Quando eu disse para familiares e amigos que iria para o Uzbequistão todos, sem exceção, fizeram cara de espanto. Não é à toa. O desértico país da Ásia Central é muito pouco conhecido dos brasileiros. Os poucos que ouviram falar logo diziam: “o país onde o Rivaldo jogou e o Felipão foi treinador”. Alguns ainda recomendavam cuidado com a violência do talibã, imaginando um lugar violento como o vizinho Afeganistão. Puro desconhecimento. A sensação de segurança está presente no dia a dia dos visitantes. Além do Afeganistão, faz fronteira com o Cazaquistão, Quirquistão, Turcomenistão e Tajiquistão.
É um país pobre, mas rico em história. Os uzbecos são pessoas simples e gentis. Andam sempre sorrindo. Durante o período em que estive por lá, muitas vezes fui abordado para ser fotografado e para selfies. Inclusive por casais de noivos no dia do casamento, que aos montes seguem uma tradição de saírem junto com padrinhos e amigos caminhando pelas principais ruas e praças das cidades. Após as fotos, agradecem com um largo sorriso e com a mão sobre o coração em uma reverência típica local.
A história uzbeca tem como personagem principal o venerado Amir Timur, um poderoso e temido líder islâmico do século 14. Era conhecido como Tamerlão (coxo), porque, ainda jovem, sofreu um acidente de cavalo que o deixou manco. Descendente de Genghis Khan, foi o fundador do segundo império mongol. Dominou do Turquistão até a Índia, além de invadir a Rússia – conquistando o Ural e o Volga até o Mar Cáspio.
O Uzbequistão está no coração da Rota da Seda, considerada a maior rede comercial do mundo antigo, ligação de 12 mil quilômetros entre a China (Oriente) à Europa (Ocidente). Ao longo dessa malha estão os monumentos mais maravilhosos no país, cuja arquitetura representa a arte islâmica que se desenvolveu durante os séculos 10 e 16. Foram muitas as influências, que ainda hoje podem ser vistas, bem como vestígios de Marco Polo, das invasões mongóis e da expansão islâmica.
Sua história mais distante remonta ao tempo de Ciro, o persa, no século 6 a.C., quando seus velhos antigos povos nômades fundaram as cidades de Samarcanda, Bukhara e Khiva. Fez parte do Canato Túrquico e, posteriormente, dos Impérios Timúridos. No início do século 16, foi conquistada por nômades turcomanos. No decorrer do século 19 seu território foi gradualmente incorporado pelo Império Russo, até que em 1924, tornou-se uma república constituinte da União Soviética, a República Socialista Soviética Uzbeque. Durante quase 70 anos toda essa região foi dominada pela União Soviética. A independência foi conquistada em 31 de agosto de 1991, após o desmoronamento da URSS.
Oficialmente é uma república democrática e laica e a maioria da população é muçulmana. Apesar do islamismo ser predominante não há fanatismo religioso no país. Nas maiores cidades são comuns as igrejas católicas, evangélicas e sinagogas.
A economia local depende principalmente da produção do algodão – é o segundo maior exportador do mundo. O gás natural também é outra importante fonte de divisas. Porém, o governo exerce grande controle sobre a economia. As grandes marcas internacionais não estão presentes no país. Entre as gigantes globais que estão por lá apenas a General Motors e a Samsung são visíveis.
TASHKENT – MAIS DE DOIS MIL ANOS DE HISTÓRIA
Brasileiros necessitam de visto para entrar no país. E consegui-lo é um pouco demorado e burocrático. O Uzbequistão não tem representação diplomática no Brasil o que dificulta ainda mais. Para conseguir a liberação de entrada é necessário obter uma carta convite de uma agência de turismo local. Recomendo a Dolores Travel Services, que foi eficiente e dispõe de funcionários e guias que falam português e espanhol. É necessário preencher um formulário e enviar juntamente com imagens escaneadas do passaporte e da passagem de ida e volta. Os documentos devem ser enviados pelo menos com 30 dias de antecedência da viagem. Após algumas semanas, a carta convite é enviada por e-mail. É preciso imprimi-la e levar na viagem. O visto será retirado na entrada do país.
No aeroporto internacional de Tashkent, procure um balcão escrito Visa Control (Controle de Vistos). Nele você apresenta a carta convite e adquire o visto mediante pagamento de US$ 60. É preciso levar pelo menos duas fotos 3×4 recentes e em bom estado. O visto será impresso no passaporte. Em seguida dirijase ao setor de imigração, onde serão feitas as perguntas de praxe: se está no país a trabalho ou lazer, quanto tempo ficará, onde ficará hospedado, etc.
