De navios abandonados a bairros gastronômicos, metrópole australiana é rica em atrações alternativas
Visitar a Austrália certamente deve ter na lista de lugares para visitar a metrópole Sidney, símbolo máximo do cosmopolitismo que o país adquiriu nos últimos tempos ao abrir as portas para estudantes do mundo todo. É nela que estão alguns dos cartões-postais australianos, como a Ópera de Sydney, a Ponte da Baía de Sydney e o bairro The Rocks, mas há outra (ou outras) cidade para experimentar.
De encontros com a natureza, passando por museus e chegando a lugares alternativos para ouvir música ou comer, Sydney é continuamente redescoberta pelos viajantes brasileiros que chegam para intercâmbios na Austrália.
É o caso do estudante Gabriel da Hora, que embarcou rumo a Oceania em janeiro de 2016 para um período de um ano estudando inglês. Apesar de saber muito sobre a vida cultural e a noite da metrópole australiana, ele encontrou outra cidade quando passou a circular por ela em companhia de um colega nativo. “Ele me falava que não íamos fazer nada que os turistas faziam, só íamos andar pelos lugares que as pessoas de lá costumam frequentar”, revela.
Um desses lugares é o Sydney Royal Botanic Gardens, um imenso parque às margens da baía da cidade que guarda plantas históricas, árvores típicas e animais que fazem parte da cultura do local, como raposas e morcegos cujas espécies só são encontradas no país oceânico e que habitam o parque há 20 anos.
O jardim botânico foi inaugurado em 1819 e é um dos maiores do continente, cuja importância ultrapassa a relação com os moradores: aberto originalmente como instituição científica, hoje funciona ali também um dos principais centros de estudos biológicos do mundo.
Com 30 hectares no coração de Sydney, o parque possui quatro jardins: os Lower Gardens, os Middle Gardens, os Palace Gardens e os Bennelong. Há ainda restaurantes, cafés, um anfiteatro, um conservatório, estufas de flores e até o palácio do governador do estado de New South Wales, do qual Sidney é a capital.
Gabriel da Hora, porém, gostou de um lugar ainda mais alternativo: passar um fim de tarde no calçadão conhecido como The Promenade ou, cruzando a ponte Bennelong, chegar até Bird Hide, um lugar quase esquecido da cidade onde se pode observar os prédios, a Homebush Bay e a carcaça de um navio abandonado – o SS Ayerfield – que, com o tempo, se tornou casa de diversas árvores e pássaros.
“A região de Homebush Bay sofreu uma intensa contaminação com lixo tóxico e hoje é um subúrbio comercial e residencial que foi reurbanizado durante o boom econômico trazido pelos Jogos Olímpicos de 2000. No passado, ali funcionava um grande porto que hoje pode ser percebido pelos barcos abandonados e que estão sendo ‘devorados’ pelo mar. No Ayerfield, as árvores cresceram sobre o piso do navio, uma prova também de que ele ainda flutuando”, conta ele.
Se a busca é por uma experiência histórica, a sugestão é conhecer a Ilha de Cocktatoo, a maior do porto de Sidney, que já foi usada como prisão durante o século XIX e que serviu também como estaleiro durante a Segunda Guerra Mundial e, posteriormente, até os anos 1990.
Hoje, os antigos prédios são facilmente acessíveis por barcos e oferecem uma experiência diferente mesmo para quem está no coração de uma das principais cidades do mundo. “Parece aqueles vilarejos que a gente vê nos filmes do James Bond”, brinca Da Hora. Atualmente, Cocktatoo é um destino para quem pratica esportes aquáticos na baía ou durante eventos de arte, música e de observação do céu.
Por fim, uma última expressão de como a cidade vive além dos clichês turísticos é o bairro de Surry Hills, no subúrbio de Sidney, conhecido pelo seu roteiro gastronômico e pelas galeria de arte. Nos últimos anos foram diversos novos restaurantes abertos por chefs que trouxeram influências de todas as partes do mundo, como Bill Granger, que além de cozinhar também apresenta um famoso programa de cozinha na TV inglesa. Seu restaurante Bills – com filiais em Seul, na Coreia do Sul, Tóquio, no Japão, e Londres, na Inglaterra – também pode ser visitado no bairro.
Texto por: Agência com edição Eliria Buso
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