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4 lugares para conhecer no Chile além de Santiago

2 de agosto de 2017

Depois de Buenos Aires, na Argentina, Santiago foi o destino internacional preferido pelos brasileiros no ano passado no ViajaNet, desbancando capitais europeias como Madrid, na Espanha, Paris, na França, e Lisboa, em Portugal, além de ser mais visitada do que Nova Iorque e Los Angeles, nos Estados Unidos.

Não apenas pelos preços mais em conta das passagens aéreas e das distinções climáticas, culturais e sociais entre o Chile e o Brasil, o interesse pelo país também faz parte de um momento de descoberta do continente pelos brasileiros.

“A gente percebe que há algum tempo começou um desejo de conhecer os países que nos rodeiam e que, por consequência, se criaram novas rotas turísticas. O Chile vive esse processo que já foi experimentado pela Argentina e pelo Uruguai. A Colômbia deve ser o próximo”, explica o marketing manager do ViajaNet, Gustavo Mariotto.

No caso do Chile, o turismo como um todo vive uma fase de crescimento. De acordo com o governo do país, as chegadas de estrangeiros aumentaram 28% em 2016 em comparação com o ano anterior, estabelecendo o recorde de 5,6 milhões de visitantes. Nunca antes os chilenos tinham recebido tantos viajantes do exterior. Desse montante, os brasileiros ainda ficam atrás dos argentinos – que representam 52% do total – e dos estadunidenses.

Para Rosi Guimarães, brasileira que mora em Santiago há dois anos e trabalha na metrópole chilena, existem alguns fatores que explicam o interesse dos turistas do Brasil pelo país vizinho: a neve, a hospitalidade, a qualidade dos vinhos, os preços baixos e a variedade natural – um território repleto de vulcões, o deserto mais seco do mundo, uma imensa região de lagos e uma zona gelada próxima ao “fim do mundo”.

O Chile, claro, vê com bons olhos essa curiosidade dos brasileiros. Em maio deste ano, o Serviço Nacional de Turismo (Sernatur) inaugurou um programa de incentivo às visitas de brasileiros ao país durante o inverno. “O objetivo é chamá-los para experimentar nossas estações de esqui e desfrutar do nosso frio”, diz a entidade, que despejou alguns milhões de pesos chilenos no projeto.

Já os empresários se preocuparam em traçar um perfil médio do turista brasileiro no Chile. Segundo Ricardo Margulis, gerente-geral do Valle Nevado, região montanhosa próxima a Santiago repleta de estações de esqui, existem dois tipos de viajantes do Brasil no seu país: os que se hospedam em hotéis na capital e sobem a montanha durante o dia e os que preferem ficar no local durante a viagem inteira. Nesse segundo caso, houve um crescimento significativo de chegadas.

“Nossas reservas aumentaram em 30% em comparação com o ano passado. Em geral, o número de hóspedes do Brasil cresceu 60%”, explica Margulis.

Pelos relatos de Rosi Guimarães, mais do que movimentar a economia local, os chilenos gostam dos brasileiros. “Adoram a forma como falamos, nossa empolgação e amam a língua portuguesa”, explica ela. “Vários amigos chilenos sempre comentam com a gente: ‘Como os brasileiros são felizes e animados’”, completa.

Para desfrutar ainda mais do Chile – e não apenas de Santiago –, Qual Viagem elaborou uma pequena lista com outros quatro destinos que você não pode deixar de conhecer no simpático país sul-americano:

Coquimbo e La Serena

Foto por Istock/ elisalocci

Foto por Istock/ elisalocci

É comum que as cidades mais importantes do Chile fiquem perto umas das outras. É o caso, por exemplo, do balneário próximo a Santiago, que inclui as vizinhas Valparaíso e Viña del Mar. No caso de Coquimbo, a divisão é com o território de La Serena, ambos destinos importantes do Atacama.

Coquimbo e La Serena são lugares pouco explorados pelos turistas brasileiros, seja pelo pouco tempo para fazer uma viagem de cinco horas de carro (ou uma hora de avião) ou pelo desconhecimento do potencial turístico das cidades. As duas são, na verdade, paradas obrigatórias para quem se direciona de Santiago às cidades turísticas do deserto – Calama e San Pedro de Atacama.

Em Coquimbo, o local mais indicado para conhecer é o conjunto de praias chamado La Herradura, que lembra uma grande lagoa pela tranquilidade das águas e pelas vistas possíveis a partir dos dois mirantes que cercam o balneário. No beira-mar, uma extensa avenida acabou de ser inaugurada ligando a cidade com a região de La Serena, passando também pelo Fuerte Lambert, um edifício construído no século XIX durante a guerra do Chile e do Peru contra a Espanha.

“É o pôr do sol mais bonito que eu vi na vida”, conta a psicóloga Ana Carolina Oliveira, que visitou o Chile nas férias do começo deste ano. “E incrivelmente as pessoas se surpreendiam que eu era brasileira e estava conhecendo a cidade deles”, completa.

