O nome se refere aos sete conjuntos de formações de pedra (arenito) esculpidas pela ação dos ventos, das chuvas e do calor que constituem o parque e formam as Sete Cidades. São rochas antigas, de mais de 190 milhões de anos. Situado no norte do estado do Piauí, a cerca de 206 km da capital Teresina, o parque possui pinturas rupestres com cerca de 6 mil anos, conhecidas internacionalmente.
O parque está na faixa de transição entre o cerrado e a caatinga, protegendo espécies da fauna e da flora encontradas nos dois ecossistemas. No local, é comum encontrar espécies como suçuarana, veado-mateiro, tatu verdadeiro, mocó, jacu, iguana, paca, tamanduá-mirim, cutias e várias répteis.
Criado em 1961, com uma área total de 6.221 hectares, tem clima quente e tropical semiárido, com temperatura média anual de 26°C. A área aberta à visitação no parque oferece 12 km, em cerca de 490 hectares. A viagem rumo ao Circuito das Sete Cidades começa em seu centro de visitantes, onde é possível encontrar informações sobre o parque e um guia para acompanhá-lo (é possível fazer o trajeto a pé, de bicicleta ou de carro), e não segue uma sequência ordinal. O calor é intenso, parece brotar de todos os lados. De janeiro a junho, as cachoeiras estão mais cheias e o clima mais ameno.
Descaso administrativo e pouco cuidado
Uma única ressalva que faço questão de deixar registrado é que estive no parque no ano de 2000 e percebi uma falta de cuidado nas instalações. Os banheiros, junto à entrada mal conservados, pinturas todas por fazer, na maioria das trilhas a sinalização quase é inexistente e nenhum folheto ou guia de bolso para explicar o percurso que fazemos no local. A maioria dos atrativos possuem passarelas enferrujadas, com madeiras podres, e as poucas cadeiras de cimento, entre uma atração e outra, estão quebradas. Seria interessante que os administradores fizessem o roteiro por três dias e avaliasse as condições reais do parque.
Nosso guia, Denilson Sousa, na medida do possível faz um bom trabalho como condutor, mas é fácil verificar que não há incentivo aos profissionais. Num sol escaldante de quase 35 graus, os guias trabalham com calça comprida e sapatos.
Outro aspecto importante é que dentro do parque, existia um hotel que está sem funcionar há mais de seis anos, além de um restaurante também desativado; há apenas um ponto de venda de água, refrigerantes e alguns poucos salgadinhos. O local pede suco de frutas, energéticos, água de coco, sorvetes e até frutas geladinhas. É preciso apenas ter bom senso e respeitar o turista que ali chega. A loja de artesanato que vende alguns produtos temáticos do parque também está em estado deplorável. Sem pintura e mal conservada, não tem mais do que cinco produtos para vender, o que é uma pena, pois não sabem explorar o marketing desse grande patrimônio histórico do Piauí, do Brasil e do mundo.
Cachoeiras e bons banhos na época das chuvas (de dezembro a maio) não faltam no lugar, que é repleto de nascentes e olhos d’água, fundamentais para a vida na região. Mirantes e monumentos curiosos formados pelo arenito e grutas fazem parte das inúmeras atrações deste curioso e importante parque nacional.
Conheça um pouco de cada uma das Sete Cidades
Primeira Cidade – Piscina dos Milagres – tem uma das nascentes do parque que nunca deixou de jorrar, mesmo durante os anos mais difíceis de seca; Pedra dos Canhões – parecem troncos de árvores petrificados; Pedra da Gia – atrativo que lembra uma rã, com a boca aberta; Outras atrações – Banco de Praça, Pedra da Ema, da Cobra e da Máquina de costura.
