Seguindo nossa viagem pelo Uruguai, vamos explorar um pouco mais o charmoso balneário de Punta del Este e arredores que, certamente, têm muito a oferecer. Vamos começar falando de um símbolo nacional que tem ganho força nos últimos anos, a vinicultura. Após conquistar importantes prêmios internacionais, o Uruguai tem sido reconhecido como um celeiro importante na produção de vinhos de qualidade, em especial da uva tannat – que, apesar da origem francesa, foi bem domada pelos produtores uruguaios e fez fama no país com seu sabor mais tânico e encorpado.
Estava ansiosa para visitar diversas vinícolas, mas devido ao curto tempo só consegui visitar a Bodega Garzón (e, claro, comprar outros em lojas especializadas!) localizada na costa sul do país a cerca de 70km do centro de Punta del Este. Apelidada de “pequena Toscana no Uruguai”, a vinícola reúne luxo, tecnologia e elegância numa área de 19 mil metros quadrados. Todo o projeto da bodega foi construído respeitando premissas ambientais importantes, como melhor rendimento energético, redução no uso de água e preservação da biodiversidade. Tanto investimento resultou na primeira vinícola sustentável construída fora da América do Norte de acordo com rigorosas normas americanas.
Um tour básico pela vinícola custa 600 pesos por pessoa, tem duração de 45 minutos e dá acesso às áreas de produção onde é possível degustar 3 tipos de vinhos. Fiquei impressionada com a tecnologia e beleza do local, mas também apreciei o sabor e o preço das garrafas – a partir de 300 pesos. Ao final é possível ficar para almoçar no luxuoso restaurante da bodega, mas como eu não estava muito afim de pagar 2.250 pesos por um menu degustação, resolvi seguir viagem.
(pena que meu carrinho alugado não concordou comigo e resolveu ficar sem bateria, o que me custou 800 pesos pelo hambúrguer mais caro que comi na vida e alguns bons minutos de espera até uma alma bondosa da vinícola fazer uma chupeta no carro!)
Com o carro funcionando e o estômago forrado, segui para Punta passando por algumas cidades vizinhas, como José Ignácio – um balneário discreto e pequeno que vem chamando a atenção por ser mais descolado e natural que seu vizinho luxuoso. Com muitas casas, uma faixa de praia rochosa bonita e poucas lojinhas e bares, a antiga vila de pescadores mantém o ar rústico e selvagem para quem procura um refúgio à beira mar. Como estava na baixa estação, vi muito pouca gente pelas ruas, mas deu pra imaginar como deve ser bom passar uns dias relaxando por lá no verão.
De lá é possível pegar a estrada que margeia o mar e chegar a La Barra, vizinha de Punta separada pela curiosa e ondulada ponte Leonel Vieira. Se José Ignácio é hippie e Punta é luxuosa, La Barra seria o meio termo, algo boho chic. Lojinhas estilosas de moda, arte e decoração se misturam a restaurantes charmosos no estilo gourmet, dividindo basicamente o mesmo espaço na avenida principal (conhecida como Ruta 10). Se quiser ver agito e gente descolada, vá na alta estação. 😉
À noite conheci o Guappa, localizado em frente a orla num ambiente aconchegante e com um camarão na moranga dos deuses (embora o nome do prato seja fondue…rs)!!! Dei ainda uma passadinha pelo Conrad só para conhecer o cassino (confesso que não curto muito) e observar o pessoal perder uns trocados.
Último dia em Punta! 🙁
Já com saudade do lugar, resolvi explorar um pouco mais a vizinhança e segui em direção a Serra Ballena, a 15 km de Punta e que abriga o Arboretum Lussich – uma área de quase 200 hectares pertencente a família Lussich e que possui um museu de azulejos na casa principal e um parque com mais de 400 espécies de árvores e plantas de diversas partes do mundo. A entrada é gratuita e o parque possui trilhas que dão para mirantes e de onde se pode enxergar a cidade de Punta. O dia estava lindo e friozinho, o que tornou o passeio ainda mais agradável. Adorei conhecer este lugar repleto de paz e natureza!
De lá fomos até o Las Cumbres – hotel da região super famoso pelo chá da tarde -, mas sequer passei do portão principal porque o hotel estava fechado para manutenção e só iria reabrir em junho (se você der mais sorte que eu, depois me conte como é porque fiquei curiosíssima!). Morta de fome, voltei para o centro de Punta e almocei um filé com cuscuz marroquino no News Café. Para fechar minha doce tarde, um trio de mini cheesecakes e, claro, café!
Aproveitei o dia bonito para fazer umas fotos em frente a Los Dedos, famoso monumento nas areias da Praia Brava. Construída em 1982 pelo artista chileno Mario Irrazábal, a escultura levou seis dias para ser feita durante o Primeiro Encontro Internacional de Escultura Moderna ao Ar Livre. Virou um dos símbolos de Punta e parada obrigatória para quem visita a cidade. De quebra, fui presenteada com o pôr do sol mais bonito de todos os dias!
Hora de relaxar no hotel, fazer as malas e se preparar para a última parte da viagem na capital uruguaia.
Que venha Montevideo!
Beijos,
Dea
Texto e fotos por: Andrea Bessa, do Blog Na Carona