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Amparo reúne natureza, história e sabores do campo

3 de abril de 2019

A cidade do interior São Paulo abriga fazendas centenárias, como a Atalaia. Em uma construção da Época Áurea, a propriedade produz diferentes tipos de queijos artesanais. Vale a pena ir até lá para provar um deles. Ou, todos.

Você que gosta de fugir da agitação das cidades urbanas e curtir fins de semanas diferentes, uma dica é ir até Amparo. Distante 124 km da capital paulista e a 18 km de Serra Negra, a estância hidromineral do Estado de São Paulo faz parte do Circuito das Águas Paulistas, na Serra da Mantiqueira. Amparo, porém, é muito mais do que sinônimo de águas hidrotermais da melhor qualidade e de um bucólico lugar onde o ar puro das montanhas e as paisagens surreais permeadas por lagos e rios se revezam com modernas construções e fazendas seculares. É ainda o lar de incontáveis tentações caseiras, muitas delas ainda preparadas em fogão a lenha.

Foto por Fabíola Musarra

Foto por Fabíola Musarra

Situada na zona rural de Amparo, a Fazenda Atalaia é um desses endereços. Com construções em taipa erguidas a partir de 1850, a propriedade onde se cultivava o café, hoje, é o lar de uma queijaria artesanal, comandada pelo agrônomo Paulo Rezende e a esposa Rosana, os mestres-queijeiros. Inicialmente, a fazenda pertencia a Pedro Penteado, primo de Heitor Penteado. Em 1939, o avô de Paulo, seu Caram, comprou a propriedade. Inteligente e vivaz, o comerciante libanês investiu no lugar quando os produtores de café quebraram.

Foto por Fabíola Musarra

Foto por Fabíola Musarra

A fazenda permanece em mãos da família. E, se você decidir visitá-la, ingressará em um túnel do tempo, saboreando irresistíveis queijos artesanais enquanto testemunha a história do Brasil dos tempos imperiais – os atuais proprietários fazem questão de preservar o passado, restaurando cada uma de suas construções históricas, algumas delas atualmente usadas para a maturação de queijos. As visitas são diárias e guiadas, mas o ideal é agendar com um pouco de antecedência.

Foto por Lucas Terribili / Divulgação

Foto por Lucas Terribili / Divulgação

Antes de ir até lá, é bom saber ainda que, ao lado de outros 11 pequenos produtores de queijo, a Atalaia integra o Caminho do Queijo Artesanal Paulista, um roteiro criado em 2017 para valorizar a produção queijeira do Estado – todos os queijos comercializados pelos produtores desse projeto são certificados por um selo de qualidade, atestando a origem e a qualidade dos produtos. Caso dos mais de dez tipos de queijos atualmente produzidos artesanalmente na Atalaia.

Na fazenda

Durante a visita, além conhecer o laticínio, Paulo e Rosana vão te contar que começaram a investir informalmente na produção de queijos artesanais há mais de 20 anos e que agora essa é a principal atividade da propriedade. O casal também vai te mostrar as tulhas, as casas de taipa com condições isotérmicas adequadas, onde eram armazenados os grãos de café e que agora são utilizadas para a maturação dos queijos autorais criados pelo casal.

Foto por Fabíola Musarra

Foto por Fabíola Musarra

Na pequena aula, você vai aprender ainda que todos os queijos produzidos na fazenda são feitos com leite pasteurizado e maturados ao natural, sem nenhum controle artificial de umidade ou de temperatura. Durante o processo, os queijos apenas são virados para que os fungos existentes no ambiente ajam por igual em cada peça. “Este é o único controle feito na nossa produção”, orgulha-se Paulo.

Depois de conhecer o processo de produção dos queijos, vem a melhor hora do dia: o momento da degustação. Entre os diferentes tipos que a fazenda produz, você vai saborear o mais famoso deles: o tulha. Não à toa. De casca dura, picante, frutado e levemente salgado, o queijo arrebatou a medalha de ouro no World Cheese Award 2016-17.

Foto por Lucas Terribili / Divulgação

Foto por Lucas Terribili / Divulgação

Para produzir uma peça de cinco quilos do tulha são usados cerca de 75 litros de leite. O queijo é um tipo de parmesão e foi batizado com o nome do local da maturação, a tulha. Seu processo de maturação demora um ano e meio e ele é vendido a restaurantes, empórios e lojas de produtos artesanais. O quilo do tulha custa R$ 150.

Do cardápio de degustação também fazem parte as duas versões do queijo Mantiqueira: a com casca maturada com alecrim e a lavada na cerveja Stout, com maior cremosidade, além do Mogiana, de cor alaranjada em função de a sua receita levar urucum. Também são servidos exemplares feitos com leite de cabra, muçarela e ricota, entre outras delícias criadas pelo casal. Os queijos são acompanhados por guloseimas, como sucos e iogurtes naturais, bolos caseiros e pães de queijo e cafezinho preparados na hora.

Se você gostar e quiser repetir a dose e o passeio, saiba que a fazenda nos finais de semana e feriados serve um delicioso e farto café da manhã. A refeição matinal é integrada por dezenas de tentações doces e salgadas que exaltam os sabores rurais da vida no campo. É simplesmente imperdível!

SERVIÇO

Como chegar a Amparo: o acesso pode ser feito de ônibus ou carro, a partir das rodovias Bandeirantes/Anhanguera, entrando por Jaguariúna, e pela  Fernão Dias, entrando por Socorro e passando por Bragança Paulista e Tuiuti até chegar à cidade.

Fazenda Atalaia, Rodovia SP 352, km 137,3, Amparo, São Paulo.

Horário de atendimento e visitação: aberta diariamente, das 8h às 17h. Fins de semana e feriados: visitas guiadas às 10h e às 15h. Das 9h às 12h, também serve o café da manhã.

Informações e reservas: tel. (19) 3807-5545. Redes Sociais: @FazendaAtalaia e Facebook.com/FazendaAtalaia.

Texto por: Fabíola Musarra

Foto destaque por: Fabíola Musarra

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