Segunda Cidade – Arco do Triunfo – apresenta forma que lembra o arco francês. É um dos pontos mais fotografados do parque; Mirante – é o ponto mais alto do Parque de Sete Cidades, com 82 m de altura, de onde se tem uma bela visão do parque; Biblioteca – lembra um local com livros e papéis empilhados; Outras atrações – Pé do Gigante, Pedra do Falo, Soldado Velho, Teatro de Arena e Morro das Oliveiras.
Terceira Cidade – Cabeça de Dom Pedro I – bastante fotografada, lembra o perfil do rosto do imperador; Mapa do Brasil – monumento que tem até a divisão dos estados; Gruta do Estrangeiro – a maior do parque; Outras atrações – Três Reis Magos, Pedra do Beijo, do Segredo, do Pombo, Dedo de Deus, Cara do Diabo, Pedra de Nossa Senhora e Cavalo Marinho.
Quarta Cidade – Também tem um Mapa do Brasil porém sem a divisão dos Estados (como na Terceira cidade); Gruta do Catirina – onde morou José Catirina, o curandeiro das Sete Cidades; Outras atrações – Pinturas pré-históricas no Archete, Pedra Leão deitado, Cabeça de Águia, Dois Irmãos e Dois Lagartos.
Quinta Cidade – Lá está a Pedra das Inscrições com belas pinturas pré-históricas; Furna do Índio – Com inscrições que lembram rituais de caça. Outras atrações – Pedras do Camelo e do Rei (de costas com seu manto e coroa) e da Casa do Guarda estão na quinta cidade imaginária.
Sexta Cidade – As pedras da Tartaruga (lembrando seu casco), do Elefante e do Cachorro são os destaques desta cidade.
Sétima Cidade – Acesso permitido somente com autorização. Lá está uma reserva ecológica para preservação da fauna, flora e dos monumentos ricos em inscrições rupestres. A Gruta do Pajé tem muitas inscrições rupestres. Em cima dela há o Dragão Chinês.
Como chegar
O parque nacional está a cerca de 200 km de distância de Teresina, capital do Estado, e a 140 km da cidade de Parnaíba, nos municípios de Brasileira e Piracuruca. A partir de Teresina, seguir pela BR-343 até Piripiri (cidade de apoio), distante 26 km até a portaria do Parque de Sete Cidades, em estrada asfaltada. Outra opção é partir de Fortaleza até Piripiri, pela BR-222.
Para quem vai de ônibus, da rodoviária de Teresina partem ônibus para Piripiri (viações Barroso e Guanabara). De Piripiri é preciso pegar uma carona ou um moto-taxi na cidade. Quem está viajando pela região do Delta do Parnaíba (PI), Lençóis Maranhenses (MA) e Jericoacoara (CE) também conta com expedições criadas pelas agências de receptivo local que têm o parque como um dos passeios.
O parque funciona das 8hs às 17hs diariamente. O telefone do parque é (86) 3343-1342.
Onde comer
Restaurante Ponto do Bebeto – o proprietário é o antigo chefe de cozinha do hotel que funcionava dentro do Parque. Pratos saborosos e comida caseira de qualidade. Recomendamos a carne de sol com baião de dois. O restaurante fica a 100 m da portaria do Parque – saída Piripiri.
Informações: (86) 99943-0348; 99855-7699
Quem te leva pra Sete Cidades
Viajamos pela Natur para Sete Cidades com o guia e condutor José Roberto Piovan Filho, de 49 anos, que há mais de 15 anos trabalha no receptivo turístico do estado.
Há 11 anos no mercado, a Natur Turismo oferece roteiros personalizados valorizando as belezas do Piauí.
Rapidez no atendimento, logística, profissionais altamente qualificados, excelência na prestação do serviço. O principal foco da empresa é surpreender e superar as expectativas dos clientes. A Empresa é considerada o maior receptivo baseado no estado do Piauí, e tem uma relação de respeito com os fornecedores, hotéis, restaurantes, atrativos, passeios e destinos turísticos.
Mais informações: naturturismo.com.br
Texto e fotos por: Cláudio Lacerda Oliva