E, finalmente, a alfândega, onde todos precisam declarar a quantidade de dinheiro que estão carregando, bem como algum bem de valor. Declare tudo, inclusive os reais. Se resolverem verificar, os valores não declarados serão confiscados. Os medicamentos de uso contínuo também devem ser declarados – na mesma ficha de declaração de divisas – e levados juntamente com a receita médica. O formulário deve ser preenchido em duas cópias. Uma ficará retida e a outra com o visitante. Tome muito cuidado para não perder a sua cópia para não ter que pagar uma pesada multa, além de correr o risco de perder o voo. Guarde também os comprovantes de hospedagem (registration slip) entregues no momento dos check out. Eles serão solicitados na hora de sair do país.
Todo esse processo pode demorar até duas horas. Mas, calma, saindo do aeroporto verá que a viagem vale muito à pena.
Tashkent, a capital do país, tem 3 milhões de habitantes e é o principal centro econômico da Ásia Central. É a cidade mais moderna do país e impressiona pela beleza e limpeza. Possui eficiente rede de transporte público com metrô, bondes, trólebus e ônibus.
Sua história e esplendor têm mais de 2 mil anos, com o comércio da seda e do cetim entre Oriente e Ocidente. A cidade já esteve sob influência persa, árabe, turca e soviética. Edifícios do tempo da Rússia Czarista estão por toda parte. Atualmente, oferece muita cultura e diversas atrações impressionantes. Entre elas a Grande Mesquita de Sexta-feira e a Mesquita Telia Cheikh, ambas construídas no século 19; a Madraça Barak Khan, do século 16; o Mausoléu de Abu Bakhr Kaffal. O destino também conta com museus que valem a pena conhecer, como o Museu de Belas Artes e o Museu Amir Timur.
A maior cidade do país tem lugares emblemáticos como a Praça da Independência – antiga Praça de Lênin. Rodeada por edifícios oficiais como o Parlamento, Senado e os Ministérios, tem belas fontes, a Praça da Ópera e Ballet, Praça de Amir Timur e o Monumento ao Terremoto. Esse último por causa do terremoto de 26 de abril de 1966 que destruiu praticamente todo o centro e o metrô. Há, também, um memorial às vítimas da Segunda Guerra Mundial, onde mais de 500 mil soldados uzbeques morreram.
Na parte antiga da cidade estão monumentos e locais como Hasti Imam, biblioteca, Corão de Usmão, bazar Chorsu e as madraças Kukeldash, Barak Kan e Kafal Shohi. Para quem não sabe, madraças eram escolas muçulmanas ou uma casa de estudos islâmicos e do alcorão.
KHIVA – A JOIA DO DESERTO
Depois de conhecer a bela Tashkent é chegada a hora de descobrir os tesouros guardados no deserto do Uzbequistão. A próxima parada foi Khiva, distante cerca de 960 quilômetros da capital. Maneira mais rápida de chegar até lá é com um voo de 1h40 da Uzbekistan Airways até Urgench, o destino mais próximo de Khiva. Mais 20 minutos de carro e chega-se à cidade cercada por muralhas que tem mais de 2,5 mil anos e foi importante destino na Rota da Seda.
Khiva foi um grande mercado de escravos até o século 18 e guarda obras de arte islâmicas dos séculos 12 a 14. Chama a atenção o preservado palácio onde o sultão vivia com suas quatro esposas e 40 concubinas.
Meu roteiro de visitas começou pelo complexo arquitetônico Ichan-Kala – séculos 12 a 19 -, que é a cidadela interior, um importante centro comercial na época da Rota da Seda. Desde 1990 é Patrimônio Mundial da Humanidade e um exemplo bem conservado da arquitetura muçulmana na Ásia Central. Lá estão preciosidades como a Kalta Minor, o Castillo Kunya Ark, a Madraça Mohammed Rahim Khan, Minarete e Madraça Islom Khodja, o harém Tash Hovli (século 19), o Mausoléu de Pahlavan Mahmud (séculos 14 a 18) e a bela Mesquita Juma (século 10), que tem colunas e teto de madeira.
Existe uma única opção para ficar hospedado dentro da área muralhada, o Orient Star Khiva, uma antiga madraça transformada em hotel. No dia seguinte, acompanhado pelo guia Alijon Nomozov – claro que só o chamei de Ali -, que fala espanhol, saímos para o deserto, onde visitamos as fortalezas Ayaz Kala e Tuprak Kala.
