dos cabarés mais famosos e an­tigos da cidade mostram muita pompa e glamour. A casa é rica de história e cheia de reviravoltas, que se reinventou múltiplas vezes.

Foto por istock/ killerbayer

Foto por istock/ killerbayer

GASTRONOMIA VARIADA E CERVEJAS DELICIOSAS

Outro ponto forte de Berlim é sua gastronomia, que vai muito além das tradicionais salsichas (wursts). A cozinha internacional está representada na cidade com cerca de 20 restaurantes Michelin. A rica cculi­nária alemã, claro, também está presente, garantindo opções para os mais variados paladares. Uma boa pe­dida são os restaurantes descolados instalados à mar­gem do Rio Spree – principalmente durante o verão.

Foto por Istock/ Cineberg

Foto por Istock/ Cineberg

E não cometa o pecado de estar na cidade e não provar as famosas cervejas alemãs. Melhor ainda se saboreá-las em um dos muitos biergarten – jardim das cervejas -, que reúne turistas e locais em alegres confraternizações. Aberto em 1837, o Prater, em Prenzlauerberg, é o mais antigo. Entre os muitos e diversificados tipos e rótulos da bebida estão as co­nhecidas Berliner, Radeberger, Weihenstephaner e a Berliner Weisse – a preferida dos berlinenses.

Finalizando, garanto que Berlim inspira, seduz e fascina. Três em muitas razões para querer voltar sempre para essa cidade fantástica!

Como chegar

Não há voos diretos do Brasil para Berlim. Lufthansa (lufthansa.com) e Latam (latam.com) têm voos diários saindo de São Paulo e do Rio de Janeiro com destino a Frankfurt, onde toma-se um voo de conexão. Outra op­ção é utilizar empresas aéreas que voam para destinos da Europa e, em seguida, pegar um voo até a capital alemã. Uma opção interessante é a Royal Air Maroc (royalairmaroc.com), que tem voos sain­do de São Paulo e Rio para Casablanca e de lá para Berlim. Podendo ficar até 7 dias no Marrocos sem custos adicionais na passagem.

Onde ficar

O bairro central Mitte é o lugar mais con­venientes para se hospedar em Berlim, pois a maioria dos museus e monumen­tos estão no antigo lado oriental. A ci­dade oferece boas opções para hospeda­gem. Há desde hotéis sofisticados e caros até hostels econômicos.

Ibis Berlin Mitte

Novotel Berlin Mitte

NH Collection Berlin Mitte Friedri­chstrasse

Holiday Inn Berlin – Centre Alexanderplatz

Pfefferbett Hostel

Onde comer

A culinária internacional está presente em Berlim, porém, se preferir experimen­tar pratos tradicionais não tem como evitar as saborosas salsichas com condi­mentos (Currywurst) – paixão dos berli­nenses, o joelho de porco (Eisbein) e as almôndegas de carne em molho de raiz forte, limão e alcaparras (Königsberger Klopse) ou as servidas com pão branco e mostarda (Boulette).

Curry 36 

Curry 61

Zur Letzten Instanz

Lokal

Lorenz Adlon Esszimmer (2 estrelas Michelin)

Texto por: Roberto Maia

Foto destaque por Istock/ sborisov

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