A pequena cidade de Corupá, localizada no norte do estado de Santa Catarina, ainda é pouco conhecida e valorizada como destino turístico. Mas as belezas que o município oferece são imensas. A Rota das Cachoeiras oferece 14 cachoeiras em uma área de 1.156 hectares. Na região, há a ocorrência da Floresta das Araucárias e da Mata Atlântica e no parque já foram catalogadas mais de 200 espécies de plantas, sendo algumas ameaçadas de extinção, como a Canela Preta, que leva cerca de 100 anos para se reproduzir.
As cachoeiras, abastecidas pelo Rio Novo, ficam dentro da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Emílio Fiorentino Battistella. Além das grandes belezas dessas quedas d’água, é possível apreciar também as exuberantes espécies de fauna e flora. A espécie de palmito está amplamente distribuída, abrange o sul da Bahia até o norte do Rio Grande do Sul e nessa região está totalmente garantida a sua preservação.
Corupá, em língua indígena, significa “lugar de muitas pedras”. Fundada em 1897 por colonizadores alemães, italianos e poloneses, chamou-se inicialmente Hansa Humboldt em homenagem ao alemão Alexandre Von Humboldt. Em 1958 foi desmembrada de Jaraguá do Sul e conquistou a emancipação política.
O trajeto das quedas é feito por trilhas. A Trilha Passa-Águas, que contorna o rio, permite a caminhada próximo às águas, tem extensão de 2.900 metros e tempo de percurso aproximado em 3h30, ida e volta. As paisagens ao longo do Rio Novo são de tirar o fôlego e podem ser consideradas entre as mais belas do sul do Brasil. A cachoeira de Salto Grande tem 125 metros de altura, sendo a maior de todas da rota. O número de visitantes diários do parque chega a 1.500 na alta temporada.
Entre os animais existentes na reserva estão o sabiá, o tucano-de bico verde, o macaco-prego e o bugio-ruivo. Ao todo, segundo a bióloga Tatiane Aparecida Batista, são 380 espécies de aves e 40 espécies de mamíferos catalogadas. Porém, segundo ela, com certeza existem outros animais na região.
Além da importância ecológica, a água forma um reservatório orgânico, servindo como uma caixa d’água e se tornando um filtro natural para as sete cidades do Vale do Itapocu, que atende em torno de 420 mil pessoas. Cerca de 40% do abastecimento das cidades vem deste rio. A cidade de Corupá é uma grande produtora de flores e plantas decorativas. São dezenas de produtores que comercializam para todo o Brasil e ainda para o exterior. O município ainda é um dos maiores produtores de banana do Brasil. A fruta nesse local é considerada a mais doce do país.
Corupá, São Bento do Sul, Rio Negrinho e Campo Alegre formam ainda o Consórcio Quiriri. São quatro cidades que fazem divisa e pretendem ser o mais novo produto turístico do estado de Santa Catarina.
Depois da aventura, a reflexão
A estrutura que tem influências da arquitetura germânica impressiona pelo tamanho e beleza. O Seminário Sagrado Coração de Jesus, em Corupá, é um berço histórico e um “velho conhecido” ponto turístico da região. Mais do que um amplo espaço para visita e realização de eventos, tanto na área externa quanto em espaços internos, o local guarda uma riqueza cultural e histórica ímpar em cada um de seus prédios, que são preservados e tratados como verdadeiros tesouros. Depois de deliciar-se na Rota das Cachoeiras, vale a pena explorar essa riqueza arquitetônica de quase um século de vida.
O local serviu como base para os estudos sacerdotais e chegou, nos tempos áureos, a receber 230 seminaristas. Afinal, foi exatamente por isso que o seminário começou a ser construído em 1929 e inaugurado em 1932. Quando abrigava os estudantes, o seminário dispunha de alojamentos coletivos, banheiros, cozinha industrial, lavanderia, padaria, açougue, bibliotecas, salas de estudos, anfiteatro, sala de jogos e área esportiva, além de capela e um viveiro.
O silêncio que paira sobre o Seminário remete a tudo que viveu e vive naquele ambiente. Natureza, lazer, história e religião se integram no espaço que guarda em suas paredes muita história. O museu mais antigo de Santa Catarina está abrigado na construção, além da capela, que foi construída para atender aos seminaristas e hoje é disputada por noivos que querem se casar lá, café colonial, loja de souvenires religiosos, restaurante e espaços para lazer e prática esportiva são algumas das opções desfrutadas pelos visitantes. Além disso, o local é sede da Fábrica de Velas e da fabricação da tradicional bebida Bitter, recomendável para a circulação. Aos domingos, o restaurante do local oferece um bufê de comida tradicional alemã, com toques especiais da cozinha campeira.
Rota das Cachoeiras – Corupá
Telefone: (47) 3375-2232
Horário de funcionamento: diariamente, das 7h30 às 17h.
Ingresso: R$ 15,00
Como Chegar
De avião até Joinville. De lá são 80 km até Corupá. Ou então a partir de Curitiba, que fica a 140 km de distância. Alugue um carro ou contrate uma empresa de receptivo.
Onde ficar
Serra Alta Hotel (São Bento do Sul)
Hotel Fazenda Vale das Pedras (Jaraguá do Sul)
Texto por: Cláudio Lacerda Oliva
Foto destaque por: Reprodução via rotadascachoeirascorupa.blogspot.com.br