La Serena, ao contrário, é um destino turístico consolidado. Segundo o governo chileno, foi uma das cidades mais visitadas do país nos últimos verões não apenas pelas praias, mas pela maior oferta de hotéis, restaurantes, vida noturna e pontos turísticos. “A cidade herdou uma grande herança colonial que foi preservada. Quase todos os edifícios foram construídos há muito tempo”, relata Ana Carolina, lembrando de pontos como a Igreja San Francisco de La Serena, construída há 400 anos, e a estação de trem.

Isla Negra

Foto por Istock/ AlexandreFagundes

Foto por Istock/ AlexandreFagundes

A pequena vila de Isla Negra, na província de El Quisco, ao sul de Santiago, ficou mundialmente famosa por abrigar um dos maiores poetas do século XX: Pablo Neruda, prêmio Nobel de Literatura em 1971 e autor, entre outros livros, de Memorial de Isla Negra, uma autobiografia poética em que ele rememora sua vida a partir da casa onde viveu a maior parte da vida e está enterrado hoje. O próprio nome da vila foi dado por ele.

Para Rosi Guimarães, brasileira que vive no país, é a casa mais interessante do poeta – que também tinha propriedades em Santiago e em Valparaíso. “Como disse o próprio Pablo Neruda, é uma casa como o Chile: ‘larga e angosta’. No nosso português, quer dizer que é comprida e estreita. Tem uma linda vista para o Pacífico, que pode ser observado do interior de toda a casa”, conta.

Apesar da moradia do poeta ser a grande motivação para ir à Isla Negra, a vila ainda possui uma praia tranquila e geralmente vazia, além de um comércio de artesanato intenso e alguns restaurantes típicos.

Viña del Mar e Valparaíso

Foto por IStock/Photon-Photos

Foto por IStock/Photon-Photos

“Valparaíso e Viña del Mar são as irmãs mais diferentes que você conhecerá”, sentencia o jornalista chileno Jota Esquive, que trabalha em Santiago e costuma passar os finais de semana no litoral. É a mesma opinião da psicóloga paulistana Ana Carolina Oliveira, que conheceu a região no começo de 2017. “É impressionante a diferença entre uma e outra. Uma é pulsante e a outra é calma, uma é o caos urbano e a outra é o símbolo do planejamento”.

Valparaíso, mais ao sul, é uma das cidades mais antigas da América. Construída em meados do século XVI pelos espanhóis recém-chegados aos Andes, teve importância fundamental no desenvolvimento de todo o continente por causa de seu movimentado porto – um dos maiores da região até hoje. Ao redor dele, a montanha em frente ao mar foi ganhando cada vez mais moradores, que, seguindo a orientação arquitetônica, construíram suas casas com cores diferentes umas das outras. De longe, o morro oferece uma paleta de cores curiosa e autêntica.

Para facilitar o acesso dos habitantes às partes mais altas da cidade, cujas ruas já eram os hoje famosos conglomerados de curvas e cruzamentos pequenos, o governo construiu ainda no século XIX elevadores ligando a região baixa aos pontos mais elevados. Hoje, eles são cartões-postais e passeios obrigatórios para quem a visita. Em 2003, enfim, a Unesco reconheceu Valparaíso como Patrimônio Histórico da Humanidade.

Viña del Mar, ao contrário, é mais espaçada. Fundada mais de 300 anos depois de Valparaíso, é conhecida no Chile como “cidade jardim” pelos parques, bosques e praças arborizadas que interrompem o ciclo urbano. Também diferente da sua vizinha, o turismo em Viña é mais voltado para os turistas interessados em explorar vinícolas, frequentar cassinos, comer em bons restaurantes e fazer compras.

Concepción

Foto por Eliria Buso

Foto por Eliria Buso

Ao contrário da calmaria de Isla Negra e Coquimbo, do contexto histórico de La Serena e da beleza arquitetônica e natural de Valparaíso e Viña del Mar, a cidade de Concepción é uma experiência mais semelhante à de conhecer uma capital brasileira. Região mais industrializada do Chile, é também um dos maiores centros comerciais do país, favorecida pela sua localização ao lado do rio Bio Bio e perto do porto de Valparaíso.

Portanto, além de ser um lugar para fazer compras, Concepción oferece toda aquela conhecida estrutura cultural com grandes e movimentadas praças, prédios, monumentos históricos, museus, uma intensa vida noturna (é considerada a ‘casa’ do rock chileno) e uma ampla rede esportiva – com times de futebol na primeira divisão da liga nacional.

Além disso, a região da Grande Concepción ainda possui diversas outras cidades pouco desbravadas, como Talcahuano (um pequeno município litorâneo que conta boa parte da história chilena) e San Pedro de la Paz, com alguns dos lagos mais bonitos do país.

Texto por: Agência com edição Eliria Buso

Foto destaque por IStock/ galbiati

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