Um momento especial foi na hora do almoço, quando comemos em uma yurta, que é uma legítima casa nômade.
A partir de Khiva, muitos turistas seguem até o Turcomenistão, país vizinho e de regime fechado. Tinha intensão de visitar, porém o visto não me foi concedido – acredito que por eu ser jornalista. Azar o deles que não terão divulgação no Brasil. Aproveitei para curtir ainda mais o Uzbequistão.
VALE DE FERGANA – SEDA, CERÂMICA E COMIDA DELICIOSA
Voltei para Tarshkent e de lá, no dia seguinte logo cedo, parti para Kokand, no Vale de Fergana. Fui de trem em uma viagem de 350 quilômetros acompanhado por outro guia, Ruslan Rasulov, que além de conhecer muito a história do país também é o autor de um pequeno livreto – La cocina de Uzbekistán – sobre a gastronomia uzbeca. A cidade existe desde o século 10, quando era ponto de parada na rota das caravanas entre a Índia e a China. No século 13, foi destruída pelos mongóis. A Kokand atual foi fundada em 1732, como uma fortaleza construída no mesmo local de outra mais antiga.
Cresceu e se desenvolveu por causa da Rota da Seda, tanto que chegou a ser o principal centro religioso do Vale de Fergana. Houve uma época em que tinha mais de 300 mesquitas.
A cidade teve ao longo da sua história 29 soberanos – que eram chamados de khans ou cãs. O mais notável foi Khudoyar, o último a governar (1845 a 1876), antes da anexação pelo Império Russo. Muitas mesquitas e madraças foram construídas durante o reinado de Khudoyar.
Uma das atrações turísticas é o Palácio de Khudoyar, construído entre 1860 e 1872. Imponente, tinha sete pátios e 113 quartos em uma área de quatro hectares no centro da cidade. Infelizmente, apenas dois pátios e 19 quartos restaram intactos após o bombardeio de tropas russas. Um museu funciona no palácio atualmente.
Outros destaques são a Mesquita Juma, que funciona apenas para visitação com um museu no local; o cemitério Dakhman-Shakhon (Sepultura dos Reis), mausoléu da família dos khans de Kokand; Madraça Norbutabek (1799), a maior escola religiosa local que foi fechada pelos bolcheviques e reaberta após a independência do país; Mausoléu do Khan Madari (1825); Mesquita de Djami (1809 a 1812); Mesquita Gishtlik (1913); Madraça Kamol-Kazy (meados do século 14); Mesquita Mulkabad (1913) e Madraça Miyen-Hazrat (final do século 18).
Um passeio interessante é ir até Rishtan, distante 100 quilômetros de Kokand. Lá há um povoado famoso pela cerâmica. Fomos no final da tarde e após conhecer todas as etapas da produção, jantamos na casa de um ceramista. Foi uma refeição especial com direito a vodka uzbeca e saborosas empanadas. Após o jantar, o pernoite foi em Fergana, a 50 quilômetros.
Logo pela manhã, saímos para Marguilan, destino onde se produz seda seguindo os mesmos métodos de antigamente. Impressionante ver os pequenos casulos brancos serem gradativamente transformados em finíssimos fios. Durante um mês os casulos são criados nas amoreiras, antes de serem mergulhados em água quente. Após tratamento com corantes, os fios são recolhidos em um tear manual, de madeira. Todo o trabalho é manual. As artesãs recebem os novelos e gastam até seis meses para fazer um tapete ou algumas semanas para um lenço. Senti pena daquelas mulheres trabalhando em salas quentes, abafadas e com pouca luz. Mas pareciam felizes fazendo o que aprenderam com suas mães e avós.
Na pequena Marguilan também tive a oportunidade de conhecer um local onde são produzidos pães e empanadas em fornos de barro. Tudo artesanal e sem equipamentos modernos. Após esperar alguns minutos não resiste e provei ambos os produtos. Deliciosos! E baratíssimos.
Nosso almoço foi em uma casa na cidade de Quva, na zona rural. Ajudei a preparar o famoso Plov, um dos principais pratos típicos do Uzbequistão. Em um forno à lenha e em uma panela de ferro, o cozinheiro Jahbar foi colocando os ingredientes – banha animal, cenouras, carne de carneiro (parte traseira) e arroz – e misturando lentamente. O resultado pode ser definido como divino! Para a sobremesa, grande e saborosos romãs. O dono da casa, Nosir, recebe pequenos grupos de visitantes para almoços.
