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Alcântara é destino histórico pertinho de São Luís

As ruas de Alcântara, distante apenas 22 quilômetros de São Luís, no Maranhão, conduzem o turista a um mergulho na história. Nelas se alternam ruínas e casas que documentam o apogeu e o declínio da cidade, cujo nascimento remonta ao começo do século XVII.

Nos séculos seguintes, Alcântara cresceu graças à lavoura, sobretudo de cana e, depois, de algodão, apoiada na mão-de-obra escrava – a presença maciça de descendentes de africanos é herança dessa época. Por volta do ano de 1.800, Alcântara era a terceira cidade em importância na região, perdendo apenas para Belém e São Luís.

Como aconteceu com São Luís, a abolição da escravatura contribuiu para sua decadência; diferentemente da capital, porém, muitas de suas construções transformaram-se em ruínas. Restaram pouco  menos  de trezentos prédios que a elevaram, em 1948, à condição de patrimônio nacional.

A placidez da antiga cidade contrasta com o fato de que, desde 1980, ela abriga uma base de lançamento de foguetes, a sete quilômetros do centro. Faltam a Alcântara uma melhor estrutura turística  de bons hotéis e uma melhor variedade de bons restaurantes. Mas vale a pena passar um dia conhecendo essa bela cidade maranhense.

A partir da capital, São Luis, a melhor maneira de chegar lá é tomar uma lancha no terminal hidroviário: embora esteja no continente, o acesso de carro até demora cerca de uma hora. As lanchas saem às 7 e às 9 horas e retornam por volta das 17 horas, conforme as condições da maré.

Foto via Flickr lubasi

O cartão-postal de Alcântara mostra as ruínas de uma igreja – a de São Matias (pça da Matriz, Centro Histórico). Há relatos de que em 1662 já se erguia no local uma capela dedicada àquele santo. A igreja propriamente dita começou a ser construída em 1648, mas nunca foi concluída e deixou de ser utilizada em 1884.

Já na igreja de Nossa Senhora do Carmo (lgo. Do Carmo, r. Grande), datada de 1665 e cujo interior foi restaurado em 2000, o altar-mor, a sacristia , o púlpito, a tribuna e os balcões chamam a atenção pela exuberância do estilo rococó.A nave principal abriga jazigos antigos e azulejaria portuguesa.

Na igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (lgo. do Rosário, r. Dr. Silva Maia, Caravelas), o altar-mor se sobressai.

Como em todo o Brasil, também no Maranhão esta é a santa de devoção dos negros; ainda hoje ocorre a festa em honra de são Benedito – outro santo negro – , celebrada na primeira lua cheia de agosto.

Museu Histórico

Por pouco este sobrado de azulejos azuis e brancos não teve a honra de abrigar dom Pedro II. Quando se anunciou que o imperador viria a Alcântara, a família Viveiros, que nele residia, começou a se preparar para hospedá-lo; o mesmo se deu com os Ferreira, que moravam do outro lado da Praça da Matriz.

Com a proclamação da República, a visita foi cancelada. Sobrou, na antiga residência dos Viveiros, que desde 1977 funciona como Museu Histórico, uma cama de ferro que serviria ao imperador. É um dos destaques da casa, onde viveu o jurista Clóvis Beviláqua. A escrivaninha dele, quadros, fotos antigas da cidade, joias da igreja de São Matias e uma coleção de santos de pau oco completam o acervo. Pça. da Matriz , s/n, Centro Histórico.

 

 

Pelourinho

Quando a notícia de que a escravidão  foi abolida chegou a Alcântara, o pelourinho, que ficava diante da igreja de São Matias, na praça principal, foi arrancado a marteladas – e desapareceu.

Foto via Flickr lubasi

Só em 1948 ele voltaria ao local, reencontrado por uma equipe do Projeto Rondon, que trabalhava na cidade por ocasião do seu tombamento.

Feita em pedra essa coluna cilíndrica de quase 5 metros de altura e 40 centímetros de diâmetro é, hoje, o símbolo de um tempo que passou, mas não se apaga – como tudo o que é história.

Texto por: Agência com edição Cláudio Lacerda Oliva

Foto destaque via Flickr lubasi

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