Sobre o Plov, conta-se por lá que Amir Timur incluiu esse prato no menu de suas tropas depois que solicitou a um sábio uma receita que conseguisse reunir seu grande exército e não os sobrecarregar, fazendo com que pudessem caminhar mais e durante mais tempo, assim conseguindo atacar seus inimigos de surpresa. Após pensar, o sábio deu-lhe a seguinte resposta: “Você tem que tomar com uma grande panela de ferro fundido. Deve ser tão velho que os alimentos gordurosos escorram para fora. Nesta panela deverá colocar carne de carneiros novos, mas também não muito jovens, selecionar o arroz ‘inchado de orgulho’, que será comido pelos bravos guerreiros juntamente com cenoura, cebola picante que picará como se fosse uma espada de emir venerável. Tudo isso deve ser cozido em fogo até que o aroma do prato consiga chegar a Allah, e o soldado nunca cairá de exaustão, porque ele vai provar este alimento divino.”
BUKHARA – OÁSIS DE CULTURA E HISTÓRIA
Outro destino importante no Uzbequistão é Bukhara, que juntamente com Samarcanda são os dois principais centros da cultura e história tadjique-persa. Com mais de 2,5 mil anos de história, foi uma das principais paradas das caravanas da Rota da Seda. Em 1993, o seu centro foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. Entre os atrativos históricos estão o complexo arquitetônico Lyabi Hauz (séculos 14 a 17), um conjunto de madraças construídas ao redor da maior lagoa da cidade.
O roteiro de visitas deve incluir também o Mausoléu dos Samanidas (séculos 9 e 10) que foi construído usando uma técnica seguindo princípios proporcionais de geometria. A Mesquita Bolo-Hauz (princípio do século 20) e a Cidadela Ark (século 4 a.C.), estrutura mais antiga da cidade com 2,4 mil anos. Ela foi residência dos emires de Bukhara, ocupada desde o século 5 até o ano 1920, quando foi bombardeada pelos russos. O Mausoléu e o Manancial Chashmai Ayub, do século 14, também conhecido como “A Fonte de Job”. Trata-se de um lugar sagrado que acredita-se ter sido visitado pelo profeta Job. Por isso, dizem que suas águas são puras e contam com propriedades curativas.
O Minarete Kalon, erguido em 1127, representa a história de Bukhara dos séculos 11 e 12. Diz a lenda que, no século 13, Gengis Khan ao chegar em frente ao minarete estava decidido a colocá-lo abaixo. Nesse momento o seu chapéu caiu e ele teve que se curvar para apanhá-lo. Ele entendeu que essa reverência foi um sinal de que deveria mantê-lo em pé. Mais tarde, serviu para o lançamento de inimigos e criminosos à morte. Também foi torre de vigia e de orientação às caravanas que viajavam na Rota da Seda. Seus 105 degraus estão fechados aos visitantes. O minarete está cercado pela belíssima Madraça Miri Arab (1530) e pela Mesquita Kalon (século 12), uma das maiores da Ásia Central.
Vale também uma visita aos Três Mercados, complexo de cúpulas do século 16 conhecido como Primeira, Segunda e Terceira, que se uniam a um grande número de galerias para o comércio e oficinas de artesãos.
SAMARCANDA – A CIDADE TURQUESA
Último destino da viagem ao Uzbequistão, passei dois dias em Samarcanda, conhecida como a “Cidade Turquesa”. Há muitos atrativos, depende de quantos dias dispõe. Entre os locais de interesse histórico e turístico está o Mausoléu de Emir Timur (séculos 14 e 15), um bonito complexo arquitetônico com cúpula de cor azul celeste onde estão as tumbas de Amir Timur, seus filhos Shahrukh e Mirão Shah e seu neto, o famoso astrônomo Ulugbek. Na sala principal da cripta estão as tumbas de mármore e ônix, além da própria tumba de Timur em nefrite.
Vale uma visita também à Mesquita Bibi-Khonum (nome da terceira esposa de Amir Timur), que foi uma das maiores mesquitas islâmicas do mundo. Com o passar dos anos foi se deteriorando até que, em 1897, desabou durante um terremoto. Cabiam 12 mil pessoas.
No primeiro dia conheci também o Observatório Ulughbek (século 15), o Museu da cidade antiga de Afrosiyab, e a Praça Registan com seu complexo de majestosas madraças: Ulugbek, Tillya-Kori e Sher- Dor. A praça foi o centro da vida pública na idade conhecido como “A Fonte de Job”. Trata-se de um lugar sagrado que acredita-se ter sido visitado pelo profeta Job. Por isso, dizem que suas águas são puras e contam com propriedades curativas. O Minarete Kalon, erguido em 1127, representa a história de Bukhara dos séculos 11 e 12. Diz a lenda que, no século 13, Gengis Khan ao chegar em frente ao minarete estava decidido a colocá-lo abaixo. Nesse momento o seu chapéu caiu e ele teve que se curvar para apanhá-lo. Ele entendeu que essa reverência foi um sinal de que deveria mantê-lo em pé. Mais tarde, serviu para o lançamento de inimigos e criminosos à morte. Também foi torre de vigia e de orientação às caravanas que viajavam na Rota da Seda. Seus 105 degraus estão fechados aos visitantes. O minarete está cercado pela belíssima Madraça Miri Arab (1530) e pela Mesquita Kalon (século 12), uma das maiores da Ásia Central. Vale também uma visita aos Três Mercados, complexo de cúpulas do século 16 conhecido como Primeira, Segunda e Terceira, que se uniam a um grande número de galerias para o comércio e oficinas de artesãos. média. Foi restaurada em 1920. Antes de retornar ao hotel passei pelo Bazar Siab.
No segundo dia, visita pela manhã a uma antiga fábrica de papel, onde o trabalho é feito à mão com a ajuda de um moinho de água. A cidade foi a primeira do Oriente Médio a dominar a técnica. Mais tarde, devido à cultura árabe e o mundo islâmico, a tecnologia de fabricação se espalhou pelo mundo. Após o almoço, fomos conhecer Shakhi-Zinda (séculos 9 a 15), um conjunto de 11 mausoléus e monumentos funerários cujo nome significa “Tumba dos Reis Vivos”. É composto por um conjunto de panteões e a tumba de Usam Ib Abbas, sobrinho do profeta Maomé – um dos edifícios mais antigos da cidade e importante lugar de peregrinação.
Trem de alta velocidade para Tashkent e preparar as coisas para voltar ao Brasil após 12 dias nesse fascinante país da Ásia Central. Era final de novembro e o frio chegava com força. No último dia na cidade os termômetros marcavam temperaturas de menos 14 graus e bastante neve. O Uzbequistão e suas cúpulas e minaretes azuis agora são lembranças de uma viagem inesquecível.
Como chegar
A Turkish Airlines (flyturkish.com. br) é o jeito mais fácil de chegar ao Uzbequistão. A companhia tem voos diários partindo de São Paulo com destino a Istambul, onde faz-se conexão para Tashkent em voos de aproximadamente 4h30. Há outras opções a partir de vários destinos da Europa e também de Dubai, atendidos pela Uzbekistan Airways (uzairways. com/en), a companhia aérea estatal. A partir de Londres, por exemplo, são sete horas de voo. A aérea uzbeca tem voos regulares entre 40 cidades – principalmente na Europa e Ásia. Tem na frota de aeronaves novas e antigas, entre Boeing (757 e 767), Airbus A320 e Ilyushin-114-100 (turbo hélices de fabricação russa) e até o novíssimo Boeing 787 Dreamliner.
Onde ficar
TASHKENT
Hyatt Regency – único 5 estrelas – Navoi Street, 1A
Wyndhan Tashkent – Amir Temur Street
Shodlik Palace – 5 Pakhtakorskaya
Lotte City Hotel Tashkent Palace – 56 Buyuk Turon ko’chasi
KHIVA
Asia Khiva – Yaqubova Street
Orient Star Khiva – 1, Pakhlavan Makhmud
BUKHARA
Heritage Hotel – 95, M. Anbar Street
Asia Bukhara – Mekhtar Ambar
Devon Begi – Mekhtar Anbar Street
SAMARCANDA
Registan Plaza – 53 Shohruh Mirzo ko’chasi
Grand Samarkand Superior – 31, Yalangtush Bakhodir Street
O que comer
Comer no Uzbequistão também não custa caro. Uma refeição completa dificilmente ultrapassará os US$ 15, inclusive tomando vinho nacional – que não é nenhuma maravilha. Em restaurantes que servem o tradicional PF (prato-feito), em sistema self-service, o preço médio será de US$ 5 e inclui sopa, salada, arroz e carne.
Texto por: Roberto Maia. O jornalista viajou ao Uzbequistão a convite da Hello Brazil e Dolores Travel Services e contou com a proteção do seguro-viagem Global Travel Assistance – GTA.
Foto destaque por Istock/ javarman3